Leia o programa de governo dos 13 candidatos a presidente



Os candidatos entregaram seus planos de governo ao TSE Nelson Jr./ASICS/TSE

Treze partidos solicitaram candidaturas a presidente ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A campanha eleitoral começa oficialmente nesta 5ª feira (16.ago.2018). Com o registro, também foram protocolados os planos de governo.
As siglas registraram os seguintes nomes como candidatos: Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Eymael (DC), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (Psol), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL), João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), Lula (PT), Marina Silva (Rede) e Vera (PSTU).





Os políticos vão aparecer com essa denominação na urna eletrônica no dia da votação.
Leia a seguir as principais diretrizes dos planos de governo dos 13 candidatos.

Alvaro Dias (Podemos)

O plano de governo do candidato do Podemos, Alvaro Dias, é divididido em 3 eixos: Sociedade, Economia e Instituições. Eis as metas defendidas pela campanha:
  • Sociedade
    1 Emprego para Todos
    2 – Segurança com Tolerância Zero
    3 – Saúde com Pronto Atendimento
    4 – Ciência, Cultura e Turismo
    5 – Educação do Futuro
    6 – Família Unida
    7 – Verde Água, Saneamento 100%
  • Economia
    8 – Estrutura Fiscal Eficiente (EFE)
    9 – Menos Impostos Já!
    10 – Capital para a Previdência Social
    11 – Crédito Sem Vexame
    12 – Indústria 4.i
    13 – Planeta Agro
    14 – Infraestrutura para o Século XXI
    15 – Diplomacia para o Comércio
  • Instituições
    16 – Burocracia Zero e Medidas Anticorrupção
    17 – Legalização de Propriedades Urbanas e Rurais
    18 – Autonomia Federativa + Reforma Política
    19 – Projeto Integridade da Nação
Leia a íntegra.

Cabo Daciolo (Patriota)

O plano de governo do candidato Cabo Daciolo (Patriota) é denominado de “Plano de Nação Para a Colônia Brasileira”. Leia a íntegra.
Eis algumas propostas defendidas por Daciolo:
  • Educação: destinar 10% do PIB para educação e construir mais universidades federais;
  • Forças Armadas: destinar 10% do PIB para as Forças Armadas;
  • Subsídios: dar fim aos subsídios públicos destinados aos planos e seguros privados de saúde.

Ciro Gomes (PDT)

O candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, divulgou  1 plano de governo, de 62 páginas, chamado de “Diretrizes para uma estratégia de desenvolvimento para o Brasil”, composto por 12 eixos.
Os tópicos são:
  • geração de empregos;
  • recuperar e modernizar a infra-estrutura;
  • desenvolvimento e meio-ambiente;
  • ciência, tecnologia e inovação;
  • investir maciçamente na educação;
  • aprimorar o SUS;
  • combater o crime com inteligência policial e proteção aos jovens;
  • criar, manter e ampliar os programas sociais;
  • respeitar a todos os brasileiros;
  • combater a corrupção; e
  • soberania nacional.
Leia a íntegra.

Eymael (DC)

José Maria Eymael, o candidato da Democracia Cristã, apresentou 1 plano de governo genérico com propostas como “cumprir e fazer cumprir a Constituição”.
Ao sugerir uma reforma tributária também não deu detalhes como pretende viabilizar a ideia.
“Promover a reforma do sistema tributário nacional visando à simplificação do Sistema, a redução da carga tributária e o respeito à capacidade contributiva. Repensar o Pacto Federativo, distribuindo de forma equitativa atribuições de recursos entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios”, diz trecho do programa de governo.
Eis outros tópicos abordados:
  • incentivar a construção civil, através de política tributária específica e políticas de desenvolvimento urbano e saneamento básico;
  • valorizar o agronegócio e apoiá-lo com ações de governo específicas, valorizando e apoiando ao mesmo tempo os pequenos e médios produtores rurais.
O documento tem o nome de “Diretrizes Gerais de Governo para Construir uma Brasil Melhor”. Leia a íntegra.

Geraldo Alckmin (PSDB)

O candidato tucano promete eliminar o déficit fiscal em 2 anos e promover uma reforma política, com a implementação do sistema de voto distrital. Alckmin afirma que vai reduzir o número ministérios e partidos.
O ex-governador de São Paulo estabeleceu metas para educação.“Investiremos na educação básica de qualidade e teremos como meta crescer 50 pontos em 8 anos no Pisa – o mais importante exame internacional de avaliação do ensino médio”.
Entre o conjunto de medidas ainda estão “incrementar o programa Bolsa Família, aumentando os benefícios para os mais necessitados”, informa as diretrizes tucanas, no entanto sem dar maiores explicações.
Também sem detalhar, Alckmin diz que vai “priorizar políticas que permitam às regiões Norte e Nordeste desenvolver plenamente as suas potencialidades em áreas como energias renováveis, turismo, industria, agricultura e economia criativa”.
Eis a íntegra

Guilherme Boulos (Psol)

O candidato do Psol promete fazer uma auditoria da dívida pública:
“Mudança no perfil da dívida pública federal visando o alongamento de prazos, a eliminação da indexação dos títulos emitidos às variáveis macroeconômicas Selic, inflação e câmbio e, assim, a redução do pagamento de juros sobre a dívida e seu caráter concentrador de renda: realização de auditoria para evitar novos contratos lesivos ao povo brasileiro junto a instituições financeiras”, consta trecho do plano de governo.
Boulos também propõe taxar lucros e dividendos e cobrar imposto sobre herança. Leia a íntegra.

Henrique Meirelles (MDB)

O programa de governo do candidato Henrique Meirelles (MDB) se chama “Pacto pela Confiança”. Leia algumas das diretrizes elaboradas pela campanha do ex-ministro da Fazenda:
  • mercado de trabalho – facilitar a inserção dos jovens no mercado de trabalho, expandindo a oferta de vagas no ensino técnico e incentivando o 1º emprego, e incentivar a redução da diferença salarial entre homens e mulheres;
  • educação – criar o Pró-Criança, oferecendo, nos moldes do Prouni, a todas as famílias atendidas pelo Bolsa Família a opção de colocar seus filhos em creches particulares;
  • saúde – ampliar os serviços de atenção básica e a coordenação das redes de atenção à saúde, fortalecer e ampliar a cobertura do Programa Saúde da Família e facilitar o acesso da população a consultas e exames por meio da informatização das unidades de saúde;
  • obras paradas terminar as obras públicas paralisadas e priorizar a retomada das obras que mais trazem benefícios à sociedade;
  • concessões e privatizações – simplificar o processo de concessões, possibilitando uma desconcentração dos investimentos, tanto em termos regionais como de tamanho e acelerar o processo de privatização, nas áreas em que isso for necessário;
  • agências reguladoras – dotar de efetiva autonomia decisória e financeira as agências reguladoras, reduzindo a incerteza regulatória que faz enorme dano ao país;
  • segurança – aumentar o policiamento ostensivo, com incremento de parcerias público-privadas e investir em inteligência, compartilhamento de informações, cooperação e coordenação entre órgãos de segurança pública nos três níveis da Federação, com coordenação da Presidência;
  • sistema penitenciário – reformar o sistema penitenciário nacional, com a construção de novas penitenciárias, que consigam separar os chefes de quadrilhas dos detentos de menor periculosidade.
Eis a íntegra.

Jair Bolsonaro (PSL)

Eis os principais pontos do plano de governo de Jair Bolsonaro:
  • Ministério da Economia – volta a existir com a fusão das pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio, além da incorporação da Secretaria Executiva do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos);
  • escolas militares – construir uma unidade em cada uma das 26 capitais;
  • Previdência Social – criação de 1 sistema com contas individuais de capitalização;
  • tributação – simplificação e unificação de tributos federais. Criação de 1 “sistema de imposto de renda negativo [o governo paga a quem tem rendimentos abaixo de determinado valor] na direcão de uma renda mínima universal”;
  • Banco Central – mandatos fixos para diretores e “independência formal do Banco Central”;
  • tripé da economia – “manter o tripé macroeconômico vigente: câmbio flexível, meta de inflação e meta fiscal”;
  • renda mínima – garantia de renda igual ou superior ao valor pago atualmente pelo Bolsa Família;
  • nova opção de carteira de trabalho – 2 modelos de carteira: a Azul (regras da atual CLT) e a Verde e Amarela (contrato individual prevalece sobre a CLT);
  • “Balcão Único” – sistema centralizador para abertura e fechamento de empresas;
  • empresas estatais – “algumas estatais serão extintas, outras privatizadas, e, em sua minoria, pelo caráter estratégico, serão preservadas”;
  • Petrobras e política de preços de combustíveis – “os preços praticados pela Petrobras deverão seguir os mercados internacionais, mas as flutuações de curto prazo deverão ser suavizadas com mecanismos de hedge apropriados”;
  • óleo e gás – “promover a competição no setor de óleo e gás, beneficiando os consumidores. Para tanto, a Petrobras deve vender parcela substancial de sua capacidade de refino, varejo, transporte e outras atividades onde tenha poder de mercado”;
  • gás natural – “exercerá papel fundamental na matriz elétrica e energética nacional, propiciando a qualidade e segurança energética para a expansão de forma combinada com as energias fotovoltaica e eólica”;
  • maioridade penal – redução para 16 anos;
  • educação sem gênero – “mais matemática, ciências e português, sem doutrinação e sexualização precoce”. A “prioridade inicial precisa ser a educação básica e o ensino médio/técnico”;
  • educação sem ideologia – expurgar a “ideologia de Paulo Freire, mudando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), impedindo a aprovação automática”;
  • saúde e escola – “inclusão dos profissionais de educação física no programa de Saúde da Família, com o objetivo de ativar as academias ao ar livre como meio de combater o sedentarismo e a obesidade e suas graves consequências à população como AVC e infarto do miocárdio”;
  • progressão de penas – eliminar a redução de tempo de prisão hoje possível para vários crimes;
  • saídas de presos – extinção do benefício;
  • 10 medidas contra a corrupção – ressuscitar as propostas feitas pelo Ministério Público.
Eis a íntegra.

João Amoêdo (Novo)

Leia as diretrizes do plano de governo de João Amoedo (Novo):
  • oportunidades para que todos os brasileiros possam trabalhar, empreender e viver cada vez melhor;
  • educação de qualidade e conhecimento para que as crianças e os jovens possam construir seu futuro em um mundo em transformação;
  • respeito à vida e segurança para todos os brasileiros em todo o território;
  • saúde acessível com um novo modelo que trate a todos com dignidade;
  • proteção social como um caminho para a cidadania plena e fim da pobreza;
  • qualidade e representatividade política com ética e transparência, sem privilégios e corrupção;
  • governo responsável, simples e digital que funcione para o cidadão, para o trabalhador e para o empreendedor;
  • Previdência justa e sustentável;
  • responsabilidade com as futuras gerações com foco na sustentabilidade;
  • Brasil inserido no mundo sendo cada vez mais dinâmico, integrado e interconectado.
Eis a íntegra.

João Goulart Filho (PPL)

O filho do ex-presidente João Goulart e candidato pelo Partido Pátria Livre, João Goulart Filho, prometeu em seu plano de governo dobrar o salário mínimo em 2 anos.
O candidato do PPL também se comprometeu a elevar o investimento em pesquisa de 1% para 3% do PIB nos próximos quatro anos
Seu pai foi citado em 2 trechos do seu plano de governo:
Um quando prometeu fazer reforma agrária caso seja eleito presidente em 2018. “A primeira e única política séria de Reforma Agrária no Brasil foi a decretada pelo governo João Goulart. No Comício da Central do Brasil, a 13 de março de 1964, Jango assinou o decreto no. 53.700, que considerava de interesse social, portanto passíveis de desapropriação, os imóveis rurais de mais de 500 hectares situados até a 10 quilômetros da margem das rodovias, ferrovias e açudes federais. Foi, infelizmente, interrompida pelo golpe de 1964.”
Outro quando comentou sobre política de relações exteriores. “A retomada da política externa independente, praticada de forma mais firme no Governo João Goulart, é uma condição imprescindíve lpara garantir a autonomia necessária à criação das condições para o processo de desenvolvimento nacional.”
Leia a íntegra.

Lula (PT)

O plano de governo da chapa petista tem propostas como mudanças no STF (Supremo Tribunal Federal), taxar patrimônios e grandes fortunas.
Pelo programa petista, haverá taxação progressiva sobre grandes rendimentos. No entanto, aqueles que ganharem até 5 salários mínimos não pagam imposto de renda.
O programa de governo do PT propõe tempo de mandatos para os ministros do STF não coincidentes com a troca de governos e legislaturas.
Atualmente, os juízes do Supremo possuem mandato vitalício e se aposentam compulsoriamente ao completarem 75 anos.
Eis o documento.

Marina Silva (Rede)

A candidata da Rede Sustentabilidade reservou uma parte do seu plano de governo para a população LBGT. Nas eleiçoes de 2014, ela foi criticada por incluir propostas voltadas para esse segmento da sociedade nas diretrizes de sua campanha, mas depois retirar após pressão de setores evangélicos.
“Promoveremos políticas para garantir o respeito e o exercício pleno da cidadania por LGBTIs. Para enfrentarmos a situação de maior vulnerabilidade criaremos políticas de prevenção e combate a todas as formas de violência e discriminação e para garantir o acesso ao mercado de trabalho e estimular o empreendedorismo. Investiremos em políticas de prevenção e combate à violência, priorizando ações específicas para frear o alto índice de homicídios e violência física contra LGBTIs. As proposições do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT serão consideradas na elaboração de políticas públicas específicas. O Conselho Nacional de Justiça regulamentou a celebração de casamento civil de pessoas do mesmo sexo, através da Resolução 175/13. Acataremos a demanda de que os direitos decorrentes dessa decisão sejam protegidos por lei. Em casos de adoção, defendemos que seja oferecido tratamento igual aos casais adotantes, com todas as exigências e cuidados iguais para ambas as modalidades de união, homo ou heteroafetiva, atendendo à prioridade de garantir o melhor interesse da criança”, diz trecho do programa sobre LGBT.
Leia a íntegra do plano de governo.

Vera Lúcia (PSTU)

A candidata do PSTU, Vera Lúcia, divulgou 1 plano de governo denominado de “16 pontos de um programa socialista para o Brasil contra a crise capitalista“.
Entre as propostas estão revogar a reforma trabalhista, a emenda constitucional que estabelece teto de gastos públicos e a lei que regulamenta o trabalho terceirizado.
O plano de governo do PSTU também propõe estatizar as 100 maiores empresas privadas. Leia a íntegra.

Autores

Candidatos e bens declarados



Presidente: Eymael – R$ 6.135.114,74
Vice: Helvio Costa – R$ 4.000,00

Presidente: João Goulart Filho – R$ 8.591.035,79
Vice – Léo Silva Alves             -  R$ 2.042.000,00

Presidente: LULA -  R$ 7. 987.921,57
Vice – Haddad      -  R$    428.451,09

Presidente: Henrique Meirelles – R$ 377.496.700.70
Vice: Germano Riggoto            - R$     3.668.790,71

Presidente: Marina Silva – R$ 118.835,13
Vice: Eduardo Jorge       - R$ 320.384,29

Presidente: Alvaro Dias – R$  2.889.933,32
Vice: Paulo Rabello       – R$ 12.998.440,09

Presidente - Jair Bolsonaro – R$ 2.286.779,48
Vive: General Mourão        – R$    414.470,74

Presidente: João Amôedo – R$ 425.066.485,46
Vice: Professor Cristhian  – R$    4.125.322,33

Presidente: Ciro Gomes – R$ 1.695.203,15
Vice: Katia Abreu          – R$  2.690.466,21

Presidente:  Cabo Daciollo – R$ Nenhum
Vice: Suelene Balduíno       – R$ 201.855,75

Presidente: Geraldo Alckimin – R$ 1.379.131,70
Vice: Ana Aamélia                  – R$ 5.125.983,92

Presidente: Vera Lucia – R$  20.000,00
Vice Hertz                   – R$ 100.000,00

Presidente:  Boulos    – R$ 15.146,00
Vice: Sonia Guajajara – R$ 11.000,00

Combate ao uso de drogas ilicitas, fracassou. Somos todos responsáveis?

Resultado de imagem para imagem de combate as drogas O uso de drogas ilícitas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e da sociedade. Segundo relatório do CEBRID Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, a tendência mundial sinaliza que a iniciação no uso indevido de drogas ilícitas tem sido cada vez mais precoce

Não se pode negar que o Brasil possui um Sistema Nacional
de Políticas Públicas sobre as Drogas – SISNAD, instituído pela Lei n. 11.343, de 22 de agosto de 2006, que prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, estabelece normas de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Texto extraído da tese Marcos Henrique Machado 
 
A discussão que pretendo provocar aqui, e daqui para frente, é uma velha idéia minha, desde a adolescência de que: "só se vende droga ilícita, porque tem que a compre".
Pronto! Toco numa ferida mal cicatrizada, pois os usuários moderados, que lutam por sua legalização, não admitem essa discussão.
 
Só que lá se vão mais de 35 anos dessa minha fase de vida e, o uso de drogas ilícitas só aumentou, poucos países a legalizaram,e, para mim o motivo de levantar essa polêmica, hoje no Rio de Janeiro, traficantes e milicianos, e até a polícia, se beneficiam da venda dessas drogas, e o muito pior, a violência só aumentou.
Colocar a culpa no estado que não coíbe a violência já virou lugar comum.
 
Quero deixar claro que sou totalmente a favor da legalização de todas droga. Depois administraremos as consequências.
Mas, enquanto isso, que as usa, está sim, alimentando essa violência. Não dá mais para vir com discurso de "isso é botar a culpa no viciado". Não falo aqui do viciado. Dados estatísticos e até depoimentos mostram o consumo para fins apenas recreativos. E aí? Onde compram? Na farmácia? No boteco? De mãos limpas? A resposta é NÃO!
 
Compram de traficantes, que são violentos e estão matando as pessoas de bem, que usam drogas lícitas (como eu).
Este é o primeiro.
 
Vou começar, a partir de hoje esta cruzada. Não aguento mais ver pessoas serem assassinadas, não aguento mais viver numa cidade onde o poder público covarde, se esconde. A mídia canalha mostrando a cidade apartada e pondo a culpa nos morros e nas comunidades. 
 
Os grandes barões do tráfico precisam acabar. E, quem usa, mesmo que seja de forma recreativa, está, sim, contribuindo para que eles fiquem cada vez mais ricos. A violência precisa parar!
Pare de comprar!
Eles não terão a quem vender.

Ildo Sauer: ‘Estão privatizando a Petrobras e ninguém vê’

Ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras no governo Lula, o engenheiro Ildo Sauer, vice-diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, não tem papas na língua. Em entrevista ao JORNAL DO BRASIL, critica a venda de ativos da estatal com o objetivo de reduzir seu endividamento e acusa: 

“Estão privatizando a Petrobras e ninguém vê”. Sauer não poupa os erros da gestão Dilma, e diz ser embuste da mídia a versão de que a estatal não tem capacidade de investir por estar endividada. “Com garantia do petróleo, os chineses financiariam”. E condena “o putrefato governo Temer” pela abertura de 70% do óleo do pré-sal que a própria Petrobras descobriu”.
'Nesse momento, é hora de aglutinar em torno de um programa capaz de nos afastar desses criminosos que estão no poder, desse governo putrefato'
 
O que o Sr. pensa do plano de negócios da Petrobras que foca a venda de ativos?
Não está à altura do Brasil, nem da Petrobras. Há um enorme equívoco na forma como o atual governo e os gestores tratam a empresa, como se fosse um negócio convencional, subordinado às regras do sistema financeiro do eixo Nova Iorque-Londres. A Petrobras deveria estar fora disso. Muitos analistas celebraram as intervenções iniciadas pelo (Aldemir) Bendine no governo (Dilma) Rousseff e replicada com absoluta ortodoxia sob Temer. 

Essas pessoas entendem que o único papel da empresa é gerar dividendos e prestar contas sob ótica míope que só olha o curto prazo. É evidente que a Petrobras passou, especialmente de 2011 para cá, por processo de má gestão, de ausência de visão estratégica e de instrumentalizacão política. 

Houve os episódios criminosos que todos conhecemos, mas que também aconteciam antes. Mas a resposta dada agora em função da má gestão nos projetos de refinaria é absolutamente escandalosa. Em momento de crise, em vez de buscarem a solução no aprofundamento da estratégia de negócio chamaram o “contador”. 

Primeiro veio o Bendine, que ainda se revelou um corrupto. Com ele veio o Ivan Monteiro, que montou toda essa estratégia, foi mantido pelo Parente e hoje é o presidente. O Ivan Monteiro é o continuador dessa estratégia que pode ser o início do fim da Petrobras. 

As soluções que deram foram as piores possíveis: vender ativos como campos de petróleo, além de refinarias e gasodutos construídos a preços elevados em momento de baixa do petróleo e alta do aço. Vender gasodutos para a Brookfield e depois pagar valores de pedágio que, em dois ou três anos, se equiparam ao montante recebido, é absolutamente equivocado. Uma empresa que tem controle potencial da produção de 100 bilhões de barris, não deveria se submeter aos ditames da ortodoxia financeira. 

Deveria buscar parceiros como a China e a Índia para garantir créditos e aumentar a capacidade de produção. Não era o caso de amputar, mas sim de empreender.

É um processo de privatização velado?
Há uma privatização explícita da Petrobras e ninguém vê, porque é tudo mistificado. Se privatiza três mil quilômetros de gasodutos e as pessoas não sabem. Entregaram o campo de Carcará, por menos de US$ 2 o barril, quando a Petrobras pagou entre US$ 8/11 à União pelo óleo que ela mesmo descobriu. A população é contra a privatização, mas estão privatizando. 

Dizem que estão repassando ativos para tapar o buraco deixado pela má gestão anterior. Este é o discurso. mas é tudo mistificação. Também usam os escândalos para legitimar a ortodoxia financeira como a única capaz de salvar a empresa e destruir valor da população brasileira. É um modelo de negócio errado. No futuro, aparecerão as verdadeiras razões, hoje impublicáveis.

O Sr. tem opinião formada sobre o imbroglio da cessão onerosa?
Se tivessem me ouvido à época, não teria havido nem cessão onerosa e nem partilha. Por mim, quando estes campos foram descobertos, o governo teria contratado a Petrobras para produzir o petróleo a preços que compensassem todos os custos de produção e gerassem uma margem excelente de retorno para mantê-la como a empresa mais capacitada em termos tecnológicos do mundo. 

Mas, em uma operação para aumentar a participação acionária do governo, criaram a lei e cederam à Petrobras todo o volume do petróleo estimado por meio de um contrato que guardava gatilhos de correção dos valores para cima ou pra baixo, a depender do preço do petróleo no mercado internacional. 

Esse contrato foi assinado e a Petrobras, como empresa de capital aberto, tem de fazer valer o contrato. Se confirmada a correção, o contrato deve ser cumprido. No fim, é verdade, a União perde. Quem ganha são os 42% de acionistas privados, dos quais 30% estão em NY. Mas foi um problema criado lá atrás, na concepção do modelo.

Corre no Congresso Projeto de Lei que libera a venda de 70% da cessão onerosa ao setor privado sob o argumento de que a Petrobras não tem capacidade de investir sozinha. Concorda?
Este é o maior embuste já criado pela mídia. Em quase todo o pré-sal, o operador é a Petrobras, que tem a responsabilidade de dirigir a exploração (pesquisa), coordenar a contratação das plataformas e toda a operação. Cabe às outras petroleiras dos consórcios acompanhar e dizer sim. Qual é o papel delas? 

A Petrobras informa o cronograma e coordena os investimentos. Se alguém não cumprir, outro assume ou a cota é vendida. E de onde sai o dinheiro? O dinheiro não está no caixa dessas empresas. É no sistema financeiro onde buscam o dinheiro. Elas dão em garantia a existência do petróleo e pegam o dinheiro, ficando com parte da receita. 

Detendo o ativo maior, qualquer um faz. A Petrobras não teria de captar dinheiro no mercado. Tem muita gente pra fazê-lo. Nos anos 1990, o sistema financeiro não queria financiar a Petrobras. 

O Banco do Japão fez isso até 2002 em troca da preferência de compra do petróleo. Hoje, os chineses estão ávidos por isso. Dinheiro não falta. É complicado quando há alto grau de risco, mas ele é baixo porque estão assegurados o petróleo do pré-sal, a capacidade tecnológica e a demanda pela produção.

Quadro histórico do PT, o senhor é critico ferrenho da política energética da direita, mas também de Lula e Dilma. Já tem voto definido para outubro?
Não. Ia votar em mim mesmo, fui cotado para ser candidato do PPL, mas desisti para atuar como analista na academia, fazer proposições ao debate, que é o mais importante agora.

Há conversas com o ex-presidente Lula?
Não. Junto com o (Luís) Pinguelli Rosa, pensei o programa para área de energia do governo do PT, que depois foi jogado no lixo para fazerem essa lambança toda aí. 

Então não vejo o porquê de alguém que já teve a chance de construir uma vez precisar voltar. Se o Lula me procurar, eu falo com ele, mas não vou atrás. Acho que o mundo gira para frente. Falar isso me dói muito. Desde a adolescência, quando o PT foi criado, estive junto. 

Fui massacrado dentro do partido, expulso da Petrobras e fizeram o que fizeram depois que saí de lá. Tenho consciência dos graves erros que aconteceram, mas também acho que quanto mais a gente pisar nas feridas, pior é a saída para o futuro. 

Nesse momento, é hora de aglutinar em torno de um programa capaz de nos afastar desses criminosos que estão no poder, desse governo putrefato, rejeitado por mais de 90% da população.

Banco presidido por sócio de Pedro Parente recebeu R$ 2 bi da Petrobras, diz revista eletrônica

José Berenguer preside o JP Morgan no Brasil. O banco recebeu pagamento no valor de R$ 2 bilhões da Petrobras. Segundo a revista eletrônica Crusoé, Berenguer e Parente, na prática, são sócios.
A informação é do repórter Filipe Coutinho, da revista eletrônica Crusoé. A publicação digital foi fundada em 2018 pelos jornalistas Diogo Mainardi e Mário Sabino, que editam O Antagonista.
"Um cruzamento de pessoas jurídicas mostra que, na prática, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, é sócio do presidente da JP Morgan no Brasil, José Berenguer", diz a reportagem.
Ainda de acordo com Crusoé, os R$ 2 bilhões teriam sido um adiantamento de um empréstimo que venceria apenas em 2022. 
Pedro Parente assumiu Petrobras em 2016
Conflito de interesses
O presidente da Petrobras já esteve envolvido em outras questões polêmicas. Ao assumir o conselho de administração da BRF, disse não haver "conflito de interesses". 
O nome de Parente, que está à frente da Petrobras desde junho de 2016, foi proposto pelo empresário Abilio Diniz, no comando do colegiado desde 2013, e teve apoio da gestora brasileira Tarpon, e dos fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil). 
Pedro Parente também é dono da Prada Ltda., especializada em gestão financeira de famílias milionárias. Sua esposa, que já teve passagem pelo JP Morgan, é sua sócia. 
Antes de assumir a presidência da Petrobras, a Prada atendia 20 famílias. Depois de ter sido nomeado presidente da estatal, o número de famílias atendidas pela Prada aumentou consideravelmente. Até mesmo bilionários passaram a requisitar os serviços. Além disso, empresas também entraram na lista de clientes da especializada em gestão financeira.

O discurso de LULA, na íntegra!






Confira, abaixo, a transcrição do discurso histórico: De O cafezinho!

Em 1979, esse sindicato fez uma das greves mais extraordinárias. E nós conseguimos fazer um acordo com a indústria automobilística que foi talvez o melhor. E eu tinha uma comissão de Fábrica com 300 trabalhadores. 

E o acordo era bom. E eu resolvi levar o acordo para Assembleia. E resolvi pedir pra comissão de fábrica ir mais cedo para conversar com a peãozada. E eu fazia assembleia de manhã pra evitar que o pessoal bebesse um pouquinho a tarde, porque quando a gente bebe um pouquinho a gente fica mais ousado. 

Mesmo assim não evitava porque o cara levava litro de conhaque dentro da mala e quando eu passava tomava uma ‘dosinha’ para a garganta ficar melhor – coisa que não aconteceu hoje. Pois bem, nós começamos a colocar o acordo em votação e 100 mil pessoas no Estádio da Vila Euclides não aceitavam o acordo. Era o melhor possível. A gente não perdia dia de férias, não perdia décimo terceiro e tinha quinze por cento de aumento. Mas a peãozada tava tão radicalizada que queria 83 ou nada. E nós conseguimos. 
 
E passamos um ano sendo chamado de pelego pelos trabalhadores. A gente, Guilherme, ia na porta de fábrica… [Lula começa a fazer saudações diversas]. Então companheiros e companheiras, nós conseguimos… os trabalhadores não aprovaram o acordo… [interrupção para atendimento médico à pessoa na multidão]. 
 
Eu ia dizendo pra vocês que nós não conseguimos aprovar a proposta que eu considerava boa e o pessoal então passou a desrespeitar a diretoria do Sindicato. Eu ia na porta da fábrica ninguém parava. E a imprensa escrevia: “Lula fala para os ouvidos moucos dos trabalhadores”. 
 
Nós levamos um ano para recuperar o nosso prestígio na categoria. E eu fiquei ṕensando com ar de vingança: “Os trabalhadores pensam que eles podem fazer 100 dias de greve, 400 dias de greve, que eles vão até o fim. Pois eu vou testá-los em 1980”. E fizemos a maior greve da nossa história. 
 
A maior greve. 41 dias de greve. Com 17 dias de greve fui preso e os trabalhadores começaram depois de alguns dias a furar greve e nós então – eu sei que Tuma, eu sei que o doutor Almir eu sei que Teotônio Vilela ia dentro da cadeia e falava assim pra mim: “Ô Lula cê precisa acabar com a greve, cê precisa dar um conselho para acabar com a greve”. E eu dizia: “Eu não vou acabar com a greve. Os trabalhadores vão decidir por conta própria”.
O dado concreto é que ninguém aguentou 41 dias porque na prática o companheiro tinha que pagar leite, tinha que pagar a conta de luz, tinha que pagar gás, a mulher começou a cobrar o dinheiro do pão, ele então começou a sofrer pressão e não aguentou. 

Mas é engraçado porque na derrota a gente ganhou muito mais sem ganhar economicamente do que quando a gente ganhou economicante. Significa que não é dinheiro que resolve o problema de uma greve, não é 5%, não é 10%, é o que está embutido de teoria política de conhecimento político e de tese política numa greve.

Agora, nós estamos quase que na mesma situação. Quase que na mesma situação. Eu tô sendo processado e eu tenho dito claramente: “O processo do meu apartamento, eu sou o único ser humano que sou processado por um apartamento que não é meu”. 

E ele sabe que o Globo mentiu quando disse que era meu. A Polícia Federal da Lava Jato quando fez o inquérito mentiu que era meu, o Ministério Público quando fez a acusação mentiu dizendo que era meu e eu pensei que o Moro ia resolver e ele mentiu dizendo que era meu e me condenou a nove anos de cadeia. É por isso que eu sou um cidadão indignado, porque eu já fiz muita coisa com meus 72 anos. Mas eu não os perdoo por ter passado para a sociedade a ideia de que eu sou um ladrão. 

Deram a primazia dos bandidos fazer um pixuleco pelo Brasil inteiro. Deram a primazia dos bandidos chamarem a gente de petralha. Deram a primazia de criar quase um clima de guerra negando a política nesse país. E eu digo todo dia: nenhum deles, nenhum deles, tem coragem ou dorme com a consciência tranquila da honestidade, da inocência que eu durmo. Nenhum deles. [aplausos]. 

Eu não estou acima da justiça. Se eu não acreditasse na justiça eu não tinha feito partido político. Eu tinha proposto uma revolução nesse país. 

Mas eu acredito na justiça, numa justiça justa, numa justiça que vota um processo baseado nos autos do processo, baseado nas informações das acusações, das defesas, na prova concreta que tem a arma do crimeo que eu não posso admitir é um procurador que fez um powerpoint e foi pra televisão dizer que o PT é uma organização criminosa que nasceu para roubar o Brasil e que o Lula, por ser a figura mais importante desse partido, o Lula é o chefe, e portanto, se o Lula é o chefe, diz o procurador, “eu não preciso de provas, eu tenho convicção”. 

Eu quero que ele guarde a convicção deles para os comparsas deles, para os asseclas deles e não para mim. Certamente um ladrão não estaria exigindo prova. Estaria de rabo preso com a boca fechada torcendo para a imprensa não falar o nome dele. 

Eu tenho mais de 70 horas de Jornal Nacional me triturando. Eu tenho mais de 70 capas de revista me atacando. Eu tenho mais de milhares de páginas de jornais e matérias me atacando. Eu tenho mais a Record me atacando. Eu tenho mais a Bandeirantes me atacando, eu tenho a rádio do interior me atacando. E o que eles não se dão conta é que quanto mais eles me atacam mais cresce a minha relação com o povo brasileiro.

Eu não tenho medo deles. Eu até já falei que gostaria de fazer um debate com o Moro sobre a denúncia que ele fez contra mim. Eu gostaria que ele me mostrasse alguma coisa de prova. Eu já desafiei os juízes do TRF-4 que eles fossem prum debate na universidade que ele quiser, no curso que ele quiser, provar qual é o crime que eu cometi nesse país. E eu as vezes tenho a impressão e tenho a impressão porque eu sou um construtor de sonhos. 

Eu há muito tempo atrás sonhei que era possível governar esse país envolvendo milhões e milhões de pessoas pobres na economia, envolvendo milhões de pessoas nas universidades, criando milhões e milhões de empregos nesse país, eu sonhei, eu sonhei que era possível um metalúrgico, sem diploma universitário, cuidar mais da educação que os diplomados e concursados que governaram esse país e cuidaram da educação. Eu sonhei que era possível a gente diminuir a mortalidade infantil levando leite feijão e arroz para que as crianças pudessem comer todo dia. 

Eu sonhei que era possível pegar os estudantes da periferia e colocá-los nas melhores universidades desse país para que a gente não tenha juíz e procuradores só da elite, daqui a pouco vamos ter juízes e procuradores nascidos na favela de Heliopólis, nascidos em Itaquera, nascidos na periferia. Nós vamos ter muita gente dos Sem Terra, do MTST, da CUT formados.
Esse crime eu cometi.

Eu cometi esse crime que eles não querem que eu cometa mais. É por conta desse crime que já tem uns dez processos contra mim. 

E se for por esses crimes, de colocar pobre na universidade, negro na universidade, pobre comer carne, pobre comprar carro, pobre viajar de avião, pobre fazer sua pequena agricultura, ser microempreendedor, ter sua casa própria. Se esse é o crime que eu cometi eu quero dizer que vou continuar sendo criminoso nesse país porque vou fazer muito mais. Vou fazer muito mais.
[Povo começa a gritar “Lula, guerreiro do povo brasileiros]

Companheiros e companheiras, eu em 1990, em 1986 eu fui o deputado constituinte mais votado na história do país. E nós, ficamos descobrindo, que dentro do PT, Manuela, companheiros, o Ivan era do PT na época, havia uma desconfiança que só tinha poder no PT quem tinha mandato.. Quem não tivesse mandato era tido… [começa a fazer saudações]. Então companheiros, quando eu percebi que o povo desconfiava que só tinha valor no PT quem era deputado, Manoela e Guilherme sabe o que eu fiz? 

Deixei de ser deputado. Porque eu queria provar ao PT que ia continuar sendo a figura mais importante do PT sem ter mandato porque se alguém quiser ganhar de mim no PT só tem um jeito: é trabalhar mais do que eu e gostar do povo mais do que eu, porque se não gostar não vai ganhar. Pois bem: nós agora estamos num trabalho delicado. 

Eu talvez viva o momento de maior indignação que um ser humano vive. Não é fácil o que sofre a minha família. Não é fácil o que sofrem meus filhos. Não é fácil o que sofreu a Marisa e eu quero dizer que a antecipação da morte da Marisa foi a safadeza e a sacanagem que a imprensa e o Ministério Público fizeram contra ela. Eu tenho certeza. 

Essa gente eu acho que não tem filho, não tem alma e não tem noção do que sente uma mãe ou um pai quando vê um filho massacrado, quando vê um filho sendo atacado. Eu então, companheiros, resolvi levantar a cabeça. Não pense que eu sou contra a Lava Jato não. A Lava Jato, se pegar bandido, tem que pegar bandido mesmo que roubou e prender. Todos nós queremos isso. Todos nós a vida inteira dizíamos: “Só prende pobre, não prende rico”. Todos nós dizíamos. E eu quero que continue prendendo rico. 

Eu quero. Agora qual é o problema? É que você não pode fazer julgamento, subordinado à imprensa. Porque no fundo, no fundo, você destrói as pessoas na sociedade, na imagem da pessoas e depois os juízes vão julgar e vão dizer “eu não posso ir contra a opinião pública tá pedindo pra caçar”. 

Quem quiser votar com base na opinião pública largue a toga e vá ser candidato a deputado, escolha um partido político e vá ser candidato. Ora, a toga ela é o emprego vitalício. O cidadão tem que votar apenas com base nos autos do processo, aliás eu acho que ministro da Suprema Corte não deveria dar declaração de como vai votar. Nos EUA termina a votação e você não sabe em quem o cidadão votou exatamente para que ele não seja vítima de pressão.

Imagina um cara sendo acusado de suícidio e não tenha sido ele o assassino. O que a família do morto quer? Que ele seja morto, que ele seja condenado. Então o juíz tem que ter, diferentemente de nós, a cabeça mais fria, mais responsabilidade de fazer a acusação ou de condenar. 

O Ministério Público é uma instituição muito forte. Por isso esses meninos que entram muito novo fazem um curso direito e depois faz três anos de concurso porque o pai pode pagar, esses meninos precisavam conhecer um pouco da vida, um pouco de política para fazer o que eles fazem na sociedade brasileira. 

Tem uma coisa chamada responsabilidade. E não pense que quando eu falo assim eu sou contra. Eu fui presidente e indiquei quatro procuradores e fiz discurso em todas as posses e eu dizia: “Quanto mais forte for a instituição mais responsável os seus membros tem que ser”. 

Você não pode condenar a pessoa pela imprensa para depois julgá-la. Vocês estão lembrados de que quando eu fui prestar depoimento lá em Curitiba, eu disse para o Moro: “Você não tem condições de me absolver porque a globo tá exigindo que você me condene e você vai me condenar.

Pois bem, eu acho que tanto o TRF-4, quanto o Moro, a Lava Jato e a Globo, eles têm um sonho de consumo. O sonho de consumo é que primeiro, o Golpe, não terminou com a Dilma. O golpe só vai concluir quando eles conseguirem convencer que o Lula não possa ser candidato a presidência da república em 2018. 

Não é que eu não vou ser, eles não querem que eu participe porque existe a possibilidade de cada um se eleger, eles não querem o Lula de volta porque pobre na cabeça deles não ṕode ter direito. Não pode comer carne de primeira. Pobre não pode andar de avião. Pobre não pode fazer universidade. Pobre nasceu, segundo a lógica deles, para comer e ter coisas de segunda categoria. 

Então, companheiros e companheiras, o outro sonho de consumo deles é a fotografia do Lula preso. Ah, eu fico imaginando o tesão da Veja colocando a capa comigo preso. Eu fico imaginando o tesão da Globo colocando a minha fotografia preso. Eles vão ter orgasmos múltiplos. 

“Eles decretaram a minha prisão. E deixa eu contar uma coisa pra vocês: eu vou atender o mandado deles. E vou atender porque eu quero fazer a transferência de responsabilidade. Eles acham que tudo que acontece neste país acontece por minha causa. 

Eu já fui condenado a 3 anos de cadeia porque um juiz de Manaus entendeu que eu não preciso de arma, eu tenho uma língua ferina, então precisa me calar, porque se não me calar, ele vai continuar falando frases como eu falei, tá chegando a hora da onça beber água, e os camponeses mataram um fazendeiro e eles achavam que era a senha.
Eles já tentaram me prender por obstrução de justiça, não deu certo. 

Eles agora querem me pegar numa prisão preventiva, que é uma coisa mais grave, porque não tem habeas corpus. O Vaccari já tá preso há três anos. O Marcelo Odebrecht gastou R$ 400 milhões e não teve habeas corpus. Eu não vou gastar um tostão. Mas vou lá com a seguinte crença: eles vão descobrir pela primeira vez o que eu tenho dito todo dia. 

Eles não sabem que o problema deste país não chama-se Lula, o problema deste país chama-se vocês, a consciência do povo, o partido dos trabalhadores, o PCdoB, o MST, o MTST, eles sabem que tem muita gente. E aquilo que a nossa pastora disse, e eu tenho dito em todo discurso, não adianta tentar de me impedir de andar por este país, porque tem milhões e milhões de Boulos, de Manuelas, de Dilmas Rousseffs neste país para andar por mim. 

Não adianta tentar acabar com as minhas idéias, elas já estão pairando no ar e não tem como prendê-las. Não adianta parar o meu sonho, porque quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês e pelos sonhos de vocês. Não adianta achar que tudo vai parar o dia que o Lula tiver um enfarte, é bobagem, porque o meu coração baterá pelos corações de vocês, e são milhões de corações. 

Não adianta eles acharem que vão fazer com que eu pare, eu não pararei porque eu não sou um ser humano, sou uma idéia, uma idéia misturada com a idéia de vocês, e eu tenho certeza que companheiros como os sem-terra, o MTST, os companheiros da CUT e do movimento sindical sabem, e esta é uma prova, esta é uma prova, eu vou cumprir o mandado e vocês vão ter de se transformar, cada um de vocês, vocês não vão se chamar chiquinho, zezinho, joãozinho, albertinho… 

Todos vocês, daqui pra frente, vão virar Lula e vão andar por este país fazendo o que você tem que fazer, e é todo dia! Todo dia! Eles tem de saber que a morte de um combatente não para a revolução. Eles tem de saber. Eles tem de saber que nós vamos fazer definitivamente uma regulação dos meios de comunicação para que o povo não seja vítima das mentiras todo santo dia. 

Eles têm de saber que vocês, quem sabe, são até mais inteligentes que eu, e queimar os pneus que vocês tanto queimam, fazer as passeatas, as ocupações no campo e na cidade; parecia difícil a ocupação de São Bernardo, e amanhã vocês vão receber a notícia que vocês ganharam o terreno que vocês invadiram.

Companheiros, eu tive chance, agora, eu estava no Uruguai, entre Livramento e Vera, e as pessoas diziam assim, ô, Lula, você finge que vai comprar um “uisquizinho”, e você vai para o Uruguai com o Pepe Mujica e vai embora e não volta mais, pede asilo político. Você pode ir na embaixada da Bolívia, do Uruguai, da Rússia, e de lá você fica falando… 

Eu não tenho mais idade. Minha idade é de enfrentá-los com olho no olho e eu vou enfrentá-los aceitando cumprir o mandado. Eu quero saber quantos dias eles vão pensar que tão me prendendo e quantos mais dias eles me deixarem lá mais lulas vão nascer neste país e mais gente vai querer brigar neste país, porque numa democracia, não tem limite, não tem hora para a gente brigar. 

Eu falei para os meus companheiros: se dependesse da minha vontade eu não ia, mas eu vou porque eles vão dizer a partir de amanhã que o Lula tá foragido, que o Lula tá escondido, e não! Eu não to escondido, eu vou lá na barba deles pra eles saberem que eu não tenho medo, que eu não vou correr, e para eles saberem que eu vou provar minha inocência. Eles têm de saber isso. E façam o que quiserem. Façam o que quiserem. 

Eu vou pegar uma frase que eu peguei em 1982 de uma menina de 10 anos em Catanduva, e essa frase não tem autor. Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais poderão deter a chegada da primavera. E a nossa luta é em busca da primavera. Eles tem de saber que nós queremos mais casa, mais escola, nós queremos menos mortalidade, nós não queremos repetir a barbaridade que fizeram com a marielle no rio de janeiro. Não queremos repetir a barbaridade que se faz comm meninos negros neste país. Não queremos mais a mortalidade por desnutrição neste país. 

Não queremos mais que um jovem não tenha esperança de entrar numa universidade, porque este país é tão cretino, que foi o ultimo país do mundo a ter uma universidade. O último! Todos os países mais pobres tiveram, porque eles não queriam que a juventude brasileira estudasse. E falavam que custava muito; é de se perguntar quanto custou não fazer há 50 anos atrás.

Eu quero que vocês saibam que eu tenho orgulho, profundo orgulho, de ter sido o único presidente da república sem ter um diploma universitário, mas sou o presidente da república que mais fiz universidade na história deste país para mostrar para essa gente que não confunda inteligência com a quantidade de anos na escolaridade, isso não e inteligência, é conhecimento. Inteligência é quando você tem lado, inteligência é quando você não tem medo de discutir com os companheiros aquilo que é prioridade, e a prioridade é garantir que este país volte a ter cidadania. Não vão vender a petrobras! 

Vamos fazer uma nova constituinte! Vamos revogar a lei do petróleo que eles tão fazendo! Não vamos deixar vender o BNDES, não vamos deixar vender a Caixa, não vamos deixar destruir o Banco do Brasil! E vamos fortalecer a agricultura familiar, que é responsável por 70% do alimento que nós comemos neste país.

E com essa crença, companheiros, de cabeça erguida, como eu to falando com vocês, que eu quero chegar lá e dizer ao delegado: estou à disposição. E a história, daqui a alguns dias, vai provar que quem cometeu crime foi o delegado que me acusou, foi o juiz que me julgou e foi o Ministério Público que foi leviano comigo. 

Por isso companheiros, eu não tenho lugar no meu coração pra todo mundo, mas eu quero que vocês saibam que se tem uma coisa que eu aprendi a gostar neste mundo é da minha relação com o povo. Quando eu pego na mão de um de vocês, quando eu abraço um de vocês… porque agora eu beijo homem e mulher igualzinho, não mistura mais… 

Quando eu beijo um de vocês, eu não to beijando com segundas intenções, eu to beijando porque quando eu era presidente, eu dizia: eu vou voltar pra onde eu vim. E eu sei quem são meus amigos eternos e quem são os eventuais. Os de gravatinha, que iam atrás de mim, agora desapareceram. 

E quem está comigo são aqueles companheiros que eram meus amigos antes de eu ser presidente da república. É aquele que comia rabada no Zelão, que comia frango com polenta no Demarchi, é aquele que tomava caldo de mocotó no Zelão, esses continuam sendo nossos amigos. 

São que tem coragem de invadir terreno pra fazer casa, são aqueles que têm coragem de fazer uma greve contra a previdência, são aqueles que ocupam no campo pra fazer uma fazenda produtiva, são aqueles que na verdade precisam do estado.

Companheiros, eu vou dizer uma coisa pra vocês. Vocês vão perceber que eu vou sair desta maior, mais forte, mais verdadeiro, e inocente, porque eu quero provar que eles é que cometeram um crime, um crime político de perseguir um homem que tem 50 anos de história política, e por isso eu sou muito grato. 

Eu não tenho como pagar a gratidão, o carinho e o respeito que vocês tem dedicado a mim nesses anos todos. 

E quero dizer a vocês Guilherme, e à Manuela, a vocês dois, que para mim é motivo de orgulho pertencer a uma geração, que está no final dela, ver nascer dois jovens disputando o direito de ser presidente da república neste país. 

Por isso, grande abraço, e podem ficar certos: esse pescoço aqui não baixa, minha mãe já fez o pescoço curto pra ele não baixar, e não vai baixar, porque eu vou sair de lá de cabeça erguida e de peito estufado porque eu vou provar a minha inocência. 

Um abraço companheiros, obrigado, mas muito obrigado, pelo que vocês me ajudaram, um beijo, querido, muito obrigado!
Edição: Diego Sartorato e Pedro Nogueira