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Ignorantes festejam o conto do vigário da Moody’s

Fonte: Jornal do Brasil
Autor: Mauro Santayana

A agência de classificação de “risco” Moody’s acaba de rebaixar a nota de crédito da Petrobras de Baa2 para Ba2, fazendo com que ela passe de “grau de investimento” para “grau especulativo”.

Com sede nos Estados Unidos, o país mais endividado do mundo, de quem o Brasil é, atualmente, o quarto maior credor individual externo, a Moody’s é daquelas estruturas criadas para vender ao público a ilusão de que a Europa e os EUA ainda são o centro do mundo, e o capitalismo ummodelo perfeito para o desenvolvimento econômico e social da espécie, que distribui, do centro para a “periferia”, formada por estados ineptos e atrasados, recomendações e “notas” essenciais para a solução de seus problemas e a caminhada humana rumo ao futuro.
 
O que faz a Petrobras ?
Produz conhecimento, combustíveis, plásticos, produtos químicos, e, indiretamente, gigantescos navios de carga, plataformas de petróleo, robôs e equipamentos submarinos, gasodutos e refinarias.
 
De que vive a Moody’s?
Basicamente, de “trouxas” e de conversa fiada, assim como suas congêneres ocidentais, que produzem, a exemplo dela, monumentais burradas, quando seus “criteriosos” conselhos seriam mais necessários.
 
Conversa fiada que primou pela ausência, por exemplo, quando, às vésperas da Crise do Subprime, que quase quebrou o mundo em 2008, devido à fragilidade, imprevisão e irresponsabilidade especulativa do mercado financeiro dos EUA, a Moody’s, e outras agências de classificação de “risco” ocidentais, longe de alertar para o que estava acontecendo, atribuíram “grau de investimento”, um dos mais altos que existem, ao Lehman Brothers, pouco antes que esse banco pedisse concordata.
 
Conversa fiada que também primou pela incompetência e imprevisibilidade, quando, às vésperas da falência da Islândia — no bojo da profunda crise europeia, que, como se vê pela Grécia, parece não ter fim — alguns bancos islandeses chegaram a receber da Moody’s o Triple A, o mais alto patamar de avaliação, também poucos dias antes de quebrar.
 
Afinal, as agências de classificação europeias e norte-americanas, agem, antes de tudo, com solidariedade de “classe”. Quando se trata de empresas e nações “ocidentais”, e teoricamente desenvolvidas — apesar de apresentarem indicadores macro-econômicos piores do que muitos países do antigo Terceiro Mundo — as agências “erram” em suas previsões e só vêem a catástrofe quando as circunstâncias, se impõem, inapelavelmente, seguindo depois o seu caminho na maior cara dura, como se nada tivesse acontecido.
 
Quando se trata, no entanto, de países e empresas de nações emergentes, com indicadores econômicos como um crescimento de 400% do PIB, em dólares, em cerca de 12 anos, reservas monetárias de centenas de bilhões de dólares, e uma dívida pública líquida de menos de 35%, como o Brasil, o relho desce sem dó, principalmente quando se trata de um esforço coordenado, com outros tipos de abutres, como o Wall Street Journal, e o Financial Times, para desqualificar a nação que estiver ocupando o lugar da “bola da vez”.
 
Não é por outra razão que vários países e instituições multilaterais, como o BRICS, já discutem a criação de suas próprias agências de classificação de risco.
 
Não apenas porque estão cansados de ser constantemente caluniados, sabotados e chantageados por “analistas” de aluguel — como, aliás, também ocorre dentro de certos países, como o Brasil — mas também porque não se pode, absolutamente, confiar em suas informações.
 
Se houvesse uma agência de classificação de risco para as agências de “classificação” de risco ocidentais, razoavelmente isenta — caso isso fosse possível no ambiente de podridão especulativa e manipuladora dos “mercados” — a nota da Moody’s, e de outras agências semelhantes deveria se situar, se isso fosse permitido pelas Leis da Termodinâmica, abaixo do zero absoluto.
 
Em um mundo normal, nenhum investidor acreditaria mais na Moody’s, ou investiria umcent em suas ações, para deixar de apostar e aplicar seu dinheiro em uma empresa da economia real, que, com quase três milhões de barris por dia, é a maior produtora de petróleo do mundo, entre as petrolíferas de capital aberto, produz bilhões de metros cúbicos de gás e de etanol por ano, é a mais premiada empresa do planeta – receberá no mês que vem mais um “oscar” do Petróleo da OTC — Offshore Technologies Conferences — em tecnologia de exploração em águas profundas, emprega quase 90.000 pessoas em 17 países, e lucrou mais de 10 bilhões de dólares em 2013, por causa da opinião de um bando de espertalhões influenciados e teleguiados por interesses que vão dos governos dos países em que estão sediados aos de “investidores” e especuladores que têm muito a ganhar sempre que a velha manada de analfabetos políticos acredita em suas “previsões”.
 
Neste mundo absurdo que vivemos, que não é o da China, por exemplo, que – do alto da segunda economia do mundo e de mais de 4 trilhões de dólares em ouro e reservas monetárias — está se lixando olimpicamente para as agências de “classificação” ocidentais, o rebaixamento da “nota” da Petrobras pela Moody’s, absolutamente aleatória do ponto de vista das condições de produção e mercado da empresa, adquire, infelizmente, a dimensão de um oráculo, e ocupa as primeiras páginas dos jornais.
 
E o pior é que, entre nós, de forma ridícula e patética, ainda tem gente que, por júbilo ou ignorância, festeja e comemora mais esse conto do vigário — destinado a enfraquecer a maior empresa do país — que não passa de um absurdo e premeditado esbulho.

Apenas três segundos de glória

O cientista Miguel Nicolelis, responsável do chute inaugural da Copa por um paraplégico, lamenta o descaso televisivo da proeza e critica a politização até da ciência

São Paulo 


Nicolelis
Em 1906, o inventor mineiro Alberto Santos Dumont demonstrava para cerca de 1.000 pessoas que o homem podia voar. Um aviãozinho com forma de “T” coberto de seda japonesa, com armações de bambu e juntas de alumínio, se elevou em Paris do solo percorrendo 60 metros em 21 segundos. Aquele dia, a história lhe reservou uma página pela paternidade da aviação. Um século depois, outro brasileiro procurava a paternidade de uma nova era tecnológica também em 20 segundos. 

O experimento escapava do dia a dia da plateia: fazer um homem paraplégico andar. O neurocientista paulista Miguel Nicolelis, de 53 anos, chegava à abertura da Copa do Mundo para apresentar um pesado exoesqueleto robótico de plástico e alumínio que permitiria que um deficiente físico movesse seu corpo apenas imaginando que era capaz de fazê-lo.

Juliano Alves Pinto, paraplégico há sete anos, apareceu na cerimônia inaugural do Mundial vestindo o exoesqueleto e coberto pela capa que a família de Santos Dumont emprestou para a ocasião. Se na época do aeronauta tivessem existido as câmeras, seria de se esperar que o país inteiro seguisse a proeza ao vivo. Mas, na era da informação instantânea, a demonstração de Nicolelis, quando mais de um bilhão de pessoas estava colada à tevê, foi resumida a três segundos. 

Os três segundos mais polêmicos desta Copa do Mundo até o momento, milhares de brasileiros se indignaram ao ver tudo aquilo reduzido a uma bola rodando na grama. Nicolelis culpou a FIFA. Mas a FIFA replicou à Folha de São Paulo que no roteiro da cerimônia foram concedidos 30 segundos ao experimento e que o fato de que aparecesse apenas 30 segundos na televisão escapava de suas competências.

Após anos de trabalho no projeto Andar de Novo, encarando avanços, deserções na equipe e afiadas críticas de alguns colegas e jornalistas, a pior batalha para Nicolelis tem sido lidar com a FIFA. “Não é para corações fracos”, avisa o cientista. Assim que terminou a demonstração, Nicolelis pegou o celular e postou no Twitter: “Quem definiu o teor da demonstração, a duração e a edição das imagens foi a FIFA. Reclamações sobre esses temas devem ser endereçadas a ela”

Em seguida, telefonou para o representante do Governo no Comitê de Organização Local para saber por que na retransmissão praticamente ignoraram o experimento, apoiado pelo Governo brasileiro com 33 milhões de reais e que, segundo o cientista baseado na Universidade de Duke na Carolina do Norte, seria o primeiro a conseguir movimentos com ordens dadas pelo cérebro. Ainda não obteve resposta.

“Se essa demonstração tivesse acontecido na abertura das Olimpíadas em Barcelona, eu duvido que ela não seria mostrada inteira. Porque o povo espanhol não permitira que isso ocorresse”, afirma Nicolelis em uma entrevista pelo telefone.

A relação com a FIFA começou no final de 2012 e, pouco depois, teve início uma série de desencontros. “Em março, nos informaram que não faríamos mais o chute inaugural, tal qual fora combinado, e que encaixaríamos a demonstração na cerimônia. 

Aceitamos. Depois me comunicaram que passávamos de um minuto a 30 segundos, e depois a 29. Fizemos o que a FIFA nos pediu, foi uma demonstração de tecnologia de ponta. Queríamos mostrar para o mundo um Brasil diferente, o Brasil da inovação científica, da tecnologia... Foi um ato histórico e simbólico, nunca antes em uma Copa do Mundo um deficiente participou do chute inaugural. Qualquer um que entenda de robótica sabe como isso foi difícil”, afirma o cientista.

Nicolelis não quer falar mais da entidade de futebol e tenta encerrar o assunto. "Eu não acusei ninguém de nada porque não sou louco, eu só disse que teria sido ótimo se pudéssemos ter visto tudo, e não entendi por que só se mostrou o final. E acabo aqui”.

Felizmente para a equipe do cientista, a pouca visibilidade da demonstração indignou milhares de brasileiros que acabaram por catapultar a proeza de Nicolelis nas redes sociais e lhe reservaram um lugar na história. As visualizações dos vídeos do Andar de Novo dispararam, Francis S. Collins, o diretor do National Institutes of Health, um dos maiores centros de investigação médica do mundo, dedicou um post ao chute telemático que considerou uma mostra das “últimas investigações em neurociência”. 

A revista científica Nature Methods dedicou sua capa à investigação de interfaces cérebro-máquina da qual Niconelis forma parte. Mas, enquanto isso, vários ataques se reproduziam nas redes sociais. Ex-colegas do cientista e jornalistas e analistas de ocasião criticaram o investimento público da investigação, reclamaram que o projeto não era inédito, que o exoesqueleto não era uma esperança real para as pessoas com deficiência física. Algumas das criticas chegaram a ser pessoais. “Tentaram politizar até a ciência”, lamenta Nicolelis.

Em que consiste o exoesqueleto

A pessoa paralisada veste um chapéu especial que contém eletrodos que leem a atividade elétrica produzida pelo cérebro. Para mover o exoesqueleto a pessoa imagina cada uma das fases dos movimentos que deseja fazer: "dar um passo", "virar à esquerda", "chutar uma bola"... Estes sinais cerebrais são recolhidos em um computador dentro de uma mochila, no qual as ordens do exoesqueleto são decodificadas. 

Uma das críticas ao projeto de Nicolelis era que o cientista não cumpriu o prometido, dado que para exoesqueleto funcionar requeria a implantação de eletrodos no cérebro do paraplégico -em substituição ao chapéu. "O professor decidiu optar por uma técnica não invasiva porque era possível conseguir movimento nas extremidades inferiores sem precisar da cirurgia", explica a assessoria do cientista.

As pesquisas para o desenvolvimento do exoesqueleto começaram em 1999. Os trabalhos foram coordenados pelo professor de robótica Gordon Cheng na  Universidade Técnica de Munique, e um grupo de pesquisadores franceses construiu o exoesqueleto. A equipe de Nicolelis se focou na leitura das ondas cerebrais das pessoas e em como usar esses sinais para controlar as extremidades robóticas.  

O sistema foi desenvolvido na França e testado no Brasil.
“Existe um confronto político muito grande do qual não formo parte. Eu sou cientista e queria fazer algo para demonstrar a grandeza deste país, que se transformou nos últimos 12 anos, e do qual me orgulho profundamente”, afirma. Nicolellis se identificou como um alvo político. 

 “Me associam com o Governo e acham que me atingindo atingem o governo brasileiro. E virei um alvo pessoal de colegas que não quiseram participar mais do nosso projeto e me atacam pessoalmente, porque cientificamente não têm como me atacar”, explica. “Nós gastamos menos do orçamento inicial. O projeto custou 14 milhões dólares (33 milhões de reais), enquanto um sistema semelhante nos Estados Unidos, só para fazer um braço, foi investido 70 milhões de dólares. As pessoas não estão acostumadas, mas a ciência de alto nível custa muito dinheiro”, defende Nicolelis. 

Os “ataques localizados e de uma minoria”, porém, não são de hoje. “Essa campanha tentando desmerecer nosso projeto começou há um ano e meio. Não conheço nenhum científico no mundo que tenha sofrido a pressão que nós sofremos há sete meses [desde que começou a preparação do chute inaugural]. Antes sequer de ter feito qualquer coisa”.

Isso é RESPONSABILIDADE! Respeito ao próximo! PATRIOTISMO!


É fazer a sua parte sem por responsabilidade nos outros. 
É assumir as rédeas do local que vc trabalha!

Um italiano sociólogo apaixonado pelo Brasil!

 
Domênico de Masi

"Os dados estatísticos são todos positivos. Há 196 países no mundo, são 189 abaixo do Brasil. Em qual posição o Brasil deveria estar para ser mais otimista?", provocou o sociólogo.

O entusiasmo com o Brasil fica claro no livro que De Masi veio lançar no país. Em O Futuro Chegou – Modelos de vida para uma sociedade desorientada, o italiano parte da premissa de que tanto o comunismo quanto o capitalismo falharam. Analisa, então, 15 diferentes modelos de desenvolvimento com o objetivo de, a partir deles, propor um novo modelo.


"O Brasil copiou a Europa por 450 anos, mas agora o modelo da Europa está em crise. O Brasil copiou o modelo americano por 50 anos, mas agora esse modelo também está em crise. Agora, o Brasil não pode mais copiar modelos. Precisa criar um modelo seu, autônomo", disse.

Na obra, De Masi destaca a "concepção poética, alegre, sensual e solidária da vida, uma propensão à amizade e à solidariedade, um comportamento aberto à cordialidade". Afirma ainda que os índios já viviam em "ócio criativo", numa síntese de estudo, trabalho e lazer.

Uma resposta a VEJA!

É muita LUZ que até cega!

"Onde está o Brasil  equilibrado, rico em petróleo, educado e viável que só o Governo enxerga?”.
 
VEJA A RESPOSTA DADA AO  ao IBOPE:
Como o(a) sr(a) diria que se sente com relação à vida que vem levando hoje? O(A) sr(a) está

15.5%- em média, estão "MUITO SATISFEITOS"
69,25% em média, estão     "SATISFEITOS"

A essa pergunta a resposta está tão clara, tão clara, com tanta luz, QUE CEGA!

É o pais que 1% da população mundial quer viver - 600 milhões de pessoas.
 É o pais que tirou de 2002 para cá, cerca de 60 milhões de pessoas da linha da miséria.
É o Pais que, hoje, viaja de avião, de bermuda e chinelos de dedos.
É o Pais que vai sediar a Copa, contra a vontade de vocês e de TODA a imprensa.
É o pais que vai sediar as Olimpíadas, tão festejada como a Copa e que vocês denigrem o tempo todo.
É o pais que faz a MAIOR OBRA DE TRANSIÇÃO DE UM RIO, que irá beneficiar cerca de 12 milhões de pessoas e que vocês não dão UMA linha sequer, somente para mostrar atrasos e mazelas, o que acontece em qualquer lugar (agora mesmo a nova obra do World Trade Center atrasou, mas lá pode)
É o pais com uma das maiores empresas de petróleo do mundo, e que vocês desqualificam toda edição. 
É o pais que tem o MAIOR PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA DO MUNDO, copiado até pelo Eden de vocês - os EUA - e que aqui vocês chamam de "bolsa esmola".
É o pais que hoje, registra a menor inflação desde 2009 e que vocês nem noticiam ou colocam nas últimas páginas.
É o pais ao qual vocês devem ODIAR, pois só mostram as mazelas ou quando dizem algo de bom, vem acompanhado de um "mas".
É o pais que tem na rede social, hoje, a maior audiência e que vai acabar desistindo de vocês e de toda a imprensa canalha. Essa vai acabar falando para 1 milhão de pessoas num pais de mais de 200 milhões.
Enfim é um pais feliz, alegre, QUE MELHOR RECEBE O TURISTA NO MUNDO.
Que tem mazelas sim, que sofre com as covardias sim, que se solidariza e vocês chamam de "lavagem de dinheiro, enquanto 500 quilos de cocaína, das elites são tratados com um simples "uso de helicóptero indevidamente".
Vocês JAMAIS verão este pais.
Não querem admitir que um operário, que vocês chamavam de analfabeto, pudesse realizar a mudança que NENHUM REPRESENTANTE DE VOCÊS SEQUER PASSOU PERTO.
Alguém que é reconhecido NO MUNDO INTEIRO E QUE AQUI É PERSEGUIDO TODO DIA POR VOCÊS. E olha que já saiu do governo a 8 anos.
Enfim, esse Brasil vocês jamais vão enxergar.
O Brasil, apesar de vocês, vai continuar com DILMA e crescendo.

VOCÊS DEVIAM IR À MERDA, POIS É DE LÁ QUE O POVO BRASILEIRO, FINALMENTE, ESTÁ SAINDO!

Brasileiro pode ganhar prêmio Nobel de Fisica!

Brasileiro inventor de ‘luz engarrafada’ tem ideia espalhada pelo mundo

by Diario do Centro do Mundo
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Este texto foi originalmente publicado no site da BBC Brasil
Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.
Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve o seu próprio momento de 'eureka' quando encontrou a solução para iluminar a própria casa num dia de corte de energia.
Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro.
Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas utilizando a 'luz engarrafada'.
Mas afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol numa garrafa de dois litros cheia d'água.
"Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor", explica Moser.
Moser protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d'água.
"Você deve prender as garrafas com cola de resina para evitar vazamentos. Mesmo se chover, o telhado nunca vaza, nem uma gota", diz o inventor.
Outro detalhe é que a lâmpada funciona melhor se a tampa for encapada com fita preta.
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Detalhe da fita preta
"Um engenheiro veio e mediu a luz. Isso depende de quão forte é o sol, mas é entre 40 e 60 watts", afirma Moser.
Apagões
A inspiração para a "lâmpada de Moser" veio durante um período de frequentes apagões de energia que o país enfrentou em 2002. "O único lugar que tinha energia eram as fábricas, não as casas das pessoas", relembra.
Moser e seus amigos começaram a imaginar como fariam um sinal de alarme, no caso de uma emergência, caso não tivessem fósforos.
O chefe do inventor sugeriu na época utilizar uma garrafa de plástico cheia de água como lente para refletir a luz do sol em um monte de mato seco e assim provocar fogo.
A ideia ficou na mente de Moser que então começou a experimentar encher garrafas para fazer pequenos círculos de luz refletida.
Não demorou muito para que ele tivesse a ideia da lâmpada.
Quanto gasta de energia?
As lâmpadas feitas com as garrafas plásticas não necessitam de energia para serem produzidas, já que o material pode ser coletado e reaproveitado pelos moradores da própria comunidade.
A 'pegada de carbono' - unidade que mede o quanto de CO2 é dispensado na atmosfera para se produzir algo - de uma lâmpada incandescente é 0,42kg de CO2.
Uma lâmpada de 50 watts, ligada por 14 horas por dia, por um ano, tem 'pegada de carbono' de quase 200kg de CO2.
As lâmpadas de Moser também não emitem CO2 quando 'ligadas'.
"Eu nunca fiz desenho algum da ideia".
"Essa é uma luz divina. Deus deu o sol para todos e luz para todos. Qualquer pessoa que usar essa luz economiza dinheiro. Você não leva choque e essa luz não lhe custa nem um centavo", ressalta Moser.
O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro.
Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.
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"Uma pessoa que eu conheço instalou as lâmpadas em casa e dentro de um mês economizou dinheiro suficiente para comprar itens essenciais para o filho que tinha acabado de nascer. Você pode imaginar?", comemora Moser.
Carmelinda, a esposa de Moser por 35 anos, diz que o marido sempre foi muito bom para fazer coisas em casa, até mesmo para construir camas e mesas de madeira de qualidade.
Mas parece que ela não é a única que admira o marido inventor.
Illac Angelo Diaz, diretor executivo da fundação de caridade MyShelter, nas Filipinas, parece ser outro fã.
A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel.
Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido "quantidades enormes de garrafas".
"Nós enchemos as garrafas com barro para criamos as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazermos as janelas", conta.
"Quando estávamos pensando em mais coisas para o projeto, alguém disse: 'Olha, alguém fez isso no Brasil. Alfredo Moser está colocando garrafas nos telhados'", relembra Diaz.
Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganharem uma pequena renda.
Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas.
As luzes 'engarrafadas' também chegaram a outros 15 países, dentre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.
Diaz disse que atualmente pode-se encontrar as lâmadas de Moser e comunidades vivendo em ilhas remotas. "Eles afirmam que eles viram isso (a lâmpada) na casa do vizinho e gostaram da idéia".
Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, utilizando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas.
Diaz estima que pelo menos um milhão de pessoas irão se beneficiar da ideia até o começo do próximo ano.
"Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre", enfatiza o representante do MyShelter.
"Ganhando ou não o prêmio Nobel, nós queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admiram o que ele está fazendo".
Mas será que Moser imagina que sua invenção ganharia tamanho impacto?
"Eu nunca imaginei isso, não", diz Moser emocionado.
"Me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso".

Em 30 anos, NE tem maior ganho na esperança de vida: 12,95 anos

A região Nordeste, que tinha a esperança de vida ao nascer mais baixa em 1980 (58,25 anos) teve, em 30 anos, um incremento de 12,95 anos nesse indicador, chegando, em 2010, a 71,20 anos, ligeiramente acima da região Norte, que anteriormente estava à sua frente (de 60,75 para 70,76 anos). Essa inversão se deveu principalmente ao aumento de 14,14 anos na esperança de vida das mulheres nordestinas, que foi de 61,27 anos para 75,41, enquanto que a das mulheres da região Norte aumentou 10,62 anos, de 63,74 para 74,36 anos.

Esse é um dos destaques da publicação “Tábuas de Mortalidade por Sexo e Idade – Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação – 2010”, que o IBGE lança hoje (2/8/2013). Ela traz comparações com os indicadores das tábuas de 1980, apresentando um panorama das mudanças nos níveis e padrões de mortalidade no período de 30 anos.
 
Em 2010, entre as unidades da Federação, a menor esperança de vida ao nascer para ambos os sexos foi registrada no Maranhão, 68,69 anos. Em 1980, Alagoas detinha essa posição, com 55,69 anos, mas passou a 69,20 anos em 2010. Essa mudança se deveu principalmente ao aumento de 15,13 anos na expectativa de vida das mulheres alagoanas, que passou de 58,84 para 73,97 anos, enquanto que o Maranhão passou a ter a menor esperança de vida feminina no país, 72,77 anos. Entretanto, Alagoas manteve em 2010 a mais baixa expectativa de vida masculina (64,60 anos), marca que já tinha em 1980 (52,73 anos).

As mulheres alagoanas vivem em média 9,37 anos a mais do que os homens, consequência de ser o estado que apresentou a maior sobremortalidade masculina no grupo de 20 a 24 anos, 7,4 vezes.
Entre as regiões, o Nordeste manteve a maior taxa de mortalidade infantil, apesar de também ter registrado a maior queda entre 1980 (97,1 mortos para cada mil nascidos vivos) e 2010 (23,0‰). A região Sul, que já tinha a menor taxa em 1980 (46.0‰) manteve a posição em 2010, com 10,1‰.
Entre as unidades da Federação, em 2010, a menor taxa de mortalidade infantil estava em Santa Catarina (9,2‰) e a maior, em Alagoas (30,2‰). A maior queda na taxa no período foi registrada na Paraíba, de 117,1‰ para 22,9‰.

A menor taxa de mortalidade na infância (probabilidade de um recém-nascido não completar os cinco anos de idade) também foi observada em Santa Catarina, 11,2 óbitos de menores de cinco anos para mil nascidos vivos, enquanto a maior foi registrada em Alagoas, 33,2‰.
As Tábuas de Mortalidade usam dados dos resultados do Censo Demográfico 2010, das estatísticas de óbitos provenientes do Registro Civil e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde para o ano de 2010. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
Nordeste teve o maior incremento regional na esperança de vida ao nascer
A esperança de vida ao nascer, que em 1980 era de 62,52 anos, passou a 73,76 anos em 2010. O acréscimo de 11,24 anos representa um aumento anual médio de quatro meses e 15 dias. Foi observada uma redução na diferença regional ao longo desses 30 anos. 

O Nordeste, que tinha a esperança de vida mais baixa em 1980 (58,25 anos) teve um incremento de 12,95 anos no período, chegando a 71,20 anos, ligeiramente acima da região Norte, que anteriormente estava à sua frente (de 60,75 para 70,76 anos). Essa inversão se deve principalmente ao aumento de 14,14 anos na esperança de vida das mulheres nordestinas, que passou de 61,27 anos para 75,41, enquanto que a das mulheres da região Norte aumentou 10,62 anos, de 63,74 para 74,36 anos. A esperança de vida masculina no Nordeste (de 55,40 para 67,15 anos) também aumentou mais do que no Norte (de 58,18 para 67,57 anos), com menor evidência do que a feminina (9,39 contra 11,75 anos). 

A região Sul permaneceu em primeiro lugar na esperança ao nascer regional, passando de 66,01 anos em 1980 para 75,84 anos em 2010, um incremento de 9,83 anos (o menor em termos regionais no período). No Sudeste a esperança de vida ao nascer passou de 64,82 para 75,40 anos e, no Centro-Oeste, de 62,85 para 73,64 anos. 

Esperança de vida das alagoanas coloca seu estado à frente do Maranhão em 2010
Entre as unidades da Federação, a menor esperança de vida ao nascer para ambos os sexos em 2010 foi registrada no Maranhão, 68,69 anos. Em 1980, Alagoas detinha essa posição, com 55,69 anos, mas passou a 69,20 anos em 2010. Essa mudança se deveu principalmente ao aumento de 15,13 anos na expectativa de vida das mulheres alagoanas, que passou de 58,84 para 73,97 anos, enquanto que o Maranhão passou a ter a menor esperança de vida feminina no país, 72,77 anos. Entretanto, Alagoas manteve em 2010 a mais baixa expectativa ao nascer masculina (64,60 anos), marca que já tinha em 1980 (52,73 anos).

O maior acréscimo na esperança de vida no período de 30 anos foi registrado no Rio Grande do Norte, 15,85 anos para ambos os sexos, 14,65 para homens e 17,03 para as mulheres.
Já a maior expectativa de vida para ambos os sexos em 1980 era a do Rio Grande do Sul (67,83 anos) e passou a ser de Santa Catarina em 2010 (76,80 anos), estado que também apresentou as maiores esperanças de vida masculina (73,73 anos) e feminina (79,90 anos) em 2010.
Em Alagoas, homens de 20 anos têm 7,4 vezes mais chances de não chegar aos 25 anos do que mulheres

A diferença entre as esperanças de vida ao nascer das mulheres e dos homens foi de 7,17 anos em 2010. Em 1980, essa diferença era de 6,07 anos. A sobremortalidade masculina ficou evidente em todas as faixas etárias em 2010, com pico no grupo de 20 a 24 anos: a probabilidade de um homem de 20 anos não chegar aos 25 era 4,4 vezes maior do que esta mesma probabilidade para a população feminina.

Em 2010, a maior diferença das expectativas de vida ao nascer entre homens e mulheres foi encontrada em Alagoas. As mulheres alagoanas vivem em média 9,37 anos a mais do que os homens, consequência de Alagoas ser o estado que apresentou a maior sobremortalidade masculina no grupo de 20 a 24 anos, 7,4 vezes a mortalidade de mulheres na mesma faixa etária. Em 1980, essa diferença era de 1,7 vez, uma das mais baixas do país. Naquele ano, a maior sobremortalidade masculina nesse grupo etário havia sido foi registada no Rio de Janeiro (3,0 vezes). 

Mortalidade infantil caiu de 69,1‰ em 1980 para 16,7‰ em 2010
Em 1980, ocorriam no Brasil 69,1 óbitos de crianças menores de um ano de idade para cada mil nascidos vivos; chegando a 16,7 óbitos 30 anos depois. Neste período deixaram de morrer 52 crianças menores de um ano de vida para mil nascidos vivos, representando um declínio nos níveis de mortalidade infantil de 75,8%.

Entre os fatores que contribuíram para essa mudança, destacam-se: o aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de domicílios com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo), a diminuição da desnutrição infanto-juvenil e um maior acesso da população aos serviços de saúde, proporcionando uma relativa melhoria na qualidade do atendimento pré-natal e durante os primeiros anos de vida dos nascidos vivos. Também são notáveis as ações diretamente realizadas no intuito de reduzir a mortalidade infantil: campanhas de vacinação em massa, atenção ao pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, entre outras.

Nordeste tem a maior queda na mortalidade infantil, de 97,1‰ para 23,0‰
Entre as regiões, o Nordeste manteve a maior taxa de mortalidade infantil, apesar de também ter registrado a maior queda entre 1980 (97,1‰) e 2010 (23,0‰). A região Sul, que já tinha a menor taxa em 1980 (46,0‰) manteve a posição em 2010, com 10,1‰. Entre os estados, foram observadas grandes variações. Em 2010, a menor taxa de mortalidade infantil era em Santa Catarina (9,2‰) e a maior em Alagoas (30,2‰). A maior queda na taxa no período foi registrada na Paraíba, de 117,1‰ para 22,9‰.

Santa Catarina tem a menor taxa de mortalidade na infância, 11,2‰
O mesmo comportamento da taxa de mortalidade infantil foi observado na mortalidade da infância (de crianças até cinco anos de idade). Em 2010, a taxa de mortalidade na infância foi de 19,4‰, redução de 64,6% em relação a 1980, quando o valor era de 84,0‰.
A menor taxa de mortalidade na infância foi observada em Santa Catarina, 11,2 óbitos de menores de cinco anos para mil nascidos vivos, enquanto a maior foi registrada em Alagoas, 33,2‰. Entre 1980 e 2010, a maior redução foi observada na Paraíba, onde 128,7 crianças menores de cinco anos deixaram de falecer para cada mil nascidos vivos, passando de 155,0‰ para 26,3‰ nesse período de 30 anos.

Comunicação Social
02 de agosto de 2013

Exército agiliza obras no país e as empreiteiras se queixam


Na transposição do São Francisco os trechos a cargo da instituição estão quase concluídos


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A eficiência e a rapidez do Exército na execução de obras de construção e reforma pelo país estão incomodando as empreiteiras, que se queixam de “concorrência desleal” por parte da corporação.


O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, reclamou esta semana da participação do Exército Brasileiro em obras desenvolvidas pelo governo federal. “O setor da construção civil não vê com bons olhos a atuação do Exército em obras como duplicação de estradas e construção de aeroportos. Não há necessidade de os militares assumirem obras desse tipo”, disse. “O Exército é hoje a maior empreiteira do país”, reclama também João Alberto Ribeiro, presidente da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias. Segundo ele, poucas construtoras no país têm hoje uma carteira de projetos como a executada pelos batalhões do Exército. No PAC, há 2.989 quilômetros de rodovias federais sob reparos, em construção ou restauração, com gastos previstos em R$ 2 bilhões. Destes, 745 quilômetros – ou R$ 1,8 bilhão – estão a cargo da corporação. “Isso equivale a 16% do orçamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes neste ano”, disse.


O general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, da Diretoria de Obras de Cooperação (DOC), do Departamento de Engenharia e Construção do Exército (DEC), rebateu as declarações dos representantes das empreiteiras e afirmou que “a atuação dos militares só ocorre quando é bom para o país e para a instituição”. O general declarou que “algumas das obras assumidas pelos militares eram consideradas prioritárias e estavam tendo problemas para serem tocadas pela iniciativa privada”. “A gente não pleiteia obras. Elas são oferecidas e aceitamos quando elas são importantes para o desenvolvimento do país e para nosso treinamento”, destacou. No auge das obras, 12 mil soldados atuaram na construção civil para o governo.


Ele lembra, por exemplo, que havia uma briga no consórcio vencedor da licitação para a duplicação da BR-101 e que as empresas fugiam do início das obras da transposição do São Francisco. A alegação para o retardamento do início das obras era que o canteiro ficava no polígono da maconha. O general conta que o Exército fez um trabalho social na área e que dois hospitais chegaram ser montados na região, para atendimento à população.


Em função de “dificuldades” desse tipo, apresentadas pelas empresas privadas, uma parte expressiva das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão sendo conduzidas pelos militares. Graças a convênios com o governo federal, os militares receberam R$ 2 bilhões nos últimos três anos para executar duplicações de estradas, construção de aeroportos, preparar novos gasodutos e iniciar a transposição do Rio São Francisco. No total seriam 80 obras.


A transposição do São Francisco é o caso mais emblemático. Enquanto os trechos que ficaram sob a responsabilidade do Exército estão quase prontos, a parte que cabe às empresas privadas está atrasada ou paralisada. Tanto assim que em recente visita aos canteiros da obra a presidenta Dilma cobrou melhor desempenho e agilidade. Em Floresta (PE), onde a presidenta esteve, o percentual de execução não passa de 13%. Em outros lugares chega só a 16%. Nos trechos feitos pelo Exército, a obra avançou 3 vezes mais que os das empreiteiras no Eixo Norte (80% está concluída) e 5 vezes mais no Eixo Leste. Por sua vez as empresas privadas estão pedindo mais dinheiro para continuar as obras.


As empresas privadas, algumas delas organizadas em cartéis, depois de retardarem obras importantes para o país, de exigirem reajustes absurdos nos preços, criticam quando o Exército é acionado para garantir as obras prioritárias. Elas alegam uma suposta “concorrência desleal’. Segundo os empreiteiros, a participação expressiva dos militares “inibe o investimento e impede a geração de empregos”.


Para o general Fraxe, “as obras ajudam a formar um contingente de 2.000 a 2.500 rapazes que passam pelo serviço militar obrigatório e que voltam para a sociedade com um ofício, quando são utilizados pela Engenharia dos militares”. Ele diz que também são geradas novas tecnologias: “No fim do ano passado fizemos um boletim técnico que cedemos à Associação Brasileira de Pavimentação sobre novas técnicas na construção de pistas de concreto, que ficaram com qualidade das alemãs”, informou.


Ele diz que o assédio aos cerca de 600 engenheiros do Exército prova que a qualidade do trabalho é reconhecida. Entretanto, ele diz que não há uma debandada generalizada. Ele minimiza o medo das construtoras. “O Exército não é um construtor. Quem pensa que vamos concorrer com as empresas está equivocado. Só atuamos para treinar nosso pessoal”, disse o general, que afirma que contrata empresas privadas para a construção de pontes e viadutos.


Os militares também fizeram obras para estatais - como as clareiras na selva para a construção do gasoduto Coari-Manaus, e para outros níveis de governo, como a atual construção do Caminho da Neve, estrada que Santa Catarina quer abrir para unir Gramado (RS) a São Joaquim (SC), favorecendo o turismo de inverno.


Estima-se que, ao serem concluídas, as obras entregues ao Exército terão um custo até 20% menor para os cofres públicos. “A corporação não pode lucrar com os serviços que presta”. Como emprega os próprios oficiais e soldados, já remunerados pelo soldo, o custo da mão de obra deixa de ser um componente do preço final da empreitada. Por tudo isso, o Exército está desempenhando um papel fundamental na infraestrutura necessária para o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Deu no PIG! Não há mais pulsos a cortar!

O sociólogo italiano Domenico De Masi, durante entrevista em São Paulo
O sociólogo italiano Domenico De Masi, durante entrevista em São Paulo

Brasil é o melhor dos mundos existentes, diz sociólogo Domenico De Masi

MORRIS KACHANI

Para o sociólogo italiano Domenico De Masi, "o Brasil não é o melhor dos mundos possíveis, mas é o melhor dos mundos existentes".

De Masi será sabatinado no dia 19 em São Paulo

"Depois de copiar o modelo europeu por 450 anos e o modelo americano por 50, agora que ambos estão em crise e ainda não há um novo para substituí-lo, chegou a hora de o Brasil propor um modelo para o mundo", diz De Masi. 

De Masi desembarca no país para participar da primeira edição do "Refletir Brasil - Diálogo com a Brasilidade", em Paraty, de 20 a 22 de março. O evento reunirá intelectuais e lideranças em mesas temáticas sobre cultura, educação, economia, criatividade e sustentabilidade.
 
Professor da universidade romana de La Sapienza, De Masi, hoje aos 75 anos, se tornou internacionalmente conhecido em 2000, com o lançamento de "O Ócio Criativo". 

Na obra, o autor defende a redução das jornadas de trabalho e a flexibilização do tempo livre, em um contexto mais adequado à globalização e à sociedade pós-industrial. 

Desde então, tem se dedicado à análise da organização da cultura de trabalho criativo na vida contemporânea e a estudos comparativos sobre a herança de diferentes modelos de vida no mundo --do indiano, chinês ou japonês, ao muçulmano, judaico, católico ou protestante.
Leia abaixo trechos da entrevista concedida à Folha

BRASIL

O Brasil ainda hoje é menos conhecido e valorizado do que merece. O Brasil é quase tão grande como a China, mas é uma democracia. O Brasil é quase três vezes maior que a Índia, tem quase o mesmo número de etnias e de religiões, mas vive em paz interna e em paz com os países limítrofes. O Brasil é quatro vezes maior que a zona do Euro, mas tem um único governo e fala uma única língua. O Brasil é o país onde há mais católicos, mas onde a população vive da forma mais pagã. O Brasil é o único país no mundo onde a cultura ainda mantém características de solidariedade, sensualidade, alegria e receptividade. 

DESAFIOS

A força de um país não está apenas no seu crescimento econômico, mas principalmente na sua capacidade de distribuir igualmente a riqueza, o trabalho, o poder, o saber, as oportunidades e as proteções. Os desafios aqui são o analfabetismo, a violência e a desigualdade. É realizar esta redistribuição mais igualitariamente em comparação a outros países e manter a melhor relação entre economia e felicidade. 

ITÁLIA

A Itália, depois de ter durante dois mil anos elaborado, praticado e oferecido um modelo clássico, renascentista, barroco, agora está cansada e não consegue projetar o futuro. A decadência é autodestrutiva. Depois de ter tentado se suicidar com Mussolini, agora a Itália vivencia um suicídio cômico com Berlusconi e Grillo.

EUROPA

Não acredito de modo nenhum que a Europa --e principalmente o pensamento europeu-- tenham perdido importância no cenário intelectual e, muito menos, econômico. A zona do Euro tem uma renda média per capita de US$ 36.600 [o Brasil é de US$ 10.700]. Na Europa há os países escandinavos com os melhores "welfare" [bem-estar social] do mundo; tem Luxemburgo, Suíça e Alemanha, com os maiores PIBs per capita; a Itália e a Alemanha com maior esperança média de vida. 

A Europa é o continente mais escolarizado e com melhores pesquisas científicas. A zona do euro está em primeiro lugar no comércio internacional, no rendimento de serviços, nas reservas auríferas e financeiras, tem um quarto de todo o comércio internacional. 

Dos dez países no mundo com o índice mais alto de democracia, sete são europeus; daqueles com maior criatividade econômica, cinco são europeus; com o mais alto índice de capacidade tecnológica, oito são europeus; com mais turistas estrangeiros, cinco são europeus; com a maior extensão de banda larga, sete são europeus; com os museus mais frequentados, seis são europeus. 

Na Europa cada país tem seu clima, seu modelo de vida, sua cultura. Mas a moeda é única, os cidadãos e as mercadorias podem viajar livremente de um país ao outro. Tudo justifica a hipótese de que em 2020 a Europa dos 27 será o maior bloco econômico do mundo, com a melhor qualidade de vida.

FUTURO

Daqui a dez anos a população mundial será um bilhão maior do que a de hoje. Um cidadão em cada três terá mais de 60 anos. Informática, engenharia genética e nanotecnologias serão os setores tecnológicos mais importantes. Poderemos levar no bolso todas as músicas, os filmes, os livros, a arte e a cultura do mundo. O PIB per capita no mundo será de US$ 15.000 --contra os atuais US$ 8.000. 

Tele-aprenderemos, tele-trabalharemos, tele-amaremos e tele-divertiremo-nos. O trabalho ocupará apenas um décimo de toda a vida dos trabalhadores. As mulheres estarão no centro do sistema social. O mundo será mais rico, mas continuará desigual. A estética dos objetos e a cortesia nos serviços interessarão mais do que sua evidente perfeição técnica. A homologação global prevalecerá sobre a identidade local. 

EXEMPLOS

Há iniciativas empresariais e governamentais atuais na América Latina que considero exemplares e dialogam com o futuro. Como o projeto Abreu na Venezuela (de educação e formação musical da população), as escolas primárias para crianças pobres em Foz de Iguaçu e a Escola Bolshoi de dança em Joinville.

TEORIA...

Hoje, a força de trabalho é composta apenas por um terço de operários, outro terço de trabalhadores intelectuais em funções executivas (bancário, recepcionista etc.) e um último terço de funcionários com atividades criativas (jornalista, profissional liberal, cientista etc.). 

Se o trabalho for repetitivo, cansativo, chato, de subordinação, reduz-se a uma escravidão, a uma tortura, a um castigo bíblico. Nesse caso, a única defesa consiste em trabalhar o menos possível, pelo menor número de anos possível. 

Mas se, em vez disso, for uma atividade intelectual e criativa --que corresponde à nossa vocação e ao nosso profissionalismo--, então ocupa toda nossa inteligência e satisfaz nossas necessidades de auto-realização. Nesse caso confunde-se o trabalho com o estudo e com o lazer, transformando o trabalho em ócio criativo. 

Na vida pós-industrial, organizada para produzir principalmente ideias, não existe trabalho e não existe horário. Existe apenas ócio criativo, que dura 24 horas, mesmo quando se dorme e se produz ideias sonhando.

...E PRÁTICA

As empresas ainda não se deram conta deste novo momento global. A oferta de trabalho diminui e a procura por trabalho cresce, mas as empresas não reduzem a carga horária. Poderíamos trabalhar todos e pouco, mas alguns trabalham dez horas por dia enquanto seus filhos estão desempregados. 

As tecnologias da informação possibilitam o teletrabalho, mas todos continuam a trabalhar nas empresas. A produção de ideias precisa de autonomia e de liberdade, mas as empresas tornam-se cada vez mais burocráticas. As distâncias culturais entre os chefes e os funcionários diminuem, mas as das faixas salariais aumentam. As empresas pregam colaboração, mas estimulam competitividade.
Tradução: CARLA M. C. RENARD

Tem que abater o LULA e a DILMA

Entre 150 países, Brasil tem o maior ganho de bem-estar nos últimos 5 anos
by bloglimpinhoecheiroso
Via Valor Econômico e lido no Vermelho
O Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico alcançado nos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar da população. Se o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu a um ritmo médio anual de 5,1% entre 2006 e 2011, os ganhos sociais obtidos no período são equivalentes aos de um país que tivesse registrado expansão anual de 13% da economia.
A conclusão é de levantamento feito pela empresa internacional de consultoria Boston Consulting Group (BCG), que comparou indicadores econômicos e sociais de 150 países e criou o Índice de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Seda, na sigla em inglês), com base em 51 indicadores coletados em diversas fontes, como Banco Mundial, FMI, ONU e OCDE.
O desempenho brasileiro nos últimos anos em relação à melhoria da qualidade de vida da população é devido principalmente à distribuição de renda. “O Brasil diminuiu consideravelmente as diferenças de rendimento entre ricos e pobres na década passada, o que permitiu reduzir a pobreza extrema pela metade. Ao mesmo tempo, o número de crianças na escola subiu de 90% para 97% desde os anos 1990”, diz o texto do relatório “Da riqueza para o bem-estar”, que será oficialmente divulgado hoje. O estudo também faz referência ao programa Bolsa-Família, destacando que a ajuda do governo às famílias pobres está ligada à permanência da criança na escola.
Nessa comparação de progressos recentes alcançados, o Brasil lidera o índice com 100 pontos, pontuação atribuída ao país que melhor se saiu nesse critério de avaliação. Aparecem a seguir Angola (98), Albânia (97,9), Camboja (97,5) e Uruguai (96,9). A Argentina ficou na 26ª colocação, com 80,4 pontos. Chile (48º) e México (127º) ficaram ainda mais atrás.
Foram usados dados disponíveis para todos os 150 países e que fossem capazes de traçar um panorama abrangente de dez diferentes áreas: renda, estabilidade econômica, emprego, distribuição de renda, sociedade civil, governança (estabilidade política, liberdade de expressão, direito de propriedade, baixo nível de corrupção, entre outros itens), educação, saúde, ambiente e infraestrutura.
O ranking-base gerou a elaboração de mais três indicadores, para permitir a comparação do desempenho, efetivo ou potencial, dos países em momentos diferentes: 1) atual nível socioeconômico do país; 2) progressos feitos nos últimos cinco anos; e 3) sustentabilidade no longo prazo das melhorias atingidas.
Como seria de se esperar, os países mais ricos estão entre os que pontuam mais alto no ranking que mostra o estágio atual de desenvolvimento. Nessa base de comparação, que dá conta do “estoque de bem-estar” existente, a lista é liderada por Suíça e Noruega, com 100 pontos, e inclui Austrália, Nova Zelândia, Canadá, EUA e Cingapura. Aí o Brasil aparece em posição intermediária, com 47,8 pontos.
Para Christian Orglmeister, diretor do escritório do BCG em São Paulo, o desempenho alcançado pelo Brasil é elogiável, mas deve ser visto com cautela. “Quando se parte de uma base mais baixa, é mais fácil registrar progresso. O Brasil está muito melhor do que há cinco anos em várias áreas, até mesmo em infraestrutura, mas é preciso ainda avançar muito mais.”
Entre os países que ocupam os primeiros lugares nesse ranking de melhoria relativa dos padrões de vida da população nos últimos cinco anos, a renda per capita anual é muito diversificada, indo desde menos de US$1 mil em alguns países da África até os US$80 mil verificados na Suíça. Além do Brasil, mais dois países sul-americanos – Peru e Uruguai – aparecem na lista dos 20 primeiros. Também estão nela três países africanos que em décadas passadas estiveram envolvidos em guerras civis – Angola, Etiópia e Ruanda – e que nos anos recentes mostram fortes ganhos em relação ao padrão de vida. Da Ásia, aparecem na relação Camboja, Indonésia e Vietnã.
Nova Zelândia e Polônia também integram esse grupo. O crescimento médio do PIB neozelandês foi de 1,5%, mas a melhora do bem-estar foi semelhante à de uma economia que estivesse crescendo 6% ao ano. Na Polônia e na Indonésia, que atingiram crescimento médio do PIB de 6,5% ano, o padrão de vida teve elevação digna de uma economia em expansão de 11%.
O estudo também compara o desempenho recente dos Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – na geração de mais bem-estar para os cidadãos. Se em relação à expansão da economia, o Brasil ficou atrás dos seus parceiros entre 2006 e 2011, o país superou a média obtida pelo bloco em áreas como ambiente, governança, renda, distribuição de renda, emprego e infraestrutura, diz Orglmeister. China, Rússia, Índia e África do Sul aparecem apenas em 55º, 77º, 78º e 130º, respectivamente, nessa base de comparação, que é liderada pelo Brasil.
O desafio brasileiro, agora, é manter esse ritmo no futuro, afirma o diretor do BCG. “O Brasil precisa avançar em quatro áreas principalmente”, diz. “Na melhora da qualidade da educação, na infraestrutura, na flexibilização do mercado de trabalho e nas dificuldades burocráticas que ainda existem para fazer negócios no país.”
Para Douglas Beal, um dos autores do trabalho e diretor do escritório do BCG em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, embora os indicadores reunidos para produzir o Seda pudessem ser utilizados para produzir um novo índice, esse não é o objetivo do levantamento. “A meta é criar uma ferramenta de benchmarking, que possa fornecer um quadro amplo. com base no qual os governos possam agir.”
Leia a íntegra do relatório em www.cbg.com.