Esclarecimentos sobre a gestão da Petros. O PIG mente e a gente desmente!



 Publicada em 23/02/2016 14:00

Em razão de informações veiculadas recentemente sobre a gestão da Petros, a Diretoria Executiva da Fundação, em nome da transparência e em respeito aos participantes, vem prestar os devidos esclarecimentos sobre a verdade dos fatos.

Esta Diretoria está há 11 meses à frente da Fundação e assumiu a administração com um déficit de R$ 6,2 bilhões – decorrente, entre outros motivos, de ações judiciais, do provisionamento para pagamento do acordo de níveis e da conjuntura econômica, que vem afetando não somente a Petros, mas também a maioria dos fundos de pensão e de empresas de diversos setores.

Desde que assumiu, a Diretoria Executiva tem adotado uma série de medidas para reduzir os impactos da crise econômica, mesmo tendo em mãos uma carteira de investimentos com pouca flexibilidade para mudanças no curto prazo.

No caso do Plano Petros Sistema Petrobras (PPSP), reduziu aplicações em Bolsa de Valores e investiu em títulos públicos de curto prazo, um investimento mais seguro em tempos de crise. No caso do Plano Petros-2, foi possível fazer significativos investimentos em títulos públicos com vencimento de longo prazo, assegurando a rentabilidade e reduzindo a volatilidade da carteira de investimentos do plano. Para este ano, a nova Política de Investimentos prevê a continuidade da redução das aplicações em Bolsa de Valores e o aumento em renda fixa.

Quando a atual diretoria assumiu, a Petros tinha 37,85% aplicados em renda variável, ou seja, em Bolsa de Valores. Hoje, tem 33,51%. Já os investimentos em renda fixa aumentaram de 45,10% para 48,30%.

É importante ressaltar que lidamos com o patrimônio de milhares de trabalhadores e mudanças nos investimentos devem ser feitas de forma consciente, analisando o momento oportuno. Caso saísse da Bolsa de Valores em momentos inadequados, a Fundação, além de realizar prejuízo para os participantes, estaria influenciando todo o mercado de ações e promovendo ainda maior desvalorização de ações em alguns casos, uma vez que tem grande volume de investimentos. Ou seja, as ações que ficassem na nossa carteira teriam o valor ainda mais baixo.

As vendas de ações feitas pela Petros recentemente foram estratégicas e renderam bons resultados. As ações da BRF foram vendidas no momento certo, evitando queda de 35%. Também foram vendidas ações da JBS, evitando desvalorização de 55%. Os recursos obtidos foram aplicados em títulos públicos, que garantirão retorno de IPCA mais 6,7% ao ano.

Outro ponto a esclarecer é que, ao contrário do que vem sendo dito, não há “queima de patrimônio”. Houve queda no valor total do patrimônio porque as ações – não apenas da Petros, mas de todos os investidores que têm aplicações em Bolsa de Valores – caíram de preço. Em 2015, os principais índices de mercado – o IBrX e o Ibovespa – registraram queda de 12,41% e 13,31%, respectivamente. Tão logo o mercado se recupere, esses valores serão restabelecidos e o patrimônio crescerá outra vez.

Ainda sobre a redução do patrimônio, é necessário informar que o maior plano administrado pela Petros, o PPSP, encontra-se fechado e tem como característica principal o fato de os pagamentos de benefícios serem significativamente superiores aos recebimentos de contribuições. Além disso, algumas retiradas de patrocínio e transferências de gestão, por decisão exclusiva das patrocinadoras – o que pode acontecer a qualquer momento –, contribuíram para reduzir o patrimônio total que a Petros administra, o que não afeta o patrimônio de cada plano nem coloca em risco o pagamento dos benefícios em dia, como a Petros faz há 45 anos.

Ainda ao contrário das informações que vêm circulando, esta situação de déficit não é resultado de má gestão desta Diretoria. A conjuntura econômica está afetando boa parte do segmento dos fundos de pensão e outros setores da economia. Cabe também destacar que uma importante parte do déficit registrado em 2015 é decorrente não apenas da crise que afeta os investimentos, mas também do tratamento de antigas questões estruturais e atuariais, como a atualização da premissa de composição familiar. Esta Diretoria teve, numa atitude responsável, a iniciativa de encaminhar estas questões ao Conselho Deliberativo, que aprovou a necessidade de tratamento a fim de garantir a perenidade do PPSP. Somente a atualização da composição familiar terá impacto de R$ 5,2 bilhões no passivo atuarial da Petros. Além disso, a alta da inflação também teve impacto sobre o déficit, já que o passivo atuarial sofre os efeitos desse índice.

Em relação a informações pontuais que vêm sendo publicadas especificamente sobre os investimentos da Petros, é importante esclarecer alguns pontos cruciais, detalhados a seguir:
  • Não procede a informação de que a esmagadora maioria dos investimentos em renda variável não tem rendimentos ou que os mesmos ficam abaixo da meta atuarial. No caso de fundos de pensão, o correto não é analisar a performance no curto, mas no longo prazo, conforme gráfico seguir.
     

    • Não procede a informação de alta concentração e baixa liquidez. Considerando a característica do mercado de capitais brasileiro, é natural que um investidor de grande porte encontre restrições para fazer significativas modificações na composição de seus investimentos de forma mais abrupta. Isso pode ser verificado tanto no segmento de renda fixa (títulos públicos) quanto no de renda variável, mesmo no caso de ações negociadas em Bolsa de Valores.
       

    • Investimentos como Invepar e Belo Monte mostraram-se boas oportunidades na época em que foram tecnicamente analisados e decididos e seguem com boas perspectivas. Na Invepar, por exemplo, uma das maiores operadoras de infraestrutura de transporte do Brasil, a Petros iniciou seu investimento em 2009 e, desde então, acumulou rentabilidade de +262,38% frente a uma meta atuarial de +108,32%. Já Belo Monte teve, desde que o investimento foi realizado em 2010, valorização de +106,69% frente a uma meta atuarial de +79,26%.

    Outro ponto que deve ser esclarecido é a comparação entre o resultado da Petros e de outros fundos de pensão, que eventualmente vêm sendo feitas e que levam a uma interpretação errada. A Petros tem características próprias, que devem ser levadas em consideração: administra vários planos de benefício com características distintas (Benefício Definido, Contribuição Definida e Contribuição Variável); tem planos com perfis atuariais e objetivos de rentabilidade diferentes; e os planos foram constituídos em momentos distintos, impactando o desempenho de longo prazo.

    Em relação ao perfil dos atuais dirigentes da Petros, todos têm currículo aderente às funções que exercem na Fundação. O presidente Henrique Jäger é pós-graduado em Economia e conselheiro certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Já foi membro do Conselho de Administração e dos comitês de Auditoria e de Remuneração do Banco do Brasil, além de ter integrado os conselhos de administração e fiscal de grandes empresas brasileiras, como Telemig Celular e Paranapanema. Licio da Costa Raimundo é Doutor em Economia, já teve passagem anterior pela Petros, como Gerente da área de Planejamento de Investimento, e foi Diretor de Investimentos da Funpresp. Fernando Carvalho tem pós-graduação em Economia, é funcionário de carreira da Petrobras e foi gerente de Recursos Humanos da empresa, portanto tem amplo conhecimento da política de benefícios oferecida pela patrocinadora. Danilo Ferreira da Silva tem formação em Direito, Economia e Finanças, MBA Executivo Internacional em Gestão Financeira pela FGV, com extensão na Ohio University, e MBA executivo global em gestão de Negócios Empresariais da FGV, em parceria com o Instituto Universitário de Lisboa. É certificado pelo Instituto de Certificação dos Profissionais de Seguridade Social (ICSS), foi membro do Conselho Deliberativo da Petros e assessor da presidência da Petros, tendo adquirido profundo conhecimento sobre as principais questões da Fundação.

    Também é importante ressaltar o compromisso desta Diretoria com a gestão rigorosa e a transparência. Desde que assumiu, aumentou a autonomia da Auditoria Interna, duplicou sua equipe e multiplicou seu orçamento. Também deu total autonomia à Ouvidoria e iniciou um processo para implantar 10 comitês gestores com a participação de ativos e assistidos na administração dos planos. Criou a Gerência de Gestão de Risco de Investimentos e revisou a estrutura do Comitê de Investimentos para reforçar o peso dos representantes da patrocinadora nas decisões. Está em curso, ainda, um austero programa para redução de custos administrativos, o que já resultou em economia de R$ 54 milhões em relação ao orçamento inicial. Outra medida relevante será a implantação do Portal da Transparência, no qual todos os contratos administrativos da Petros estarão disponíveis para consulta.

    Além disso, foi criada uma área no portal (www.petros.com.br) intitulada "Com a Palavra, a Petros", para publicar as respostas enviadas em atendimento às solicitações de jornalistas. A Fundação julga muito importante que todos tenham acesso à íntegra das respostas, já que, na maioria das vezes, elas são aproveitadas somente de forma parcial.

    A Petros aproveita para reafirmar o compromisso com os participantes e com a veracidade dos fatos. A Diretoria Executiva estará sempre empenhada na construção de uma Petros para o futuro, que garanta a tranquilidade e a perenidade dos planos para milhares de trabalhadores e suas famílias, e segue aberta a críticas e sugestões.