Gorette Brandão
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, participa de
audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta
quarta-feira (12), às 11h, para falar sobre as diretrizes e perspectivas
da política monetária. A reunião ocorre no momento em que o mercado
financeiro mais uma vez prevê crescimento menor e inflação em alta para
este ano.
A previsão para o PIB do ano caiu pela sexta semana consecutiva,
desta vez de 1,64% para 1,62% na semana passada. Os números são da
pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira (10) pelo BC. Há quatro
semanas, os analistas estimavam para o ano um crescimento de 1,81%. Para
2013, a previsão de 4% se manteve pela quinta semana.
Já a projeção de inflação medida pelo IPCA para o ano, antes estimada
em 5,20%, subiu na semana passada para 5,24%. Os economistas ouvidos
pelo BC elevaram a previsão de alta dos preços pela nona semana seguida.
Para 2013, a projeção subiu de 5,51% para 5,54%, na segunda alta
consecutiva.
Audiências regulares
Tombini vem ao Senado, atendendo dispositivo do Regimento Interno da
Casa, que prevê a realização de audiências regulares na Comissão de
Assuntos Econômicos, com o presidente do BC, para discutir as
diretrizes, implementação e perspectivas da política monetária. As
reuniões devem ocorrer a cada trimestre, em data combinada com o banco.
Os pontos de maior controvérsia nas audiências costumam ser os juros,
com críticas dos senadores à diferença entre a taxa básica de juros
(Selic) e as que são praticadas na ponta do crédito, especialmente nos
cartões de crédito e no cheque especial.
Com relação à Selic, a nova pesquisa Focus também apontou uma queda
na taxa projetada para o fim de 2013, de 8,50% para 8,25% ao ano. Ainda
assim, é uma taxa superior à atual, que caiu para 7,50% ao ano na última
reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que é integrado pelos
diretores do BC. O corte foi de 0,50 pontos percentuais.
Divulgada na semana passada, a ata da reunião ressaltou a preocupação
com a pressão inflacionária no curto prazo, mas salientou que a
inflação deve seguir as metas no médio prazo. A autoridade monetária
destacou ainda que novas alterações na Selic serão feitas "com máxima
parcimônia".
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)