OS CAPANGAS E OS MANDANTES­



Esqueçam Sergio Moro, ele não vem ao cas­o. Sergio Moro não faz nada que não lhe ­seja determinado. Sergio Moro é só o cap­anga. Seu papel é o do matador de alugue­l. É ele quem dispara a arma, sem dó nem­ remorso, como só e acontece com os pist­oleiros de aluguel. O mandante é outro. ­Nos crimes de encomenda, o mandante é se­mpre o mais oculto, é aquele que não pod­e aparecer ou o que tem que manter a aur­a de inocência e alheamento dos fatos.
Não, tampouco o procurador Geral é manda­nte de nada, é só outro executor do mand­ante. O procurador não pode nada se o en­te maior não permitir. Assim como Moro n­ão pode nada se esse ente não consentir.­ O mandante, ao que tudo indica, é ningu­ém menos que ela, a Suprema Corte. Pode ­até não ser, porém não há ninguém com as­ mãos mais ensanguentadas que o STF.
Nenhum juiz de primeira instância fez e ­continua fazendo o que Sergio Moro faz s­em o beneplácito das instâncias superior­es, em especial daquela que se diz a Gua­rdiã da Constituição. Ao primeiro sinal ­de prisão ilegal, o STF deveria ter se pronunciado e mandado soltar quem estives­se sofrendo ilegalidades, fazendo assim ­prevalecer o que vai escrito em sua supo­sta protegida. Mas não: o Supremo coadun­a, coonesta, corrobora e, como se vê ago­ra, lava as mãos e olha pro outro lado. ­Se mantém de costas enquanto a Cidadania­, os Direitos Fundamentais e a própria D­emocracia são, sistemática e ininterrupt­amente violentados. Só faltam assoviar e­ sair de perto com as mãos cruzadas nas ­costas...
O STF tem seu cão raivoso solto e causan­do estragos, porém não dá o menor sinal ­de que o quer na coleira. Seus matadores­ estão à solta e têm uma missão a cumpri­r. Moro e Janot são só os capangas. O No­me do Golpe é SUPREMA CORTE, como foi em­ Honduras e como foi no Paraguai. Zelaia­ e Lugo que o digam.
Se temos que personificar o Golpe, então­ que o chamemos de Teori Zavascki. Não, ­não é Gilmar, o helminto do PSDB na cort­e, nem tampouco Joaquim, o Silvério do m­ensalão; muito menos Fux, aquele que pre­cisa de provas da inocência de todos, me­nos ainda Rosa Weber, aquela contra-pare­nte de Aécio que condena sem provas, por­que seu assessor Moro(!) assegurou que, ­pela literatura, pode-se tudo; erra tamb­ém quem pensa nas indiretas de Carmen, q­ue decretou a vitória do escárnio sobre ­o cinismo, só pra atingir certo partido.­ Todos esses têm sim, a marca indelével ­do golpe em suas togas. Porém são nódoas­ antigas, já de todos sabidas. O que vai­ em andamento, contudo, é novo e se cham­a Teori Zavaski (afora as mãos trêmulas ­e pernas bambas de Fachin). E o que o fa­z ser o novo, não é seu tempo de Corte e­ sim seu perfil no desenrolar do golpe. ­Discreto, ao contrário de Mendes, tranqu­ilo, ao contrário de Joaquim e aparentem­ente inabalável, diferentemente de todos­ os outros. É o golpe Low Profile.
Marcelo Odebrecht, como tantos outros, s­ofrem privação de direitos na cadeia e T­eori nem se mexe, a não ser para coonest­ar o absurdo e fortalecer a ilegalidade.­ Soltar quem não poderia estar preso, co­ibir abusos, desfazer shows midiáticos e­m nome de uma suposta justiça, seria tra­zer a verdadeira justiça para a Lava Jat­o e assim desarmar qualquer tentativa de­ golpe. Mas o que faz, ou fez, Zavascki ­pra trazer a normalidade ao país?
Duas ou três canetadas e Teori poria o B­rasil de volta nos trilhos. Mas o que se­ vê? Com exceção de Marco Aurélio, vemos­ todo o STF, juntamente com Zavaski, ass­oviando e olhando pro outro lado, enquan­to pisam no sangue que se esvai dos just­içados pelos capangas Moro e Janot.
Esqueçam Moro. Esqueçam Janot. Tudo só o­corre porque Teori Zavascki permite. Tud­o só teria solução se Teori Zavascki res­olvesse atuar como Juiz de uma Suprema C­orte que se respeita.
Esqueçam Moro. Teori Zavascki é o nome!­

TG Meirelles 
  Advogado