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Na
manhã de ontem, dia 27 de julho, o presidente Jair Bolsonaro deu uma
entrevista coletiva na qual ameaçou o jornalista e editor cofundador do
Intercept, Glenn Greenwald. Eu, como todos aqueles que defendem a
democracia, fiquei assustada. É por essa razão que o Intercept reafirma
que:
O
Intercept condena veementemente as declarações que o presidente do
Brasil, Jair Bolsonaro, fez sobre o jornalista e editor cofundador do
Intercept, Glenn Greenwald. Jair Bolsonaro chamou Glenn Greenwald de
"malandro" por ter casado com um brasileiro e adotado crianças no
Brasil, o que dificultaria a sua deportação do país. A acusação seria
ridícula se não fosse perigosa: o casamento de Glenn Greenwald ocorreu
há quatorze anos, antes dele e da equipe do Intercept Brasil terem
começado a publicar uma série de reportagens baseadas em um arquivo de
conversas secretas revelando a má conduta de certos membros da
força-tarefa Lava Jato.
Bolsonaro
também disse que Greenwald "talvez pegue uma cana aqui no Brasil", uma
expressão coloquial que soa como uma ameaça. Glenn Greenwald e os
repórteres do Intercept Brasil conduziram seu jornalismo com a máxima
integridade, sempre pensando no interesse público, e por isso, gozam de
total proteção da Constituição brasileira. O Intercept apoia e reafirma o
direito de Glenn Greenwald, e de todos os jornalistas do Intercept
Brasil, de fazer jornalismo sem qualquer intimidação oficial, muito
menos deportação ou prisão.
Somos
gratos pela solidariedade dos defensores da liberdade de imprensa em
todo o mundo, já que as instituições democráticas brasileiras enfrentam
esse profundo teste sob o atual governo, comandado por um autoritário
que não vê nada de errado em ameaçar um jornalista simplesmente por
exercer a sua profissão.
Experiências
autoritárias em diversas partes do mundo demonstram que, mais do que
nunca, é hora de fortalecer o jornalismo independente, que não se
ajoelha diante de governantes ou de corporações. É isso que o Intercept e
o Intercept Brasil fazem.
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