Miguel do Rosário
O Cafezinho acaba de ter acesso a uma investigação da Receita Federal
sobre uma sonegação milionária da Rede Globo.
Trata-se de um processo
concluído em 2006, que resultou num auto de infração assinado pela
Delegacia da Receita Federal referente à sonegação de R$ 183,14 milhões,
em valores não atualizados.
Somando juros e multa, já definidos pelo
fisco, o valor que a Globo devia ao contribuinte brasileiro em 2006 sobe
a R$ 615 milhões. Alguém calcule o quanto isso dá hoje.
A fraude da Globo se deu durante o governo Fernando Henrique Cardoso,
numa operação tipicamente tucana, com uso de paraíso fiscal.
A emissora
disfarçou a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Copa do
Mundo de 2002 como investimentos em participação societária no exterior.
O réu do processo é o cidadão José Roberto Marinho, CPF número
374.224.487-68, proprietário da empresa acusada de sonegação.
Esconder dólares na cueca é coisa de petista aloprado. Se não há
provas para o mensalão petista, ou antes, se há provas que o dinheiro da
Visanet foi licitamente usado em publicidade, o mensalão da Globo é
generoso em documentos que provam sua existência.
Mais especificamente,
12 documentos, todos mostrados ao fim do post (no Viomundo, acima).
Uso o termo mensalão porque a Globo também cultiva seu lobby no
congresso. Também usa dinheiro e influência para aprovar ou bloquear
leis.
O processo correu até o momento em segredo de justiça, já que, no
Brasil, apenas documentos relativos a petistas são alvo de vazamento.
Tudo que se relaciona à Globo, à Dantas, ao PSDB, permanece quase sempre
sob sete chaves.
Mesmo quando vem à tôna, a operação para abafar as
investigações sempre é bem sucedida. Vide a inércia da Procuradoria em
investigar a privataria tucana, e do STF em levar adiante o julgamento
do mensalão “mineiro”.
Pedimos encarecidamente ao Ministério Publico, mais que nunca
empoderado pelas manifestações de rua, que investigue a sonegação da
Globo, exija o ressarcimento dos cofres públicos e peça a condenação dos
responsáveis.
O sindicato nacional dos auditores fiscais estima que a sonegação no
Brasil totaliza mais de R$ 400 bilhões.
Deste total, as organizações
Globo respondem por um percentual significativo.
A informação reforça a ideia de que o plebiscito que governo e
congresso enviarão ao povo deve incluir a democratização da mídia.
O
Brasil não pode continuar refém de um monopólio que não contente em
lesar o povo sonegando e manipulando informações, também o rouba na
forma de crimes contra o fisco.