Alessandra Nascimento
Foto: Mateus Pereira/Secom |
A partir do mês de junho, quando acontecem os jogos da Copa
das Confederações e Salvador abrigará algumas partidas, estão proibidas
a realização de festas
na cidade.
A situação chegou ao conhecimento da Tribuna da Bahia por
intermédio de dois moradores – um planejava realizar uma festa junina no
bairro do Barbalho e o segundo em Periperi – as festas tiveram as
licenças negadas pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso
do Solo, Sucom, por conta de uma ordem da Fifa.
A TB entrou em contato com a assessoria do órgão municipal que confirmou a suspensão de eventos
na cidade no mês de junho. “A Prefeitura de Salvador irá publicar um
decreto dando maiores detalhes, mas a orientação é não liberar eventos
na cidade em junho”, alega.
A Tribuna entrou em contato com a Assessoria Geral de Comunicação, Agecom, e teve como informação
que isso faz parte de um acordo firmado entre a Fifa, o governo federal
e as cidades sedes dos jogos.
“O governo brasileiro assinou o acordo
com a entidade e tem que aceitar as regras. Foi assim nos Estados Unidos
e na África do Sul. Nos circuitos oficiais como Avenida Paralela,
Avenida Bonocô, Orla, Dique do Tororó, Vitória, Ribeira, dentre outros
pontos da cidade terão que exibir toda a comunicação visual com os
patrocinadores da Copa.
A Sucom deverá apreender quem estiver
desrespeitando as regras”, alerta a assessoria.
Celeuma - Não é a primeira vez que ocorre episódios
emblemáticos envolvendo a Fifa.
A entidade havia proibido a
comercialização de acarajés no entorno do estádio. A regra da Fifa
recomendava o afastamento desse tipo de comércio num perímetro de até
dois quilômetros das praças de jogos.
A atitude foi tomada porque o acarajé não deveria ser concorrente aos
hambúrgueres produzidos pela rede McDonald’s, patrocinadora oficial da
Fifa. Aparentemente a entidade teria voltado atrás e liberado a
comercialização do bolinho, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, Iphan, como patrimônio imaterial.
Escritório da Copa se manifesta
A Tribuna da Bahia entrou em contato com o Escritório da Copa, Ecopa,
que disse desconhecer a informação de restrição a eventos na cidade
durante o mês de junho.
“Cada evento é analisado individualmente pelos
órgãos competentes e a sua aprovação leva em conta todas as condições
necessárias, de acordo com a regulamentação vigente. Não há nenhum
impedimento em relação à realização de eventos na cidade. Pelo
contrario, tanto a Prefeitura, quanto o Governo de Estado estão
elaborando uma ampla programação de eventos que oportunamente será
divulgada, para que todo o cidadão soteropolitano possa ter lazer,
cultura e entretenimento durante a realização dos jogos em nossa
cidade”, informou a nota da assessoria da Ecopa.
Questionada se a Fifa teria “alugado” a cidade, a Ecopa se
manifestou. “Salvador, bem como todas as cidades-sede, tem recebido
investimentos em diversas áreas (infraestrutura, requalificação de
espaços urbanos, mobilidade, segurança, capacitação de mão de obra,
saúde, equipamentos públicos, cultura, turismo), o que tem dinamizado a
sua economia, através da geração de emprego e renda para os mais
variados setores, trazendo benefícios para toda a população. Tudo isso
vem gerando oportunidades que impulsionam o desenvolvimento da cidade e
elas estão acontecendo justamente por conta da realização dos jogos.
Uma
vez bem sucedidos, Salvador poderá se posicionar cada vez mais como uma
cidade apta a receber novos eventos em inúmeras áreas”, sinaliza e
acrescenta: “Salvador está cumprindo rigorosamente o que determina a Lei
Geral da Copa (Lei Federal nº. 12.663/12), no sentido de garantir a
realização de todas as atividades previstas com pleno êxito. Assim,
estamos trabalhando intensamente para que a capital baiana se torne uma
cidade cada vez melhor e seja ainda mais desfrutada por todos os
soteropolitanos”.