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Kenneth Rogoff |
Reportagem
do El País, deste domingo, faz o que nenhum veículo do dispositivo
conservador brasileiro cogitou: entrevista o estudante de economia
Thomas Herndon, de 28 anos; ele ganhou fama mundial ao fulminar a
credibilidade de dois centuriões da ortodoxia fiscal, os economistas
Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff. Talvez seja delicado para a imprensa
brasileira rememorar certos fatos. A maldição fiscal não é novidade na
carreira do mago Rogoff.
Como economista-chefe do FMI, ele já prescrevia
a caldeirada do arrocho mesmo sem tê-la demonstrado ‘cientificamente'
ainda.
Kenneth Rogoff era o economista-chefe do FMI durante a disputa
presidencial brasileira de 2002. Em setembro daquele ano, o Ibope
divulgou uma pesquisa em que o então candidato do PT, Luiz Inácio Lula
da Silva, consolidava sua liderança, com 41% das intenções de voto,
contra 18% de José Serra, que amargava queda de um ponto, mas já se
revelava um corisco no quesito rejeição, com 29%.
A pesquisa encomendada
pela Globo foi divulgada numa terça-feira,véspera da reunião anual do
FMI, em Washington.
Na quarta e na quinta-feira, choveram raios, sapos e
escorpiões sobre o país e seu eleitorado.Autoridades do Fundo emitiriam
previsões catastróficas e receitas sombrias para o futuro do país.
Tudo
naturalmente escandido com a conhecida isenção dos veículos do
dispositivo midiático conservador.
"Alternativa, agora, é mais
arrocho,diz FMI", estampava a 'Folha de SP'.
Rogoff era o porta-voz do
inferno.