Presidenta, Graça Foster, concedeu entrevista à Carta Capital desta semana. Confira abaixo a íntegra das perguntas e respostas:
1) O que pesa mais neste momento para a Petrobras cumprir as
metas de produção divulgadas: o impulso positivo proporcionado pelo
aumento da eficiência na Bacia de Campos, ou os atrasos inevitáveis
decorrentes dos necessários trabalhos de manutenção em andamento?
Resposta: A meta de 2014 é crescer 7,5% (+/- 1p.p.) a
produção de óleo no Brasil em relação a 2013. Para tal, damos alta
prioridade tanto à produção oriunda dos campos em operação quanto à
produção que virá dos novos sistemas.
Com o Programa de Aumento da Eficiência Operacional (Proef) conseguimos
recuperar o nível de eficiência nas plataformas da Bacia de Campos
(Unidade de Operações da Bacia de Campos) de 71,7% em 2012 para 75,4% em
2013. Na Unidade de Operações-Rio, que administra as plataformas com
maior capacidade da Bacia de Campos, a eficiência alcançou 92,4% em
2013. Isso resultou em um acréscimo de 63 mil barris por dia na produção
de 2013. Nosso objetivo é atingir, no fim do ano, 81% de eficiência
operacional na UO-BC, e 90% em 2017, recuperando os níveis históricos
dessa unidade. E agora em 5/5/2014 lançamos o Proef na Unidade de
Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo.
Quanto aos novos sistemas, em 2013 concluímos nove novas plataformas e
tivemos o início da produção de cinco unidades (Cidade de São Paulo,
Cidade de Itajaí, Cidade de Paraty, P-63 e P-55). Em 2014 já colocamos
em operação a plataforma P-58, no Parque das Baleias.
Neste segundo
trimestre colocaremos a P-62, no campo de Roncador e instalaremos a
P-61, associada à TAD (sonda de perfuração), no campo de Papa-Terra,
ambos na Bacia de Campos. Já no segundo semestre entrarão em operação os
FPSOs (navios-plataformas que produzem, armazenam e transportam
petróleo e gás) Cidade de Mangaratiba e Cidade de Ilhabela, no pré-sal
da Bacia de Santos.
Com a entrada em produção dessas unidades, acrescentamos um milhão e
trezentos mil barris de óleo por dia à nossa capacidade instalada. Em
2018 projetamos 3,2 milhões de barris de óleo por dia (bpd) da Petrobras
no Brasil, e em 2020 4,2 milhões de bpd. Os campos operados pela
Petrobras na Província Pré-sal têm batido recordes de produção
frequentes. Em abril de 2014 atingimos 444 mil barris de petróleo por
dia (bpd). E ultrapassaremos a marca de 500 mil bpd ao longo deste ano.
Até 2018 desenvolveremos, também, novas oportunidades nas áreas do
pós-sal. Entre elas, Tartaruga Mestiça e Tartaruga Verde, em 2017, na
porção fluminense da Bacia de Campos. Em 2018 instalaremos a primeira
unidade de produção em águas profundas do litoral de Sergipe, e uma
segunda em 2020, consolidando um novo polo de produção offshore no
Brasil.
2) Quais são as principais vantagens comparativas da Petrobras em relação às suas congêneres no mundo?
A Petrobras tem um mercado consumidor de derivados que vem crescendo.
De 2012 para 2013 suas vendas cresceram 3%, enquanto outras grandes
empresas de petróleo apresentaram queda nas vendas. Além disso, seu
principal mercado consumidor fica muito próximo às suas reservas de
petróleo e gás, pois as bacias de Campos e Santos ficam a até 300 km da
costa brasileira. Em geral, outras companhias congêneres possuem
operações espalhadas pelo mundo.
Nossas reservas provadas no Brasil atingiram 16 bilhões de barris de
óleo equivalente em 2013. Há 22 anos seguidos aumentamos as reservas, ou
seja, encontramos mais petróleo do que produzimos. Isto se deve aos
excelentes resultados exploratórios da Petrobras. No ano passado, por
exemplo, nosso índice de sucesso exploratório foi de 75%, muito acima da
média mundial que é de 30%. Se considerarmos apenas as áreas do
pré-sal, nosso índice de sucesso atingiu 100%.
Vale destacar, ainda, que 84% das nossas reservas provadas são de
petróleo, mais valorizadas que as de gás natural. Nas grandes empresas
de petróleo do mundo esta proporção é bem menor, na faixa de 50 a 60%.
A disponibilidade de reservas e os investimentos permitiram que a
Petrobras adicionasse 139 mil barris por dia à sua produção de petróleo
nos últimos 8 anos, um crescimento de 7%. Este é um crescimento
orgânico, que não está calcado na aquisição de outras companhias. As
maiores empresas de capital aberto do mundo, no entanto, apresentaram
queda de 365 mil barris por dia em sua produção, ou (-16%) neste mesmo
período.
3) Quais são os principais indicadores e as evidências mais importantes do peso da empresa na economia brasileira?
O peso dos investimentos da Petrobras no valor total do investimento
brasileiro em 2013 foi de aproximadamente 7,5%. Esses investimentos
cumprem papel fundamental no crescimento econômico brasileiro, como por
exemplo no setor de construção naval, cujos empregos diretos cresceram
de 7.500 trabalhadores em 2003 para mais de 78 mil em 2013.
A Petrobras, através do Programa de Mobilização da Indústria Nacional
de Petróleo e Gás Natural (Prominp), capacitou, de 2006 até 2013, 97 mil
pessoas, entre técnicos, engenheiros e outros profissionais, sendo que
mais 17 mil pessoas serão capacitadas até 2016. Desde 2004 a Petrobras e
o Sebrae, através de convênio, investiram US$ 41 milhões, beneficiando
mais de 13 mil micro e pequenas empresas no Brasil.
O Centro de Pesquisas & Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes),
possui contratos e convênios com cerca de 88 instituições de Ciência e
Tecnologia brasileiras, através de 49 redes temáticas. Entre 2003 e 2013
a Petrobras investiu R$ 17,4 bilhões em Pesquisa e Tecnologia
(P&D).
Em tributos e participações governamentais, a Petrobras pagou em 2013
R$ 122,9 bilhões para as três esferas de arrecadação (federal, estadual e
municipal), além de R$ 6 bilhões relativos ao bônus de assinatura do
Campo de Libra.
A produção do conjunto das atividades diretas da Petrobras (extração de
petróleo e gás, refino de petróleo etc) representa cerca de 4,5% do PIB
brasileiro.
4) Quais são os aspectos mais importantes da governança da
empresa e em que medida estão sintonizados com os padrões internacionais
de excelência?
Nossas práticas de governança corporativa e nossos instrumentos de
gestão são constantemente aperfeiçoados. Somos uma companhia de capital
aberto e seguimos as regras da CVM e da BM&FBovespa no Brasil, além
de cumprimos as normas da Securities and Exchange Commission (SEC) e da
NYSE, nos Estados Unidos, da Latibex e da Bolsa y Mercados Españoles, na
Espanha, e da Comisión Nacional de Valores (CNV) e da Bolsa de Comércio
de Buenos Aires, na Argentina.
Em nossa missão afirmamos que atuamos de forma ética, segura e
rentável, com responsabilidade social e ambiental. Temos um Código de
Boas Práticas, um Código de Ética, um Programa de Prevenção da Corrupção
e áreas dedicadas a verificar e revisar nossos procedimentos como a
Auditoria Interna e a recém criada Gerência de Controladoria.
A Diretoria da Petrobras vem dando prioridade absoluta à condução de
ações e programas que, ao estabelecer novas referências de produtividade
e gestão dos projetos de investimento, impõem maior disciplina na
utilização dos recursos financeiros da Companhia.
O Plano de Negócios e
Gestão incorpora cinco programas estruturantes com este fim, voltados
tanto para as atividades operacionais como para os projetos de
investimento: PROCOP (Programa de Otimização de Custos Operacionais),
PROEF (Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de
Campos), PRC-SUB (Programa de Redução de Custos de Poços), PRC-SUB
(Programa de Redução de Custos de Instalações Submarinas) e INFRALOG
(Programa de Otimização de Infraestrutura Logística).
A Petrobras é referência em gestão e governança, reconhecida pela
agência de Risco Standard & Poor's (S&P). Em maio de 2013, a
S&P emitiu o relatório “Management And Governance CreditFactors", em
que avaliou a gestão e a governança de 310 empresas da América Latina.
Apenas a Petrobras e outras 6 empresas receberam a classificação
"Strong" (Forte), a melhor possível. Em escala mundial a S&P faz
esta avaliação para 3.868 empresas, sendo apenas 8% classificadas como
"Strong".