STF já tem
provas para condenar, Azeredo,
Clesio e Mares Guia
Novojornal
teve acesso à declaração da tesoureira do "Mensalão do PSDB"
confessando o crime.
Ministro Joaquim Barbosa avisa: Agora é o PSDB
Sempre que
questionado a respeito do “Mensalão Mineiro do PSDB”, o ministro Joaquim
Barbosa informa apenas que ainda faltam algumas provas. Novojornal teve acesso
ao inquérito nº 2280 que apurou os crimes praticados por Eduardo Azeredo,
Walfrido dos Mares Guia e Clesio Andrade, denunciados pelo Procurador Geral da
República, perante o Supremo Tribunal Federal.
“As provas
são contundentes e inquestionáveis”, afirma um procurador da República de Minas
Gerais, que acompanhou todas as investigações. Concluindo afirmou:
“Ao contrário
do que alegam alguns críticos do processo do Mensalão do PT, nestes autos
existem provas documentais do crime de caixa dois e desvio de dinheiro público,
praticados pelo candidato ao Governo de Minas pelo PSDB”.
Ao folhear os
50 volumes do inquérito verifica-se que o procurador tem razão.
Assusta a
quantidade de provas colhidas no inquérito fundamentadas em documentos e
perícias, confirmadas através de depoimentos dos envolvidos. O documento mais
“guardado” encontra-se no volume distribuído posteriormente por dependência
pelo então Procurado Geral da República, Antonio Fernando de Souza, contendo a
declaração de próprio punho da tesoureira da campanha de Eduardo Azeredo, Vera
Lucia Mourão de Carvalho Veloso, relatando como operou o esquema criminoso
montado, acompanhado das prestações de contas.
O famoso
manuscrito de Mares Guia descrevendo as fontes e destinação dos recursos
arrecadados, que até agora havia sido divulgado apenas em parte, encontra-se na
íntegra. Provas e documentos constantes neste volume do inquérito esclarecem o
motivo do desinteresse da grande imprensa em não noticiar o “Mensalão Tucano”.
Em diversos relatórios constam os jornalistas e os principais veículos
nacionais e regionais que foram beneficiados com quantia milionária pelo
esquema.
A
documentação foi encaminhada pela Procuradoria da República de Minas Gerais ao
Procurador Geral da República que a remeteu ao Ministro Joaquim Barbosa. Desde
então, segundo fontes do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal vinha
tentando ouvir Vera Mourão. Embora não confirmado pela mesma fonte, a versão
existente é que a mesma teria sido ouvida e seu depoimento desmonta o PSDB
mineiro e nacional.
Não por outro
motivo que o atual deputado federal Eduardo Azeredo tem mandado recado pela
imprensa para alta direção do PSDB, avisando que o esquema montado por ele de
arrecadação e operação através do caixa dois apurada no inquérito financiou
além de sua campanha a de outros figurões do PSDB, dentre eles a de Fernando
Henrique Cardoso a presidência da República em 1998.
A mesma fonte
do Supremo informa que ao contrário do que vem sendo divulgado, até o final do
ano o Ministro Joaquim Barbosa apresentará seu parecer, tomando em relação ao
“Mensalão do PSDB” a mesma linha adotada no julgamento do Mensalão do PT.