Sobre a declaração do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, de que "Tem gente nas Universidades Federais que não devolve nada ao País", a amiga Rosane Angelo publicou no seu Facebbok este brilhante texto, que está recebendo dezenas de curtidas a cada hora:
"Mourão, eu quero saber o que as forças armadas devolvem pro Brasil?
São 400.000 vestidos de azeitona que custam aos cofres públicos mais de 65 bilhões ao ano.
Vocês defendem o quê?
Vocês entregaram nossa base de Alcântara, a Embraer, querem entregar o pré sal.
O Bolsonaro transformou o governo num cabide de emprego pra vocês.
O estado mínimo é só para os pobres, pra vocês o estado é máximo.
Vocês foram premiados na reforma da previdência, vocês já tiveram depois disso milhares de reajustes e penduricalhos, o Bolsonaro está transformando vocês numa casta de milionários.
Vocês servem pra quê?
Pra matar mosquito da dengue ?
Vocês não têm razão de existir, e está na hora da gente extinguir as forças armadas.
Vocês não têm mais utilidade, o Brasil preservou suas fronteiras há décadas sem forças armadas, se o Brasil entrar numa guerra, não têm munição pra mais de 1 hora de guerra.
O poder militar no Brasil não existe, vocês só servem pra servir de polícia militar ideológica pra matar preto e pobre.
Vamos acabar com as forças armadas, desmilitarizar a polícia, e vamos instituir polícias florestais, de fronteiras, polícias cidadãs, pra servir o povo.
As guerras hoje são totalmente diferentes.
O Brasil sofreu uma guerra híbrida, fomos atacados, eles destruíram nosso setor de tecnologia, engenharia, indústria, tiraram uma presidente e colocaram um fascista no poder, alinhado aos interesses do capitalismo financeiro mundial.
E pra isso não deram nem um tiro.
A maioria dos conflitos mundiais têm sido a partir de cortes bancários, quando o Obama quis atingir o Putin, o que ele fez ? Cortou as contas de Putin nos EUA.
Quando se quis perseguir o Bin Laden, o que se fez ?
Um rastreamento nos bancos.
Quando se quis pegar a Venezuela, o que se fez?
Se pegou os bancos onde os venezuelanos tinham dinheiro nos EUA.
Em um mundo assim é preciso investir em inteligência e tecnologia, e não mais em forças armadas.
Forças armadas num país que não vai entrar em guerra só serve pra eles ficarem se coçando.
E esses acordinhos de compra de arma servem pra quê?
Pra alimentar as milícias somente.
Essa é a verdade nua e crua. E quero que saibas Mourão, que as verbas inúteis que gastamos com vocês, vamos investir tudo em educação.
Foi assim que a Alemanha e o Japão fizeram depois que eles acabaram com as forças armadas.
Investiram em educação e eles decolaram.
Caiam fora, seus inúteis!"
MOURÃO DIZ BOBAGEM E RECEBE RESPOSTA DURA NO FACEBOOK. RESPOSTA MAIS QUE OPORTUNA
ADOECEU DE BOLSONARO
(Fernando Tenório)
Estava conversando com um paciente que é militar sobre o isolamento social e as dificuldades de quem - como ele - mora sozinho. Lá pelas tantas, perguntei ao homem como estava fazendo para manter contato com os amigos e ele respondeu:
- Não tenho tido contato com meus amigos.
- Mas é importante manter alguma relação com as pessoas próximas, manter essa solidão em todos os âmbitos pode não fazer bem - retruquei.
- Aí que mora a minha questão, pois eu já não os reconheço mais. Não sei se são tão próximos.
- Como assim?
- Adoeceram de Bolsonaro, cara. Não sei se você votou nesse homem, mas ele entrou na cabeça das pessoas feito doença. Lá no trabalho virou uma coisa estranha. Ele parece ser um familiar das pessoas. Elas o defendem com unhas e dentes. O que ele fala vira verdade de forma instantânea.
O rapaz continuou falando sobre as dificuldades de estar em um meio no qual não se reconhece, afirmando que evita dar seus posicionamentos no ambiente militar:
- A minha resistência é o silêncio. Não pode falar de política nas forças armadas, no entanto se for para falar bem do Bolsonaro, pode. Então lá eu não me pronuncio. Eu reconheço quem pensa parecido comigo pelo silêncio. Quem cala não consente nesse caso. Quem cala não foi infectado essa doença.
- E você trata isso como doença por quê?
- Porque como em algumas doenças mentais não há argumento lógico que dê conta. Eu tentei conversar com amigos, parentes e todos ficam agressivos quando confrontados com as contradições. Parece um transe coletivo.
Continuamos conversar e eu falei que ele deveria ter outros amigos além do trabalho. Foi quando o militar sorriu laconicamente e disse:
- Estou cercado por todos os lados. Meus amigos de adolescência foram feitos na igreja evangélica que eu frequentava desde a infância. Quer dizer, que eu ainda frequento. Todos doentes de Bolsonaro também.
- E como se deu isso?
- O pastor de lá, sempre foi um cara do bem, e assumiu o voto no atual presidente e foi reproduzindo fake news nos grupos, postando coisas que abalavam a nossa fé. Foi adoecendo e adoecendo outros. Ficou duro, rígido, odioso e beligerante. Fez arminha com a mão no culto.
- Sério?
- Sério. Cada vez ele inflamava uma parcela da igreja com as notícias falsas. Eram tantas que cada pessoa ou grupo ia se identificando com uma. Não demorou para que a simpatia ao Bolsonaro fosse menor do que o ódio a quem se dizia progressista, de esquerda, feminista... Muita gente votou por ódio e isso não dá em boa coisa. Eu entrei nesse lugal de ser odiado por ser "esquerdista", simplesmente por não ter contraído essa "doença".
- E você se posicionou?
- Eu tentei e em alguns grupos trouxe informações verdadeiras conflitando com as do pastor, mas logo fui retirado da liderança do banda da igreja e excluído de alguns grupos. Ninguém me procurou. Senti o peso do que é ter um pastor contra você. Fui sendo evitado pelas pessoas, meus amigos começaram a me ver como um perigo.
- Mas você ainda frequenta?
- Não sei dizer direito. Hoje vou mais pela força do hábito e pela culpa. Desde quando uma das salas foi liberada para quem um grupo sobre terraplanismo pudesse debater, vi que ali não era o lugar de amor que eu idealizei a vida toda. Eu fiquei decepcionado não com Deus, mas com o que fazem em nome dele. Aí silenciei e não participo mais da coletividade que era o que me dava a noção de pertencimento. Eu vou, oro sozinho, e volto pra casa.
Tentei fugir daquele discurso duro e que não deixava margem para apontamentos e provoquei:
- Seus pais frequentam essa igreja também. Vocês os encontra? E sua família também adoeceu de Bolsonaro?
- Essa é a minha maior tristeza. Meu pai adoeceu e levou minha mãe junto.
- Como foi isso?
- Meu pai era meu maior orgulho. Começou a vida como engraxate e foi para vida militar. Sujeito boa praça que chegava aqui nos botecos no subúrbio e era amado. Torcedor do Bangu, fazia uma fé no bicho, tinha papo sobre tudo. Era da igreja, mas sabia fazer críticas e vivia feliz.
- Era?
- Sim. Ele adoeceu de Bolsonaro em 2018 e virou o avesso do que era. Ficou triste, com uma linguagem toda estereotipada de "esquerdalha", "globolixo", "volta AI-5". Virou um zumbi e não questiona nenhuma conduta do cara. Compartilha tudo que chega contra a esquerda, PT, Lula e Ciro... Não importa se é verdade, ele já vai postando ou compartilhando sem nenhuma crítica. Eu não consigo mais conversar com ele. Esse é o único assunto. Perdeu alguns amigos e só vive nos grupos bolsonaristas de Whatsapp e virou um ditador em casa. Foi por isso que fui morar sozinho.
- E sua mãe?
- Era uma senhora bondosa. Gostava muito de ir à igreja e fazer caridades. Todo mundo gostava dela, porém virou aquelas coroas que vai de verde e amarelo para Orla de Copacabana pedir a volta da ditadura militar. Uma professora que pede a volta da ditadura. Logo ela que sofre com uma em casa...
O paciente seguiu falando que as vezes não reconhecia as pessoas que ele jurava conhecer tão bem. Do nada, começou a chorar e disse:
- Eu só queria meus pais, meus amigos e minha igreja de volta. Eu queria que essa doença passasse de uma vez e a gente pudesse voltar a conversar sobre tudo. Eu queria poder discordar sem me sentir mal ou odiado por isso. Eu queria gritar um gol do Bangu com meu pai, fazer uma feijoada com a minha mãe ou fazer um som com meus amigos. Eu queria trabalhar sem medo de ser perseguido por meu silêncio diante do ufanismo da maioria. Vai demorar, mas eles voltam desse transe.
- Deve ser bem difícil mesmo.
- É sim. Não adoecer de Bolsonaro nos adoece de outras coisas. Já tive várias crises de pânico ao ver tudo isso que narrei e esse foi o motivo que me trouxe até aqui. Todos os dias eu faço um esforço enorme e sigo firme, reafirmando para mim mesmo que das doenças eu tive a menos grave.
Inflação dos mais pobres acelera a 0,89% em setembro com salto de 10,64% do arroz e feijão
Com o resultado, indicador da FGV acumula alta de 3,13% no ano e 4,54% nos últimos 12 meses, permanecendo em nível superior ao da inflação sentida pela população de maior renda.
Por G1
06/10/2020 08h07 Atualizado há uma hora
A inflação sentida pela população de baixa renda acelerou em setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (6) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) – que mede a variação de preços de produtos e serviços para famílias com renda entre um e 2,5 salários mínimos – ficou em 0,89% no mês passado, contra 0,55% em agosto.
Com o resultado, o indicador acumula alta de 3,13% no ano e 4,54% nos últimos 12 meses.
Já o IPC-Br, que mede a variação de preços para famílias com renda de um a 33 salários mínimos mensais, ficou em 0,82% em setembro, vindo de 0,53%. Com o resultado, acumula alta de 3,62% em 12 meses, permanecendo em um nível abaixo da inflação sentida pelos mais pobres.
A principal diferença entre o IPC-C1 e o IPC-Br está na ponderação da cesta de produtos e serviços para chegar ao indicador final. Para famílias mais pobres, por exemplo, alimentação costuma ter maior relevância, e educação particular, menor, dentro do total de despesas.
No acumulado no ano, a inflação para famílias mais pobres está mais que o dobro do que o registrado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do país.
Destaques de alta e queda no mês
Destaques de setembro do Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) — Foto: Divulgação/FGV
Dos 8 grupos de componentes do índice, 3 tiveram alta na passagem de agosto para setembro: Alimentação (0,76% para 2,23%), Educação, Leitura e Recreação (0,09% para 2,44%) e Vestuário (-0,42% para 0,12%).
Entre os itens com maior alta no mês, destaque para arroz e feijão (1,02% para 10,64%), passagem aérea (2,77% para 39,19%) e roupas (-0,54% para 0,12%).
Por outro lado, houve queda nos preços dos grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,61% para -0,10%), Despesas Diversas (0,58% para 0,26%), Habitação (0,61% para 0,54%), Comunicação (0,12% para 0,04%) e Transportes (0,68% para 0,61%). Nestas classes de despesa, os destaques foram os itens: médico, dentista e outros (0,57% para -1,49%), serviços bancários (0,81% para 0,08%), tarifa de eletricidade residencial (1% para 0,22%), mensalidade para tv por assinatura (0,44% para 0,07%) e gasolina (2,68% para 1,67%).
CPMF - Um imposto democrático!
Ciro virou CIRINA
Em 1982, foi eleito deputado estadual. Um ano depois, trocou de legenda, passando para o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), sendo reeleito em 1986.
Em 1988 migrou para o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), onde foi eleito prefeito de Fortaleza e governador do Ceará. Opondo-se à aproximação da legenda ao Partido da Frente Liberal (PFL), Ciro Gomes rompeu com o PSDB e se filiou ao recém-criado PPS (Partido Popular Socialista), em 1996.
Após sete anos, por discordar da oposição da legenda ao governo federal, passou para o PSB (Partido Socialista Brasileiro). Em 2013, saiu do partido em razão da candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República em 2014. Ajudou, então, na fundação do Pros (Partido Republicano da Ordem Social).
Em setembro de 2015, o ex-ministro decide deixar o Pros e se filiar ao PDT (Partido Democrático Trabalhista), numa clara manifestação de que a mudança se deu, entre outras razões, para concorrer à presidência em 2018.
Estamos diante do pior dos populismo no mundo: O POPULISMO JUDICIÁRIO!
Marinhos continuam a descuprir as leis!
Exclusivo: Decisões judiciais sobre mansão de Paraty atribuída aos Marinho são descumpridas.
Por Joaquim de Carvalho
Alvo da Resta Um, Queiroz Galvão deu R$ 10 milhões a ex-presidente do PSDB
A PF informou que os executivos da empresa são investigados, "pela prática sistemática de pagamentos indevidos a diretores e funcionários da Petrobras".
Na 33.ª fase da Operação da Lava-Jato, são cumpridos pela Polícia Federal mandados com a finalidade de obter provas adicionais de crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos firmados pela empreiteira Queiroz Galvão com a estatal petrolífera.
Os alvos são dirigentes e funcionários da Queiroz Galvão e do consórcio Quip S/A, do qual a empreiteira mencionada era acionista líder.
As investigações indicam que a Queiroz Galvão formou, com outras empresas, um cartel de empreiteiras que participou ativamente de ajustes para fraudar licitações da Petrobras. Esse cartel maximizou os lucros das empresas privadas e gerou prejuízos bilionários para a estatal.
Além dos ajustes e fraude a licitações, as evidências colhidas nas investigações revelam que houve corrupção, com o pagamento de propina a funcionários da Petrobras.
Segundo a Lava-Jato, executivos da Queiroz Galvão pagaram valores indevidos em favor de altos funcionários das diretorias de Serviços e de Abastecimento. Em sua parte já rastreada e comprovada, as propinas se aproximam da cifra de R$ 10 milhões. Esses crimes estão comprovados, segundo a PF, por farta prova documental que corroborou o depoimento de, pelo menos, cinco colaboradores, sendo três deles dirigentes de empreiteiras.
Para além disso, a investigação também objetiva se aprofundar sobre os fortes indícios existentes de que milhões de dólares em propinas foram transferidos em operações feitas por meio de contas secretas no exterior.
As evidências apontam que os pagamentos foram feitos tanto pela Queiroz Galvão quanto pelo consórcio Quip. A hipótese tem por base depoimentos de colaboradores e comprovantes de repasses milionários feitos pelo trust Quadris, vinculado ao Quip, para diversas contas, favorecendo funcionários da Petrobras.
Por fim, as medidas deflagradas buscam colher provas adicionais do delito de obstrução à investigação de organização criminosa pela então realizada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2009.
Há indícios, que incluem a palavra de colaboradores e um vídeo, de que 10 milhões de reais em propina foram pagos pela Queiroz Galvão com o objetivo de evitar que as apurações da CPI tivessem sucesso em descobrir os crimes que já haviam sido praticados até então.
A procuradora da República Jerusa Viecili destacou a importância para a investigação dos acordos de colaboração e de leniência firmados pelo Ministério Público, "pois iluminam o caminho a percorrer para a obtenção de provas, quando não são acompanhados já pela apresentação de evidências consistentes dos crimes praticados".
Afirmou ainda que chama a atenção "a ousadia da empresa investigada, traduzida pela atuação profissional e sofisticada no pagamento de propinas em contratos públicos durante longo período de tempo, mediante a utilização de expedientes complexos de lavagem de dinheiro, inclusive no exterior".
O Grupo Queiroz Galvão foi identificado, durante a Lava-Jato, como o terceiro com maior volume de contratos celebrados com a Petrobras, alcançando um total superior a R$ 20 bilhões.
O histórico de envolvimento do grupo com grandes esquemas de corrupção não é inédito, já figurado nas operações Monte Carlo, Castelo de Areia e Navalha - tendo sido as duas últimas anuladas nos tribunais superiores.
Segundo o procurador Diogo Castor, a banalização das anulações de provas representa um alento para os criminosos que já tiveram participação em esquemas criminosos provados. "Infelizmente se essas operações tivessem um mínimo de efetividade, talvez a Lava-Jato nem precisasse existir" assinalou.
Já o coordenador da força-tarefa Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, ressaltou a gravidade da obstrução dos trabalhos de apuração de 2009, porque "a investigação da CPI era como um guardião da Petrobras. As evidências indicam que o ladrão roubou a casa e, em seguida, matou o vigia".
Dallagnol sublinhou, ainda, na mesma linha de Castor que "a corrupção que colhemos é fruto da impunidade dos crimes passados. Esses crimes investigados hoje são filhos de um sistema de justiça criminal disfuncional, o qual falhou em punir casos pretéritos em que as mesmas empresas da Lava-Jato eram investigadas".
Radicalização da política no Brasil!
Da mesma forma, outros partidos podem culpar as políticas econômicas de esquerda por tudo que deu errado. Então tem radicalização e polarização, as duas coisas juntas. É difícil separar uma da outra, mas é preciso, porque elas requerem soluções diferentes.
O mesmo vale para os partidários de processos revolucionários ou regimes autoritários. Mas, para a maioria das pessoas, preocupadas com a situação social e econômica, esse agravamento é ruim, independentemente das suas posições políticas.
Até supostas soluções, como o projeto de adoção a toque de caixa do parlamentarismo, só aumentam a instabilidade. Não vou entrar no mérito desse sistema, mas propostas assim, nesse contexto, só jogam mais lenha na fogueira. Projetos assim certamente serão interpretados como golpe, mesmo que essa não seja a intenção. Se a gente abrir a porteira para soluções extraordinárias, qual é o limite?
E há uma dinâmica perversa desses algoritmos, que fazem com que o usuário veja cada vez mais aquilo que buscou, sempre mais do mesmo. Isso gera uma falsa sensação de que há uma multidão que pensa igual a ele, mas talvez sejam só algumas pessoas. Para quem se sentia isolado ou excluído, as redes oferecem esse pertencimento, que é positivo. Mas elas também contribuem para acirrar os ânimos.
E ninguém os convence do contrário. A radicalização chegou a esse ponto. Os dois lados consolidaram posições, e tudo que o outro faz só reforça a convicção de que é uma guerra. Há um ano o país está sendo preparado para esse conflito. Não que alguém tenha manipulado os cordéis para isso. O processo de radicalização começou nas eleições, se acelerou no ano passado e chegou a esse confronto.
A única saída é romper com o outro círculo vicioso, da crise econômica e política. O governo tenta há um ano, de maneira mais ou menos desastrada, fazer isso e governar. A rede pode estar radicalizada, mas as lideranças da sociedade civil, dos trabalhadores, das associações, dos empresários, do Poder Judiciário, do Congresso, precisam se articular para tentar achar uma saída para a crise.
Fernando Lattman-Weltman. |
Doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro - IUPERJ