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A direita saiu do armário



por sugestão de Ricardo


Eles conviviam com você. Trocavam ideias e falavam que concordavam com tudo que o LULA estava fazendo. 

Tinha mesmo  que ajudar aos pobres e a tirar o país da miséria. 


Posavam com esse discurso, mas em casa, no escondido do lar de cada um, ODIAVAM o que o PT e LULA estavam fazendo.


Mas nada poderiam dizer, pois o país crescia, pagava a dívida externa, tirava 40 milhões da miséria e elevava mais de 30 milhões à classe média. 

O povão andava de avião de bermudas e chinelos. 

Iam a Paris, Miami e Nova York, coisas inimagináveis em outros tempos.


Eles riam, amarelo, mas riam, afinal pegava mal falar mal disso tudo. 

Mas, por dentro, o ódio os corria. 

Aquilo não podia ser verdade.


20 milhões de empregos.


Obra de expansão do S. Francisco (vai acabar coma a seca)


Hidrelétricas


5% de desemprego.


Reeleição do LULA


Eleição da DILMA


Reeleição da DILMA


Não dava mais para suportar tudo isso. 

E agora doméstica com FGTS e tudo o mais.

CHEGA!


Se agarraram no PIG. 

Reproduzem em suas casas tudo o que a Goebbels diz e tudo o que sai no jornal. 

Pouco importa se é mentira. 

Alimentaram a crise, nas suas empresas e em seus locais de trabalho.

Falou do PT, do LULA, da DILMA e do governo, é o bastante. 

Eles pegam e reproduzem. 

Sem checar se é verdade ou não.


Sempre foram de direita. 

Sempre foram contra ajudar os pobres.

São a favor da meritocracia. 

Quem quiser crescer que seja por méritos pessoais.

Como se isso fosse possível numa sociedade desigual. 


E aí são contra as cotas para qualquer coisa. “tem que disputar como qualquer um”. 

Nem querem saber se a igualdade ou não.


SEMPRE FORAM DE DIREITA. 

São neo liberais. 

A favor da pena de morte. 

Contra as liberdades de gênero. 

Contra qualquer projeto social que ajude aos mais necessitados. 

Por eles as favelas deveriam ser removidas. 

SEMPRE pensaram assim.


Mas viviam “no armário”. 

Escondidos com vergonha de assumir.


PERDERAM A VERGONHA.


Eles saíram do armário.   

Foram para as ruas e usando o mote do PIG, acabar com a corrupção (como se ele mesmo não alimentasse essa corrupção). 

Estão destilando todo o ódio que tinha guardado dentro de si. 

Aqueles seus parentes, que até te suportavam, agora rasgaram o véu.


Eles, a direita, definitivamente, saíram do armário!

Como dizia meu pai Nicolau: "o sujo falando do mal lavado"!



Fundamental que leiamos esse artigo. Precisamos entender como funciona a direita desse país. Têm opinião formada, escopo e sabem o que querem. Conseguem anular julgamentos e levar a lei para onde lhes interessa. Nesse artigo, o Senador, cassado por corrupção, ataca um "dos seus pares". Nem precisava, pois todos nós sabemos que são: os dois! Mas.....leia e se delicie com, como dia meu pai Nicolau, "o sujo falando do mal lavado"!
Paulo Morani


Fiz uma opção íntima, a partir das turbulências que enfrentei, de permanecer em silêncio até que a justiça desse o veredito final e me aclamasse inocente, como de fato sou. 

Já obtive duas liminares no STF e uma no STJ, suspendendo os processos contra mim, porque, na verdade, fui vítima de um grande complô, que, ao final, será desnudado. 

Jamais desejei vir a público expor meu enredo antes que houvesse uma decisão definitiva sobre a licitude da prova contra mim forjada e mesmo sobre o conteúdo desta, ou seja, não me recuso a enfrentar o mérito das escutas, ainda que elas sejam ilegais.

Sofri toda espécie de acusação, pilhagem intelectual e moral, deserções e contrafações, a tudo resisti porque as  esvaziarei.

Mais que as decisões de instâncias superiores, há várias verdades iniludíveis. Jamais fui acusado de desviar qualquer centavo público: ninguém diz que roubei valores de estradas, pontes, hospitais, escolas… Nada.

Uma perícia realizada pelo próprio Ministério Público, e jamais oficialmente divulgada, assevera que eu poderia ter um patrimônio 11 por cento maior do que possuo; prova de que não há enriquecimento ilícito, que o apartamento que financiei junto ao Banco do Brasil teve todas as parcelas pagas em débito de conta corrente, cujo único abastecimento é o salário que  percebo e com mais  27 anos de prestações restantes. 

A insinuação de que tinha conta corrente no exterior sucumbiu, nada sequer passou perto de ser comprovado e nas garras da imprensa continuo, vez por outra, sendo arranhado. Aliás, todos os membros do Ministério Público que me molestam têm um padrão de vida superior ao meu e muitos com gostos idênticos. Não os acuso de nada, mas por que então o que eles possuem é legal e o que eu tenho não?

A acusação que pesava contra mim era ser amigo de . Era não, sou. Não vivo como Lula e José Dirceu, nem como um monte de hipócritas. Não devo e não temo.

Clamei da tribuna, que me investigassem, que me dessem o direito de defesa e do contraditório, tudo em vão. Em um processo sumário fui execrado e humilhado, o que não acontece com os parlamentares envolvidos na , que contribuíram para o desvio de bilhões de dólares dos cofres da Petrobras. 

O PT e os governistas me enxovalharam no intuito de melar o julgamento do mensalão. O PSDB resolveu salvar , que gastou uma fortuna dos cofres públicos para custear sua absolvição. 

Os “éticos” do Senado viram uma oportunidade para se livrarem de quem os retirava do noticiário cotidiano nacional. 

O Judas reinventou a tese de que não existem traições de pessoas e sim de princípios e que para isso estava autorizado a qualquer coisa com algum alcance moral, inclusive trair, à semelhança de Hitler, Mussolini, Stalin e tantos outros degenerados. Viu aí uma oportunidade para soerguer-se politicamente. Bastava afundar-me no buraco e, prazenteiramente, o fez.

Hoje, lamentavelmente, saio do a que me tinha recolhido para enfrentar declarações dadas ao “painel” da revista Veja, em que o Senador por , Ronaldo Caiado, afirma que sou uma grande decepção em sua vida e um traidor.

Confesso que surpreendi-me. 

Ronaldo fez uma campanha em que aproveitou meu número, 251, e o meu slogan “defender Goiás”. Jamais fez qualquer pronunciamento sobre mim, mesmo na presença de correligionários seus que às vezes me atacavam entendendo que isso granjearia votos junto à claque.

Nesse período, mandou vários recados na tentativa de “tranquilizar-me”, sem obter resposta e num dia, quando não era ainda candidato, encontrou-me num estabelecimento comercial chamado “Jerivá”, quando eu saía do banheiro, e tentou conversar comigo, bem risonho, o que mereceu uma esquiva de minha parte.

Ronaldo é um mitômano e tem um comportamento dúbio, às vezes tíbio, às vezes dissimulado. Na tribuna oscila. 

É sintomático o caso Garotinho. Ronaldo o acusa de formação de quadrilha, é o que está unicamente nas redes sociais; Garotinho o acusa de ser  traíra por ter me abandonado; Caiado volta à tribuna e pede arreglo à Garotinho. Os dois últimos vídeos desapareceram das redes sociais.

Mas, enfim, Caiado se passava como uma espécie de irmão mais velho pra mim, falava da afinidade de nossas teses, que era um conservador não beligerante, pra isso não poupando sequer seus antepassados, e que desejava um futuro liberal para o Brasil.

Ronaldo fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era, inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente   nas campanhas  de 2002, 2006  e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro.

Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo “esquema goiano”, com intermediação de Ronaldo Caiado.

Ronaldo Caiado é chefe de um dos mais nocivos vagabundos de Goiás, o delegado de polícia civil aposentado, Eurípedes Barsanulfo, que era o melhor amigo de Deuselino Valadares, o delegado de polícia federal que fez um “relato”, segundo “Carta Capital”, onde me acusava de ser beneficiário do jogo do bicho. 

Esse relato jamais apareceu oficialmente, mas serviu para que o PSOL dele se utilizasse para representar-me perante o conselho de ética do Senado. No final do ano passado, o jornal Diário da Manhã de Goiânia, publicou uma matéria assinada em que acusa o dito delegado de ter forjado o documento a mando de um seu chefe político. 

Quem era ele? Ronaldo Caiado, todos sabem. Aliás, Eurípedes Barsanulfo, este sim, era prócer das máquinas caça-níqueis em Goiás. Ronaldo uma vez, inclusive, me pediu para interferir junto a Carlos Cachoeira para ampliar a atividade de Eurípedes no jogo ilícito. Simplesmente, disse a ele, como era verdade, que desconhecia a prática de ilicitudes por parte de Cachoeira.

Ronaldo Caiado é um oportunista. Muitos que vivem fora de Goiás devem imaginar que ele é um coerente, uma figura emergida dos anseios das ruas, um puritano. 

Qual o quê! Na atividade política é um profissional de lupanar. Dois fatos podem elucidar seu caráter de Fouché. No primeiro, em 2006, Caiado me incentivou a ser candidato a governador. Quando minha candidatura fez água, ainda em agosto, ele pode ser visto acompanhando tanto o candidato Maguito, quanto o outro, Alcides. 

No pior declínio moral, chegou a ser filmado no palanque da candidata Vanusa Valadares, mulher do hoje prefeito Eronildo Valadares em Porangatu. Portanto, quadrúpede que é, tinha suas patas, simultaneamente, em 3 canoas.

Ano passado sua degradação se expandiu. Ronaldo Caiado, no afã de ser candidato a Senador ao lado de Marconi Perillo, foi atrás de e Agripino Maia (este dependente financeiro de Perillo) para que eles compusessem a chapa com coerência nacional, apesar de todo histórico de desavenças com o carcamano. 

Um pouco mais vexatório, mandou a própria esposa num evento na cidade de Americano do Brasil, onde a apedeuta, além de usar a palavra, pregou o voto em Perillo, alegando que ele era um grande estadista e que esperava sua reeleição para o bem de Goiás. Relembre-se: quem teve negócios com Cachoeira foi Perillo, eu não.

Resumo da ópera: o tenor recusou os apelos da mezzosoprano e mandou o barítono procurar rumo. Ronaldo acabou nos braços de a quem tinha acusado, toda a vida, de ser um corrupto diante do qual os demais se afigurariam “trombadinhas”.

Nessa sua linha vesga de assinalar uma coisa e fazer outra, Ronaldo Caiado deseja a extinção do DEM a fim de se filiar ao PMDB de Íris Rezende por um motivo muito simples: ambiciona  estar  em uma agremiação que lhe dê estrutura para disputar o governo de Goiás. Na fusão do DEM com o PTB irá para o PMDB, possibilidade constitucionalmente aceita de adesão partidária. Irá, oficialmente, se opor. 

Parecerá até o fim um coerente, um habanero puro. Seguirá as ordens de seu chefe político ACM Neto, que financiou sua última campanha em Goiás e que lhe assegurou, caso perdesse a eleição, o confortável posto de secretário de saúde em Salvador, em cuja região Caiado  costuma passar suas férias às expensas da empresa OAS.

Quem pensa que Ronaldo Caiado é espontâneo se engana. Tudo é meticulosamente calculado. Por que ele não veio para as ruas de Goiânia na passeata e preferiu São Paulo? Porque em Goiânia seria vaiado. E por que São Paulo? Porque era mais fácil de mentir. 

O desafio a mostrar uma filmagem dele no meio dos manifestantes na Avenida Paulista em São Paulo. Só aparecem coisas periféricas. Tirou uma fotografia com uma camiseta fascista – não porque Lula não mereça vaias, as merece mais que os demais - e deu motivos para uma gritaria justa em favor de um injusto. Como é do seu caráter, estava simulando caminhar na passeata. 

Nesse aspecto , se assemelha ao Deputado Federal goiano Giuseppe Vecci que participou da passeata em Goiânia por ser um ilustre desconhecido, apesar de eleito. Ironia: Vecci desfilou porque é uma nulidade da sombra, Caiado se absteve por ser uma do sol. Parece que o tesoureiro-mor, Jaime Rincon, chefe da Agência Goiana de Obras Públicas, também fez evoluções pela passarela.

Ronaldo Caiado foi um dos relatores da reforma política na Câmara dos Deputados, sempre alegou que sua motivação era a coerência política, que a prática demonstrou não ser o seu forte. Ele diz que gostaria de ter um embate  com Lula na eleição pra presidente da república. Eu acho que seria ótimo, os dois se equivalem moralmente. Um já foi desmascarado, o outro poderá sê-lo amanhã.

Um dia, no meu escritório político no setor sul, em Goiânia, houve um telefonema entre Ronaldo Caiado e o hoje conselheiro do Tribunal de contas dos municípios de Goiás, Tião Caroço. 

Este trazia uma notícia que transtornou o Senador, que disse então aos berros: “avisa ao Marconi que eu vou resolver com ele da forma que ele quiser, no braço, na faca, no revólver”. Esse episódio se tornou público e gerou os maiores desgastes para o fanfarrão, que pra minha surpresa repeliu tudo. Um dia, me contando a história, negou que havia falado isso, se esquecendo de que eu era a testemunha ocular.

Pois agora, Ronaldo Caiado, quero ver se você é homem mesmo. Nos mesmos termos que você mandou oferecer ao frouxo Marconi Perillo, eu me exponho.

Me lembro da veneração ,que quando criança, meu pai tinha pelo grande Emival Caiado e pelo seu pai o advogado Edenval Caiado, que se envergonharia de ver que um filho seu foge à luta.

Você diz em seus discursos que Caiado não rouba, não mente e não trai. Você rouba, mente e trai.

Talvez o meu silêncio tenha sido entendido por você como um sinônimo de covardia, de pusilanimidade. Essas palavras não existem no meu dicionário. Não posso dizer que você seja um mau- caráter, pois você simplesmente não o possui. É, na verdade, um espécie de Zelig oportunista e bravateiro.

Você deveria ir pra Brasília em seu cavalo branco, estacioná-lo na chapelaria do Senado e subir à tribuna para fazer o que já faz: relinchar, relinchar.
Me deixe em paz Senador. Continue despontando para o anonimato. É o seu destino. Não me move mais interesses políticos. 

Considero vermes iguais a você Marconi Perillo e Íris Rezende. Toque sua vida, se fizer troça comigo novamente não o pouparei. Continue fingindo que é inocente e lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para delator. Tome suas medidas prudenciais e faça-se de morto.

Ano passado deu-se o centenário do nascimento de Carlos Lacerda e uma horda de hipossuficientes passou a rotular a qualquer um de lacerdista, que para eles é apenas alguém estridente e barulhento. Ronaldo Caiado diz que se inspira em Lacerda. 

Mentira, Lacerda foi tradutor de Shakespeare, foi o primeiro brasileiro a romancear um quilombola, falava e escrevia como um clássico. Demoliu presidentes e adversários. Eleito governador foi sem sombra de dúvidas o melhor gestor da Guanabara. Ronaldo Caiado jamais conseguiu terminar de ler um livro. 

Por sua formação francesa, o mais perto que chegou do fim foi “O menino do dedo verde”, mas o achou muito “profundo”. Ronaldo Caiado é só uma voz à procura de um cérebro.

Artigo publicado dia 31/03/2015 - no Diário da Manhã, de Goiás.
Demóstenes Torres é procurador de Justiça e ex-senador cassado por corrupção.

A direita nos protestos


Recife (PE) - No momento em que esta coluna entra no ar, o trânsito no centro do  Recife está parado. Os jovens nas ruas em manifestações de protesto viraram o maior carnaval fora de época em Pernambuco. 

A parada geral recebeu a providencial força de uma greve de motoristas de ônibus em toda região metropolitana. Natural e coerente, pois o  protesto é contra o aumento das passagens, não? Não. É contra tudo. 

E, justiça seja feita, o mundo todo, tudo da terra aos céus precisa de mudanças, do campo à cidade, das mulheres aos homens, das crianças aos jovens, do povo ao povo. Tudo precisa de mudanças reais, radicais e na maior urgência. Pelas trombetas de toda a imprensa, tudo tem que ser agora, a hora é esta. “Vem para a rua” virou um grito de oprimidos sob o patrocínio do capitalismo.    

Isso longe está de ser um fenômeno do acaso, uma aparição marginal à lógica do tempo.  Se só víssemos a realidade com os olhos de hoje, seria inexplicável notar que toda a mídia esteja unida na divulgação e no apoio aos jovens nas ruas. No rádio, jornais, revistas e televisão, os caras são a juventude revoltada. 

Projeta-se até mesmo uma telenovela com os novos heróis, numa assimilação rápida do instante presente, numa criação inédita, pois nenhuma arte fez isso até hoje. O sistema é esperto e multiforme. Há até quem diga que a depredação de bancas de revista e lojas será um ótimo negócio para os bancos: os pequenos empresários, falidos, procurarão empréstimos a qualquer taxa de juros.

O protesto virou um happening. É a maior festa do Face. Um evento de sucesso. Mas a “juventude indignada” é mais que um movimento nascido no Facebook. 

Além de ser o que dele falam alguns sociólogos, quando o veem como resultado das condições sociais e econômicas do Brasil, os protestos nas ruas parecem ser, de imediato, um acúmulo da doutrinação da mídia que, à semelhança de música do hit parade, martelou denúncias diárias e frequentes do mensalão, na fúria contra os governos Lula e Dilma. Ele, o espantalho Lula/Dilma, com as suas bolsa família, perdão, Bolsa esmola e prounis, ameaçou diminuir o poder secular da elite brasileira. 

Mas como pode um protesto de jovens ser conservador, pois tudo que é jovem é novo e belo, pois não? Como poderia um protesto contra o mundo  se voltar contra governos à esquerda?

Pois sim. Em São Paulo, militantes de partidos políticos foram expulsos do ato na Praça da Sé. Mais, em maioria, os jovens nas ruas negam a existência de partidos políticos, quero dizer, negam o direito à existência dessas legítimas expressões da democracia. Em seu lugar, nas ruas levantam bandeiras e lemas velhos, desde a Itália e Alemanha dos anos 30: falam em  “nação”, em “pátria”, quando mais próprio deveriam falar no fascínio do fascismo sobre as suas cabecinhas. 

O movimento, aqui e ali, tem se transformado em algo sujo e excludente, que todos conhecemos como a direita. Em página do facebook, as múmias da ditadura aproveitam e criam um Golpe Militar 2014, com quase 5.000 pessoas. É essa a primavera brasileira?

Alegam, os velhinhos à moda paizão, que  isso é a minoria, que tais ocorrências não refletem o caráter dessa coisa nova, linda e inexplicável de um movimento de massa independente. 

Então, como assimilar jovens universitários com bandeiras do gênero “Foda-se o Brasil”? Seria isso a revolta justa de alguém excluído dos benefícios dos últimos governos? Um programa de construção para a identidade nacional? 

Ou será algo mais próximo de velhíssimos fascistas que sobrevivem em peles de pouca idade, malhadas, dos grupos neonazistas ou alienados em geral que se referem a nordestinos como os mendigos do Bolsa Família? Mas isso é um fenômeno marginal, fala-se, em um movimento de mais de 100 mil em passeata, em multidões de Galo da Madrugada em pacífica reivindicação.

Sim, com tais extremos, é minoritária a expressão do fascio. Mas há uma imensa massa despolitizada onde tais apelos impressionam. Numa pesquisa empírica, que os órgãos de melhor método poderão confirmar, perguntem aos revoltados da hora quais os problemas do Brasil. 

A maioria vai declarar que o maior deles é a  corrupção. Em cartazes, todos vemos nas passeatas “Cadê a Dilma da guerrilha?”. Vídeos no YouTube com falas de carinhas moças chamam para as ruas com “Vamos parar a roubalheira do governo... Vamos parar com essa palhaçada do governo do Brasil... O Inimigo é o Governo”.  

A terra é fértil para a pregação de coisas antigas em rostinhos e corpos jovens. Esse é o dado novo, que se desconfiávamos não adivinhávamos. O gigante acordou, o gigante de nossas consciências acordou. Chega de afagos demagógicos.
Urariano Mota - Recife
Direto da Redação