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Deu na Folha: Após derrotas, PSDB discute mudar rumo

Após sofrer três derrotas para o PT em eleições presidenciais e perder sua influência na Prefeitura de São Paulo, o PSDB paulista quer levar a sigla para o divã.
Dois documentos assinados por políticos de gerações distintas do partido e enviados à cúpula tucana nos últimos dez dias pregam uma revisão profunda dos programas da legenda e suas estratégias eleitorais.
Os textos dizem ainda que o PSDB deve refazer conexões com sua militância promovendo uma ampla consulta às bases para trilhar o caminho da "renovação".
Um documento foi elaborado por José Henrique Reis Lobo, ex-presidente da sigla, aliado de José Serra e confidente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O outro pela Juventude do PSDB de São Paulo.
Redigidos separadamente e por grupos que não se comunicam dentro da sigla, ambos introduzem seus pedidos com um convite à reflexão sobre as derrotas eleitorais sofridas nas eleições nacionais de 2010 e nas municipais de 2012. Nos dois casos, Serra era o candidato.
Reis Lobo, no documento enviado à direção nacional, é direto. Pede a organização de um congresso nacional do partido, precedido por debates municipais e estaduais para "promover uma ampla reflexão sobre o resultado das últimas eleições, tanto as de 2012 quanto as 2010, para melhor entender os resultados adversos".
O texto assinado por ele foi discutido com FHC, com o senador Aloysio Nunes Ferreira e Alberto Goldman, entre outros líderes do partido. Já o da Juventude nasceu de uma reunião de 150 "jovens tucano" sábado passado.
"É preciso promover discussões sobre as questões do PSDB. Essas coisas passam, talvez, por uma autocrítica", afirma Lobo. "E não adianta querer promover isso debatendo apenas em um circulo restrito de líderes do partido. Tem que ouvir todo mundo que vive o PSDB ou tem uma ligação ideológica ou emocional com ele", concluiu.
Já o texto da Juventude dá a entender que o PSDB se desviou de seus propósitos iniciais. "O PSDB nasceu contestando uma velha prática: disputa de poder pelo poder, plano de governo tirado da cartola, pragmatismo, campanhas eleitorais frágeis e vazias. 24 anos depois, cabe a reflexão: estamos fazendo o que condenávamos?".
A carta dos jovens prega ainda a consolidação de prévias para definir os nomes de candidatos do partido. "Precisamos de modelos que permitam a prevalência da democracia interna. Uma estrutura arcaica dá margem a atitudes autoritárias", diz.
"Falar de renovação não é dizer que devemos jogar o Serra, o Alckmin e o FHC fora. Ao contrário. Eles devem conduzir esse processo. "Renovação não é de idade, mas de ideias", avalia Paulo Mathias, presidente da Juventude tucana. (DANIELA LIMA)

Vitória histórica em São Paulo

A Executiva do Partido dos Trabalhadores de São Paulo reunida hoje, dia 29 de outubro de 2012, vem a público agradecer aos cidadãos e cidadãs, eleitores (as) paulistas por terem possibilitado ao Partido dos Trabalhadores no estado de São Paulo uma vitória histórica. O melhor resultado da nossa história.
O Partido dos Trabalhadores elegeu 68 prefeituras, 55 vices e 675 vereadores e vereadoras nas eleições de 2012. Fomos o partido com a maior votação para cargo proporcional no estado com mais de 3,1 milhões de votos, o que nos levou ao aumento de 175 cadeiras nas Câmaras Municipais em 382 cidades em São Paulo. Vamos governar a partir de 2013, mais de 18,6 milhões de habitantes, o que representa 45,2% da população paulista. Um número bastante significativo.
As urnas mostraram a força do nosso projeto político no estado de São Paulo. O projeto implementado pelo Presidente Lula e hoje liderado pela Presidenta Dilma. O projeto que tirou 30 milhões de brasileiros da miséria, que permitiu que outros 40 milhões ascendessem socialmente. Um projeto que deu estabilidade para a economia, mas com crescimento e com distribuição de renda. Um projeto que fez com que o "Brasil se colocasse em pé perante o mundo" e que foi capaz de criar uma nova agenda mundial. O nosso país se tornou interlocutor das nações que querem uma nova ordem mundial que combata as discrepâncias econômicas e sociais entre os continentes e regiões, que trate a sustentabilidade como algo estratégico e não como tópicos de discursos em conferências internacionais. Foi esse projeto que saiu vitorioso nas eleições 2012.
As urnas falaram alto abafando as vozes que tentaram fazer do julgamento do Supremo Tribunal Federal um instrumento de desgaste e até, como muitos alardearam, de destruição do PT. Os setores da imprensa que partidarizaram a leitura dos fatos também saíram derrotados com o resultado das eleições.
A sociedade falou em alto e bom tom que o "PT não está e nunca esteve no banco dos réus" e que o Partido dos Trabalhadores é o maior instrumento de construção de uma sociedade justa e igualitária. A resposta a todos os ataques que sofremos foi dada pela população através da manifestação democrática: o voto. As urnas dão ao PT a legitimidade necessária para que continuemos a nossa luta pela construção de um Brasil que seja forte economicamente, mas que acima de tudo seja justo.
As urnas em São Paulo também imprimiram ao PSDB, aliados e setores conservadores a pior derrota da história. O PSDB encolheu no número de prefeituras e vereadores. Perdeu em cidades emblemáticas no estado. O balanço dos setores conservadores em São Paulo é o pior possível. Mais uma reposta dada pelo povo paulista tanto ao "cansaço" do projeto tucano no estado como à ofensiva conservadora e autoritária contra o nosso projeto.
A nossa vitória no Vale do Paraíba é um exemplo do crescimento do PT em uma região que sempre foi tida como base do PSDB, inclusive por ser a região originária do Governador Geraldo Alckmin. Lá vamos governar nove prefeituras, destacando São José dos Campos, principal polo regional, e Jacareí onde obtivemos o quarto mandato sucessivo.
A vitória na Capital de São Paulo tem muito significado político. Ela representa a retomada das nossas bandeiras na cidade. De um projeto que liderado por Marta Suplicy implementou políticas públicas que levaram justiça social e cidadania para as regiões mais empobrecidas. O Governo Marta fez história nas políticas públicas inspirando governos por todo o Brasil. A vitória de Fernando Haddad cria as condições para um novo período de gestão da cidade mais importante da América Latina. O Governo Haddad será um marco para o desenvolvimento de políticas públicas que tornem a cidade de São Paulo um exemplo de desenvolvimento urbano e econômico, mas com justiça social. Não há duvidas que criamos com a vitória na Capital as condições para uma nova correlação de forças na política e para a disputa de hegemonia no estado de São Paulo.
Cabe aqui um registro para as nossas vitórias na Grande São Paulo. Desde 2011 temos sofrido uma ofensiva do PSDB na região metropolitana de São Paulo. Tornou-se evidente a existência de uma proposta dos tucanos de disputa da nossa principal base social na região sob o verniz da regionalização das políticas públicas. A Secretaria de Assuntos Metropolitanos tornou-se um nítido instrumento de disputa de hegemonia na nossa base social. Mesmo contabilizando a derrota em Diadema (derrota eleitoral, por fatores conjunturais e não de projeto, já que a identidade da população da cidade é muito forte com o PT), vale aqui ressaltar a retomada em Santo André e as nossas vitórias em São Bernardo, Mauá, Guarulhos - que merece destaque por ser nosso quarto mandato sucessivo -, Osasco, Carapicuíba, Franco da Rocha, Embu das Artes - também no quarto mandato sucessivo - e manutenção de Itapevi (governada pelo PV com apoio do PT, podemos caracterizar como "sucessão"). Na construção de uma política de regionalização da gestão que seja realmente democrática vale ressaltar as vitórias em São José dos Campos e Jundiaí (liderado pelo PCdoB com o PT na vice), cidades "âncoras" para as iniciativas tomadas pelo Governo Alckmin na implantação do modelo conservador e autoritário de regionalização, e da reeleição em Cubatão. Essas vitórias e possíveis alianças com administrações lideradas por partidos aliados, podemos criar as condições para fazer a disputa de rumos das políticas públicas para as regiões metropolitanas e aglomerados urbanos.
As eleições de 2012 reforçam a nossa implantação no estado de São Paulo. Crescemos em todas as regiões. O PT se consolidou em pólos regionais importantes. Cabe um destaque para Campinas e Taubaté onde não obtivemos vitórias no segundo turno, mas cidades em que as nossas candidaturas, mesmo com muito potencial eleitoral, foram lançadas com o objetivo de construção partidária. Essas candidaturas polarizaram os debates, projetando lideranças para a organização do PT e para futuras disputas.
Importante ressaltar o processo de renovação de lideranças que passa o PT paulista. Esse processo ocorre sem ruptura com os antigos quadros políticos. O nosso partido se renova valorizando a herança administrativa e política. Uma renovação inspirada na nossa história.
As eleições municipais também demostraram uma nova correlação de forças políticas no estado mais importante do Brasil. Criamos as condições, com uma acertada política de alianças, tanto no primeiro turno, como no segundo turno, de construção de um campo político no estado que sustente a formulação de um projeto alternativo ao PSDB e aliados. É preciso darmos mais ênfase às nossas propostas para um novo modelo educacional e de saúde no estado. É preciso enfrentarmos o esgotamento do modelo de segurança pública (é só olharmos a escalada do aumento da violência e o avanço do crime organizado entrincheirando as forças policiais). Temos todas as condições de apresentarmos ao interior do estado um projeto de desenvolvimento regional que garanta a descentralização do desenvolvimento econômico (enfrentando ao modelo tucano de pedagiamento, que inviabiliza o escoamento da produção do interior). O PT tem todas as condições políticas de liderar uma formulação que dialogue com a juventude, que mostre a viabilidade de um projeto de desenvolvimento para o estado que seja sustentável.
A força das urnas também dá ao PT o respaldo para que pautemos as reformas necessárias para o Estado Brasileiro. A Reforma Política e Eleitoral, a Reforma Tributária, o avanço da democratização da comunicação social, Reforma do Pacto Federativo, a Reforma do Judiciário. É preciso que o PT não flexibilize a sua vocação por um Estado cada vez democrático e que respeite os direitos individuais como manifestação do Estado de Direito e da própria democracia. Temos que zelar cotidianamente pelas "vitórias da humanidade" como a presunção da inocência (o inverso é a predominância do autoritarismo e da força típica de regimes despostas). O PT não pode flexibilizar seus princípios democráticos e suas aspirações socialistas que fizeram com que nos tornássemos o maior partido do Brasil e um instrumento de construção de um país que, efetivamente, seja de todos os brasileiros.
Vale aqui dar um destaque para as nossas bancadas, estadual e federal, ao senador Eduardo Suplicy e aos ministros do Governo Dilma pela dedicação na construção da tática eleitoral por todo o estado de São Paulo.
Queremos agradecer também a mobilização dos movimentos popular e sindical e dos militantes do nosso partido, de todas as nossas lideranças, vitoriosas ou não, que defenderam com muita garra as bandeiras do Partido dos Trabalhadores, levando o nosso programa partidário para os 604 municípios onde disputamos as eleições.
Executiva Estadual do PT do estado de São Paulo

Presidente DILMA recebe prefeito eleito de S. Paulo!


A presidenta Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira (29) o prefeito eleito do município de São Paulo, Fernando Haddad. Ele afirmou que o encontrou serviu para, além de agradecer o apoio da presidenta, estabelecer uma rotina de trabalho.
O prefeito eleito ressaltou a importância de se criar um grupo de trabalho o quanto antes para iniciar a discussão sobre as parcerias que foram anunciadas no plano de governo apresentado durante a campanha, para que sejam implementadas o quanto antes. Haddad, antes de voltar para São Paulo, ainda visita o Ministério da Educação.

O que fazer com a vitória em SP?

Foto: Marcelo Camargo/ABr
Saul Leblon
Nem o gigantismo da cidade, nem o valor do 3º orçamento do país, depois do brasileiro e o do Estado de SP - ainda que isso tenha um peso objetivo óbvio - elucidam porque o pleito de São Paulo se transformou no principal foco de atenção da mídia e do interesse nacional.

O que distinguia o embate aqui como a disputa-chave da política brasileira em 2012 era o confronto direto entre duas concepções de país, duas visões de democracia e duas propostas de desenvolvimento.

Pode-se dizer, em adendo, que um julgamento de recorte nitidamente conservador desse antagonismo está sendo levado a cabo no STF há mais de 40 dias.

No das urnas, venceu a agenda personificada por Fernando Haddad, com a desassombrada estratégia política de Lula.

O que foi derrotado não é pouco.

Movimento dos Sem Midia protocola ação contra Globo




Na tarde desta quinta-feira, 25 de outubro de 2012, o Movimento dos Sem Mídia protocolou na Procuradoria Geral Eleitoral em São Paulo representação eleitoral em face de Globo Comunicação e Participações S. A. por esse grupo empresarial ter cometido crime eleitoral na edição da última terça-feira (23.10) do Jornal Nacional.
Antes da leitura, quero fazer, publicamente, cumprimento ao advogado do Movimento dos Sem Mídia, doutor Antonio Donizeti, quem, há 5 anos, advoga de graça para a ONG, tendo se empenhado tanto quanto eu em prol de uma mídia civilizada para o Brasil, de forma que esta contribua para o progresso social e econômico do país.
Leia e apoie – por meio de comentário –, abaixo, Representação cujo protocolo figura na imagem em epígrafe neste texto.

Pesquisas registradas no TSE.

 DATAFOLHA

Para ser divulgada no sábado

Pesquisa Eleitoral - SP-01928/2012

Dados da Pesquisa SP-01928/2012
22/10/2012
27/10/2012
DATAFOLHA INSTITUTO DE PESQUISAS LTDA.
Eleições Municipais 2012

SÃO PAULO/SP
Empresa Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A.
Empresa Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A.
Empresa Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A.
131.400,00
Renata Nunes César
72.49A
3884/92
26/10/12 27/10/12 4028

 IBOPE

 Para ser divulgada no sábado.

  Vamos ver se a Goebbels vai divulgar esta

Pesquisa Eleitoral - SP-01935/2012

Dados da Pesquisa SP-01935/2012
22/10/2012
27/10/2012
IBOPE INTELIGÊNCIA PESQUISA E CONSULTORIA LTDA.
Eleições Municipais 2012

SÃO PAULO/SP
GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A Rua Lopes Quintas, Nº 303 – Jardim Botânico – Rio de Janeiro - RJ -CEP 22.2460-010 - CNPJ/MF 27.865.757/ 0001-02
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GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A Rua Lopes Quintas, Nº 303 – Jardim Botânico – Rio de Janeiro - RJ -CEP 22.2460-010 - CNPJ/MF 27.865.757/ 0001-02
58.394,00
Márcia Cavallari Nunes
6208-A
4375-94
22/10/12 27/10/12 1204

Pesquisa quantitativa, que consiste na realização de entrevistas pessoais, com a aplicação de questionário estruturado junto a uma amostra representativa do eleitorado em estudo.

   Boca de Urna

Pesquisa Eleitoral - SP-01939/2012

Dados da Pesquisa SP-01939/2012
23/10/2012
28/10/2012
IBOPE INTELIGÊNCIA PESQUISA E CONSULTORIA LTDA.
Eleições Municipais 2012

SÃO PAULO/SP
GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A Rua Lopes Quintas, Nº 303 – Jardim Botânico – Rio de Janeiro – RJ CEP: 22.2460-010 CNPJ/MF 27.865.757/ 0001-02
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GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A Rua Lopes Quintas, Nº 303 – Jardim Botânico – Rio de Janeiro – RJ CEP: 22.2460-010 CNPJ/MF 27.865.757/ 0001-02
57.973,00
Márcia Cavallari Nunes
6208-A
4375-94
28/10/12 28/10/12 6000

A última eleição sob a tutela da Globo

A sólida dianteira de Haddad em SP, reafirmada pelo Ibope e o Datafolha desta 5ª feira, deixa ao conservadorismo pouca margem para reverter uma vitória histórica do PT; talvez a derradeira derrota política do seu eterno delfim, José Serra. Ainda assim há riscos. Não são pequenos. Eles advém menos da vontade aparentemente definida do eleitor, do que da disposição midiática para manipulá-la, nas poucas horas que antecedem o pleito de domingo.

Há alguma coisa de profundamente errado com a liberdade de expressão num país quando, a cada escrutínio eleitoral, a maior preocupação de uma parte da opinião pública e dos partidos, nos estertores de uma campanha como agora, desloca-se propriamente do embate final de idéias, para prevenir-se contra a 'emboscada da véspera''.

Não se argui se ela virá; apenas como e quando a maior emissora de televisão agirá na tentativa de raptar o discernimento soberano da população, sobrepondo-lhe seus critérios, preferências e interditos.

Tornou-se uma aflita tradição nacional acompanhar a contagem regressiva dessa fatalidade.

A colisão entre a festa democrática e a usurpação da vontade das urnas por um interdito que se pronuncia de véspera, desgraçadamente instalou-se no calendário eleitoral. E o corrói por dentro, como uma doença maligna que pode invalidar a democracia e desfibrar a sociedade.

A evidencia mais grave dessa anomalia infecciosa é que todos sabem de que país se fala; qual o nome do poder midiádico retratado e que interesses ele dissemina.

Nem é preciso nominá-los. E isso é pouco menos que a tragédia na vida de uma Nação.

De novo, a maleita de pontualidade afiada rodeia o ambiente eleitoral no estreito espaço que nos separa das urnas deste 28 de outubro.
Em qualquer sociedade democrática uma vantagem de 15 pontos como a de Haddad seria suficiente para configurar um pleito sereno e definido.

Mas não quando uma única empresa possui 26 canais de televisão, dezenas de rádios, jornal impresso, editora, produção de cinema, vídeo, internet e distribuição de sinal e dados.

Tudo isso regado por uma hegemônica participação no mercado publicitário, inclusive de verbas públicas: a TV Globo, sozinha, receberá este ano mais de 50% da verba publicitária de televisão do governo Dilma.

Essa concentração anômala de munição midiática desenha um cerco de incerteza e apreensão em torno da democracia brasileira. Distorce a vida política; influencia o Judiciário; corrompe a vaidade de seus membros; adestra-os, como agora, com a cenoura dos holofotes a se oferecerem vulgarmente, como calouros de programas de auditório, ao desfrute de causas e interesses que tem um lado na história. E não é o do aperfeiçoamento das instituições nem da Democracia.

O conjunto explica porque, a três dias das eleições municipais de 2012, pairam dúvidas sobre o que ainda pode acontecer em São Paulo, capaz de fraudar a eletrizante vitória petista contra o adversário que tem a preferência do conservadorismo, a cumplicidade dos colunistas 'isentos',a 'independência' do Judiciário e a torcida, em espécie, da plutocracia.

Não há nessa apreensão qualquer traço de fobia persecutória.

Há antecedentes. São abundantes a ponto de justificar o temor que se repitam.

Multiplas referenciais históricas estão documentadas. Há recorrência na intervenção indevida que mancha, enfraquece e humilha a democracia,como um torniquete que comprime a liberdade das urnas.

Mencione-se apenas a título ilustrativo três exemplos de assalto ao território que deveria ser inviolável, pelo menos muitos lutaram para que fosse assim; e não poucos morreram por isso.

Em 1982, a Rede Globo e o jornal O Globo arquitetaram um sistema paralelo de apuração de votos nas eleições estaduais do Rio de Janeiro.

Leonel Brizola era favorito, mas o candidato das Organizações Globo, Moreira Franco, recebera privilégios de cobertura e genuflexão conhecidos. Os sinais antecipavam o estupro em marcha das urnas.

Ele veio na forma de um contagem paralela - contratada pela Globo - que privilegiaria colégios do interior onde seu candidato liderava, a ponto de se criar um 'consenso' de vitória em torno do seu nome.

O assédio só não se consumou porque Brizola recusou o papel de hímen complancente à fraude.

O gaúcho recém chegado do exílio saiu a campo, convocou a imprensa internacional, denunciou o golpe em marcha e brigou pelo seu mandato. Em entrevista histórica --ao vivo, por sua arguta exigencia, Brizola denunciou a manobra da Globo falando à população através das câmeras da própria emissora.

Venceu por uma margem de 4 pontos. Não fosse a resistência desassombrada, a margem pequena seria dissolvida no contubérnio entre apurações oficiais e paralelas.

Em 1983 os comícios contra a ditadura e por eleições diretas arrastavam multidões às ruas e grandes praças do país.

A Rede Globo boicotou as manifestações enquanto pode, mantendo esférico silêncio sobre o assunto. O Brasil retratado em seu noticioso era um lago suíço de resignação.

No dia 25 de janeiro de 1984, aniversário da cidade, São Paulo assistiu a um comício monstro na praça da Sé. Mais de 300 mil vozes exigiam democracia, pediam igualdade, cobravam eleições.

O lago tornara-se um maremoto incontrolável. A direção editorial do grupo que hoje é um dos mais aguerridos vigilantes contra a 'censura' na Argentina, Venezuela e outros pagos populistas, abriu espaço então no JN para uma reportagem sobre a manifestação. Destinou-lhe dois minutos e 17 segundos.

Compare-se: na cobertura do julgamento em curso da Ação penal 470, no STF, o mesmo telejornal dispensou mais de 18 minutos nesta terça-feira a despejar ataques e exibicionismos togados contra o PT, suas lideranças e o governo Lula.

Naquele 25 de janeiro estava em causa, de um lado, a democracia; de outro, a continuidade da ditadura.

Esse confronto mereceu menos de 1/6 do tempo dedicado agora ao julgamento em curso no STF. Com um agravante fraudulento: na escalada do JN, a multidão na praça da Sé foi associada, "por engano", explicou depois a emissora, 'a um show em comemoração aos 430 anos da cidade'. Passemos...

Em 1989, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello realizariam o debate final de uma disputa acirrada e histórica: era o primeiro pleito presidencial a consoliar o fim da ditadura militar.

No confronto do dia 14 de dezembro Collor teve desempenho pouco superior ao de Lula. Mas não a ponto de reverter uma tendência de crescimento do ex-líder metalúrgico; tampouco suficiente para collorir os indecisivos ainda em número significativo.

A Globo editou o debate duas vezes. Até deixá-lo 'ao dente', para ser exibido no Jornal Nacional.

Collor teve um minuto e oito segundos a mais que Lula; as falas do petista foram escolhidas entre as suas intervenções mais fracas; as do oponente, entre as suas melhores.

Antes do debate a diferença de votos entre os dois era da ordem de 1%, a favor de Collor; mas Lula crescia. Depois do cinzel da Globo, Collor ampliou essa margem para 4 pontos e venceu com quase 50% dos votos;Lula teve 44%. As consequências históricas dessa maquinação são sabidas.

São amplamente conhecidas também as reiterações desse tipo de interferência nos passos posteriores que marcaram a trajetória da democracia brasileira.

Ela se fez presente como obstaculo à vitória de Lula em 2002; catalisou a crise de seu governo em 2005 --quando se ensaiou um movimento de impeachment generosamente ecoado e co-liderado pelo dispositivo midiático conservador; atuou no levante contra a reeleição de Lula em 2006 e agiu na campanha ostensiva contra Dilma, em 2010.

A indevida interferência avulta mais ainda agora. Há sofreguidão de revide e um clima de 'agora ou nunca' no quase linchamento midiático promovido contra o PT, em sintonia com o calendário e o enrêdo desfrutáveis, protagonizados por togas engajadas no julgamento em curso do chamado mensalão'.
Pouca dúvida pode haver quanto aos objetivos e a determinação férrea que vertem desse repertório de maquinações, sabotagens e calúnias disseminadas.

Sua ação corrosiva arremete contra tudo e todos cuja agenda e biografia se associem à defesa do interesse público, do bem comum e da democracia social.Ou, dito de outro modo, visa enfraquecer o Estado soberano, desqualificar valores e princípios solidários que sustentam a convivência compartilhada.

Os governantes e as forças progressistas brasileiras não tem mais o direito --depois de 11 anos no comando do Estado- de ignorar esse cerco que mantem a democracia refém de um poder que só a respeita enquanto servir como lacre de chumbo de seus interesses e privilégios.

Os requintes de linchamento que arrematam o espetáculo eleitoral em que se transformou a ação Penal 470, ademais da apreensão com a 'bala de prata midiática' que possa abalar a vitória progressista em SP, não são fenômenos da exclusiva cepa conservadora.

A conivência federal com o obsoleto aparato regulador do sistema de comunicações explica um pedaço desse enredo. Ele esgotou a cota de tolerância das forças que elegeram Lula e sustentam Dilma no poder.

O país não avançará nas trasformações econômicas e sociais requeridas pela desordem neoliberal se não capacitar o discernimento político de mais de 40 milhões de homens e mulheres que sairam da pobreza, ascenderam na pirâmidade de renda e agora aspiram à plena cidadania.

A histórica obra de emancipação social iniciada por Lula não se completará com a preservação do atual poder de veto que o dispositivo midiático conservador detém no Brasil.

Persistir na chave da cumplicidade, acomodação e medo diante desse aparato tangencia a irresponsabilidade política.

Mais que isso: é uma assinatura de contrato com a regressão histórica que o governo Dilma e as forças que o sustentam não tem o direito de empenhar em nome do povo brasileiro.

Que a votação deste domingo seja a última tendo as urnas como refém da rede Globo, dos seus anexos, ventrílocos e assemelhados. Diretas, já! Esse é um desejo histórico da luta democrática brasileira. Carta Maior tem a certeza de compartilhá-lo com seus leitores e com a imensa maioria dos homens e mulheres que caminharão para a urna neste domigo dispostos a impulsionar com o seu voto esse novo e inadiável divisor da nossa história.

Bom voto.
Postado por Saul Leblon às 07:31

Haddad tem 15 pontos de vantagem sobre Serra, mostra Datafolha

DE SÃO PAULO
A quatro dias da eleição municipal, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, segue liderando a disputa com 49% das intenções totais de voto. Ele tem 15 pontos vantagem em relação a José Serra (PSDB).
Na pesquisa Datafolha finalizada hoje, o cenário é praticamente idêntico ao do levantamento da semana passada. Em 17 e 18 de outubro, Haddad já tinha os mesmos 49% de agora. Serra, que antes aparecia com 32%, oscilou dois pontos para cima e agora aparece com 34%.
Na conta dos votos válidos (que exclui brancos e nulos), Haddad alcança 60%; Serra, 40%. São exatamente os mesmo índices da semana passada.
O Datafolha também investigou as taxas de rejeição dos dois candidatos. Assim como no levantamento anterior, 52% dos entrevistados disseram que não votam em Serra de jeito nenhum. Já a rejeição ao nome de Haddad oscilou dois pontos para cima, de 34% para 36%.
O Datafolha ouviu 2.084 eleitores entre ontem e hoje. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos. Encomendado pela Folha em parceria com a TV Globo, o levantamento foi registrado no TRE com o código SP-01910/212.

Kotscho: Pesquisa do PT mostra Haddad com 61% e Serra, 39%

 
por Ricardo Kotscho, no Balaio
A cinco dias da eleição do segundo turno em São Paulo, o comando da campanha de Fernando Haddad, do PT, decidiu não mudar a estratégia nesta reta final da campanha: vai continuar jogando na defesa para garantir o resultado apontado pelas pesquisas, investindo na apresentação de propostas para um governo de mudança contra a continuidade.
Conversei na manhã desta terça-feira com o coordenador geral da campanha petista, vereador Antonio Donato, que não se mostrou preocupado com a bateria de ataques desfechada nos últimos dias pelo candidato tucano José Serra, em especial na área da saúde.
Baseado nas avaliações de pesquisas internas, Donato disse que a campanha de propaganda negativa do adversário está aumentando a sua rejeição.
“A saúde pública é o principal problema da cidade, mas o Serra está falsificando o debate, como sempre faz. Vende uma saúde que não existe e o eleitor simplesmente não acredita mais no que ele fala. Criou-se uma barreira entre o candidato e o eleitor. Por isso, não provocou nenhum ruído na nossa campanha”.
Ao contrário, segundo Donato, os trackings do partido mostram agora uma vantagem ainda maior de Haddad do que a apontada nas pesquisas Datafolha e Ibope da semana passada: 22 pontos (61 a 39) nos votos válidos, o que reforça a ideia de manter a mesma estratégia:
“Nós temos um roteiro definido para os programas e debates e não pretendemos mudar. A virulência dos ataques do adversário mostra que ele já entrou numa fase de desespero porque não tem propostas para apresentar ao eleitor”.
Outro dado que justifica a tranquilidade do coordenador petista é a avaliação negativa do prefeito Gilberto Kassab, que nas pesquisas internas do PT atingiu seu nível mais baixo desde o início da campanha: apenas 17% aprovam a sua administração.
Para Donato, o final do julgamento do mensalão não terá maiores consequências na campanha eleitoral. “O que tinha que influir já influiu lá no começo, mas agora acho muito difícil que possa mudar os votos do eleitor. Tanto que o PSDB até já desistiu de usar este tema na sua propaganda. O eleitor quer saber do futuro, não do passado”.

Cerra prega o higenismo social! (Heil !)


Para Malafaia ler!


A Prefeitura de São Paulo também distribuiu às escolas de sua rede materiais que tratam de diversidade sexual. Um dos livros, destinado a alunos de dez anos, explica que a cidade de SP tem famílias de muitos tipos: nuclear monogâmica, multinuclear (em que as crianças transitam por casas de dois ou mais casamentos dos genitores), com filhos adotivos, com avós criando netos e também "família de casal homossexual sem filhos" e de "casal homossexual com filhos".
O material foi enviado por Alexandre Schneider (PSD-SP), candidato a vice de Serra, quando era secretário municipal de Educação. Apesar da polêmica que o assunto tem causado na campanha, ele afirma que não vê "problema" em tratar do tema nas escolas com as crianças. "A sociedade ainda tem níveis grandes de intolerância e seria um equívoco não abordarmos o assunto. Falamos não só das diferenças ligadas à sexualidade como também em relação aos deficientes, por exemplo, o que ajudou muito na inclusão de alunos com problemas nas salas de aula."
Quando secretário, Schneider estendeu aos funcionários gays os mesmos direitos dos heterossexuais, como o de licença em caso de morte. "A maior riqueza da nossa sociedade é a sua diversidade", diz ele. 
Moniva Bérgamo - Folha

Agora sim, explicado o que ele quer fazer em S. Paulo!

"Não estou em concurso de beleza", 

diz pastor Silas Malafaia

O pastor carioca Silas Malafaia, 54, está com a faca na mão. Serra ao meio uma segunda baguete enquanto anuncia sua "visão expansionista". "Vou abrir igreja no Brasil inteiro, minha filha", afirma, enquanto toma lanche no intervalo de um dos dois cultos que celebrou no fim da tarde de terça-feira, no Rio. Planeja inaugurar mil templos até 2020 --toca hoje oito obras pelo país, a um custo de R$ 25 milhões.
*
São Paulo é prioridade. "Logo, logo" vai "cair com tudo" na cidade. "Tenho pesquisado lugares. Não posso ter igreja para menos de 4.000 pessoas lá."
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, ramificação da Assembleia de Deus, maior grupo evangélico do país, lambuza o pão com margarina e corta uma fatia de queijo minas. Revela que está hoje à frente de 125 igrejas e de um rebanho de 36 mil fiéis. "Nosso crescimento é formiguinha, 'vambora', pá, pá, pá. Mas vamos chegar lá", diz, entre goles de café com leite e suco de abacaxi.

O pastor Silas Malafaia, 54, no escritório da sua igreja, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no bairro carioca da Penha
Tomas Rangel/Folhapress

Nova pesquisa IBOPE! O JN vai divulgar?

Pesquisa Eleitoral - SP-01912/2012

Dados da Pesquisa
SP-01912/2012

19/10/2012

24/10/2012

IBOPE INTELIGÊNCIA PESQUISA E CONSULTORIA LTDA.

Eleições Municipais 2012



SÃO PAULO/SP

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A Rua Lopes Quintas, Nº 303 – Jardim Botânico – Rio de Janeiro - RJ CEP 22.2460-010 - CNPJ/MF 27.865.757/ 0001-02

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A Rua Lopes Quintas, Nº 303 – Jardim Botânico – Rio de Janeiro - RJ CEP 22.2460-010 - CNPJ/MF 27.865.757/ 0001-02

GLOBO COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A Rua Lopes Quintas, Nº 303 – Jardim Botânico – Rio de Janeiro - RJ CEP 22.2460-010 - CNPJ/MF 27.865.757/ 0001-02

58.394,00

Márcia Cavallari Nunes

6208-A

4375-94

19/10/12 24/10/12 1204


Pesquisa quantitativa, que consiste na realização de entrevistas pessoais, com a aplicação de questionário estruturado junto a uma amostra representativa do eleitorado em estudo.


Representativa do eleitorado da área em estudo, elaborada em dois estágios. No primeiro estágio faz-se um sorteio probabilístico dos setores censitários, onde as entrevistas serão realizadas, pelo método PPT (probabilidade Proporcional ao Tamanho), tomando o eleitorado como base para tal seleção. No segundo e último estágio, dentro dos setores sorteados, os respondentes são selecionados através de quotas amostrais proporcionais em função de variáveis significativas, a saber: SEXO: masculino 46%; feminino 54%; IDADE: 16-24 (masculino) 18% (feminino) 16%; 25-29 (masculino) 13% (feminino) 12%; 30-39 (masculino) 23% (feminino) 22%; 40-49 (masculino) 18% (feminino) 18%; 50 e+ (masculino) 27% (feminino) 32%; INSTRUÇÃO: Até Ensino Médio (masculino) 73% (feminino) 73%; Ensino Superior (masculino) 27% (feminino) 27%; NÍVEL ECONÔMICO: Economicamente ativo (masculino) 75% (feminino) 56%; Não Economicamente ativo (masculino) 25% (feminino) 44%. Está prevista eventual ponderação para correção das variáveis sexo e idade, com base nos percentuais anteriormente mencionados, caso ocorram diferenças superiores a 3 pontos percentuais entre o previsto na amostra e a coleta de dados realizada. Para as variáveis de grau de instrução e nível econômico do entrevistado, o fator previsto para ponderação é 1 (resultados obtidos em campo). O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada considerando um modelo de amostragem aleatório simples, é de 3 (três) pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. FONTE DOS DADOS: Censo 2010 | TSE 2012


Para a realização da pesquisa, utiliza-se uma equipe de entrevistadores e supervisores contratados pelo IBOPE INTELIGÊNCIA E CONSULTORIA LTDA. devidamente treinados para o trabalho. Após os trabalhos de campo, os questionários são submetidos a uma fiscalização de 20% (vinte por cento) dos questionários aplicados pelos entrevistadores; para verificação das respostas e da adequação dos entrevistadores aos parâmetros amostrais.


A área de abrangência da coleta é formada pelo município ora informado. A relação dos bairros selecionados para aplicação da amostra será apresentada após a divulgação do resultado da pesquisa, conforme expresso no artigo 1º, § 6º da Resolução 23.364/2011 do TSE.

JOB 12_1209-30_SP - Materiais de campo.pdf

Não há arquivo para detalhamento de bairros/municípios.

Vem ai nova pesquisa DATAFOLHA!

Pesquisa Eleitoral - SP-01910/2012

Dados da Pesquisa SP-01910/2012
19/10/2012
24/10/2012
DATAFOLHA INSTITUTO DE PESQUISAS LTDA.
Eleições Municipais 2012

SÃO PAULO/SP
Empresa Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A.
Empresa Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A.
Empresa Folha da Manhã S/A. e Globo Comunicação e Participações S/A.
68.400,00
Renata Nunes César
72.49A
3884/92
23/10/12 24/10/12 2100

Pesquisa do tipo quantitativo, por amostragem, com aplicação de questionário estruturado e abordagem pessoal em pontos de fluxo populacional. O conjunto do eleitorado do município de São Paulo com 16 anos ou mais foi tomado como universo da pesquisa.

Ex-cortador de cana é o 1º prefeito do PSOL

No interior do Rio, ex-cortador de cana é o 1º prefeito do PSOL

ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A ITAOCARA (RJ)

Ex-cortador de cana Glesimar Gonzaga, com a mãe, Maria da Penha, em Itaocara (RJ)
Daniel Marenco/Folhapress
Na sala, foto de Che Guevara e bandeiras de Cuba e Venezuela. O discurso sobre socialismo embalou a campanha em Itaocara, interior fluminense, que elegeu o primeiro prefeito pelo PSOL no país, para surpresa da direção nacional do partido.
O ex-cortador de cana Gelsimar Gonzaga, 48, ganhou a disputa no município de 22 mil habitantes, de economia basicamente rural. Usou um Fusca 1973 como carro de som e repetiu a mesma gravação de dois minutos e dez segundos nos 45 dias de campanha de rádio. Venceu com 45% dos votos válidos.
Gonzaga começou a trabalhar aos sete anos como cortador de cana. Ajudava os pais e os sete irmãos a sustentar a casa.
O prefeito eleito saiu da cidade aos 18 para servir ao Exército na capital. No Rio, trabalhou como bancário e integrou o sindicato da categoria. Filiou-se ao PT, do qual saiu em 2004, em razão da reforma da Previdência proposta pelo então presidente Lula. Antes ídolo, o petista hoje é alvo de críticas.
Mas Gonzaga reconhece que "a vitória do Lula ajudou muito, porque contribuiu para quebrar muitos preconceitos contra a classe pobre, quem não tem nível superior", disse ele.


Ex-cortador de cana Glesimar Gonzaga, com a mãe, Maria da Penha, em Itaocara (RJ)
Gonzaga diz que sua vitória se deve ao desemprego e às falhas no sistema de saúde e educação. Para o socialista, a vitória do PSOL em Itaocara "pode ser exemplo para as capitais".
Presidente do sindicato dos servidores municipais de Itaocara, para onde voltou em 1993, Gonzaga não limita sua atuação à cidade. Participou de ocupações do MST em Campos, no norte fluminense, e foi ao Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), participar de movimentos sociais contrários à retirada dos moradores do local.
O socialista quer formar conselhos populares para cada bairro definir suas prioridades. Planeja audiência com a presidente Dilma (PT) e o governador Sérgio Cabral (PMDB) pela construção de um hospital na cidade.
"Espero que o Edmilson [Rodrigues] vença em Belém para eu não ser vidraça sozinho. Vai ser um bom laboratório para o PSOL administrar uma capital e uma cidade do interior", disse, referindo-se ao integrante do partido que disputa o segundo turno na capital paraense com Zenaldo Coutinho (PSDB).
Para ele, o PSOL no poder corre o risco de se "desvirtuar". Na análise do prefeito eleito, as alianças são as responsáveis pelas mudanças.
Apesar disso, diz que tentará compor maioria na Câmara. O PSOL elegeu só um representante ao Legislativo, que tem 11 cadeiras.
"Sou realista. Não sou intransigente. Converso com todo mundo independentemente da filiação partidária. Quem é socialista não pode discriminar ninguém. Não sou sectário", afirma.

Haddad abre 17 pontos de vantagem sobre Serra, aponta Datafolha

DE SÃO PAULO
A dez dias do segundo turno das eleições municipais, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, abriu 17 pontos de vantagem em relação ao seu adversário, o tucano José Serra.
Pesquisa Datafolha finalizada ontem mostra Haddad com 49% das intenções de voto totais contra 32% de Serra. Brancos e nulos somam 10%. Outros 9% dizem que não sabem em quem votar.
Na conta dos votos válidos (sem brancos e nulos), Haddad tem 60%; Serra, 40%.
O levantamento mostra também que a rejeição ao nome de Serra disparou. Na última pesquisa feita pelo Datafolha antes do primeiro turno, nos dias 5 e 6 deste mês, 42% dos eleitores diziam que não votariam em Serra de jeito nenhum. Agora são 52%.
É a primeira vez que mais da metade do eleitorado rejeita o tucano. Desde 1992, só dois candidatos a prefeito de São Paulo chegaram ao final da disputa com um índice superior a este. Em 2008, Paulo Maluf (PP) era rejeitado por 59%. Em 2000, Fernando Collor (PRTB) alcançou 62%.
A pesquisa de ontem mostra que Haddad vence Serra entre os eleitores que votaram em Celso Russomanno (PRB) e Gabriel Chalita (PMDB) no primeiro turno.
No grupo dos que optaram por Russomanno (21,6% dos votos válidos na primeira etapa), o petista ganha do tucano por 53% a 20%. No grupo dos que foram de Chalita (13,6% dos válidos), vence 50% a 26%. Chalita anunciou apoio a Haddad no segundo turno. Russomanno declarou-se neutro.
Para chegar a esses resultados, o Datafolha ouviu 2.098 eleitores ontem e anteontem. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
KASSAB REPROVADO
O alto índice de desaprovação da gestão do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), ajuda a explicar as dificuldades que estão sendo enfrentadas por Serra.
Hoje, 42% dos eleitores classificaram a administração Kassab como ruim ou péssima. No início de setembro, eram 48%.
Essa queda de seis pontos na reprovação, porém, não representou ganhos de aprovação. Antes, 20% diziam que o trabalho de Kassab era bom ou ótimo. Agora são 19%. O que aumentou foi a avaliação regular (de 29% para 37%).
Convidados a dar uma nota de 0 a 10 a Kassab, os paulistanos deram 4,4, em média, igualando a nota do início de setembro, a pior desde julho de 2007.
Eleito vice em 2004 ainda pelo PFL, Kassab assumiu a prefeitura em 2006 após a renúncia de Serra para disputar o governo do Estado. Em 2008, foi reeleito com apoio do tucano. Agora defende a volta de Serra à prefeitura.
O clima por mudança na cidade fica evidente nas respostas a outra pergunta do Datafolha. O instituto perguntou se os eleitores querem mudança ou manutenção das ações do atual prefeito. Resultado: 88% preferem um novo prefeito com ações diferentes das de Kassab.



Psicologia de um vencido


Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundíssimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —

Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos

Ibope: Haddad lidera com 49% contra 33% de Serra

Em votos válidos - excluídos os entrevistados que dizem pretender votar nulo ou branco - o placar a favor do petista seria de 60% a 40% do tucano

Nacho Dce/Paulo Whitaker/Reuters/Montagem de EXAME.com
Fernando Haddad enfrenta José Serra no segundo turno das eleições de São Paulo: esta é a segunda pesquisa Ibope divulgada neste segundo turno da corrida à Prefeitura de São Paulo
São Paulo - Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira indica que se as eleições deste segundo turno em São Paulo fossem realizadas hoje o candidato do PT, Fernando Haddad venceria o pleito com 49% das intenções de voto, contra 33% do tucano José Serra.

Em votos válidos - excluídos os entrevistados que dizem pretender votar nulo ou branco - o placar a favor do petista seria de 60% a 40% do tucano. Foram ouvidos 1.204 eleitores entre os dias 12 e 17. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-01864/2012. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. Brancos e nulos somaram 13%. Não souberam ou não quiseram responder 5% dos entrevistados.
Esta é a segunda pesquisa Ibope divulgada neste segundo turno da corrida à Prefeitura de São Paulo. Na mostra anterior, também feita sob encomenda da TV Globo e divulgada no dia 11 deste mês, o petista Fernando Haddad registrou 48% das intenções de voto e o tucano José Serra registrou 37%.

Malafaia, fascismo ou fundamentalismo religioso?



Por Aldo Cardoso
Quem ainda não assistiu o Silas Malafaia na Band, convido a fazê-lo com os olhos e ouvidos de um observador crítico para conhecer o que é um autêntico loquaz religioso. Mais do que tentar impressionar, sua linguagem busca prender pela atemorização que infunde através de uma loquacidade quase sempre agressiva. Se verdade, lábia, sofismas, retórica, não os discuto.
Como ardiloso manipulador das palavras, usa-as para cativar as mentes ingênuas com vistas a atingir seus fins que, geralmente, não guardam nenhuma correlação com os objetivos do Evangelho. Vaidoso, acha-se o centro do mundo e não admite concorrência, somente bajuladores e serviçais
Neste ponto devo realçar que a Globo, principalmente a Globo, deveria saber que num hipotético governo refém de cabeças como as do Malafaia, ela não terá mais a mesma liberdade que tem hoje para pautar a todos como faz e nem para a sua programação libertina. Também não concordo com a Globo e seus parceiros de mídia, mas o Malafaia e seu consórcio clerical não busca mais do que uma primeira evidência de que pode ditar seu rumo obscurantista, em interesse próprio, para poder levar o País ao mediavelismo e retrocesso de vida em todos os sentidos. Encarnando um lacerdismo enviesado, e engajado partidariamente, é uma ameaça concreto à ordem e ao estado brasileiro laico.
Digo isso como pastor da mesma denominação que ele, Assembléia de Deus, mas que se opõe frontalmente às suas práticas midiáticas mercantilistas, ao estilo arrogante, irreverente e desafiador a tudo e a todos. Sua aparente intolerância não é por princípios ou convicção, mas por oportunismo e conveniência a serviço de esquema que lhe interessa. Atua no lado oposto do modelo bíblico de pastor, com o qual não tem nada a ver; não tem nenhuma semelhança, antes expõe de modo vexatório a sua imagem recatada e amigável com suas atitudes extremistas, exacerbadas.
Amante de si mesmo, ser visto e reconhecido pelos homens é o seu alvo permanente, o que busca de forma ávida até com métodos do submundo e independente de qualquer preço, como são exemplos os outdoors que espalhou no Rio de Janeiro e as mídias infamantes contra a Dilma e o PT que vem disseminando por aí. Há de se perguntar: d'onde veio o dinheiro que financiou essa delinqüência criminosa, aviltante?!
Tornou-se mais um desses negociadores da fé que tem surgido aqui e ali enganando as pessoas simples, crédulas e de boa fé. Que não se engane quem lhe dá crédito de guia espiritual porque não é da sua alma que cuida, antes, lhe usa pelo tilintar das moedas e na hora que lhe convir nada e ninguém lhe têm importância além do ponto de utilidade que lhe reservou no seu xadrez interesseiro, senhorial, absolutista.
Silas Malafaia é isso: um nocivo e perigoso engodo religioso, pseudo-evangélico, a ser evitado por quem preza a sua alma e também o seu bolso. Não se peja de ser uma face visível do iceberg subversor e desestabilizador de um processo eleitoral que, como exemplo, deveria respeitar e zelar.
Aldo Cardoso
Pastor Evangélico – Assembléia de Deus – Goiânia Goiás