Esse é o propósito do PIG. Já substitui a oposição, que não existe, agora quer substituir o STF.
Diante da afirmação do juiz Lewandowski de que " o MP não fez provas" o PIG tenta, já, condenar com provas nenhuma. São suposições, sem qualquer base. Não adianta O MP NÃO FEZ PROVAS!
Para ministro do STF, favor a ex-mulher incrimina Dirceu
RUBENS VALENTE
FLÁVIO FERREIRA
DE BRASÍLIA
FLÁVIO FERREIRA
DE BRASÍLIA
O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no STF
(Supremo Tribunal Federal), deverá apontar os favores prestados pelos
operadores do esquema a uma ex-mulher do ex-ministro José Dirceu como
uma prova decisiva do seu envolvimento com o mensalão.
Na fase de instrução do processo, Barbosa e seus assessores fizeram
vários questionamentos à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da
República para esclarecer detalhes sobre os favores prestados à
ex-mulher de Dirceu.
Esse procedimento indica que Barbosa considera esse ponto
particularmente relevante para incriminar Dirceu, acusado no STF de
cometer os crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.
O julgamento do mensalão entra amanhã na sua quinta semana. Ele ainda
está no começo e só deverá chegar daqui a duas semanas ao capítulo em
que serão analisados os crimes atribuídos a Dirceu.
Os favores à sua ex-mulher lançam dúvidas sobre a distância que o
ex-ministro diz que sempre manteve do empresário Marcos Valério
Fernandes de Souza, apontado como operador do mensalão.
Dirceu diz que mal conhecia Valério e que só teve contato com ele em
reuniões no Palácio do Planalto às quais ele compareceu na companhia de
outros empresários.
A psicóloga Maria Ângela da Silva Saragoça, 59, viveu com Dirceu de 1981
a 1990 e teve uma filha com ele. Os favores que recebeu de Valério
foram revelados na época em que o mensalão foi descoberto e estão
documentados no processo que está no STF.
Graças à interferência de Valério, Ângela ganhou um emprego no banco BMG
e um empréstimo de R$ 42 mil do Banco Rural. Os dois bancos emprestaram
milhões de reais ao PT e às empresas de Marcos Valério que distribuíram
o dinheiro do mensalão.
Ângela também conseguiu ajuda para vender um apartamento em São Paulo.
Quem comprou o imóvel, numa transação que incluiu um adiantamento de R$
20 mil em espécie, foi o advogado de Valério, Rogério Tolentino.
A própria Ângela reconheceu os favores e a participação de Valério nos
depoimentos que prestou. O presidente do BMG, Ricardo Guimarães, disse
que o emprego de Ângela foi pedido de Valério.
O empresário disse que ajudou Ângela a pedido do ex-secretário-geral do
PT Silvio Pereira, que se livrou do processo após fazer um acordo para
ser excluído da ação e cumprir pena alternativa.
Tolentino disse que só conheceu Ângela quando se encontraram na
imobiliária para concluir a compra do seu apartamento e afirmou que só
depois soube que se tratava da ex-mulher de Dirceu.
Nenhum dos participantes dessas transações disse ter feito qualquer
coisa a pedido do ex-ministro, mas Ângela contou à Polícia Federal em
2006 que discutiu seus problemas financeiros com o ex-marido em agosto
de 2003.
Um mês depois dessa conversa, ela foi apresentada a Valério por Silvio
Pereira. Em menos de três meses, Ângela Saragoça ganhou o emprego no BMG
e o empréstimo no Rural e conseguiu vender o apartamento em São Paulo.