O
país ingressa num ciclo de transição do modelo de crescimento que o
poupou até agora da desordem neoliberal.
Uma dúzia de variáveis
desafiam a coerência e o dinamismo dessa marcha. Cada uma tem um custo e
nem sempre -ou melhor, quase nunca--combina com a outra.
Quem decide o
que é coerente na macroeconomia do desenvolvimento é a correlação de
forças da sociedade.
Como e quando a CUT, o MST e demais organizações
sociais vão intervir nessa dobra do caminho?
O conservadorismo, como
aconteceu em 32, em 54, em 64 e na década de 90 apressa-se em atualizar
o seu roteiro eterno de futuro. Editoriais, como o da 'Folha', deste
domingo (‘Um plano Dilma'), listam os requisitos do cardápio.
Tudo para o
Brasil ‘voltar a crescer de forma saudável', diz o epíteto sobre a
lápide das conquistas sociais.
O Brasil mudou.
Pela via eleitoral
dificilmente a pasta de dente marchará resignada para dentro do tubo
conservador.
O equivalente a uma Argentina engrossou as filas dos
supermercados e das lojas de departamento na última década.
As
encomendas do pré-sal figuram como o maior mercado de plataformas dos
sete mares. O mundo rico cobiça o apetite brasileiro num momento em
que o principal gargalo do planeta é a falta de demanda.
Vista desse
ângulo, a travessia em curso adquire contornos semelhantes a grandeza
das escolhas feitas por Getúlio nos anos 50.
A industrialização ocupa,
de novo, o centro da disputa sobre o passo seguinte da nossa história.
Nos anos 50, um pedaço das forças progressistas só foi perceber o seu
lado quando o povo já estava nas ruas apedrejando os carros do jornal O
Globo.
Getúlio dera um cavalo de pau na história com um único tiro.
O
mesmo que ecoa até hoje como divisor do desenvolvimento nacional.
Do Carta Maior
Do Carta Maior