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Congresso uruguaio aprova descriminalização do aborto


Opera Mundi

Decisão foi votada nesta quarta-feira pelo Senado do país e depende do apoio do presidente José Mujica

Durante a votação desta quarta-feira, grupos contra o aborto fizeram um protesto em frente ao Senado
Agência Efe

O Congresso uruguaio aprovou nesta quarta-feira (17/10) a descriminalização do aborto. A decisão, que já havia passo pela Câmara dos Deputados no mês passado, foi referendada pelo Senado e agora aguarda o parecer do presidente José Mujica.

Para realizar um aborto, as mulheres uruguaias deverão ser submetidas, até o terceiro mês de gestação, a um comitê de ginecologistas, que mostrará as alternativas e os perigos da cirurgia.


O Uruguai será o segundo país a descriminalizar o aborto na América Latina. Até hoje, apenas Cuba permite tal prática.


De acordo com o jornal
El País, todos os parlamentos da coalizão governista Frente Ampla foram favoráveis à nova lei. Para conseguir a maioria necessária na votação, o projeto também contou com o apoio de Jorge Saravia, do Partido Nacional. 
 
Durante a votação, grupos contrários ao aborto fizeram um protesto em frente ao Senado. Quando o resultado foi anunciado pelo vice-presidente, Danilo Astori, porém, o público dentro do Congresso se manifestou com uma salva de palmas.

No governo anterior, de Tabaré Vázquez, que também faz parte da Frente Ampla, a medida foi aprovada pelo Poder Legislativo, mas a implementação foi vetada pelo então presidente. Em entrevista à
BBC, no entanto, Mujica já sinalizou que não pretende vetar o projeto.

A íntegra da lei aprovada hoje pode ser vista
aqui.

Garçom Espanhol, um herói de resistência

Alberto Casillas, el héroe

Alberto Casillas, de 49 anos, não deixou a polícia entrar no estabelecimento para deter ou dispersar as muitas pessoas que ali se refugiaram. Casado, pai de dois filhos, Villa trabalha no Restaurante Prado, parte do hotel Vincci Soho, no centro de Madri, perto do epicentro da manifestação. Sua atitude virou destaque nos principais jornais espanhóis e foi "trending topic" no Twitter. "Não sou herói, foi um ato humano e qualquer cidadão teria feito o mesmo", disse à imprensa espanhola. "Ouvi um dos agentes dizer que ia entrar para 'identificar' as pessoas. Disse-lhe que ali não entravam, porque só tinha gente inocente. Eu estava com muito medo, porque caso eles entrassem, poderia ser um banho de sangue", afirmou.

Morre, aos 83 anos, a apresentadora Hebe Camargo

Ela morreu de parada cardíaca em sua casa e lutava contra um câncer no mediastino
Hebe lutava contra um câncer no peritônio, diagnosticado em janeiro 2010 Divulgação/Rede TV)
A apresentadora Hebe Camargo morreu na manhã deste sábado (29), aos 83 anos, após sofrer uma parada cardíaca em sua casa, no Morumbi, em São Paulo. Hebe lutava contra um câncer no peritônio, diagnosticado em janeiro 2010. A saúde de Hebe se agravou nos últimos seis meses. Em março, ela passou por uma cirurgia de emergência para a retirada de um tumor no intestino, em junho ela precisou retirar a vesícula. Um mês depois, Hebe não estava conseguindo se alimentar adequadamente e ficou cinco dias internada para um tratamento de suporte nutricional e metabólico. O mesmo aconteceu em agosto. A última emissora de Hebe foi a Rede TV!, onde ficou contratada 2011 até agosto de 2012. Este ano, ela apresentou dez programas inéditos na emissora. O último “Hebe” inédito foi ao ar foi no dia 19 de junho. Desde então, devido ao afastamento de Hebe por conta da doença, foram exibidas reprises, sempre às terças, às 22h30. A última gravação em vídeo feita por Hebe foi em julho, após a alta hospitalar, quando ela recebeu em sua casa a visita de amigos, como a apresentadora Astrid Fontenelle e o cantor Pedro Leonardo. Na ocasião, ela também lançou seu canal oficial no YouTube, site de compartilhamento de vídeos, para mandar recados aos seus fãs e internautas. Apresentadora participou da primeira transmissão ao vivo da TV brasileira Hebe Camargo nasceu na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo, no dia 8 de março de 1929. Cursou somente até o quarto ano primário e um de seus primeiros empregos foi de arrumadeira, na casa de um parente rico. 

Em 1943, formou com a irmã Stella a dupla musical Rosalinda e Florisbela. Seguiu na carreira de cantora com apresentações de sambas e boleros em boates até que abandonou a música para se dedicar ao rádio e à TV. Estava no grupo que foi ao porto de Santos, em São Paulo, para buscar os equipamentos de televisão para a formação da primeira rede brasileira, a TV Tupi. Também foi convidada por Assis Chateaubriand para participar da primeira transmissão ao vivo da TV brasileira, no bairro do Sumaré, em São Paulo, em 1950. Estreou na TV em 1955, no primeiro programa feminino da TV brasileira, "O Mundo é das Mulheres", da emissora de TV carioca, na qual chegou a apresentar cinco programas por semana. Em 10 de abril de 1966 foi ao ar, pela primeira vez, o programa dominical de Hebe pela TV Record. Passou por quase todas as emissoras de TV do Brasil, entre elas a Record e a Bandeirantes, nas décadas de 1970 e 1980. Em 1986 foi para o SBT, emissora na qual apresentou três programas: "Hebe"; "Hebe Por Elas"; e "Fora do Ar". Em 1995, gravou um CD com seus maiores sucessos pela EMI. Em 1999, voltou a lançar outro CD.

Além da carreira de apresentadora e cantora, atuou em alguns filmes e foi convidada especial de novelas e programas humorísticos. Em dezembro de 2010, Hebe deixou o SBT, depois de 24 anos. Dias antes de anunciar sua saída da emissora de Silvio Santos, Hebe teve a permissão do canal para gravar com o apresentador Fausto Silva o “Domingão do Faustão”, da Rede Globo, onde recebeu uma homenagem.  Hebe fechou um contrato para apresentar um programa semanal na RedeTV!, onde comandou todas as terças – desde o dia 15 de março de 2011 – uma atração nos mesmos moldes dos tempos no SBT.

Sem imaginação e presa pela austeridade, Europa não se mexe para sair da crise

Eleição na Holanda não alterou quadro político, mas enfraqueceu a UE; governos de França, Espanha se desgastam
Regresso de uma estada na Grécia, mais para repouso do que para agitos. Este relatório virá a seguir. Antes dele, porém, preciso falar da ampla Europa. Na semana passada ela se agitou para todo lado. Mas como Minas na famosa frase de Otto Lara Resende sobre a posição do governo de Magalhães Pinto na crise de 1961 (renúncia de Jânio e tentativa de golpe contra Goulart, com a Rede da Legalidade a seguir), ela permanece onde sempre esteve: na crise, em crise, pela crise. Sem rota alternativa à vista.
Na eleição de 12 de setembro, na Holanda, esperava-se um pequeno terremoto, com a possível ascensão do SP (Partido Socialista, ex-Comunista), de esquerda, ao posto de mais votado. Chegou a ter de 30 a 31 cadeiras previstas, segundo institutos de pesquisa e várias mídias internacionais. Resultado: ficou nas 15 que já tinha antes. 
Na outra ponta do espectro, o Partido da Liberdade, de Geert Wilders, hoje o líder de extrema-direita mais influente na Europa, caiu mais do que se esperava. Elegeu 24 cadeiras em 2010. Estimava-se que teria 18. Ficou com 15, empatado com o SP.
Outros partidos, ainda entre os sete mais votados, também oscilaram. A CDA (Aliança Democrata-Cristã), de centro-direita, caiu de 21 para 13 assentos. Já o centro-centro Democratas 66 (estou citando classificações da mídia européia média) ganhou dois assentos, de 10 para 12.
A situação dos dois mais fortes, o Liberal e o Trabalhista, merece consideração, e é reveladora do que pode ter acontecido. O primeiro obteve a marca inédita de 41 assentos, 10 a mais do que tinha. O segundo, cresceu oito, de 30 para 38. Não é preciso ser gênio matemático para ver entre as dez cadeiras que o Liberal (de direita) conquistou, as nove que o de Wilders perdeu. Confirma essa idéia o fato de que a campanha dos liberais aproximou-se de algumas das bandeiras da extrema-direita (sem a islamofobia), erguendo-se contra mais poderes de Bruxelas (ou seja, a União Europeia). E também pode-se ver nas oito que o Trabalhista ganhou várias das que o SP poderia ter ganho, retornando ao aprisco os votos que se desgarravam, talvez devido ao súbito crescimento dos liberais na reta final.
Ficou tudo mais ou menos na mesma, embora possa-se ler nessa dança das expectativas e das votações um leve crescimento de uma tendência anti-União Europeia, ao contrário do que a maior parte da mídia apregoou, de que esta (a UE) teria sido a grande vencedora do pleito.
Nesse mesmo dia novas ondas de adrenalina esperavam a decisão da Suprema Corte alemã, com sede em Karlsruhe, sobre a constitucionalidade da participação germânica no Fundo de Estabilidade Monetária europeu. 
Deu o esperado: o Tribunal aprovou a constitucionalidade, contra as moções opostas (em geral vindas da direita). Nova onda de otimismo se derramou na mídia, falando da “salvação do euro”. Salvação? Moderada, porque junto a Suprema Corte definiu que qualquer aporte complementar por parte do governo alemão terá de ser aprovado no Bundestag (Parlamento), onde a oposição a isso é forte – e dentro dos partidos do governo, mais do que entre os oposicionistas SPD (Social-Demcoratas) e Verdes. Tudo como dantes do quartel do Abrantes.
 

Alguns milhares de quilômetros a oeste as massas se agitavam contra os planos austero-autoritários de Rajoy. Cresciam na Espanha as manifestações de rua pedindo um referendo sobre tais planos. Mas seriam só as massas esquerdistas? De jeito nenhum.
Em Barcelona, na Catalunha, se realizavam também gigantescas manifestações contra os planos de Rajoy – mas a favor da independência catalã. Essas manifestações reuniam direita e esquerda. À direita, reivindicava-se que os impostos pagos na Catalunha, que é a região mais rica do país, deixassem de acorrer para outras províncias. À esquerda, que a brava região deixasse de se curvar perante os planos recessivos e autoritários do governo de Madri.
Enquanto isso, as preocupações de Rajoy estão mais voltadas para o exterior, embora tenha de se concentrar em evitar grandes terremotos na frente interna. Ele dispõe de cômoda maioria no Parlamento, e, em princípio, não tem com o que se preocupar até 2015, data das novas eleições nacionais. Já na frente externa, Rajoy está entre a cruz (a Democrata-Cristã Angela Merkel) e o caldeirão (o BCE, Banco Central Europeu, dirigido por Mario Draghi).

Aquela se mostra pouco inclinada a facilitar a vida dos governos falimentares, como o de Madri. Este se mostra disposto a comprar-lhe os títulos a juros mais baixos – desde que peçam tal, abdicando em conseqüência de um tanto de sua soberania, como já aconteceu com a Grécia. E Rajoy, estima-se, precisa ainda de uns cem bilhões de euros para equilibrar-se e continuar a restringir os direitos dos trabalhadores espanhóis. Um passo errado ou mesmo tardio nessa frente bilionária pode vir a ser o terremoto que o derrube.
Um pouco ao lado, o presidente François Hollande está enrolado na questão da Peugeot, tipo se fechar o bicho pega, com a perda de milhares de empregos, se correr o bicho come, com alguns milhões a serem comprometidos numa ajuda à empresa em más condições. Até aqui Hollande tem ficado (sem saída) na tangente, falando em “minimizar” as perdas. É uma situação de desgaste.
Cruzando-se novamente o Reno, em direção a Berlim, em algum canto recôndito da capital alemã deve estar rolando uma queda de braço muito pesada, entre a chanceler Angela Merkel e o Ministro das Finanças Wolfgang Schäuble, de um lado, e Jens Weidmann e o Banco Central Alemão, do outro. Weidmann foi o único voto contrário à proposta de Draghi no Conselho do BCE em favor da compra dos títulos dos países falimentares por juros mais baixos dos que os do mercado. E a chanceler apoiou, é verdade que a posteriori, o plano de Draghi, vinculando-o à proposta de “austeridade”.
Nunca, até hoje, houvera tal desavença, ou desajuste, entre a chanceler e Weidmann. Este poderia ser, no futuro, um forte candidato mais conservador e ortodoxo à sucessão de Draghi. Agora é um candidato algo enfraquecido a permanecer no seu posto, porque ninguém enfrenta a chanceler e sai sem algum chamusco ou tosquia. Com todo o respeito, essa sim é uma briga de cachorro grande.
Mas que também mostra que a Europa hegemônica continua onde sempre esteve: entre as garras da austeridade recessiva, sem imaginação alternativa. 
Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

Eu sou o intelectual mais importante do Brasil''

Paulo Coelho a revista: ''Eu sou o intelectual mais importante do Brasil''

Escritor está na Rolling Stone Brasil de setembro

paulo coelho
Paulo Coelho vive na Suíça com a mulher, Cristina Oiticica

Sempre polêmico, Paulo Coelho não deixou por menos em entrevista à revista Rolling Stone Brasil de setembro. Lançando seu 22º livro, dono da cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras e com mais de 13 milhões de seguidores no Twitter e Facebook, o autor de sucessos como Amor & Ódio e O Alquimista, entre outros, disparou: “Eu sou o intelectual mais importante do Brasil. Por quê? Porque tenho alguma coisa a dizer. E para todo mundo, e não entre os intelectuais”.
Atualmente morando na Suíça com a mulher,
Cristina Oiticica, ele contou também que poucas vezes volta ao Brasil. E quando vem, não avisa. “Senão, todo mundo vai querer me encontrar ou pedir uma entrevista. Desde 2006, não faço tarde de autógrafos e praticamente não dou mais entrevista”, afirmou. (DFN)

Um canhão no c... (um artigo que agitou a Espanha)

Juan José Millás (El Pais)
Se percebemos bem – e não é fácil, porque somos um bocado tontos –, a economia financeira está para a economia real assim como o senhor feudal está para o servo, como o amo está para o escravo, como a metrópole está para a colónia, como capitalista manchesteriano está para o operário superexplorado.
Millás, um dos maiores escritores espanhóis
A economia financeira é o inimigo de classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de uma criança num bordel asiático. Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de a teres semeado. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, ainda que vás à merda se baixar.
Se o baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que tenhas caído, ainda que não haja nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.
Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta geralmente compra é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspectiva do terrorista financeiro, não é mais do que um tabuleiro de jogos no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.
O TIRO NA NUCA
A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista econômico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país, este no caso, pouco importa, e diz “compro” ou diz “vendo” com a impunidade com que aquele que joga Monopólio compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.
Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno de milhares ou milhões de pessoas que antes de irem para a labuta deixaram na creche pública, onde ainda existem, os seus filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas superprotegidos, é claro, por essa coisa a que temos chamado de Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres são desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres
MOVIMENTO ESPECULATIVO
E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, desviam-se num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro. Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes.
Somos agora mera mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornamo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.
A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com rupturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.
A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.
O PREÇO DAS VIDAS

Aqui alteram o preço das nossas vidas a cada dia sem que ninguém resolva o problema, pior, enviando as forças da ordem contra quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as forças da ordem empenham-se a fundo na proteção desse filho da puta que te vendeu, por meio de um roubo autorizado, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste as poupanças reais de toda a tua vida. O grande porco vendeu-lhe fumaça com o amparo das leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.
Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco.
A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passe a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do seu sequestrado.
Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.

Honduras aprova privatização de cidades com a justificativa de combater a desigualdade social

 Por: Filippe Mauro, do Opera Mundi
Regiões serão vendidas em no máximo seis meses e terão poder Executivo, Legislativo e Judiciário próprios
São Paulo - Classificado pelo governo do presidente Porfirio Lobo como “o mais importante projeto do país em meio século”, Honduras assinou ontem (6) um memorando no qual aprova a privatização de três cidades. Com agentes de segurança, sistema tributário e legislação própria, elas já estarão abertas para investimentos de empreendedores em um prazo máximo de seis meses.
A ideia é que as chamadas “cidades modelo" possuam poderes Executivo, Legislativo e Judiciário totalmente desvinculados do governo hondurenho. Dessa forma, suas administrações ganham autonomia suficiente para ratificar tratados internacionais, firmar parcerias bilaterais e estabelecer sua própria política imigratória.
Um grupo de investidores estrangeiros viajou a Tegucigalpa para participar da cerimônia e também assinou o documento. O argumento do governo é de que esta é uma forma de fortalecer a infra-estrutura nacional, bem como o combate à corrupção e ao tráfico de drogas. “Isso tem o potencial transformar Honduras em uma máquina de dinheiro, é um instrumento de desenvolvimento típico de países de primeiro mundo", disse à AFP Carlos Pineda, presidente da Comissão para a Promoção de Parcerias Público-Privadas de Honduras.
De acordo com Juan Hernandez, presidente do Congresso hondurenho, o grupo de investimentos MGK já se comprometeu a injetar inicialmente US$ 15 milhões para a construção de infra-estrutura básica na primeira cidade modelo, na região da costa caribenha. A expectativa do parlamentar é a de que esta cidade crie cerca de 5 mil postos de trabalho em um primeiro momento e mais de 20 mil no futuro. Ele também revelou que a Coreia do Sul já depositou nos cofres hondurenhos US$ 4 milhões voltados para estudos de viabilidade das obras.
"O futuro se recordará de hoje como o dia em que Honduras começou a crescer", disse Michael Strong, CEO do grupo MKGroup em meio à solenidade de ratificação do memorando. "Nós acreditamos que esta será uma das transformações mais importantes do mundo, pela qual Honduras acabará com sua pobreza e criará milhares de empregos”, concluiu.
Não é o que pensam grupos civis e organizações indígenas que classificam o projeto de Porfírio Lobo como uma “catástrofe”. Ao lado do local onde será instalada a primeira cidade privada do país, vive uma grande comunidade de indígenas Garifuna que se opõe ao empreendimento. "Esses territórios pertencem ao povo Garifuna e não podem ser entregues ao capital estrangeiro em um gesto de puro colonialismo, idêntico àquele que prevalecia em Honduras na época em que o país era chamado de república das bananas", disse Miriam Miranda, presidente da Organização Fraternal dos Negros de Honduras.
Oscar Cruz, ex-promotor constitucional, protocolou uma moção junto à Suprema Corte ainda em 2011 para alertar sobre a inconstitucionalidade do projeto. "Essas cidades pressupõem a criação de estados dentro do estado, uma entidade comercial com poderes de estado fora da jurisdição do governo”, explica Cruz. A instância judicial máxima de Honduras não concordou com seus argumentos.
"Isso violará os direitos de cada cidadão porque significa a concessão de parte de nosso território a uma cidade que terá sua própria polícia, seu próprio Poder Judiciário e seu próprio sistema tributário”, disse ao jornal britânico The Guardian Sandra Marybel Sanchez, integrante de um grupo de manifestantes que tentam apelar à Suprema Corte para reverter a decisão.

Em apoio ao príncipe Harry, soldados britânicos ficam pelados em fotos no Facebook

O príncipe Harry causou mais um escândalo por dar uma festa em um hotel de Las Vegas (EUA). Harry estava nu e as fotos vazaram na internet e causaram mais um abalo na imagem do membro da família real britânica. Mas parece que algumas pessoas resolveram apoiá-lo nesta situação.
Soldados britânicos em serviço no Afeganistão fizeram fotos nus e postaram as imagens no Facebook como uma maneira de manifestar apoio à Harry. Eles criaram um grupo na rede social chamado Support Prince Harry With A Naked Salute (apoie Harry com uma continência nua). Até algumas esposas e namoradas dos soldados entraram na brincadeira.
Até agora, mais de 13 mil pessoas já aderiram ao grupo no Facebook. O companheirismo dos militares para com o príncipe tem uma explicação: Harry é piloto de helicóptero do Exército britânico. Por conta da estripulia, ele tomou uma reprimenda dos superiores. (vi no jornal irlandês Independent)
Foto: Facebook
Foto: Facebook
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