Prisão de oficial da Abin traz à tona atrito entre órgãos de inteligência
Agentes da Abin relatam ao Correio
detalhes das rusgas constantes com o Gabinete de Segurança
Institucional, ao qual devem se reportar. Eles querem que a agência seja
desvinculada do GSI
João Valadares / Karla Correia
João Valadares / Karla Correia
Servidores da Agência Brasileira de Inteligência afirmam que há uma tentativa de militarização da atividade |
O
episódio da prisão de um oficial da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin), na semana passada, jogou luz sobre uma guerra nem sempre
silenciosa travada entre a agência e o Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), órgão da Presidência da República ao qual a Abin se
reporta. Agentes ouvidos pelo Correio não escondem a irritação com o
general José Elito, chefe do GSI, pelo que consideram ser uma tentativa
de militarização do segmento civil do Sistema Brasileiro de
Inteligência.
“Há uma direta e clara tentativa de implantar na agência o Estatuto dos Militares. Isso é facilmente percebido. Até por aqueles que estão na Abin há pouco tempo. Quase sempre existem conflitos de competência e a última palavra é sempre do GSI. É uma espécie de intervenção branca”, afirma um oficial de inteligência da Abin que falou ao jornal sob condição de anonimato.
“Há uma direta e clara tentativa de implantar na agência o Estatuto dos Militares. Isso é facilmente percebido. Até por aqueles que estão na Abin há pouco tempo. Quase sempre existem conflitos de competência e a última palavra é sempre do GSI. É uma espécie de intervenção branca”, afirma um oficial de inteligência da Abin que falou ao jornal sob condição de anonimato.