Os países europeus estão quebrados, e o dinheiro está sumindo também dos clubes.
Ele iria para a Europa no pior momento |
Boss me conta que Tostão, para ele o melhor comentarista brasileiro de futebol, defende a ida de Neymar para o futebol europeu já.
Parece que ele, na Europa Neymar seria devidamente testado e treinado para, quem sabe, se tornar um dos melhores jogadores do mundo.
Ladies & Gentlemen: Tostão entende de futebol, mas não de economia.
A crise econômica dramática que varre a Europa já chegou ao futebol. Os clubes estão quebrados, como os países.
Acabarão se desfazendo porque não existe milagre. Você não pode ter jogadores com salários multimilionários quando a torcida está na miséria.
Você já começa a ver na Europa estádios vazios em grandes partidas, o que não acontecia antes.
O mundo do futebol é cínico. Mesmo Chrissie, minha azeda e neurastênica mulher sempre pronta a me contrariar nas coisas mais absurdas, nisso concorda comigo.
Veja na França. Os clubes queriam ficar isentos da elevação nos impostos que o presidente François Hollande aplicou para grandes empresas – os clubes são – e superricos.
“Os craques vão embora”, gemeram os cartolas.
Hollande confirmou que, sim, os novos impostos alcançarão o futebol.
Que vão embora os jogadores. Mas para onde? Para o futebol italiano, quebrado? Para o espanhol, à beira do abismo financeiro? Ou vocês pensam que Barcelona e Real Madri conseguirão viver como vivem com o país na bancarrota?
Os espanhóis já estão até pedindo a cabeça do rei. Querem a república.
Isso tudo para dizer o seguinte. Neymar estaria indo para a Europa na pior hora. Provavelmente seu salário, como no Brasil dos tempos de crise, começaria a não ser pago em pouco tempo no Barça ou no Real.
Futebol é dinheiro, gostemos ou não, e eu pessoalmente detesto.
Onde está o dinheiro, estão os mercenários da bola.
E o dinheiro sumiu da Europa, sem que nada indique que vá voltar. Portanto, os mercenários irão atrás do dinheiro, se o houver em algum lugar neste mundo que vive uma crise tão espalhada.
Neymar tem vida boa no Santos. É mimado, faz o que quer, bate pênaltis, faltas e escanteios, jamais é substituído, tira do time quem quiser, técnico incluído, e ainda tem folga bastante para cuidar do cabelo e namorar com uma atriz da Globo.
Para que sair do Brasil rumo ao pesadelo econômico europeu?
O pai dele é esperto, imagino. Talvez ele blefe para que o Santos, intimidado, aumente o salário do garoto.
Ladies & Gentleman: Tostão, que baixou a cabeça e no Deus-dará destruiu minha seleção em 1970, num lance que só Supernatural Jones explica, sabe tudo de bola.
Mas, de economia, não entende nada.
Sincerely.
Scott
Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott
Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester
City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento,
ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos
neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta
temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no
futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.