Agora só falta tirar o Bendine da PETROBRÁS!
Paulo Morani
Do DCM
A saída de Joaquim Levy do ministério da Fazenda
encerra uma semana extraordinária para o governo e para os rumos que o país
pode e deve tomar daqui para a frente. Não poderia haver um fechamento melhor.
Do DCM
Demorou pra sair o Levy |
Levy, que desde o primeiro momento foi recebido como
um remédio amargo e ineficaz para os desafios que o país tinha e ainda tem por
enfrentar, se confirmou como uma aposta equivocada e sem sentido.
Oriundo do insaciável mercado financeiro e expoente
valoroso de uma das mais ortodoxas vertentes de uma política econômica
recessiva e antidesenvolvimentista, o ministro tinha como missão primária
acalmar os mercados sempre desejosos de mais juros e lucros.
Não só não acalmou como ainda trouxe prejuízos
consideráveis à economia brasileira. As sucessivas propostas de “arrochos
fiscais” só não foram mais desastrosas do que a sua própria vocação para
negociação junto ao congresso.
Mais do que os inúmeros constrangimentos que causou
entre as demais pastas ministeriais, provavelmente foi o ministro que mais contribuiu
para um distanciamento entre as medidas econômicas do governo Dilma e as
posições historicamente defendidas pelo Partido dos Trabalhadores nessa área.
Forjado no capitalismo violento e predatório, não
conseguiu entender que os interesses de um governo democrático com forte
inclinação para o bem-estar social, vão muito além das metas de superávit
primário.
O resultado é o que todos sabemos. Pelo primeiro
ano em mais de uma década voltamos a nos preocupar com as taxas de desemprego e
inflação que foram controladas justamente com políticas econômicas
completamente opostas às adotadas por Levy.
Em contraponto, no seu lugar toma posse Nelson
Barbosa, economista com um perfil infinitamente mais progressista do que
Joaquim e extremamente mais habilidoso na arte de unificar interesses difusos.
Barbosa participou da equipe que formulou a
política econômica do primeiro mandato do ex-presidente Lula. Os avanços nos
fundamentos econômicos do Brasil decorrentes desse plano nos levaram a adquirir
pela primeira vez o grau de investimento que sob o comando de Levy estamos
perdendo.
Se por um lado Barbosa defende a inquestionável
necessidade de equilíbrio nas contas públicas, por outro não tem dúvidas que o
melhor caminho para esse equilíbrio é pavimentado com o incentivo às cadeias
produtivas com a consequente geração de emprego e renda.
Por tudo isso, essa é uma troca que caracteriza uma
mudança estrutural que faz o governo Dilma, nesse segundo mandato, voltar
novamente as suas atenções aos brasileiros que mais necessitam do Estado.
Joaquim Levy demorou a ser demitido do cargo, mas o
tempo em que esteve à frente da economia foi fundamental para que pudéssemos
ter uma ideia do que seria o Brasil se Aécio Neves tivesse ganho as eleições.
Por Carlos Fernandes
Sobre o Autor
Economista
com MBA na PUC-Rio, Carlos Fernandes trabalha na direção geral de uma das
maiores instituições financeiras da América Latina