Essa foi a sua campanha em Minas no 1º turno. Hipócrita, oportunista, agora ataca LULA e o PT.
Paulo Morani
Zema resiste a Bolsozema, 'aceita' eleitor de Lula e adota neutralidade em Minas
NATÁLIA CANCIAN
31 de agosto de 2022
em.com,br
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - Era 2018. A poucos dias do segundo turno das eleições, o candidato ao Governo de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) aparecia em um vídeo em que repetia ao lado de apoiadores: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Ao final, vinha o grito: "Bolsozema!", em referência ao apoio declarado por ele ao então candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PL).
A cena parece distante do atual cenário de 2022, momento em que o agora governador adota a neutralidade em relação à disputa nacional como estratégia em busca da reeleição. Seu principal opositor hoje é o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD).
Eleito na esteira da onda "antipolítica" e bolsonarista de 2018, e tido como um dos gestores mais próximos a Bolsonaro ao longo do mandato, o hoje autointitulado "político" Zema passou a se distanciar do presidente nos últimos meses, evitando fechar um palanque conjunto e fazendo acenos mais discretos ao mandatário.
Em entrevistas recentes, tem dito que a associação do seu nome ao de Bolsonaro ocorre por coincidência, por terem sido eleitos juntos como desconhecidos. Também diz que deve cobrar mais ações do governo federal em relação a Minas.
Já quando questionado sobre um eventual apoio no segundo turno, evita citar diretamente Bolsonaro, ao mesmo tempo em que diz "não voto em partido corrupto, não voto no PT".
Até lá, Zema afirma apoiar o candidato do próprio partido à Presidência, Felipe d'Ávila.
Aliados do governador ouvidos pela Folha de S.Paulo dizem que há motivos para a corda bamba em relação ao presidente. Entre eles está o alto índice de rejeição a Bolsonaro, cuja aliança é vista como potencial prejuízo ao governador, que busca a vitória ainda no primeiro turno.
Outro fator é o contingente de eleitores que, nas sondagens atuais, declaram votar em Lula para a Presidência e Zema no estado um fenômeno que já ganhou apelido próprio: "Luzema".
Estimativas do Novo com base nas pesquisas já divulgadas apontam que 39% dos
eleitores de Lula estariam nesse quadro, tido como mais forte na região norte
de Minas e no Vale do Jequitinhonha.