Governo quer criar metas econômicas e sociais para até 2025, dizem fontes
BRASÍLIA, (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff quer
estabelecer metas sociais para o País, como a redução do número de
famílias que vivem abaixo da pobreza, além de criar metas econômicas de
longo prazo para melhorar a previsibilidade aos investidores.
De acordo com quatro fontes ligadas ao Executivo ouvidas pela
Reuters, as metas não seriam formais, como é hoje a meta de inflação,
mas serviriam como indicativo de como o governo quer trabalhar para
garantir melhores indicadores econômicos e sociais, balizando o
planejamento estratégico de longo prazo.
"Criar essas metas é importante porque orienta o trabalho do
governo... Elas serão mais uma referência", afirmou uma importante fonte
da equipe econômica.
Em entrevista à Reuters publicada nesta segunda-feira, o ministro
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel,
adiantou que uma das metas que poderão ser adotadas no próximo ano é a
de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
A presidente Dilma reuniu na quinta-feira parte de seus ministros
da área social e econômica para começar a tratar do assunto, e
determinou que sejam elaboradas propostas de metas para 2015, 2020 e
2025, segundo as fontes. Os parâmetros que serão estabelecidos ainda não
foram determidados.
A ideia, segundo as fontes, é orientar as políticas dos
ministérios e levar o país para novos patamares de crescimento econômico
e social nestes períodos nas seguintes áreas: desenvolvimentos
econômico e social, infraestrutura e cidadania.
Uma das fontes ressaltou que as metas não estão sendo pensadas
para alterar a política econômica do país para além do tripé meta de
inflação, meta de superávit primário e câmbio flutuante.
Para a fonte da equipe econômica, isso é importante para não causar distorções na condução da política monetária do país.
O Banco Central, por lei, tem que conduzir a política monetária
com o objetivo de levar a inflação para a meta estabelecida pelo
governo, fixada em 4,5 por cento, com dois pontos percentuais para cima e
para baixo de tolerância, para este e o próximo ano.
"Se você tiver uma meta de crescimento formal junto com a de
inflação, corre-se o risco, em determinados momentos, ter de fazer a
escolha de Sofia", resumiu a fonte.