Não é preciso senão o Google para estabelecer a imensa proximidade
entre Michel Temer e Roberto Derziê de Santa’anna, citado por Geddel
Vieira Lima como peça importante do seu esquema de liberação de verbas
em troca de propinas partilhado entre ele e Eduardo Cunha.
Vejam se é possivel acreditar na alegação publicada hoje na Folha de
que “a assessoria da Presidência da República diz que Temer não tem
proximidade com Derziê e não foi o responsável pela sua indicação a
cargos na Caixa”.
Aos fatos. Derziê inciou sua ascensão ao primeiro escalão em 2011, Antes, era subordinado de Moreira Franco na diretoria de Loterias da Caixa:
Na última sexta-feira(17/6/2011)),
ficou publica a informação sobre a saída do superintendente Nacional de
Loterias da Caixa Econômica Federal, Roberto Derziê de Sant’Anna. O
dirigente foi convidado pelo vice-presidência de Pessoa Jurídica, Geddel
Vieira Lima, para assumir a Diretoria Executiva da Vice-presidência de
Pessoa Jurídica do banco.
Brasília,
02/6/2015 – O vice-presidente de Operações Corporativas da Caixa
Econômica Federal, Roberto Derziê de Sant’Anna, foi exonerado do cargo,
segundo decreto publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira,
02. Sant’Anna vai trabalhar como secretário-executivo do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), na articulação política.
Secretário-executivo, para os menos versados em administração federal, é o segundo em comando, uma espécie de Vice-Ministro.
Meses depois, quando
Temer deixa a articulação política do governo (e não a do golpe, na qual
era ochefe, ao lado de Cunha), ele faz questão de colocar Derziê de
volta na Caixa e tem uma briga com Mercadante por isso:
A indicação a uma das
vice-presidências da Caixa provocou mais um atrito na já desgastada
relação entre o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o ministro Aloizio
Mercadante (Casa Civil). Temer ficou irritado ao saber que Mercadante
consultou o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), antes
de definir o nome do futuro ocupante de uma das mais cobiçadas cadeiras
do banco. O vice-presidente pretendia emplacar Roberto Derziê,
que já ocupava este posto na Caixa, mas o deixou para assumir a
secretearia-executiva da SRI (Secretaria de Relações Institucionais)
quando Temer ficou responsável pela negociação do governo com o
Congresso. Quando Temer abandonou a articulação política, tentou recolocar o aliado na Caixa
Temer ganhou a parada e Derziê voltou à Caixa,
como vice-presidente de Pessoa Jurídica, mesmo cargo que Geddel ocupava
antes. Mas em abril de 2016, diante da traição de Temer, Dilma o
exonera:
A presidenta Dilma Rousseff exonerou mais um funcionário do governo indicado pelo PMDB. O
vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Roberto Derziê de
Sant’anna, foi desligado do cargo hoje (1º). O PMDB decidiu deixar o
governo em decisão na última terça-feira (29). Indicado pelos
peemedebistas Moreira Franco e Geddel Vieira Lima, Derziê é funcionário
de carreira da Caixa e trabalhou com o vice-presidente Michel Temer, que é presidente do PMDB, durante o período em que Temer atuou na articulação política do governo, até agosto do ano passado.
No poder, Temer nomeia Derziê outra vez para uma vice-Presidência da Caixa. A nomeação só saiu em dezembro por uma razão simples, que retardou a recolocação do amigo à boca do cofre: Derziê havia sido colocado em quarentena em junho de 2016 pela Comissão de Ética Pública, recebendo mesmo afastado do cargo e só podia ser nomeado depois de encerrado o período, exatamente como fez Michel Temer.