DILMA:
Um plebiscito e uma constituinte para ampliar a voz da rua na Democracia. A direita Uiva e Ruge contra a soberania popular. O que ela quer? "Ordem" e um Napoleão de toga.
"O
segundo pacto é em torno da construção de uma ampla e profunda reforma
política, que amplie a participação popular e amplie os horizontes da
cidadania.
Esse tema, todos nós sabemos, já entrou e saiu da pauta do
país por várias vezes, e é necessário que (...) tenhamos a iniciativa de
romper o impasse", disse a Presidenta Dilma Rousseff, nesta 2ª feira,
ao propor um Plebiscito para convocar uma Constituinte exclusiva, capaz
de realizar uma 'ampla e profunda' reforma política.
Um aggiornamento
da democracia brasileira, em sintonia com os anseios sinceros da rua
por mais participação e menor influencia do dinheiro grosso no sistema
político nacional.
A presidenta Dilma desenhou o escopo de um grande
debate nacional, capaz de incorporar as vozes e inquietações das ruas.
Cumpre às administrações locais avançarem nessa direção criando
contrapartidas de ampliação da democracia ali onde a vida acontece, na
gestão das cidades. A sorte de prefeitos e gestões progressistas depende
desse desassombro.
Trata-se de abrir canais de escuta forte da
cidadania. Não canais ornamentais, mas instrumentos relevantes e críveis
de poder sobre o orçamento.
O PT tem experiências a resgatar; a
disseminação da tecnologia permite, hoje, mais que ontem, submeter a
gestão da cidade à soberania dos cidadãos. A Presidenta Dilma respondeu
com perspicácia histórica ao clamor das ruas. Disparou na direção certa.
A questão que aglutina a fragmentação das bandeiras desordenadas do
nosso tempo é o poder. Todo o processo de globalização e financeirização
apoia-se na captura da soberania popular pelo dinheiro grosso.
Governos
se emasculam. O voto se desmoraliza. Os partidos se descarnam. A
existência se acinzenta.
A mídia conservadora é a torre de vigia desse
sequestro (leia a coluna de Venício Lima; nesta pág).
O poder
democrático da sociedade sobre ela mesma se esfarela.
Ou ele se amplia,
ou vence a exaustão caótica.
E com ela a bandeira já sussurrada pela
direita e por seus ventríloquos obsequiosos: 'ordem e um Napoleão de
toga'.