Pedro Simon pede prorrogação dos trabalhos da CPI

Isabela Vilar
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) sugeriu que a CPI do Cachoeira prorrogue seus trabalhos para garantir a continuidade das investigações. Em ofício enviado ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), Simon afirma que a interrupção das reuniões da comissão parlamentar de inquérito no período eleitoral pode inviabilizar a sequência das investigações. A data prevista para o encerramento dos trabalhos é 4 de novembro.
A interrupção das reuniões foi anunciada no início de setembro. O principal motivo alegado foi a dificuldade para marcar as reuniões no período eleitoral, já que os esforços concentrados da Câmara e do Senado não coincidem. Na ocasião, o relator, senador Odair Cunha (PT-MG), garantiu que se dedicaria a analisar os dados disponíveis para apresentar um balanço das atividades da CPI.
Apesar de afirmar que a CPI conseguiu entrar para a história ao quebrar o sigilo bancário da empreiteira Delta Construções, Pedro Simon disse considerar “tarefa inadiável” a aprovação de requerimentos de quebra de sigilo de empresas que receberam recursos da construtora. Assim, segundo o senador, seria possível “seguir a trilha do dinheiro desviado”. De acordo com a Polícia Federal, a Delta, que detém contratos públicos em todo o país, repassava recursos para empresas de fachada ligadas a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Além da prorrogação dos trabalhos, Simon pede ao presidente da CPI que não inclua na pauta de votações qualquer relatório que, “de forma explícita ao não, tente restringir o foco das investigações”. Em pronunciamento recente, Simon havia anunciado a apresentação de requerimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para investigar o comportamento dos parlamentares que integram a CPI. Para ele, haveria uma tentativa de evitar o avanço das investigações.
No final do documento, o senador afirma que as medidas sugeridas são essenciais para assegurar a confiança da população na “CPI dos Corruptores” e para defender a imagem do Congresso.
Ainda não há resposta da CPI ao documento do senador.