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A crítica que o PSTU fez dos black blocs

O único partido brasileiro a ter um posicionamento claro a respeito dos jovens mascarados.

black bloc

Desde que surgiram nas manifestações com suas roupas e máscaras pretas, os black blocs foram criticados e incensados. Os partidos, no entanto, procurando pegar uma carona nos protestos, não se manifestaram oficialmente sobre as táticas controversas do grupo.

Houve uma exceção: o PSTU.

Veio dali o único posicionamento claro de um partido a respeito dos BBs. No jornal “Opinião Socialista”, um bom artigo fez uma crítica dos jovens mascarados que andam causando pelo Brasil.
Diz o texto:

Os black blocs defendem a “propaganda pela ação”. Ou seja, defendem a utilização do método das depredações das fachadas de bancos, empresas, lojas de grifes e tudo o que simboliza o capitalismo porque, assim, estariam enfraquecendo o sistema. 

Nós, do PSTU, não temos nenhum apreço por essas instituições. Muito pelo contrário. Mas, consideramos que esses métodos não enfraquecem os grandes empresários. Ao contrário, lhes dão um argumento para jogar a opinião pública – e muitos trabalhadores – contra as manifestações e, assim, preparar a repressão. Sua “ação direta” é típica de setores de vanguarda, descolados das massas, que terminam por fazer o jogo da direita, justificando a repressão. 
Os black blocs afirmam que fazem o que fazem para reagir à opressão policial cotidiana. Eles depredam, digamos, uma agência do Itaú. A PM reage como a PM. Eles apanham. No protesto seguinte, eles quebram mais algum símbolo do capitalismo. A PM reage. Eles apanham de novo. E la nave va. Até tudo terminar no Facebook.

Nas grandes mobilizações, houve momentos em que milhares de pessoas se defenderam como puderam dos ataques violentos da polícia. Naturalmente, acreditamos que essas atitudes foram totalmente legítimas.

Os “Black Blocs”, porém, têm uma ação distinta. Entram nas passeatas e, sem que tenha havido qualquer deliberação por parte dos manifestantes ou dos grupos que organizaram o protesto, atacam de forma provocativa a polícia, que reage, sistematicamente, reprimindo e muitas vezes acabando com as mobilizações. 

Agem como provocadores da repressão policial, tendo sido responsáveis, muitas vezes, por acabar com várias passeatas. Foi o que aconteceu no Rio de Janeiro, nas últimas manifestações pelo “Fora Cabral”. Esses grupos são apenas “radicais” na metodologia. Não têm um programa revolucionário. 

Qual é o programa defendido pelos “Black Blocs”?  Isso não é respondido por nenhum dos portais ou comunidades nos quais eles estão agrupados.  Isso só pode ser explicado por um desprezo a qualquer programa, como se bastasse quebrar uma loja para derrotar o capital.

Os “Black Blocs”, evidentemente, não defendem a revolução socialista. Muitos de seus integrantes reivindicam o anarquismo, mas na verdade param na radicalização da democracia como horizonte político. Ou seja, no programa acabam sendo  moderados.

Não somos, nem nunca fomos pacifistas. Mas é a violência das massas, e não de um pequeno grupo, que poderá fazer a revolução. As ações desses pequenos grupos facilitam a repressão da polícia contra as massas nas passeatas.

É preciso deixar claro a inconsistência no programa e na ação desses grupos que, na verdade, são reformistas e radicais apenas na ação. Existem muitos ativistas sérios que se deixaram atrair pelos “Black Blocs” e já começaram a ver os problemas. Agora, é necessário que reflitam sobre isto.

Provavelmente ninguém vai refletir muito. A página dos black blocs de São Paulo postou uma resposta falando em “horizontalidade”. Embaixo do post, um dos comentários falava o seguinte: “Fora do Eixo não dá”.
Kiko Nogueira
Diário do Centro do Mundo

Vale a pena ouvir Geraldo Vandré!


O casamento de Dona Baratinha

JACOB BARATA PASSA MAL DEPOIS DO CASAMENTO DE NETA E VIAJA PARA SE TRATAR

 
Beatriz Barata, a neta!

De Hildegard Angel
A saúde do empresário Jacob Barata não reagiu bem às fortes emoções provocadas pelo casamento de sua neta, Beatriz, ontem, e da recepção, que se estendeu pela madrugada de hoje. Ele embarcou hoje para Cleveland, nos Estados Unidos, padecendo de fortes dores na coluna. Cleveland é um grande centro de excelência no tratamento de doenças cardíacas.

O casamento de Beatriz, conforme relatei aqui, foi motivo de grandes manifestações de protesto e forte comoção, que se estenderam por toda esta madrugada de 14 de Julho, culminando com a ação de dois batalhões do BOPE, com bombas de gás lacrimogênio atiradas contra a multidão, gás de pimenta e balas de borracha.

Os convidados ficaram confinados dentro do Copacabana Palace durante horas, sem conseguir se retirar, com todas as quatro saídas do hotel bloqueadas pelos manifestantes, que gritavam bordões contra Barata e o governo do Estado. Assim como contra os próprios noivos.

Os manifestantes eram muito jovens e aparentando ser da classe média da Zona Sul. Bem como eram jovens os convidados que reagiram, atirando da sacada bolinhos de bem-casados e aviõezinhos de notas de R$ 20 sobre os manifestantes. 

Um deles atirou um cinzeiro que feriu um manifestante, obrigando-o a ser atendido em hospital e levar seis pontos na cabeça. (Um convidado, Francisco Feitosa, filho do ex-deputado federal pelo Ceará Chiquinho Feitosa, teria atirado um cinzeiro no grupo de manifestantes.)
Foi um casamento lindíssimo, como raramente acontece:

Vão se "FIFAR"

Minhas manifestações

ALDIR BLANC
O Galo da Madrugada coloca 2 milhões de pessoas nas ruas de Recife. 

O Bola Preta, quase isso na Rio Branco. Somos, na Brasunda, uns 200 milhões de vândalos. 

As manifestações ejetaram 2 milhões de cidadãos nas avenidas e espelhos d’água. Portanto, é exagero clamar que o Gigante acordou. 

1% da população botando a boca no trombone não chega a ser um gigante dando ataque. 

O comatoso bocejou, bateu pestanas e remexeu os dedos dos pés. Talvez tenha soltado um pum, já que ocorreram olorosas emanações de gás. Rolou o propalado carná em junho.

Quero ver o bicho que vai dar quando o Gigante desferir socos e pontapés, cataflaus na Granja do Torto e à direita, exigindo o cumprimento das promessas de reforma agrária, melhor distribuição de renda, prisão dos mamalufs e horrorizes. 

É claro que a “base de sustentação” corrupta, os mesmos que trabalharam 20 anos em uma tarde, metendo o dedinho no buraco do... do... dique, minou a autoridade do governo. 

Ninguém compraria um velho Simca Chambord na mão do presidente do Senado, um adúltero hipócrita que considera amantes bonitas “calvários”.

Evidente que a educação pífia, a saúde com desgraçados morrendo nos corredores de hospitais em ruínas, transportes que são um atentado ao pudor e à vida, vale cultura de 50 paus por zé-mané, ministérios nas mãos de incompetentes devido a conchavos e aparelhamentos contribuíram para a crise. 

Protestem — mas aproveitem para ler um pouquinho de História. Caminhoneiros bloqueando estradas por ordem de patrões cheira a Salvador Allende. 

As mesmas redes sociais que agendam reuniões dos protestantes apoiam a intervenção criminosa das 7.812 (milhar do burro) agências de segurança norte-americanas, lideradas pelo Bananobama, o Bush Negro. Já não se faz Mandela como antigamente.
Peçam nas ruas o julgamento de torturadores, crime que não prescreve. Eles estão nas bocas, esperando a hora do bote, babando para retomar as rédeas, esporas, chibatas... 

Ainda sobre gugols e feices: singela Marina, você tem todo o direito de formar um partido novo, mas não use a sigla REDE, com o óbvio apelo demagógico junto aos jovens, uma tacada oportunista não condizente com seu passado. 

Se preferir escancarar, vá logo de WEB (We Enforce Bullshitt).

Se eu tivesse que usar meu velho pincel para escrever um cartaz, tascaria: VÃO SE FIFAR! Por que essa entidade apodrecida acha que pode proibir nomes de nossos estádios (arena era partido pró-ditadura)? Vetar Mané Garrincha? 

Não permitir bumbos e tamborins e ainda avacalhar nosso hino, que o povo continua cantando? Vão se fifar! 

 Não vejo a hora de invadir o consultório do melhor pediatra do mundo, Dr. Roberto Aires, e pedir que ele cante “Urso fofinho”, enquanto passa vick vaporub no que já foi meu peito, hoje um tanto seios... 

Eike está quebrado, mas sempre terá o Maracanã. Deve passar as próximas férias bolando novas atochadas, em Rabat. 

O avião da FAB já está de prontidão.
Aldir Blanc é compositor

RESTAURAÇÃO EM MARCHA: 'A RUA JÁ DEU O QUE TINHA QUE DAR'


Dos partidos da oposição, o único que aceitou o convite da Presidenta Dilma para  conversar sobre o Brasil e a reforma política foi o PSOL. 
Demotucanos e assemelhados declinaram. Alegam não ter sobre o que conversar. 
Faz sentido. Ouvir as ruas é tudo o que o credo neoliberal entende que não deva ser feito nessa hora; em qualquer hora. 
A democracia para esse sistema auditivo é um ornamento. O oposto do que pensa a tradição socialista: a democracia cresce justamente quando escapa aos limites liberais e se impõe como força normativa  aos mercados. Volatilidade é uma prerrogativa dos capitais, replica a visão conservadora.  
À política cabe a tarefa de calcificar o poder. Editoriais de O Globo, Estadão e Veja, ademais de centuriões da mesma extração, uivam a rejeição à proposta de plebiscito, que Dilma envia ao Congresso nesta 3ª feira. O que lhes interessava obter das ruas,  as ruas já deram. O Datafolha, no calor da Paulista, sentenciou a chance de um 2º turno em 2014. 
O  ‘não' ao convite de Dilma encerra a solidez de uma coerência histórica. 
A contrapartida cabe à esquerda. A sorte do país e o destino de sua democracia dependem, em grande parte, dos desdobramentos concretos que o diálogo simbólico entre Dilma e o PSOL  tiverem na unificação da agenda progressista brasileira. 
Não apenas para a reforma política, mas para democratizar o crucial debate sobre o passo seguinte do desenvolvimento.
Do Carta Maior

Movimento sueco luta há mais de uma década por transporte público gratuito

Grupo anarcosindicalista Planka usa dinheiro de sócios para pagar multas de quem usa transporte público sem pagar tarifa


“Para quem são construídas as cidades?”. É com esta simples pergunta que os membros do grupo Planka têm promovido a discussão da mobilidade urbana no mundo há mais de uma década. O movimento foi fundado em 2001 pela SUF (Federação da Juventude Anarcosindicalista da Suécia, na sigla em sueco), em resposta ao aumento da passagem do transporte público de Estocolmo, a capital do país.

O grupo defende que o custo da utilização do transporte público deveria estar embutido nos impostos pagos pelos cidadãos, de acordo com a sua renda, em vez de um valor fixo para todos. “As passagens deveriam ser como as calçadas – pagas por todos e de uso gratuito”, diz a página web do grupo.

“Nós queríamos fazer alguma coisa concreta que fosse além da pura dissidência”, explica a Opera Mundi Christian Tengblad, um dos membros do coletivo. “Nestes anos de atuação, conseguimos que muitas pessoas economizassem com transporte e forçamos um debate em torno das tarifas e da mobilidade no espaço público”.

Divulgação

Planka faz parte de um grupo internacional com mais de 50 organizações que defendem o passe livre


O Planka atua defendendo o não pagamento das passagens no transporte público, saltando as catracas ou simplesmente embarcando nos ônibus e bondes sem pagar. Caso apareça um controlador, a multa é paga pelo movimento se a pessoa multada for um membro do grupo. Para se associar, paga-se uma mensalidade de 100 coroas suecas (R$ 33), que financia todas as atividades do Planka.

As mídias sociais e os smartphones também estão sendo usados em prol da causa. Um grupo no Facebook, com mais de 20 mil membros, informa em tempo real a localização dos biljettinspektör (inspetores de passagem), evitando assim que passageiros sem ticket sejam multados. A multa por viajar sem passagem ultrapassa os 400 reais.

Divulgação
A estratégia é controversa, mas os líderes do movimento explicam que esta é uma maneira de chamar a atenção para as suas demandas. Além do não-pagamento dos bilhetes, o grupo conta com o apoio de lobistas profissionais e da militância de esquerda para pressionar o debate do passe livre.

[Cartaz do grupo Planka]

“Fomos muitas vezes levados para a polícia e políticos do partido de direita Moderatema tentaram abafar os nossos debates. O lobby das empresas de transporte também tentou nos silenciar”, conta Christian.

E a atuação do grupo não se resume ao preço da passagem ou à defesa do passe livre. A crescente dependência do automóvel e a consciência ecológica fazem parte da agenda. A construção de estradas no interior da Suécia e nos subúrbios de Estocolmo também é alvo frequente dos ativistas do Planka.

Há alguns anos, a empresa sueca de transportes anunciou que instalaria controles mais modernos para tentar evitar o não-pagamento de passagem. O grupo fez um vídeo explicativo mostrando o exemplo da cidade francesa de Lyon, onde o sistema foi aplicado e era facilmente burlado. “O mais importante é não ficar somente no campo da utopia. Mostramos com números que o custo de um transporte privado é maior do que se fosse financiado pelos nossos impostos. E que qualquer tentativa de aumentar o controle vai ser em vão”, explica o representante do movimento sueco.

O grupo elabora também relatórios e livros, tendo se transformado em um think tank escandinavo no assunto da mobilidade urbana. “Sabemos o que está acontecendo no Brasil e inclusive já falamos sobre o Movimento Passe Livre na nossa página-web. Trabalhamos em cooperação com outros grupos, inclusive o brasileiro”, conta Petter Slaatrem Titland, da filial em Oslo, na Noruega.

O Planka faz parte de uma rede internacional chamada Free Public Transports (Transporte Público Gratuito), que conta com quase 50 organizações em mais de 20 países. No Brasil, quatro grupos fazem parte da rede – Transporte Gratuito para Todos, TarifaZero.org, Movimento Passe Livre e Grupo Transporte Humano.

“Nossa maior conquista é criar uma problemática, uma discussão. É trazer temas globais para o debate local. Uma das nossas vitórias é trazer para a esfera pública a questão das classes”, conta Petter. “Além da discussão do transporte público financiado pelos impostos, o movimento politizou um assunto que até então era encarado como um problema de segurança – o não pagamento das passagens no transporte”.

Segundo Christian Tengblad, os melhores exemplos de transporte público hoje em dia são a cidade de Hasselt, na Bélgica, Avesta, na Suécia e Tallinn, na Estônia. “Mas ainda é pouco. Queremos incentivar a discussão do transporte urbano em todo o mundo”, conclui.

Comportamento de “coxinhas” paulistanos é tema de análise sociológica


by bloglimpinhoecheiroso
Tarifa_Onibus21_Coxinhas
Manifestação coxinha.
(co.xi.nha) Bras. Cul.
sf.
1. Coxa de galinha, que se usa ger. na preparação de canjas e sopas, ou como parte do frango à passarinho.
sf.

2. Salgadinho empanado e frito em forma de coxa de galinha, com uma porção de sua carne envoltos em massa de farinha de trigo [F.: coxa + –inha.]

As manifestações que se proliferam Brasil afora deixaram, em São Paulo, marcas muito maiores do que a vitória do Movimento Passe Livre, que conseguiu reduzir em R$0,20 o preço da passagem nos transportes públicos. Incluiu mais um significado à palavra “coxinha” e ao verbo “coxinhar” para, no futuro, ser sintetizada nos dicionários.

Por agora, no calor dos pneus em chamas, entre balas de borracha e gás de pimenta, o cientista social Leonardo Rossatto e o professor de Português Michel Montanha, de Santo André, no ABC paulista, redatores do blog Aleatório, Eventual & Livre, fazem uma “análise sociológica” do significado do termo, aplicado à definição de quem integra “um grupo social específico, que compartilha determinados valores”, segundo o texto.

Leia-o, adiante, na íntegra:

O coxinha, uma análise sociológica

Um fenômeno se espalha com rapidez pela megalópole paulistana: os “coxinhas”. É um fenômeno grandioso, que proporciona uma infindável discussão. A relevância do mesmo já faz com que linguistas famosos se esforcem em entender a dinâmica do dialeto usado por esse grupo, inclusive.

Afinal, quem são os coxinhas, o que eles querem, como esse fenômeno se originou? O que eles são?
“Coxinha”, sociologicamente falando, é um grupo social específico, que compartilha determinados valores. Dentre eles está o individualismo exacerbado e dezenas de coisas que derivam disso: a necessidade de diferenciação em relação ao restante da sociedade, a forte priorização da segurança em sua vida cotidiana, como elemento de “não mistura” com o restante da sociedade, aliadas com uma forte necessidade parecer engraçado ou bom moço.

Os coxinhas, basicamente, são pessoas que querem ostentar um status superior, com códigos próprios. Até algum tempo atrás, eles não tinham essa necessidade de diferenciação. A diferenciação se dava naturalmente, com a absurda desigualdade social das metrópoles brasileiras. Hoje, com cada vez mais gente ganhando melhor e consumindo, esse grupo social busca outras formas de afirmar sua diferenciação.

Para isso, muitas vezes andam engomados, se vestem de uma maneira específica, são “politicamente corretos”, dentro de sua noção deturpada de política e nutrem uma arrogância quase intragável, com pouquíssima tolerância a qualquer crítica.

A origem

Existe muita controvérsia a respeito do tema. Já foram feitas reportagens para elucidar o mistério, sem sucesso, mas é hora de finalmente revelar a verdade a respeito do termo.
A origem do termo “coxinha”, como referência a esse grupo diferenciado, não tem nada de nobre. O termo é utilizado, ao menos desde a década de 1980, para se referir aos policiais civis ou militares que, mal remunerados, recebiam também vales-alimentação irrisórios, também conhecidos como “vales-coxinha” (os professores também recebem, mas não herdaram o apelido). Com o tempo, a própria classe policial passou a ser designada, de forma pejorativa, como “coxinhas”. Não apenas por causa do vale, mas por conta da frequência com que muitos policiais em ronda, especialmente nas periferias das grandes cidades, acabam se alimentando em lanchonetes, com salgados ou lanches rápidos, por conta do caráter de seu serviço.

Os policiais, apesar de mal remunerados, são historicamente associados à parcela mais conservadora da sociedade, por atuar na repressão aos crimes, frequentemente com truculência. Com a popularização de programas policialescos como Aqui Agora, Cidade Alerta e Brasil Urgente, o adjetivo “coxinha” passou a designar também toda a parcela de cidadãos que priorizam a segurança antes de qualquer outra coisa. Para designar essa parcela que necessita de “diferenciação” e é individualista ao extremo, foi um pulo.

 Expoentes

Não cabe citar socialites ou coisa do tipo. São pessoas que vivem em um mundo paralelo. Mas vou citar três criadores de tendências no universo coxinha:
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Um exemplo do que o Tiago Leifert trouxe pro jornalístico Globo Esporte: apostas babacas envolvendo a seleção da Argentina.


1. O “engraçado”: Tiago Leifert

Uma característica importante do coxinha padrão é tentar ser descolado, descontraído e não levar as coisas a sério. E nisso o maior exemplo é esse figurão da foto ao lado. Filho de um diretor da Globo, cavou espaço para introduzir o jornalismo coxinha na grade de esportes da emissora. Jogos de futebol valem menos do que as piadas sem graça sobre os jogos. Metade do Globo Esporte é sempre sobre videogame ou sobre a dancinha nova do Neymar, e tudo vira entretenimento, não esporte.

Prova disso são declarações do próprio, como a em que ele diz que não leva o esporte a sério, ou quando fala que o Brasil não é o país do futebol, é o país da novela. Isso revela duas características do coxinha default: ele não aceita críticas (e isso fica claro pelo número imenso de usuários bloqueados no Twitter pelo Tiago Leifert – incluindo este que vos escreve) e ele não tem conteúdo, provocando polêmicas para aparecer. Tudo partindo, obviamente, da necessidade quase patológica de diferenciação.

2. O “bom moço”: Luciano Huck

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Aparência de bom moço. Só aparência. Luciano Huck apresentou ao público Tiazinha e A Feiticeira.


O apresentador, que revelou beldades como a Tiazinha e a Feiticeira na Band, na década de 1990, virou, na Globo, símbolo do bom-mocismo coxinha. Faz um programa repleto de “boas ações”, que, no fundo, são apenas uma afirmação de superioridade, da mesma forma que a filantropia dos Rockfellers no início do século 20. 
Puro marketing.

Quando você reforma um carro velho ou uma casa, além de fazer uma boa ação, você se autopromove. Capitaliza com o drama alheio mostra que, além de “bondoso”, você é diferente daquele que você está ajudando. Como preza a cartilha do bom coxinha.

Além disso, Luciano Huck é a representação da família bem-sucedida e feliz. Casado com outra apresentadora da Globo, Angélica, forma um dos “casais felizes” da emissora. Praticamente uma cartilha de como montar uma família coxinha. “Case-se com alguém bem-sucedido, tenha dois ou três filhos, e leve eles para festinhas infantis junto com outros filhos de famosos”.

Para se mostrar engajado e bom moço, Huck deu até palestra sobre sustentabilidade na Rio+20. Irônico, pra quem foi condenado por crime ambiental, em Angra dos Reis. Ele fez uma praia particular sem autorização. Diferenciação, novamente. Isolamento. Características típicas do coxinha default. Assim como “ter twitter”. Mas o twitter dele é praticamente um bot, só serve pra afagar seus amigos famosos e mandar mensagens bonitinhas.
Soninha08
Soninha Francine


3. A “coxinha política”: Soninha Francine

O terceiro e último (graças a Deus) exemplo de coxinha é a figura da imagem ao lado. Soninha Francine deve ser o maior caso de metamorfose política do Brasil. Até 2006 era petista convicta, mas o vírus da coxinhice já afetava seu cérebro, a ponto dela sair na capa da Época em 2001 falando “eu fumo maconha”, provavelmente por um brilhareco.

Daí ela saiu do PT, entrou no PPS, caiu nos braços de José Serra e do PSDB paulista e se encontrou. Tenta conciliar a fama de “descolada”, adquirida nos anos como VJ da MTV, com uma postura política típica de um coxinha padrão: individualista e conservadora. E, pra variar, manifesta tais posturas via… Twitter. Emblemático foi o dia em que Metrôs bateram na Linha Vermelha e ela, afogada em seu individualismo, disse que não encarou nenhum problema e que o Metrô estava “sussa”. Assim como a acusação de “sabotagem” do Metrô às vésperas da eleição de 2010.

Soninha ajuda a definir o estereótipo do coxinha default. O coxinha tenta de forma desesperada parecer um cara legal, descolado e antenado com os problemas do mundo. Mas não consegue disfarçar seu individualismo e sua necessidade de diferenciação. Não consegue disfarçar seu rancor quando os outros passam a ter as mesmas oportunidades e desfrutar dos mesmos serviços que ele.

Conclusão

O coxinha é um fenômeno sociológico disseminado em vários lugares, mas, por enquanto, só “assumido” em São Paulo (em outras cidades, os coxinhas ainda devem ter outros nomes). Não por acaso, tendo em vista que São Paulo é um dos ambientes mais individualistas do Brasil.

São Paulo é uma das cidades mais segregadas do País. É uma cidade de grande adensamento no Centro, com as regiões ricas isoladas da periferia. A exclusão é uma opção dos mais ricos. Eles não querem se misturar com o restante da população. E, nos últimos anos, isso ficou mais difícil: não dá mais para excluir meramente pelo poder econômico. 

Daí, é necessário expor um personagem, torná-lo um padrão, para disseminar essa mentalidade individualista e conservadora: é aí que surge o coxinha.

E isso é bom. Porque o coxinha, hoje, é exposto ao ridículo pelo restante da sociedade. Até algum tempo atrás, ele era apenas uma personagem latente. Ele não aparecia, portanto, não podia ser criticado ou ridicularizado. No final, o surgimento dos coxinhas só reflete a mudança de nosso perfil social. E, por incrível que pareça, o amadurecimento de nossa sociedade.

Vejam como BH está se organizando. APRENDAM!

 Assembleia Popular 

Agora são 10 Grupos Referência em diversos temas para melhor organizar reivindicações, pautar bandeiras e propor saídas por pauta.

A reunião dessa terça se iniciará às 18h, embaixo do Viaduto santa Tereza, para CONFECÇÃO DE CARTAZES E MATERIAIS para o 5º Grande Ato de quarta. Logo depois, às 19h, serão iniciados os trabalhos dos Grupos Referência, listados a seguir:

1) Transporte
2) FIFA e grandes eventos
3) Saúde
4) Educação
5) Moradia
6) Polícia
7) Reforma Política
8) Maiorias Oprimidas
9) Democratização da mídia
10) Meio Ambiente.

Convocação coletiva, geral e irrestrita para TODOS (indivíduos, grupos, coletivos, organizações, partidos e outros) interessados em DISCUTIR sobre nossas futuras ações e manifestações.

Não é uma convocação para manifesto, mas para um fórum de diálogo horizontal e formulação de pautas e propostas para próximas mobilizações.
Copiado do facebook de Plinio Marcos

#VEMPRARUA