Marfan Vieira desconversa sobre Bradesco e Itaú terem pago segurança do MP e do TJ
Empossado nesta
quinta-feira (17) à frente da Procuradoria-Geral de Justiça do Rio de
Janeiro, Marfan Vieira, de 63 anos, garantiu ter chegado ao principal
cargo da instituição sem tomar conhecimento das negociações feitas pelo
seu antecessor com o Banco Itaú em torno de um sistema de segurança,
como informou o Jornal do Brasil em dezembro de 2012.
"Não
tomamos conhecimento dos contratos e dos atos subscritos. A informação é
de que já há um requerimento formulado perante o Conselho Nacional do
Ministério Público", disse, tentando evitar se estender no assunto.
Claudio
Soares Lopes, o ex-procurador-geral que recebeu dele, há quatro anos, e
o repassou novamente, nesta quinta-feira, o cargo para Marfan Vieira,
sempre viu a presença do novo procurador-geral, seu inimigo, por detrás
das muitas denúncias feitas dentro da instituição contra a contratação,
pelo Banco Itaú, de todo um sistema de segurança institucional.
A compra foi feita junto a uma empresa espanhola ao preço de R$ 20 milhões, como consta da reportagem do Bradesco e Itaú, financiaram a segurança institucional do Tribunal de Justiça e da Procuradoria Geral de Justiça do Rio de Janeiro.
O
caso chegou ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por
representações formuladas em dezembro, pelas promotoras Gláucia Maria da
Costa Santana e Adriana Coutinho Santos (RIEP 1436/2012-68), na qual
alegam “inércia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro em
atender, com fundamento na Lei do Acesso
à Informação, solicitação de disponibilização de procedimento
administrativo firmado com o Banco Itaú para exclusividade na prestação
de serviço financeiro da folha de pagamento de seus membros e
servidores”.
Segundo as duas promotoras o ex-procurador-geral, Lopes,
recusou-se a tornar público o texto dos contratos firmados com o banco.
Já
Lopes, abordado pela imprensa ao despedir-se do cargo, também não quis
entrar em detalhes sobre a questão que, segundo alguns de seus colegas,
acabou ajudando na eleição do seu opositor: "Tratamos muito pouco dessas
questões. Estou cuidando
da transição através das subprocuradorias, mas pessoalmente não tivemos
a chance de conversar sobre esses assuntos importantes que aconteceram
em um passado recente".
Marfan Vieira venceu a eleição por 429 votos,
32 a mais do que o candidato de Lopes, o subprocurador Antônio José
Campos Moreira. A terceira concorrente, a subprocuradora Leila Machado
Costa, recebeu 203 votos. Participaram da eleição 873 promotores e
procuradores de Justiça, sendo possível o voto em duas ou até três
pessoas.