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100 mil exigem mudança nos rumos da política, mas sem golpe à Democracia
CUT e movimentos criticam visão do governo sobre economia e defendem direitos dos trabalhadores
Roberto Parizotti
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, defendeu para 100 mil
manifestantes - apenas na capital de São Paulo -, na tarde desta
sexta-feira (13), a revisão da política econômica em vigor e informou
que a Central apresentará uma proposta alternativa que não onere os
trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.
“Ajuste fiscal e não investimento no mercado interno. Outros países do
mundo adotaram essa receita e os trabalhadores perderam seus empregos.
Nós temos uma classe trabalhadora organizada e classe empresarial
bastante forte, se nós tivermos condição de fazer uma política econômica
voltada para o crescimento, será bom para todo mundo”, destaca Vagner.
“E essa turma que está aqui apresentará uma proposta de política
econômica para o Brasil que leve em consideração o fortalecimento e o
crescimento do Estado”, destaca.
Ajuste fiscal e não investimento no mercado interno. Outros países do mundo adotaram essa receita e os trabalhadores perderam seus empregos. Nós temos uma classe trabalhadora organizada e classe empresarial bastante forte, se nós tivermos condição de fazer uma política econômica voltada para o crescimento, será bom para todo mundoVagner Freitas, presidente da CUT
Vagner defendeu fortemente os quatro eixos da manifestação dos
movimentos sociais – Democracia, Direitos, Reforma Política e Petrobrás -
e frisou que luta pela Democracia é também uma luta contra
intolerância. Na manifestação desta sexta, era possível ver a
pluralidade de grupos sociais presentes, que incluía mulheres, homens,
crianças, indígenas, negros, brancos, população LGBT, camponeses e
movimentos urbanos, entre outros.
A CUT não participará dos atos de domingo (15) e as entidades que
organizaram o ato desta sexta apresentarão uma plataforma política de
reivindicações para a presidenta Dilma Rousseff.
Defender a Petrobrás é defender o Brasil
João Antonio de Moraes, diretor da
Federação Única dos Petroleiros (FUP) lembra que a Petrobrás é
fundamental para a economia brasileira e que os casos de corrupção não
podem ser distorcidos e usados como forma de inviabilizar a estatal e
entregá-la para multinacionais.
“São cerca de 1,5 milhão de empregos que giram em torno da indústria de
petróleo. Entregar o pré-sal é um crime. O povo não permitirá que isso
aconteça. Para nós, está muito claro que, quem cometeu coisa errada, se
comprovado, seja punido. Mas paralisar as empresas, principalmente a
Petrobrás, é um crime contra o povo brasileiro. E não permitiremos”,
ressalta o diretor.
O discurso de contraposição às tentativas de enfraquecer a Petrobrás
também é forte na fala de Cibele Vieira, coordenadora geral do
Sindipetro Unificado SP. “Querem colocar o ônus que a burguesia tá
criando para a classe trabalhadora e não permitiremos isso”, afirma.
“Este não é o único ato. Querem entregar o que restou da Petrobrás para
a iniciativa privada, principalmente internacional.” , afirma Adi dos
Santos Lima, presidente da CUT-SP. “Esse ato é para dizer aos que querem
vender a Petrobrás que devem desistir”.
Funcionalismo público
Mais de 10 mil professores ligados ao Sindicato dos Professores do
Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), aprovaram em assembleia
uma greve por tempo indeterminado, a começar nesta segunda-feira (16),
com pautas como valorização salarial, contratação de concursados e plano
de cargos e salários.
A presidenta da Apeoesp,
Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, lembrou que o governador de São
Paulo , Geraldo Alckmin, é inimigo da Educação.
“O governo estadual já fechou mais de 3 mil salas de aula nos últimos
dois anos. Se inviabilizarem a Petrobrás, a situação só piora. Os
professores e professoras precisam ter claro que defender a Petrobrás é
uma luta por Democracia e deve ser encampada por toda a CUT”, destacou.
Reunidos em frente à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo,
centenas de trabalhadores e trabalhadoras da saúde também aprovaram por
unanimidade a pauta da Campanha Salarial 2O15.
Os trabalhadores vão
protocolar a pauta de reivindicações e reivindicar um espaço de
negociação. Caso o governo não abra negociações, a categoria vai
discutir a possibilidade de uma greve.
O governador Geraldo Alckmin, do PSDB (que comanda o Estado há mais de
2O anos) anunciou que não haverá aumento para o funcionalismo este ano.
Enquanto isso, aprova um decreto que determina aumento real de 18% para
todo seu secretariado.
Após a assembleia geral, que terminou por volta das 14h45, os
trabalhadores caminharam em direção à Avenida Paulista e se juntaram ao
restante da militância que participa do Dia Nacional de Luta.
"Este será apenas o início das mobilizações. Não aceitaremos que grupos
da elite e da direita utilizem o processo de investigação sobre a
corrupção na Petrobrás para justificar uma campanha contra o governo,
buscando um terceiro turno", assinalou Gervásio Foganholi, presidente do
Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde de São Paulo
(Sindsaúde/SP).
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