QUADRO NACIONAL DA
GREVE NAS BASES DA FUP
Sem avanço no processo de negociação
entre a FUP e Petrobrás, os petroleiros iniciaram hoje, o décimo décimo
primeiro dia da greve nacional da categoria.
A tendência é que os
trabalhadores radicalizem o movimento. Os informes dos sindicatos
da FUP são de que em várias unidades, a produção nas unidades do Sistema
Petrobrás está paralisada ou parcialmente interrompida.
Na Bacia de Campos, onde a
greve já atinge 50 unidades marítimas, mais de dois milhões de barris de
petróleo deixaram de ser produzidos, o que gera um prejuízo de pelo
menos R$ 400 milhões para a Petrobrás.
Na P-37, uma das plataformas que
está no movimento grevista, houve um vazamento de óleo, fatalmente
causado pela irresponsabilidade da Petrobrás e suas equipes de
contingência.
O acidente ambiental constata todos os alertas que a FUP e
seus sindicatos vem fazendo desde o início da greve sobre o risco de manter as plataformas sob a "responsabilidade" de equipes sem preparo algum para operar as unidades.
As demais plataformas da Petrobrás no Ceará e Espírito Santo também estão paralisadas e com redução na produção.
Soma-se a isso, os campos de produção terrestre da Bahia, do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo.
A Fafen-PR, maior produtora mundial de
catalisador para caminhões a diesel (ARLA-32), está parada há mais de
uma semana.
A cada dia, 2 mil toneladas de uréia deixam de ser
produzidas, assim como 1.350 toneladas de amônia e 1.680 toneladas de
ARLA-32.
Segundo o sindicato, o impacto financeiro da paralisação da
fábrica é de R$ 2 milhões por dia.
Na Bahia, o sindicato estima que metade
da produção do estado está paralisada.
Nos campos de produção terrestre,
cerca de 2 milhões de metros cúbicos de gás diários deixaram de ser
produzidos e na região de Candeias, a produção diária caiu de 4.500 para
2.100 barris de óleo.
A greve também impactou na geração de energia em
Camaçari, que sofreu uma redução de mais de 60%, caindo de 326 para 118
megawatts.
A paralisação da usina de Candeias interrompeu a produção de biodiesel, ácido graxo e de glicerina.
Na Fafen, foi cortada
inteiramente a produção de ureia e interrompida a distribuição de
amônia, ARLA-32, ácido nítrico, entre outros produtos.
Na Reduc, houve uma queda de 30 mil
barris diários de petróleo refinado, a produção de asfalto está
interrompida e a produção de coque já sofreu uma redução superior a
80%, o que gera um prejuízo de mais de R$ 1 milhão por dia à
Petrobrás.
Na Recap (SP), metade da produção foi afetada.
Na Lubnor (CE)
e na Refinaria Clara Camarão (RN), as unidades também foram
paralisadas.
No Rio Grande do Norte, o Polo de
Guamaré reduziu consideravelmente a produção, assim como as 13
plataformas que estão em greve.
No Ceará, 87% da produção de óleo e 94%
da de gás foram paralisados.
No Espírito Santo, a produção das
plataformas P-58 e P-57 também caiu pela metade, nos dois primeiros dias
da greve.
Fonte: FUP