Joaquim!
E agora Joaquim
A festa, que você armou, acabou
A luz do holofote da Globo apagou
O Povo, esse enganado, sumiu
A noite esfriou
E agora Joaquim?
e agora, você?
você que era sem nome,
que zombava dos outros,
você que fez até versos,
que não ama ninguém, protesta?
e agora, Joaquim?
que zombava dos outros,
você que fez até versos,
que não ama ninguém, protesta?
e agora, Joaquim?
Está sem mulher (que fugiu de você),
está sem discurso (mandou “chafurdar no lixo”),
está sem carinho (a midia já lhe escanteou),
já não pode dizer o que quer,
já não pode falar livremente,
cuspir já não pode (nem pensar),
está sem discurso (mandou “chafurdar no lixo”),
está sem carinho (a midia já lhe escanteou),
já não pode dizer o que quer,
já não pode falar livremente,
cuspir já não pode (nem pensar),
a noite esfriou,
o dia não veio,
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, Joaquim?
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, Joaquim?
O Adams vai pedir
O dinheiro público de volta!
Como você fica?
Como irá provar que era público?
Todo mundo de olho em você
E agora Joaquim, o que fazer?
Sozinho no
escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, Joaquim!
Joaquim, para onde?
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, Joaquim!
Joaquim, para onde?