Miro teixeira virou "vejete". Defende com unhas e dentes a não convocação de Policarpo Quresma
Ricardo Koiti Koshimizu e Anderson Vieira
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Ao final da reunião da CPI do Cachoeira, nesta terça-feira, senadores
e deputados lamentaram o fato de não ter sido levado à votação
requerimento para convocação do jornalista da revista Veja
Policarpo Júnior. Autor do primeiro pedido de convocação do jornalista, o
senador Fernando Collor (PTB-AL) disse que sai frustrado da reunião.
Collor também requer a convocação do editor e presidente do Conselho
de Administração do Grupo Abril, responsável pela revista, Roberto
Civita, e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), autor de um requerimento para a
convocação de Policarpo Júnior apresentado na segunda-feira (13) também
criticou o adiamento da votação da proposta. Segundo ele, é necessário o
esclarecimento de eventuais ligações e troca de informações do
jornalista com Cachoeira e sua organização.
- Será que jornalista é protegido constitucionalmente de não poder
depor em lugar nenhum mesmo quando há suspeita de ter cometido crime? –
questionou o deputado.
Já o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que a convocação reflete coação à liberdade de imprensa.
- Querem correr atrás de quem grita “pega ladrão” em vez de pegar ladrão – criticou o parlamentar.
No início da reunião desta terça-feira, o senador Fernando Collor
pediu também a convocação do procurador Alexandre Camanho de Assis, o
qual, segundo ele, teria sido um dos que levaram a jornalistas da Veja a íntegra dos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, apesar do segredo de Justiça.
- Isto é um crime inominável. Foi entregue numa sexta-feira, 2 de
março, por volta de meio-dia, no antigo Hotel Meliá, num encontro que
durou duas horas e meia, com anuência do procurador-geral Roberto Gurgel
- denunciou o parlamentar.
De acordo com o senador, os documentos foram entregues a Policarpo
Júnior e aos jornalistas Gustavo Ribeiro e a Rodrigo Rangel. Também
teriam participado do encontro os procuradores que atuaram nas operações
da Polícia Federal Léa Batista de Oliveira e Daniel Rezende Salgado.
Ambos foram convidados para falarem à CPI na próxima terça-feira.