Escrito por Miguel do Rosário,
Postado em Redação
No Brasil 247
INTERROGADO PELO DEPARTAMENTO DE JUSTIÇA DOS EUA
Ex-senador contou nesta segunda-feira 22 ao juiz Sergio Moro que
prestou depoimento ao Departamento de Justiça Americano (DOJ) este ano
para responder questões relacionadas à Petrobras e à Operação Lava Jato;
segundo ele, o depoimento foi solicitado pelo DOJ diretamente ao STJ e
aconteceu em Campo Grande; Delcídio do Amaral comentou ter achado
“estranho” que representantes do governo norte-americano não tenham
aparecido na sessão que, estava “esvaziada”
22 DE MAIO DE 2017 ÀS 21:55 // 247 NO TELEGRAM Telegram // 247 NO YOUTUBE
Daniel Isaia – Correspondente da Agência Brasil
O ex-senador Delcídio do Amaral contou nesta segunda-feira 22 que
prestou depoimento ao Departamento de Justiça Americano (DOJ) este ano
para responder questões relacionadas à Petrobras e à Operação Lava Jato.
O relato foi feito nesta tarde, durante audiência na 13ª Vara Federal
de Curitiba. Delcídio depôs como testemunha de acusação em um dos
processos que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o ex-senador, o depoimento foi solicitado pelo DOJ
diretamente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) brasileiro e aconteceu
em Campo Grande. “Eu simplesmente mostrei ao longo da audiência que o
processo que eu respondo é por obstrução de Justiça, então eu não tinha
os detalhes que a própria Operação Lava Jato já investigou, já tomou
conhecimento”, relatou.
Delcídio também disse que achou “estranho” que representantes do
governo norte-americano não tenham aparecido na sessão que, segundo ele,
estava “esvaziada”.
Ele contou que o depoimento foi acompanhado apenas
por um juiz, um representante do Ministério Público Federal (MPF) e por
advogados da Petrobras.
Ainda segundo o ex-senador, as perguntas feitas durante o depoimento
abordavam assuntos sobre os quais ele já havia respondido na delação
premiada celebrada com o MPF. “Todos nós ficamos numa saia-justa danada
nessa audiência, porque afinal de contas ninguém entendeu direito porque
aquilo aconteceu lá em Campo Grande”, afirmou.
O relato de Delcídio foi feito após a defesa de Lula perguntar se ele
havia celebrado algum acordo judicial com autoridades norte-americanas.
O ex-senador revelou detalhes do depoimento solicitado pelo DOJ, mas
negou que tenha feito qualquer acordo.
Defesa de Lula protesta
No fim da tarde de hoje, pouco depois da audiência em Curitiba, a
defesa de Lula emitiu uma nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin
Martins.
No texto, ele afirma que as informações relativas ao depoimento
de Delcídio ao DOJ estavam restritas ao conhecimento do MPF e da
Petrobras.
“Sonegadas, portanto, à defesa, revelando a existência de um
aparente processo paralelo, que veio a público apenas em função dos
questionamentos feitos”, diz a nota.
Martins afirma, ainda, que a audiência de hoje “provou o caráter
frívolo da acusação, que é parte de uma estratégia de lawfare com o
único objetivo de prejudicar a atuação política de Lula”.
O depoimento prestado pelo ex-senador Delcídio do Amaral em Curitiba é
parte do processo em que o MPF acusa Lula de receber vantagens
indevidas da Odebrecht.
A força-tarefa afirma que o ex-presidente foi
beneficiado na compra de um terreno para a construção do Instituto Lula e
de um apartamento no mesmo edifício onde ele vive, em São Bernardo do
Campo.
Na mesma audiência, foram ouvidas mais duas testemunhas de acusação: o
ex-executivo da Toyo Setal, Augusto Ribeiro; e o ex-presidente de
Engenharia da Camargo Corrêa, Dalton Avancini.