Quem apostou contra a Petrobras perdeu dinheiro — merecidamente. Por Paulo Nogueira
E
se você tivesse ouvido o que os suspeitos de sempre diziam sobre a
Petrobras e o dólar e tomado decisões de investimento com base neles?
Suspeitos de sempre são os colunistas de economia e política,
políticos como Aécio, FHC e Serra e consultoras de investimentos como a
Empiricus, célebre por decretar o fim do Brasil.
Bem, numa palavra, você estaria frito.
A Petrobras tinha sido destruída, diziam. Cada queda das ações da
empresa era posta na manchete e comemorada.
O G1 passou a acompanhar as
oscilações do dólar em tempo real, como se o país tivesse se
desgovernado economicamente.
Leitores que levam a sério os suspeitos de sempre teriam vendido suas
ações da Petrobras e comprado todos os dólares possíveis. A Empiricus
manteve, semanas seguidas, um anúncio com o seguinte título: “Dólar a
4”.
E então, em vez da tragédia anunciada, você vê as ações da Petrobras
se recuperarem, puxadas pelos investidores estrangeiros, e o dólar se
acomodar na casa de 3,1, patamar em torno do qual deve permanecer ao
longo de 2015.
Você vê também, escondido no noticiário, que a Shell gastou muitos
bilhões para se aproximar da Petrobras no pré-sal.
O presidente da Shell
falou exatamente o oposto do que os suspeitos de sempre estavam dizendo
sobre a Petrobras.
Com uma diferença: a Shell alicerçou suas palavras com muito
dinheiro, enquanto os abutres com certeza certamente não mexeram em suas
próprias carteiras.
Quantas vezes você leu, durante a queda momentânea, quanto valor de
mercado tinha perdido a Petrobras?
Todos os contadores de ocasião tinham ignorado, antes, a extraordinária valorização da empresa desde 2003.
Todos os contadores de ocasião tinham ignorado, antes, a extraordinária valorização da empresa desde 2003.
Agora mais uma vez: desde janeiro, os papeis se valorizaram mais de 40%.
Onde os gráficos e tabelas que mostram quanto isso representa em valor
de mercado?
Com todo o respeito, quem caiu nessa esparrela merece o prejuízo por
não ter aprendido, depois de tanto tempo, a ver o caráter político,
tendencioso e frequentemente desonesto dos diagnósticos e das previsões
dos suspeitos de sempre.
Em algum momento, imagino, alguém irá à Justiça cobrar os abutres
pelas perdas financeiras decorrentes das opiniões de quem quer ver o
Brasil no buraco a qualquer preço.
Repito: lamento por você que acreditou em quem não merece fé nenhuma, mas não posso deixar de dizer que você mereceu.
Só falta agora você vestir a camisa do Brasil e ir amanhã às ruas
protestar contra Dilma, responsável por não ter feito a Petrobras
afundar como deveria para você ganhar dinheiro.