Visita de assessor de novo presidente provocou protestos de funcionários.
Diretor da emissora pediu demissão após impeachment de Lugo.
Manifestantes se reuniram em frente à TV |
(Fotos: Amauri Arrais/G1) |
Um grupo de cerca de 200 pessoas fez um protesto em frente à TV Pública do Paraguai,
em Assunção, na noite deste sábado (23), contra o que consideram uma
tentativa de censura à emissora estatal do país após a posse do novo
presidente Federico Franco.
Com cartazes e gritos de “Ditadura nunca mais”, os manifestantes ocupam toda a rua em frente ao canal que transmite ao vivo, em rádio e TV, os discursos em um microfone aberto instalado na calçada.
“Estamos defendendo um direito. Não estamos defendendo nenhum partido ou ideologia. Estamos defendendo vozes”, diz o ex-diretor da emissora estatal, Marcelo Martinessi em seu discurso.
Com cartazes e gritos de “Ditadura nunca mais”, os manifestantes ocupam toda a rua em frente ao canal que transmite ao vivo, em rádio e TV, os discursos em um microfone aberto instalado na calçada.
“Estamos defendendo um direito. Não estamos defendendo nenhum partido ou ideologia. Estamos defendendo vozes”, diz o ex-diretor da emissora estatal, Marcelo Martinessi em seu discurso.
Junto com outros membros da TV estatal, Martinessi pediu demissão do cargo na sexta após o impeachment de Fernando Lugo,
justificando que não sentia confiança no novo governo para continuar
seu trabalho à frente da emissora. O pedido de demissão, com a equipe
reunida, foi transmitido pela TV.
Após isso, a emissora recebeu a visita de um assessor do novo presidente, Christin Vásquez, que foi às instalações acompanhado de policiais e, segundo os funcionários de forma intimidadora, quis saber qual era a programação prevista pra o canal.
Em entrevista a outras emissoras locais, Vásquez disse que, como
integrante do novo governo, só quis se inteirar da programação do canal
público.
“Ontem (sexta) houve um atentado contra a liberdade [de expressão]”,
disse o ex-diretor da estatal, que contou também ter recebido
telefonemas de uma pessoa que dizia ser da Presidência pedindo que
parassem de transmitir os protestos contra o impeachment de Lugo na
Praça das Armas.
Mais cedo, durante a tarde, o novo ministro das Relações Externas do
Paraguai, José Félix Estigarribia, disse que o recém-empossado
presidente Federico Franco vai à Cúpula do Mercosul na cidade argentina
de Mendonza, na próxima sexta-feira (29), e levantou a possibilidade de
um encontro com a presidente Dilma Rousseff para explicar seus pontos de vista.
Na noite deste sábado, o governo da Argentina retirou do Paraguai
o seu embaixador. Já o governo brasileiro afirmou, por meio de nota
divulgada pelo Itamaraty, que convocou o embaixador do Brasil no
Paraguai para consultas. O país também condenou o "rito sumário" de
destituição do presidente Fernando Lugo na última sexta-feira (22).