2014: ONDE O BICHO PEGA


Esse é o grupo a ser vencido
Saul LeblonEntre 2009 e 2011, o patrimônio líquido  de 7% das famílias mais ricas dos EUA cresceu 28%; o dos restantes 93% encolheu em 4%. Em plena desordem neoliberal, as 8 milhões de famílias mais ricas dos EUA viram sua riqueza média saltar de US$2,5 milhões para US$ 3,5 milhões. 

As  restantes  111 milhões  tiveram queda de patrimônio: de US$140 mil para US$ 134 mil. No Brasil na última década, a renda dos 10% mais pobres cresceu 91%. 

A  dos 10% mais ricos aumentou 16%. Acúmulo de patrimônio não é o mesmo que fluxo de renda, mas um interfere no outro. Uma das pontes é a taxa de juro real. 

O juro real no país hoje, mesmo com o recente aumento da Selic, é de 2,3%. 

Ainda um dos maiores do mundo. 

Mas está precisamente 10 vezes abaixo dos 23% que atingiu em meados de 2002. É aí que o bicho pega. Daí deriva o jogral dos vigilantes do tomate. 

E o coral dos que prometem 'fazer mais', com menos intervencionismo. 

Brasil  tem um dos jornalismos de economia mais prolíficos do mundo; ao mesmo tempo, um dos menos dotados de discernimento histórico em relação ao seu objeto. Aqui os desafios do desenvolvimento são tratados como crimes contra o mercado. Aliás, o Brasil, em si, é um crime contra o mercado.  

Ampliar o  poder de compra da população, gerar empregos, expandir o investimento público alinham-se entre os  ‘ingredientes da crise', segundo a pauta dominante. Solução é subir juro. Os exemplos se sucedem como folhas de um manual suicida. A cantilena diuturna contra o investimento público e o descrédito na agenda de obras públicas enquadra-se nesse adestramento da sociedade contra ela mesma.

A canalhice perpetrada pelo fantástico no domindo, com comentáriozinho safado da Gorda Ceribelli, no final, mostra bem isso que Saul tão bem descreve aqui.

 

Opinião do Broguero

A cantilena é de todo dia.

Hoje é a história do projeto de restrições ao STF.

Como prova disso, Gilmar Dantas - o processador -  parou uma decisão tomada pelo legislativo e dá pitaco.

Num cantinho, por dentro do pasquim, o Paulo "Cagão" Bernardo, - deve ser o nome. São Bernardo é o cão dócil e desajeitado que salva pessoas com um barrilzinho no pescoço - fala do Marco Regulatório de um jeito que só agrada aos donos de midia. Um borra botas!

Por isso, mais do que nunca precisamos fortalecer o fundo de apoio a midia alternativa e nos preparar para uma batalha sangrenta, no ano que vem.

E ai LULA será fundamental!