PF apura fraude em compra de jato acidentado de Campos
A Polícia Federal
investiga três empresários de Pernambuco suspeitos de terem participado
da compra irregular do jato Cessna Citation 560 XL, prefixo PR-AFA, que
caiu em Santos na semana passada, matando o candidato à Presidência do
PSB, Eduardo Campos, e outras seis pessoas.
Os empresários João
Carlos Lyra Pessoa Monteiro de Mello Filho, Apolo Santana Vieira e
Eduardo Freire Bezerra Leite teriam adquirido a aeronave, mas a Agência
Nacional de Aviação Civil desconhecia o negócio. Oficialmente, ela
pertence a AF Andrade, empresa de Ribeirão Preto, que está em
recuperação judicial. Pela lei, o Cessna usado por Campos não poderia
ser vendido sem autorização judicial. Só agora, após o acidente, a AF
Andrade informou a Anac da compra.
João Carlos é usineiro, dono de
uma factoring JCL Fomento Mercantil e era próximo de Campos. Apolo é
dono de uma importadora de pneus, a Alpha Trading Comércio, Importação e
Exportação Ltda, conhecida como Alpha Pneus, e da D'Marcas Comércio
Ltda. O empresário foi alvo de denúncia do Ministério Público Federal em
2009 por um esquema de sonegação que teria provocado um prejuízo de R$
100 milhões à Receita.
O terceiro empresário investigado é conhecido como Eduardo Ventola, Dono da Cerâmica Câmboa e de uma construtora.
Documento
da AF Andrade enviado a Anac informa que a Bandeirantes Cia. de Pneus
S.A. e a BR Par Participações assumiram os custos do leasing de compra
da aeronave. A Bandeirantes Pneus diz ter se interessado no jato, mas a
compra não ocorreu porque a Cessna Finance Export Corp não aprovou a
tempo o negócio. João Carlos Lyra, Apolo e Eduardo não foram
localizados.