Pressionado pela queda nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do
PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, está disposto ao
enfrentamento com os principais concorrentes amanhã no debate Folha/RedeTV!, com transmissão a partir das 22h30.
Em conversas reservadas, ele disse que não quer iniciar ataques, mas
revidará se provocado pelo líder Celso Russomanno (PRB) ou por Fernando
Haddad (PT), que já o ameaça na segunda posição.
Favorito na época do primeiro debate, realizado há um mês pela Band, o
tucano evitou embates diretos e só protagonizou uma discussão fora dos
microfones com o candidato do PMDB, Gabriel Chalita.
O encontro de amanhã será o primeiro desde que ele perdeu força na
disputa e abrirá uma série de debates até o primeiro turno da eleição,
em 7 de outubro.
"PAZ E AMOR"
Russomanno, que nos últimos dias endureceu o tom contra Serra e Haddad
em agendas de rua, adota o discurso de que só quer discutir políticas
públicas, sem ataques aos adversários.
"Os dois já estão se atacando. E eu estou sendo atacado por eles também", disse.
Integrantes da campanha preparam munição para revidar eventuais críticas
e programaram reuniões para discutir sua estratégia durante o fim de
semana.
Haddad disse a aliados que pretende manter o tom propositivo da
propaganda eleitoral e a linha "paz e amor" com os rivais. Seu alvo
preferencial continuará a ser a gestão do prefeito Gilberto Kassab
(PSD), aliado de Serra.
O petista também deve reforçar os laços com o ex-presidente Lula, cuja
presença nas primeiras duas semanas de horário eleitoral impulsionou sua
alta nas pesquisas.
Por ora, o ex-ministro da Educação tem evitado qualquer atrito com
Russomanno, embora esteja de olho em seus votos em redutos do PT na
periferia. A torcida no partido é para que os dois adversários se
desgastem com o embate entre si.
Além de Russomanno, Serra e Haddad, participam do debate Chalita,
Soninha Francine (PPS), Paulinho da Força (PDT), Carlos Giannazi (PSOL) e
Levy Fidelix (PRTB). Dirigentes das principais campanhas reclamam da
presença dos nanicos, por imposição da lei eleitoral, e dizem que o
excesso de rivais desvia o foco da audiência.
Nas próximas semanas, os candidatos voltarão a se encontrar algumas
vezes diante das câmeras. O próximo debate será no dia 17, na TV
Cultura. Depois vêm Folha/UOL (dia 20) e Gazeta (24).
Ainda estão previstos encontros na Record, em 1º de outubro, e na Globo,
no dia 4. A emissora carioca tenta um acordo entre os partidos para
reduzir a seis o número de participantes, cortando Giannazi e Fidelix da
lista.