O que liga o badalado “LIVRO DO BONI” à escondida “PRIVATARIA TUCANA”?

Extraido do artigo de

Rodolpho Motta Lima

 Na realidade, tudo separa os dois livros, pelo menos no que  diz respeito a autores e objetivos.  Algumas poucas “curiosidades” que o “Livro do Boni” encerra cedem espaço maior para escancaradas  doses de autoendeusamento    e, em muitos momentos,  para a deliberada  superficialidade   que deixou de fora, por exemplo,  esclarecimentos  mais concretos  sobre parcerias, explícitas ou veladas,  com o Grupo Time-LIfe nos anos 60,  ou   com os governos militares, nos anos de chumbo, e manteve escondida ou minimizada a verdadeira postura da Globo  em episódios como  os da Proconsult na eleição do Brizola, da omissão  na campanha  das “Diretas Já”, ou da edição antijornalística e antidemocrática  do debate Collor x Lula.
Se esse  livro  nada acrescenta,  não se diga o mesmo  da “Privataria Tucana”, que, convenientemente ignorado pela mídia neoliberal,   não só é leitura obrigatória de todos os brasileiros como merece ter cada uma de suas páginas examinadas  a fundo, porque, das duas uma:  ou elas contêm mentiras , invenções ou deturpações que devem levar  o jornalista às barras dos tribunais, ou as figuras ali denunciadas devem pagar pelos crimes de lesa-pátria descritos, saindo da vida pública para entrar no cotidiano carcerário.  
Esses quatro cenários  de reflexão, que vão do futebol ao poder judiciário, passando pela política e pela economia, são, acredito, um bom mosaico da realidade  brasileira, suas virtudes, suas mazelas,  suas contradições. E, por certo, terão desdobramentos no ano que se inicia. Estejamos atentos.