MP dos portos: quando o governo vai abrir as comunicações?

O desconhecimento da sociedade sobre qualquer tema é o solo fértil de toda sorte de manipulação ideológica e econômica. 

 
A  MP dos Portos, editada em dezembro último, cujo prazo de validade vence nesta 6ª feira, é o exemplo clássico de um  redil capaz de imobilizar as melhores intenções. 
 
Sempre hesitante em sua política de comunicação, o governo, mais uma vez ,  menosprezou uma dimensão crucial da luta pelo desenvolvimento que consiste em popularizar o debate da agenda estratégica com toda a sociedade. 
 
Teme-se o carimbo de populismo. 
 
 Em contrapartida, faculta-se a um  oligopólio midiático a modelagem narrativa do passo seguinte da história, reduzida a um carnaval de tomates e beterrabas . 
 
Os críticos à esquerda alegam que a MP dos Portos aperta o passo do governo na ladeira privatizante (leia artigo desse ponto de vista no debate aberto nesta pág). 
 
À direita, critica-se a ‘intromissão' estatal nos portos estaduais e o ‘intervencionismo' nas docas particulares. 
 
Sem abrir o debate político Getúlio não teria ido tão longe na primeira arrancada da infraestrutura nacional. 
 
A Petrobras talvez não existisse. 
 
Com toda a astúcia política, ainda assim viu-se compelido a dar um tiro no peito para não ceder ao conservadorismo. 
 
Crê o governo que dando sucessivos tiros no pé na esfera da comunicação poderá  ser mais eficaz que Getúlio Vargas na luta pelo desenvolvimento brasileiro?