por Roméro da Costa Machado, escritor.
A astronômica dívida da Globo, segundo relatório da Price
Waterhouse Coopers - Auditores Independentes, assinado por William J.N.
Graham, no início de 2002 era de TRÊS BILHÕES, QUINHENTOS E OITENTA E
TRÊS MILHÕES DE DÓLARES. Ou seja, mais de DEZ BILHÕES de reais.
Onde as
três maiores empresas devedoras são: Globopar, Globo Cabo, Net Sat, que
representam cerca de 90% da dívida e onde aparece com destaque até a
irresponsável e perdulária Editora Globo, de crônico e sistemático
prejuízo, com cerca de 3% do total da dívida.
A única empresa da Rede Globo que, com muita dificuldade, poderia
fazer frente a esta fabulosa dívida, e que é lucrativa de verdade, é a
TV Globo.
Entretanto, nem a TV Globo, com seus seiscentos milhões de
dólares anuais, pouco ou nada poderia fazer para salvar o Império Globo
da falência. Pois se dos seiscentos milhões de dólares a TV Globo
reservar 120 milhões por ano, cerca de 20% (vinte por cento), para
amortizar principal e juros, levaria mais de trinta anos para amortizar a
fantástica dívida que sufoca e mata a Globo aos poucos.
Vale repetir, com recursos próprios é inimaginável a Globo saldar
tão astronômica dívida. Só o governo, através do BNDES, Caixa Econômica,
Banco do Brasil, Banco Central, fundos orçamentários e demais verbas
públicas é que podem salvar a Globo da irremediável falência.
Mas como a Globo chegou a este ponto?
A Globo não é competente?
Arrogância, burrice, arrogância, burrice, arrogância e
administração ruinosa e irresponsável. Estes foram os fatores que
levaram a Globo ao estado à beira da falência.
Gênios incompetentes de plantão, cujo único predicado é a
arrogância, imaginaram um golpe "formidável" de dominar o Brasil inteiro
pelo sistema de transmissão a cabo, sufocando e solapando, assim, os
demais meios de comunicação do país.
Eu ri muito quando soube dos megalomaníacos planos da Globo, e
disse que a Globo iria trabalhar com tecnologia ultrapassada (cabo) e
que iria ficar com o cabo (?) preso no poste ao tentar cabear o Brasil
inteiro nesta loucura que só um gênio incompetente, arrogante e
irresponsável poderia imaginar.
Não deu outra. Foi o maior fracasso da história da televisão no
mundo.
Até mesmo Bill Gates, que num primeiro momento cogitou participar
do empreendimento faraônico, quando viu a loucura que a Globo estava se
metendo estacionou em 3% a sua participação e deixou a Globo se
esborrachar sozinha neste delírio de faraó tupiniquim.
Encalacrada com uma fabulosa e irresponsável dívida para viabilizar
o delírio do domínio do país e dos meios de comunicações pela tv a
cabo, a Globo, correndo desesperadamente atrás de dinheiro, viu no BNDES
a saída mais rápida e viável para a sua aflição.
Mas como sempre com
artifícios e ilegalidades, a começar pelo fato do BNDES não poder se
relacionar com a Globo Cabo pois a legislação não permite associação do
BNDES com empresa de telecomunicação. Mas ardilosamente,
fraudulentamente, a Globo Cabo está registrada como empresa de
tecnologia e não como empresa de telecomunicação, que de fato é.
Choveram denúncias e mais denúncias contra a participação do BNDES
na operação para salvar a Globo da falência, e em meio a uma seara
desordenada de denúncias e oposições à questão BNDES, o jornalista Hélio
Fernandes, em 14/03/2002, na Tribuna de Imprensa foi categórico:
"Deveriam ouvir Roméro Machado, que publicou o imperdível "Afundação
Roberto Marinho".
Ali está contada de forma irrespondível, a força que a
Organização sempre teve na Justiça". E, de fato, numa seqüência de
denúncias sérias e fundamentadas foi colocado nos meios de comunicação a
impossibilidade e a ilegalidade da associação Globo / BNDES. E com isso
a operação salvação da Globo foi parcialmente abortada. Mas é bom
manter os olhos permanentemente abertos, pois a Globo continua com uma
dívida impagável e o governo (federal, principalmente) vive sempre
debaixo de muitos escândalos.
E numa dessas a Globo faz o que sempre
fez... negocia favores de salvação do PT em troca de sua própria
salvação.