Tarde
de um domingo qualquer. Apartamento de Cida e Paulo, em Padre Miguel. No meio
de uma conversa, Paulo me convida para uma “reunião partidária” que vai
acontecer na quarta-feira”. Estavam fundando um “Partido de Trabalhadores”. Eu
perguntei que iria. “Eu, (Paulo é sociólogo) O fulano, o beltrano (não me
lembro os nomes) e desfiou uns cinco ou seis nomes. Todos intelectuais. Dai eu
perguntei “mas um partido de trabalhadores e só tem intelectual?” Cida, rindo
muito, disse; “não te falei que ele ia reclamar”. Eu prontamente, do alto de
uma empáfia e um total preconceito emendei “pelo visto vou ser o único
trabalhador do grupo”. Rimos todos e o papo ficou por ali.
Não
entrei no PT em 1980. Talvez falta de consciência, e um pouco de falta de
habilidade no convite. Somente fui tomar consciência em 1981.
Pedro
Gonçalves é um homem de luta. Preso no período da ditadura, torturado, ao sair
da cadeia fez como Mandela; foi a luta para transformar o mundo. Conheci Pedro através
de Nilton e Terezinha, que iniciavam um trabalho novo em Nova Iguaçu, de formação.
Me desafiaram a participar e a conhecer Pedro. Mais tarde nos unimos, a Deise.
Numa “Semana de formação para o Trabalho” conheci Pedro, que “fez minha cabeça”
falando da importância que tinha um Partido de Trabalhadores, onde o
sindicalista sairia do domínio dos politicos tradicionais, em quem os
trabalhadores depositavam confiança, e mais tarde eram traidos (vide o que fez
LULA com FHC). Estava na hora dos trabalhadores “escreverem sua própria
história”.
Foi
assim que meus olhos se abriram. Logo me
filiei. Em função das muitas dificuldades de organização do partido essa
filiação, nunca constou e somente a quatro anos atrás é que recebi a carteirinha.
Mas tenho um registro do TRE de quando fui trocar de endereço, que me dá a
filiação “oficial” em 1986.
Já
em 1982 estava na campanha para Prefeitura “até o pescoço”. De lá para cá tenho
o orgulho de dizer que só votei no PT até hoje, desde sua fundação.
Afirmo
que a politica nesse pais se escreve “antes do PT e depois do PT”. Mudamos tudo
na forma de fazer politica. Hoje, qualquer um pode se candidatar. E se o nível
não é o ideal, seria muito pior se não fosse a fundação do partido que, ainda
é o que mais tem credibilidade junto ao povo. Erramos muito. Saimos um pouco de nossa
rota inicial. Mas ainda somos o que menos nos envolvemos em corrupção nesse
pais. Somo um partido dinâmico, com estruturas internas democráticas. Não há
pedido de ficha ideológica para se filiar, mas não é qualquer um que tem
coragem de entrar.
LULA
transformou-se numa referência para o mundo inteiro. Mudamos a forma de
governar. Trouxemos a discussão politica para a mesa de refeição de milhares de brasileiros. Hoje um trabalhador,
com coragem e determinação, pode se filiar a qualquer partido. Se não acabamos
com a casta politica conservadora e que “adora uma mamata” pelo menos
trouxemos luz ao procedimento politico que hoje é exigido de qualque um.
Somo
a vanguarada de mudanças nesse pais. Nesses 33 anos invertemos o fluxo de
riqueza que era privilégio de alguns. Acabamos com o medo que a grande
imprensa criou nas pessoas de que íamos “comunizar” o Brasil. Eles hoje são
obrigado a inventar fatos e mentirem a nosso respeito no intuito de
desmoralizar a nossa proposta. Na luta contra os barões e ricos desse país que
somente enxergavam o probe na hora das eleições, O PT venceu!
Hoje “trabalhador
vota em trabalhador” ou em quem o trabalhador aponta como o melhor. Essa
é a maior virtude desse partido. 33 anos de dores, lágrimas, sofrimentos, mas
de muitas alegrias. Nós vencemos. E jamais deixaremos o campo da luta
politica. Quem quiser mostrar algo ao povo, tem que ser melhor que o PT. É a
referência politica desse e de muitos séculos que virão!
Viva
o trabalhador brasileiro.
Salve
LULA!
Salve
Florestan!
Salve
Carlito Maia!
Salve
Lélia Abhramo!
Salve
Luis Estevam!
Salve
Santos Dias!
Salve
todos os que deram a vida pelos trabalhadores