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Desnacionalização suicida

Por Péricles Capanema - 
 
Nunca fui nacionalista; vejo com simpatia a presença de empresas estrangeiras entre nós. Mas o caso agora é outro. Em 25 de novembro último, o governo colocou à venda concessões por 30 anos para as usinas de Ilha Solteira, Jupiá, Três Marias, Salto Grande, vinte e nove hidrelétricas no total. Ganharam o leilão CEMIG (estatal), COPEL (estatal), CELG (estatal), CELESC (estatal), ENEL (forte presença do governo italiano) e THREE GORGES (estatal chinesa). A estatal chinesa ficou com 80% da energia e pagou R$13,8 bilhões pela outorga.

Vejam esta falácia lida por milhares, quem sabe milhões, ilustra como os meios de divulgação vêm tratando o caso: “Com os ativos recém-adquiridos, a CTG [China Three Gorges, a estatal chinesa] atinge capacidade instalada de 6.000 W, tornando-se a segunda maior geradora privada do país”.  Privada? Quem acredita? — É estatismo do pior, mais danoso que o estatismo brasileiro.

E agora mergulho em assunto sobre o qual não apenas a ignorância e o descuido, mas a covardia e até o temor reverencial emudecem as línguas. Quem tomou conta de boa parte da geração de energia no Brasil, à vera, foi um país totalitário e imperialista que caminha a passos gigantescos para ser a primeira potência do mundo. Vai chegar lá? Sabe Deus. E que, ponto que ninguém de bom senso nega, usa sem escrúpulos todos os instrumentos de que dispõe para impor seus objetivos. O que aconteceu em 25 de novembro não foi fato isolado, faz parte de política de longo alcance; grande parte do capital chinês investido no Brasil é estatal, controlado pela ditadura comunista. Imagine uma disputa comercial de uma estatal chinesa — tributos, mercados, preços, admissão e demissão de empregados,dumping, oligopólios e monopólios, sei lá mais o que — com o governo brasileiro. Pelo que estamos acostumados a ver, bastaria a ameaça de retaliação comercial do nosso mais importante parceiro internacional, por exemplo, cortar a importação de ferro ou carnes, perseguir empresas brasileiras instaladas na China, para Brasília piar fino.

Falando em pios, a esquerda não solta um pio a respeito desta gritante desnacionalização, que carrega no bojo potencial e gravíssima ingerência externa em assuntos internos. Essa mesma esquerda que esgoelava décadas atrás contra a Light, o chamado polvo canadense, e berrou contra as privatizações do período FHC (entrega de propriedade do povo ao capital estrangeiro), vê agora, silenciosa, o governo, entre outros motivos premido por terríveis problemas de caixa, se lançar às carreiras numa política suicida de desnacionalização.

Repito, o episódio das três gargantas que engoliram de uma só vez parte do potencial elétrico do Brasil não é isolado. As estatais chinesas estão ativamente comprando propriedades entre nós nas mais variadas áreas. Na década de 70 foi usual a palavrafinlandização. A Finlândia havia perdido mais de 10% de seu território para a Rússia, quase 20% de seu parque industrial e, pelo temor do vizinho ameaçador e poderoso, acertava sempre o passo com Moscou, não importava o que fizessem os tiranos comunistas. Aquele antigo e civilizado país, formalmente soberano, de fato padecia uma forma larvada de protetorado.

Queiramos ou não, a mesma situação, ainda que incipiente, ocorre no Brasil. Com a enorme e cada vez maior presença econômica do Estado chinês entre nós, vai chegar o dia em que o país, em numerosos assuntos internos, vai ter diante de si potência mundial imperialista. E, se colocarmos como padrão como trata os governos esquerdistas e comunistas, facilmente imaginaremos a subserviência diante do poderio chinês.

Cortando caminho, vilmente protegido pelo mutismo da covardia e da cumplicidade, está em curso entre nós um processo que vai levar à perda efetiva da soberania nacional. No fundo do horizonte, terrível perspectiva, nos espera o protetorado envergonhado, mesmo que cuidadosamente disfarçado.

Manifesto pela candidatura de Amaury Ribeiro Jr a ABL

Não é a primeira vez que a Academia Brasileira de Letras tem a oportunidade de abrir suas portas para o talento literário de um jornalista. Caso marcante é o de Roberto Marinho, mentor de obras inesquecíveis, como o editorial de 2 de abril de 64: 

"Ressurge a Democracia, Vive a Nação dias gloriosos" – o texto na capa de "O Globo" comemorava a derrubada do presidente constitucional João Goulart, e não estava assinado, mas trazia o estilo inconfundível desse defensor das liberdades. Marinho tornou-se, em boa hora, companheiro de Machado de Assis e de José Lins do Rego.

Incomodada com a morte prematura de "doutor" Roberto, a Academia acolheu há pouco outro bravo homem de imprensa: Merval Pereira, com a riqueza estilística de um Ataulfo de Paiva, sabe transformar jornalismo em literatura; a tal ponto que – sob o impacto de suas colunas – o público já não sabe se está diante de realidade ou ficção.

Esses antecedentes, "per si", já nos deixariam à vontade para pleitear – agora - a candidatura do jornalista Amaury Ribeiro Junior à cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras.

Amaury, caros acadêmicos e queridos brasileiros, não é um jornalista qualquer. É ele o autor de "A Privataria Tucana" – obra fundadora para a compreensão do Brasil do fim do século XX. 

Graças ao trabalho de Amaury, a Privataria já é imortal! Amaury Ribeiro Junior também passou pelo diário criado por Irineu Marinho (o escritor cubano José Marti diria que Amaury conhece, por dentro, as entranhas do monstro). 

Mas ao contrário dos imortais supracitados, Amaury caminha por outras tradições. Repórter premiado, não teme o cheiro do povo. Para colher boas histórias, andou pelas ruas e estradas empoeiradas do Brasil. E não só pelos corredores do poder. 

Amaury já trabalhou em "O Globo", "Correio Braziliense", "IstoÉ", "Estado de Minas", e hoje é produtor especial de reportagens na "TV Record". Ganhou três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo. Tudo isso já o recomendaria para a gloriosa Academia. A obra mais importante do repórter, entretanto, não surge dos jornais e revistas. "A Privataria Tucana" – com mais de 120 mil exemplares comercializados – é o livro que imortaliza o jornalista.

A Privataria é imortal - repetimos!

O livro de Amaury não é ficção, mas é arte pura. Arte de revelar ao Brasil a verdade sobre sua história recente. Seguindo a trilha aberta por Aloysio Biondi (outro jornalista que se dedicou a pesquisar os descaminhos das privatizações), Amaury Ribeiro Junior avançou rumo ao Caribe, passeou por Miami, fartou-se com as histórias que brotam dos paraísos fiscais. 

Estranhamente, o livro de Amaury foi ignorado pela imprensa dos homens bons do Brasil. Isso não impediu o sucesso espetacular nas livrarias - o que diz muito sobre a imprensa pátria e mais ainda sobre a importância dos fatos narrados pelo talentoso repórter.

A Privataria é imortal! Mas o caminho de Amaury Ribeiro Junior rumo à imortalidade, bem o sabemos, não será fácil. Quis o destino que o principal contendor do jornalista na disputa pela cadeira fosse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

FHC é o ex-sociólogo que – ao virar presidente – implorou aos brasileiros: "Esqueçam o que eu escrevi". A ABL saberá levar isso em conta, temos certeza. É preciso esquecer.

Difícil, no entanto, é não lembrar o que FHC fez pelo Brasil. Eleito em 1994 com o apoio de Itamar Franco (pai do Plano Real), FHC prometeu enterrar a Era Vargas. Tentou. Esmerou-se em desmontar até a Petrobras. Contou, para isso, com o apoio dos homens bons que comandam a imprensa brasileira. Mas não teve sucesso completo.

O Estado Nacional, a duras penas, resistiu aos impulsos destrutivos do intelectual Fernando.

Em 95, 96 e 97, enquanto o martelo da Privataria tucana descia velozmente sobre as cabeças do povo brasileiro, Amaury dedicava-se a contar histórias sobre outra página vergonhosa do Brasil - a ditadura militar de 64. Em uma de suas reportagens mais importantes, sobre o massacre de guerrilheiros no Araguaia, Amaury Ribeiro Junior denunciou os abusos cometidos pela ditadura militar (que "doutor" Roberto preferia chamar de Movimento Democrático).

FHC vendia a Vale por uma ninharia. Amaury ganhava o Prêmio Esso...

FHC entregava a CSN por uns trocados. Amaury estava nas ruas, atrás de boas histórias, para ganhar mais um prêmio logo adiante...

As críticas ao ex-presidente, sabemos todos nós, são injustas. Homem simples, quase franciscano, FHC não quis vender o patrimônio nacional por valores exorbitantes. Foi apenas generoso com os compradores - homens de bem que aceitaram o duro fardo de administrar empresas desimportantes como a Vale e a CSN. A generosidade de FHC foi muitas vezes incompreendida pelo povo brasileiro, e até pelos colegas de partido - que desde 2002 teimam em esquecer (e esconder) o estadista Fernando Henrique Cardoso.

Celso Lafer - ex-ministro de FHC - é quem cumpre agora a boa tarefa de recuperar a memória do intelectual Fernando, ao apresentar a candidatura do ex-presidente à ABL. A Academia, quem sabe, pode prestar também uma homenagem ao governo de FHC, um governo simples, em que ministros andavam com os pés no chão - especialmente quando tinham que entrar nos Estados Unidos.

Amaury não esqueceu a obra de FHC. Mostrou os vãos e os desvãos, com destaque para o caminho do dinheiro da Privataria na volta ao Brasil. Todos os caminhos apontam para São Paulo. A São Paulo de Higienópolis e Alto de Pinheiros. A São Paulo de 32, antivarguista e antinacional. A São Paulo de FHC e do velho amigo José Serra - também imortalizado no livro de Amaury.

Durante uma década, o repórter debruçou-se sobre as tenebrosas transações. E desse trabalho brotou "A Privataria Tucana".

Por isso, dizemos: se FHC ganhar a indicação, a vitória será da Privataria. Mas se Amaury for o escolhido, aí a homenagem será completa: a Privataria é imortal!

*****

Se você apoia Amaury para a ABL, deixe abaixo seu nome, profissão e/ou entidade. Veja quem já aderiu à campanha "A Privataria é imortal":

Altamiro Borges
Antonio Cantisani Filho
Breno Altman
Daniel Freitas
Dermi Azevedo
Diogo Moysés
Elis Regina Brito Almeida
Emiliano José
Emir Sader
Enio Squeff
Ermínia Maricato
Flavio Wolf Aguiar
Gilberto Maringoni
Inácio Neutzling
Ivana Jinkins
Joaquim Ernesto Palhares
Joaquim Soriano
João Brant
José Arbex Jr.
Julio Guilherme De Goes Valverde
Katarina Peixoto
Ladislau Dowbor
Laurindo Leal Filho
Lúcio Manfredo Lisboa
Luiz Carlos Azenha
Luiz Fernando Emediato
Luiz Gonzaga Belluzzo
Marcel Gomes
Marcio Pochmann
Marco Aurelio Weissheimer
Marcos Dantas
Paulo Henrique Amorim
Paulo Salvador
Raul Millet Filho
Reginaldo Nasser
José Reinaldo Carvalho
Renato Rovai
Rodrigo Vianna
Samuel Pinheiro Guimarães
Venício Lima
Wagner Nabuco

A privataria em curso

Data: 04/01/2013  
Fonte: Público- Portugal 
Colunista: Boaventura de Sousa Santos

As privatizações não têm nada a ver com racionalidade econômica. São o resultado de opções ideológicas servidas por discursos que escondem suas verdadeiras motivações. No Brasil, o discurso foi o de transformar as privatizações numa “condição para entrar na modernidade”. Em Portugal, o discurso é o do interesse nacional, tutelado pela troika, em reduzir a dívida e ganhar competitividade.
Boaventura de Sousa Santos 
 
O termo privataria foi cunhado por um grande jornalista brasileiro, Elio Gaspari, e popularizado por um dos mais brilhantes jornalistas investigativos do Brasil, Amaury Ribeiro Jr. O livro deste último “A Privataria Tucana” (São Paulo, Geração Editorial 2011), um best-seller, relata com grande solidez documental, o processo ruinoso das privatizações levado a cabo no Brasil durante a década de 1990. 

A investigação, que durou dez anos, não só denuncia a “selvageria neoliberal dos anos 90” que dizimou o patrimônio público brasileiro, deixando o país mais pobre e os ricos mais ricos, como também estabelece de forma convincente a conexão entre a onda privatizante e a abertura de contas sigilosas e de empresas de fachada nos paraísos fiscais das Caraíbas onde se lava o dinheiro sujo da corrupção, das comissões e propinas ilegais arrecadadas pelos intermediários e facilitadores dos negócios. 

Aconselho a leitura do livro aos portugueses que não se conformam com o discurso do “interesse nacional” para legitimar a dilapidação da riqueza nacional em curso, a todos os dirigentes políticos que se sentem perplexos perante a rapidez e a opacidade com que as privatizações ocorrem e aos magistrados do Ministério Publico e investigadores da PJ por suspeitar que vão ter muito trabalho pela frente se tiverem meios e coragem.

As privatizações não são necessariamente privataria. São-no quando os interesses nacionais são dolosamente prejudicados para permitir o enriquecimento ilícito daqueles que, em posições de mando ou de favorecimento político, comandam ou influenciam as negociações e as decisões em favor de interesses privados. As privatizações não têm nada a ver com racionalidade econômica. São o resultado de opções ideológicas servidas por discursos que escondem as suas verdadeiras motivações. No Brasil, o discurso foi o de transformar as privatizações numa “condição para o país entrar na modernidade”. Em Portugal, o discurso é o do interesse nacional, tutelado pela troika, em reduzir a dívida e ganhar competitividade. Em ambos os países, a motivação real é criar novas áreas de acumulação e lucro para o capital. No caso português isso passa pela destruição tanto do sector empresarial do estado como do estado social. 

No último caso sobretudo, trata-se de uma opção ideológica de quem usa a crise para impor medidas que nunca poderia legitimar por via eleitoral. Para termos uma ideia da carga ideológica por detrás das privatizações, supostamente necessárias para reduzir a dívida pública, basta ler o orçamento de 2013: a receita total das privatizações, de 2011 a 2013, será de 3,7 bilhões de euros, ou seja, menos de 2% da dívida pública… A privataria tende a ocorrer quando se trata de processos massivos de privatização. 

Joseph Stiglitz cunhou um neologismo ácido para definir a onda privatista que avassalou as economias do Terceiro Mundo nos anos 80 e 90, “briberization”, um termo cujo significado se aproxima do de privataria. No caso português, a tutela externa e a dívida que o governo tem interesse em não renegociar, favorece vendas em saldo e, com isso, oportunidades de compensação especial em ganhos ilícitos para os que as tornam possíveis. Como a corrupção não tem uma capacidade infinita de inovação, é de prever que muito do que se passou no Brasil se esteja a passar em Portugal. É preocupante que alguns nomes conhecidos da corrupção do Brasil, alguns já condenados, surjam nas notícias das privatizações em Portugal. 

A privataria ocorre por via da articulação entre dois mundos: o mundo das privatizações: conseguir condições particularmente favoráveis aos investidores; e o sub-mundo da corrupção: lavar o dinheiro das comissões ilegais recebidas. No que respeita ao primeiro mundo, alguns dos estratagemas da privataria incluem: criar na opinião pública imagens negativas sobre a gestão ou o valor das empresas estatais; fazer investimentos ou subir os preços dos serviços antes dos leilões; absorver dívidas para tornar as empresas mais atrativas ou permitir que as dívidas sejam contabilizadas sem criteriosa definição do seu montante e condições; definir parâmetros que beneficiem o candidato que se pretende privilegiar e que idealmente o transformem em candidato único; passar ilegalmente informação estratégica com o mesmo objetivo; confiar em serviços de consultoria, fazendo vista grossa a possíveis conflitos de interesses; permitir que os compradores, em vez de trazerem capital próprio, contraiam empréstimos no exterior que acabarão por fazer crescer a dívida externa; permitir que fundos públicos sejam usados para alienar patrimonio público em favor de interesses privados.

O sub-mundo da corrupção reside na lavagem do dinheiro. Trata-se da transferência do dinheiro das comissões para paraísos fiscais mediante a criação de empresas offshore (de fato, nada mais do que caixas postais) onde os verdadeiros titulares das contas desaparecem sob o nome dos seus procuradores. Aí o dinheiro pousa, repousa e, depois de lavado, é repatriado para investimentos pessoais ou financiamento de partidos.

(*) Publicado originalmente no Público/Portugal (24 de dezembro de 2012)

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

A verdade sobre a privatização das telecomunicações, vista pelo lado de dentro.

Luiz Cordioli
Sobre telecomunicações, dou aqui meu testemunho, porque trabalhei 20 anos para a Telebrás, fabricando e montando torres. Quando entregava duas delas, em 1995, ouvi de um engenheiro da Telebrasília que o Serjão Motta, enquanto alardeava a necessidade de privatizar a Telebrás, ao mesmo tempo, bloqueava sua atuação.
 
OS TUCANALHAS EM AÇÃO


Exatamente naquela época, a Telebrasília havia pedido autorização (acreditem, era assim, pedia autorização para trabalhar!) para instalar 650 mil novas linhas ! Só que o arauto da incompetência da estatal autorizou somente 50 mil linha, ele, Sérgio Motta, o trator…
Este relato é de 1995, eu sou testemunha viva, ainda. Isto posto, peço àqueles que não viveram “por dentro” o lastimável crime de privatizar a Telebrás,
que pelo menos saibam como funcionava a “incompetente” Telebrás:
Antes de me comprar uma torre vagabunda qualquer e instalar uns tantos telefones “autorizados”, a empresa tinha primeiro a obrigação de comprar o terreno, com escritura passada e tudo, depois construir as instalações, em seguida preparar as equipes, para só então poder fazer o seu trabalho de fundo: comprar a torre, as antenas, instalar tudo e disponibilizar telefones à população.Hoje não, as privatizadas alugam topos de prédios, compartilham torres, alugam terrenos etc,, acelerando as coisas. Mas para a Telebrás, repito, isto era proibido!
DIFICULDADES
Avaliem o custo prévio e o tempo para instalar uma torre completa. Era o governo que obrigava a ser assim, cobrava que fosse assim e impedia que se fizesse de outra forma. Resumindo, a Telebrás não tinha autonomia para empreender e inovar, mormente quando já se preparava a sua entrega “de grátis
”, via privatização, a estrangeiros e ao irmão do privatizador Tasso Jereissati, a mando do Serra, de FHC e de tantos outros intere$$ado$.
Prova cabal de que a Telebrás não era este monstro de incompetência que alguns, em todo lugar, por ignorância, alegam a toda hora, é que ela era chamada a “Joia da Coroa”.
E foi engraçado, muito engraçado mesmo, ver agora um anúncio da Anatel, preparando um plano básico único, a ser aplicado por todas as privatizadas operadoras.
Ora, não sejamos palhaços, isto é concorrência?
Então, todo mundo, agora, a mando da Rainha, vai cobrar a mesma coisa, independente de tudo, inclusive da qualidade do péssimo serviço que nos oferecem?
Só para começar, onde está a concorrência alegada para justificar a maldita privatização?
BANHO DE LOJA
Sem falar no “banho de loja” dado pelo governo antes da efetiva entrega da "Joia da Coroa". Confirmo o valor dito pelo Francisco de Assis, constante no livro do saudoso Aloysio Biondi, “O Brasil privatizado”: investimentos do governo na Telebrás pré-privatização de R$ 21 bilhões (R$ 7,5 bilhões em 96, R$ 8,5 bilhões em 97 e R$ 5 bilhões em 98) e que não entraram no cálculo do preço de venda. Resultado da privatização da Telebrás: R$ 22,057 bilhões…
Outra coisa já colocada, mas que poucos querem ou conseguem entender, é o fato de que telefone naquela época era um ativo, de fato, declarado no imposto de renda e tudo, mas valia o que custava.
Só que as tarifas, por outro lado, eram baratas, ridículas, se comparadas com as de hoje, quando em 10 meses você paga em tarifas o preço de um telefone inteiro daquela época, que tinha valor garantido. Telefone era um ativo, hoje é um passivo.
“O que vale na telefonia nunca foi o aparelho. É o serviço, estúpido!”, nos diria ninguém menos que o Bill Clinton…
Não é à toa serem as operadoras as empresas contra quem mais se reclama neste País, conforme noticiário.
Quanto à Telebrás, eu afirmo e confirmo com vários outros analistas que houve exatamente isto colocado acima:
-foi sabotada, abafada, bloqueada, impedida internamente de ser eficiente, para justificar seu descarte, a preço vil.
Os trouxas ( Povo) pensavam seus autores (Tucanalhas) vão acreditar.
E estavam certos, pois até hoje tem gente que desconhece o ocorrido e guia-se pelas manchetes da época, todas compradas pelos mesmos intere$$ado$.
Quanto às outras estatais, concluo que houve o mesmo procedimento dos privatizadores, na esteira do que presenciei profissionalmente naTelebrás e do que tenho nos meus arquivos pessoais. (Color em diante) (Neo liberais)

Os PETROLEIROS devem tomar providências!

Amaury Ribeiro Junior
Após a publicação do livro "A Privataria Tucana" que mostra a relação promiscua dos governo de fhc com a lavagem de dinheiro sujo, as propinas recebidas por vários "próceres" do PSDB, eu estou solicitando que os companheiros da FUP, FNP e SINDIPETRO /RJ que se unam e tragam a um debate o jornalista Amaury Ribeiro Junior. Tenho certeza que ele terá mais algumas informações sobre as privatizações no que se refere as empresas petroquimicas, pertencentes à época, a PETROBRÀS. A própria história da petrobrax e de como os tucanos iriam murchar a PETROBRÁS. Nós, demitidos das estatais subsidiárias precisamos saber e o povo também, o que realmente aconteceu com essas empresas lucrativas, que foram entregues a grupos nacionais e estrangeiros, em troca de moedas podres e financiamentos do BNDES. Vamso trazê-lo ao debate, para mostrar mais ainda o que aconteceu. Isso nos ajudará em nossas reivindicações junto ao governo, no sentido de retornarmos aos nossos postos de trabalho que foram usurpados de nós. Tenho certeza que, diante deste fatos poderá haver uma união de forças. É debate já!
Paulo Morani
Demitido PETROFLEX S/A - Subsidiária da PETROBRÁS

Privataria tucana: o maior roubo da história desse país!

Por que a grande e velha mídia nada fala sobre o Livro "A Privataria Tucana"?
É bem simples. Não houve, nos 8 anos do governo tucano NENHUMA CPI (eles não deixaram). Houve um acordo com “alguns” do PT, para que se encerrasse a CPI do mensalão, em troca do silêncio obsequioso na CPI do BANESTADO.
Um toma lá dá cá entre eles e os jornalões, tvs, rádios, etc, entraram nessa. Sabem a vergonha que foi a venda das teles e da Vale. Quase venderam a PETROBRÁS e tal não aconteceu porque os trabalhadores petroleiros reagiram. A velha mídia fez campanha descarada para o cerra, sendo que o estadão assumiu isso claramente. A rede globo escancara e as manchetes do “O Goebbels” (como chamo o jornal dos marinho) são, no mínimo, canalhas. Destacam sempre algo negativo. A do salário mínimo então foi uma vergonha (DILMA CORTA 73 CENTAVOS DO SALÁRIO MINIMO – Primeira página e por dentro, o valor fantástico de 622,00).
Fazer comparações entre governos é covardia.
Nós, da blogosfera, temos que nos cotizar e espalhar “outdors” pelas principais capitais do país, falando do livro e da CPI. Além disso, todo dia citar algo nos nossos blogs e sites.
Vamos obrigá-los a falar da CPI e do Livro!
Paulo Morani

Para Protógenes, pedido de CPI da Privataria evita risco a autor de livro sobre tucanos

Autor de pedido de investigação das privatizações dos anos 1990 na Câmara aposta em articulação de informações
Para Protógenes, pedido de CPI da Privataria evita risco a autor de livro sobre tucanos
O jornalista cobrou um comportamento do governo Dilma análogo à chamada faxina implantada pela administração em ministérios alvo de acusações de corrupção. "Não adianta falar grosso com o Lupi e falar fininho com o Dantas."
Protógenes, defendeu necessidade de apoio a Amaury Ribeiro Júnior (ao centro). Paulo Henrique Amorim (à esquerda) compara CPI ao Caso Rio Centro (Foto: © Gerardo Lazzari)
São Paulo – O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) afirmou que levar ao Congresso Nacional as denúncias contidas no livro "A Privataria Tucana" foi importante para evitar riscos ao autor do livro, Amaury Ribeiro Júnior. Durante lançamento da obra no início desta quinta-feira (21), na região central de São Paulo, o autor do pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Federal insinuou que o jornalista correria risco de sofrer um atentado se não ocorresse uma resposta da sociedade.
"O livro do Amaury é como 'cafezinho carioca', é gostoso de tomar e até vicia", brincou Protógenes. "Quando comecei a ler o livro e a acompanhar as pressões que este importante jornalista estava sofrendo, decidi dar minha contribuição. para dizer que esse jornalista não está sozinho."
"Não poderíamos demorar muito para não perder o 'timing' e perder o Amaury", lembrou. "Você viraria estatística, sofreria um 'assalto', diriam que reagiu e perderíamos um jornalista", insinuou.
O livro traz documentos e informações contra o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil na década de 1990 Ricardo Sérgio, apontado como "artesão" dos consórcios de privatização em troca de propinas. Outro citado é o ex-governador paulista José Serra (PSDB), que tem familiares apontados como agentes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos na venda de estatais.
Para o delegado, ainda que Amaury Ribeiro Júnior detenha muita informação, mas outras pessoas investigaram casos relativos à privatização. "São informações complementares que muitas pessoas sabem. Já começamos a preparar uma rede para exercitar na CPI da Privataria.
"(O pedido de CPI) é um pedido dos trabalhadores, estudantes, é a resposta. O fantasma da privatização ronda o país", declarou o deputado. Embora a velha mídia tente taxar as denúncias como "requentadas" e já investigadas em outros momentos, como a CPI do Banestado (de 2004), o Protógenes afirma que os desvios das privatizações não passaram por escrutínio.
O requerimento foi protocolado nesta quinta na Câmara, com 206 assinaturas. "Só não teve mais assinaturas porque é o final do período (pré-recesso parlamentar)", comemorou Protógenes. Segundo ele, os parlamentares que assinaram o requerimento já não podem mais retirar o apoio. Os trabalhos devem começar a partir dos bastidores da privatização, com indícios de fraudes e movimentações suspeitas.
A expectativa é de que o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), abra a comissão em fevereiro de 2012, depois do recesso. O lançamento desta quinta foi o primeiro ato político concreto para demandar a CPI, segundo Protógenes. 
Além de Protógenes, o autor do livro, Amaury Ribeiro Júnior, e o jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim também participaram do evento, organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. 

Riocentro

Paulo Henrique Amorim afirmou que o livro é "o coquetel, o antepasto do que vamos ver na CPI". Para ele, o alvo do livro e da comissão é "a maior roubalheira das privatizações na América Latina".
A seguir, lembrou que líderes como Alberto Fujimori, no Peru, Carlos Menem, na Argentina, Carlos Salinas, no México enfrentaram problemas com a Justiça. "Enquanto isso Fernando Henrique Cardoso cobra R$ 50 mil por palestra. Aqui o levam a sério", protestou.
O jornalista lembrou ainda que a privatização no Brasil "não é geneticamente diferente" da feita no México, na Argentina e no Peru. Para ele, todos esses casos foram marcados pelo que o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz chama de "briberization" (distribuição de propina, em tradução livre).
Lembrou que Amaury afirma ter que a compra da Telemar na privatização das telecomunicações em 1998, houve pagamento de propina pelo empresário Carlos Jereissati a Ricardo Sérgio de Oliveira – ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e ex-caixa de campanha do PSDB. E acredita que a CPI pode mostrar ação do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, e investigado pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, em 2008.
"A 'Privataria tucana' é a mãe de todos os malfeitos. A consultoria do (Antonio) Palocci, as ONGs do Orlando (Silva) e o duplo emprego do (Carlos) Lupi é coisa de criança ante a roubalheira da privatização", afirmou. A alusão é três dos seis ministros do governo Dilma Rousseff que pediram demissão depois de serem acusados de envolvimento com tráfico de interesses e suspeitas de irregularidades.
Paulo Henrique Amorim vê o livro como a "bomba do Riocentro no colo do governo". O episódio de 1980 durante show em um momento em que o governo autoritário ensaiava abertura política e negava manter tortura e repressão. O episódio mostrou mentiras do então governo de João Figueiredo.
Para ele, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) é o governo Lula e o governo Dilma. "Sem CPI do FHC, Dantas e Serra, todos os malfeitos prosperarão, mesmo o dos pés de chinelo", profetizou.

Deputado entrega pedido para criação de CPI sobre privatizações

Dep. Delegado Protógenes (PCdoB-SP) entregou há pouco ao presidente Marco Maia pedido para criação da CPI sobre irregularidades em privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso
Imagem Rodolfo Stuckert
O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) entregou nesta quarta-feira (21) ao presidente da Câmara, Marco Maia, o pedido para a criação de uma CPI para investigar possíveis irregularidades em privatizações do Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O requerimento foi assinado por 206 deputados. A intenção é averiguar as denúncias apresentadas no livro "A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr.
O livro acusa, entre outras autoridades, o ex-governador de São Paulo José Serra de receber propinas de empresários que participaram das privatizações conduzidas pela gestão FHC.
Protógenes disse que não teme pressões para que parlamentares retirem as assinaturas até a análise do processo para a criação da CPI. "Todos que assinaram firmaram o compromisso: ‘assinei porque quero esclarecer essa verdade'. Então, dificilmente vão retirar suas assinaturas."
Requisitos
Marco Maia explicou que as assinaturas serão conferidas pela Secretaria Geral da Mesa no início de 2012 e, se o pedido cumprir todas as exigências regimentais, a CPI será criada no próximo ano, juntamente com as comissões parlamentares de inquérito sobre o tráfico de pessoas e sobre o trabalho escravo.
O presidente espera que a CPI sobre privatizações não se transforme apenas em brigas políticas entre governistas e oposição. "É uma CPI explosiva, que tem contornos muito claros de debate político, mas tenho visto também nas declarações dadas pelo Delegado Protógenes que, na verdade, ela tem o intuito de esclarecer os fatos, de dar, inclusive, a oportunidade do contraditório aos acusados pelo autor do livro”, afirmou Maia.
Reportagem – Keila Santana/Rádio Câmara
Edição – Marcelo Oliveira