A borboleta virou lagarta?


O tabuleiro mexeu: Campos e Marina estarão juntos em 2014. 

Nasce a 'quarta via', o  socialismo econeoliberal.

"Para destruir o chavismo do PT", diz a suave senadora que deixou o PT em 2009, 'para ser coerente com a luta 'pelo desenvolvimento sustentável'. 

Marina decidiu. 

E comunicou a seus pares em caráter irrevogável: será a vice de Eduardo Campos, que ganha assim um discurso palatável à classe média, ele que antes só falava à Fiesp e à Febraban. 

Marina perde a Rede, mas sobretudo, a aura de maria  imaculada e ganha a companhia dos Bornhausen, os afáveis banqueiros de Santa Catarina, que terão o comando do PSB no Estado e voz ativa na esfera nacional. 

Os Demos também querem 'destruir o chavismo do PT' e tem precedência na fila. É natural que ocupem espaços. 

Parece não incomoda-la: Marina é obstinada. 

Tudo pela causa. 

A sua passa a ser a mesma de Campos, Aécio, Serra, Freire e a da  plutocracia em busca de uma 'terceira via' para capturar o Estado novamente. 

Todos contra Dilma. Funciona?Dúvidas: quanto vai durar o casamento entre o personalismo anêmico de votos de Campos e a pureza armada de Marina? 

Como evitar que a identidade de propósitos da frente anti-petista apenas pulverize os votos dos já convertidos? 

Marina Silva prometeu neste sábado 'sepultar de vez a velha República'. 

São palavras fortes. Mas o que cogitaria como nova República um Heráclito Fortes, por exemplo, outro demo recém convertido ao socialismo complacente do PSB? 

Como diz Zizek, passada a fase alegre dos consensos, será preciso ir além, sem se transformar em um desastre.

Do Carta Maior