Uma década depois, as forças derrotadas nas urnas desde 2002, nada de novo tem a oferecer à sociedade brasileira.
Exceto dobrar a aposta em um
modelo cujas vísceras antissociais ganharam transparência vertiginosa na
crise mundial.
As consequências políticas dessa reiteração histórica
são de extrema gravidade. Estamos diante de um comboio regressivo em
marcha batida para 2014.
O que se avizinha não é uma disputa eleitoral
corriqueira.
O PSDB e assemelhados simplesmente não podem se
apresentar ao eleitor com uma plataforma que defende o escalpo dos
avanços sociais e econômicos registrados nos últimos dez anos.
A
radicalização política embutida nesse retrocesso terá que ser
tergiversada na demonização do adversário, na judicialização da
democracia, na desqualificação do atual governo e na mutação
obscurantista de desafios econômicos em desencanto e medo. É o que
estamos assistindo.
A encruzilhada que definirá as urnas de 2014 não
pode mais prescindir de uma voz alternativa que fale ao discernimento
histórico da sociedade. O desafio é como faze-lo, antes que seja
tarde.
DILMA:
‘ PROMOVER DESEMPREGO NÃO FAZ PARTE DE NOSSOS PLANOS DE GOVERNO '
Não
é mera figura retórica dizer que o conservadorismo quer trazer a crise
mundial para dentro do país.
Cada vez mais desinibidos, formuladores do
pelotão mercadista não escondem a admiração pelo que se passa em uma
Europa açoitada por 19 milhões de desempregados.
Ou nos EUA.
No ritmo
atual de geração de vagas, serão necessários dez anos para a economia
norte-americana recuperar o patamar de emprego pré-crise.
"Não faz parte
dos nossos planos de governo promover desemprego', alfinetou a
Presidenta Dilma.
O problema é real.
Ao resistir à ‘destruição criativa'
da maior crise do capitalismo desde 1929, o Brasil tornou-se um
paradoxo.
Como uma espécie de drone do capital, a crise faz o serviço
urbi et orbi: arrocha salários e direitos, a favor do lucro e da
competitividade internacional.
No Brasil, ao contrário, o radar social
do Estado intensificou ações para evitar que os mesmos artefatos invadam
os céus do país.
Mas eles furaram o bloqueio pelo canal do comércio
exterior.
Uma parte da distribuição de renda promovida nos últimos anos
vaza para os países ricos, gerando empregos e renda por lá, através das
importações.
Como reverter essa corrosão que pode afetar o voto
progressista em 2014?
Do Carta Maior