Um
afoito exército está à espera de ordens nas redações. Enerva-se nas
baias. Adestrado, cevado no cocho neoliberal, quer trotar seus dotes;
reclama serviço. 'É preciso travar Lula!" -antes que ele destrave o país,
os investimentos etc.
As
ventas cospem impaciência. O conservadorismo brasileiro detém os meios; mas
faltam-lhe os fins, o discurso claro, convincente; a meta crível e pertinente.
Clareza
e votos são imiscíveis no seu caso. A transparência, ao contrário, favorece o
governo a avançar na reordenação do desenvolvimento brasileiro.
O
que falta, então, para conquistar a confiança do capital privado, por exemplo,
e os projetos acontecerem?
Talvez
a resposta não esteja na palavra confiança. Ou talvez aquilo que o
keyenesianismo chama de confiança tenha uma tradução mais completa na palavra
hegemonia.
A
confiança, vista desse mirante, não é um saldo cumulativo de
incentivos fiscais, mas um campo conflagrado. Nele os vivos disputam o futuro
com zumbis. O requisito para vencê-los é não temer o passo seguinte da
história.
Do Carta Maior