O que é bom para os EUA, não e bom para o Brasil?



Acabo de assistir – tardiamente confesso – Lincoln.
Muito bom filme, bem feito, excelente ator.

Aqui no Brasil todos elogiaram. Alguns blogs de esquerda, procurando pelo em ovo, falaram de omissões de Spilberg, quanto a sexualidade do Presidente que acabou com a escravidão.
Ficaram a analisar com um olho de mágoa.

Na minha opinião, deixaram de falar do mais importante.
Vamos lá?

 1)      Mostra ao povo, de hoje, que negociação política existe desde sempre. Lincoln mostra isso de forma clara, objetiva e propositiva. Como vimos no filme, chama os políticos para conversar – mesmo os adversários – pois o mais importante é o OBJETIVO FINAL.
2)      Em busca do seu objetivo final – acabar com a escravidão – passou por cima de discursos antigos, carcomidos. Aproveitou-se de políticos que haviam perdido o mandato (ele foi reeleito e 67 deputados “sobraram”) para utilizá-los e conseguir os votos necessários.
3)      Numa manobra de mestre, pegou o principal adversário do abolicionismo e falou umas verdades. Fez o cara mudar o voto. Isso era o mais importante.
4)      Noutra manobra de mestre, segurou uma comissão que viria negociar a paz, com rendição, o que acabaria de vez com a ideia de libertar os negros.
5)      Orientou o maior defensor da abolição (que ao fim do filme se vê que vivia com uma negra) – através da liderança de seu bloco, a “moderar o discurso de igualdade racial, para iguais perante a lei”.

Quem prestou atenção mesmo no filme, verificará que qualquer semelhança não é mera coincidência.

Aqui no Brasil LULA cansou de fazer isso para conseguir o mais importante de seu mandato: respeito do povo, ajuda aos mais pobres, levar o Brasil ao patamar de nação respeitável.
LULA não mediu esforços.
Engoliu tanto “sapo” que fez até um câncer de garganta.
Coincidência? Talvez

Dilma acaba de fazer o mesmo para aprovar a MP dos Portos.
Revejam o filme e comparem.
Foram dias e dias de conversas e negociações.

Os mesmo que aplaudem Lincoln, elogiam o filme, chama de “gastança e oportunismo”, o que foi feito para aprovar uma MP de suma importância.

Lincoln pouco se importou com o que diriam.
E tinha também a mídia da época contra si.
Negociou.
Mandou emissários, claramente, oferecer cargos e dinheiro.
Não teve nenhum escrúpulo para vencer.
A conquista valia a pena.
Era o fim da maior vergonha da humanidade em todos os tempos.
A escravidão mancha, até hoje a história do povos “brancos de olhos azuis”.
Tudo isso para conseguir o principal: a ABOLIÇAO DA ESCAVIDÃO.
Conseguiu.
E pagou com a vida por isso.

Paulo Morani