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Banco Central tem prejuízo de R$218 bilhões e ninguém comenta



Esse prejuízo não foi sequer citado por nenhum dos comentaristas econômicos da grande imprensa. Apenas uma pequena nota, quase invisível, no jornal O Estado de S.Paulode 15 de outubro passado (pág.B 13) dá conta desse prejuízo.

Os jornalistas econômicos não se deram ao trabalho de ao menos registrar, muito menos de analisar esse valor, mas o deficit do Orçamento, que é um número bem menor que esse, gerou a PEC 55 e mereceu quilômetros de comentários na grande imprensa, com lições moralistas sobre a necessidade de controle de gastos.

Sobre o controle de gastos do Banco Central, nenhuma palavra, mas é dinheiro tão bom quanto o dos gastos correntes.

O prejuízo do BC se deve basicamente aos custos para manter o dólar abaixo do que deveria ser e, com isso, garantir aos especuladores estrangeiros a porta de saída do capital que eles investem em títulos do Tesouro, é uma aposta contra o País e a favor dos especuladores.

Se o BC deixasse o dólar flutuar, esse custo não existiria. A anomalia existe porque APÓS o Plano Real, o Governo deu carta branca ao Banco Central para fazer o que quisesse com a poÍitica cambial.

Não era essa a intenção dos fundadores do Banco Central do Brasil. Os pais do BC, Roberto Campos e Octavio Bulhões, este último tinha sido diretor da Sumoc, Superintendência da Moeda e do Crédito, predecessora do BC, nunca imaginaram dar ao Banco Central tal liberdade de infligir ao País qualquer prejuízo em nome de uma política cambial decidida intra-muros do próprio BC com objetivos que só o BC decidiu.

Valorizar ou desvalorizar a moeda do País é uma decisão de governo, não de Banco Central, este é apenas executor, não é formulador de política econômica.

Junto com o BC, Campos e Bulhões criaram o Conselho Monetário Nacional, um órgão colegiado que tinha autoridade acima do Banco Central e onde se decidiam as políticas monetária, cambial, de crédito, de sistema bancário.

Ao Banco Central cabia a execução do que o CMN decidisse. No CMN estavam representados a indústria, o comércio, os serviços, a agricultura.

Esse Conselho foi, na prática, extinto no Governo FHC por exigência dos “economistas do Real” para que eles pudessem operar o BC sem controle, livremente. Com isso, poderiam controlar as flutuações da moeda de dentro do BC.

Por uma incrível coincidência todos os “economistas do Real”, antes pobretões de roupa amassada, viraram banqueiros milionários. Com essa “liberdade”, dois presidentes do BC quase quebraram o Brasil e tiveram que ser demitidos quase “manu militare”, à força, tal o estrago que fizeram.

Com isso o BC pode infligir ao País prejuízos monumentais que podem quebrar o Tesouro pela decisão de uma única assinatura, a do Presidente, sem dar satisfação a ninguém. Com o prejuízo de R$ 218 bilhões, seria possível iniciar a reativação da economia no rumo da saída da recessão.

Como exemplo:
1. SEIS MIL, 6.000 obras municipais de pequeno porte até R$ 5 milhões cada uma, possível para construir creches, escolas, ambulatórios, estradas vicinais, pontes. Estou exagerando, em pequenos municípios R$5 milhões dá para fazer mais de uma obra. Total dessa verba R$30 bilhões.

2. MIL E QUINHENTAS , 1.500 obras municipais e estaduais de médio porte, R$20 milhões cada uma, dá para fazer conjuntos habitacionais, redes de saneamento e esgotos, parques esportivos, mercados municipais, hospitais, dá para fazer um conjunto dessas obras em cada cidade. Total dessa verba R$30 bilhões

3.OITOCENTAS, 800 obras estaduais até R$50 milhões – Dá para fazer estradas de rodagem, pontes, viadutos, conjuntos hospitalares, escolas do ciclo médio, estações de captação de água, estações de saneamento, divididas pelos Estados mais pobres (20) dá 40 obras por Estado, um belo conjunto de obras de médio porte, inclusive conjuntos habitacionais. Total dessa verba R$ 40 bilhões

4. TREZENTAS, 300 grandes obras de saneamento de custo até R$150 milhões cada uma, para cidades médias, zonas litorâneas, consórcios de cidades menores, há enorme carência de obras de captação, canalização, tratamento de esgotos, usinas de lixo. Total dessa verba R$ 45 bilhões

5.DUZENTOS E CINQUENTA, 250 grandes conjuntos habitacionais nas regiões metropolitanas a custo de R$200 milhões cada um, o que daria para no total 1.250.000 moradias Total dessa verba R$50 bilhões

6. MIL, 1.000 obras em parques e museus nacionais, ao custo de R$8 milhões cada obra, daria para recuperar grande número de museus, parques e monumentos nacionais, boa parte necessitando de conservação – Total dessa verba R$8 bilhões

Emprego: estimando que a participação de mão de obra nessas obras corresponda a 25% do custo, serão R$52 bilhões, a R$52 mil por ano por operário seriam criados UM MILHÃO DE EMPREGOS nesse conjunto de obras. Em vez disso essa verba garante o emprego do Sr. Ilan Goldfajn e nada mais.

O Xadrez da guerra mundial entre os poderes Data: 18/11/2016


Fonte: GGN 
Autor: Luis Nassif
O cenário principal

Este será o cenário social e político daqui para a frente, que servirá de pano de fundo para várias disputas políticas.
·      A crise fiscal, obrigando o governo a impor sacrifícios.
·      Os sacrifícios recaindo sobre os mais fracos e poupando os grandes marajás dos setores político, público e Jurídico.
·      Denúncias que continuarão a fluir da Lava Jato.
·      Uma política econômica que, para desconstruir a Constituição de 1988, não vacilará em aprofundar a crise, através dos instrumentos fiscais e monetários.

Cria-se uma situação de absoluta instabilidade, da qual agentes oportunistas tentarão se valer de uma forma ou outra. O que está acontecendo no Rio de hoje – revoltas populares contra os cortes fiscais, políticos presos, para acentuar mais ainda a demonização da política, é um retrato do processo que entrará em marcha por todo país.

Os campos de disputa

As disputas estão ocorrendo nos seguintes ambientes...
1.     Opinião publicada.
2.     Congresso.
3.     Justiça
4.     Ministério Público Federal.
5.     Polícia Federal.
6.     Ruas.
... tendo como personagens centrais:
1.     A Rede Globo, seguida pelas empresas jornalísticas menores.
2.     O PSDB.
3.     A camarilha de Temer, tendo como liderança mais expressiva o senador Romero Jucá.
4.     Senador Renan Calheiros, principal liderança política no Senado.
5.     A presidente do STF/CNJ Carmen Lúcia, subordinada ao Ministro Gilmar Mendes.
6.     O Procurador Geral da República Rodrigo Janot.
7.     O PT e as oposições em geral.
Em qualquer hipótese, a falta de qualquer projeto da parte dos vencedores em breve os obrigará a ampliar os avanços inconstitucionais.

Jogada 1 – o PSDB avançando no Judiciário

Há a uma aliança clara envolvendo o PSDB-Globo-STF-PGR. E um conjunto de circunstâncias que irá definir se, nos próximos meses, avançará o golpe no golpe.
Vamos por partes.
Hoje em dia, o PSDB praticamente tem o controle do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), através da Ministra Carmen Lúcia (sob a liderança de Gilmar Mendes) e da Lava Jato e da PGR (Procuradoria Geral da República), através de Rodrigo Janot. E domina também a Polícia Federal.

Carmen e o STF

No STF, a presidente Carmen Lúcia não disfarça mais seu alinhamento político: está totalmente subordinada ao Ministro Gilmar Mendes e alinhada com a articulação do PSDB-mídia.
Hoje em dia, a maior vergonha no Supremo são os pedidos de vista, que paralisaram 216 processos (http://migre.me/vwsvT). Especialmente os pedidos de vista reiterados de Gilmar Mendes atentam contra o decoro da casa.
Na quarta-feira, quando o Ministro Ricardo Lewandowski acertadamente protestou contra a manobra de Gilmar Mendes – que pediu vista de um processo após ter votado e se dado conta de que perderia a votação – Carmen Lúcia conseguiu superar a devoção de Dias Toffoli, ao dar razão a Gilmar.
No CNJ, compôs um conselho que está blindando os aliados. Na primeira sessão, houve um acordão, envolvendo o corregedor do órgão, Ministro João Otávio de Noronha – estreitamente ligado a Aécio Neves, assim como Carmen -, que livrou de um Processo Administrativo Disciplinar Luiz Zveiter – polêmico desembargador carioca, ligadíssimo à Globo, presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Segundo nota do CNJ de 6 de dezembro de 2011 (http://migre.me/vwnZX), “na época, presidente do Tribunal de Justiça do Rio – teria fornecido informações, favorecendo assim a incorporadora (Cyrella), quando da análise do caso pela corte fluminense. Em seu voto, a ministra Eliana Calmon destacou os vínculos entre a Cyrela e Zveiter. O escritório de advocacia da família do magistrado, por exemplo, é patrocinadora de várias causas da empresa”.
Segundo o voto do relator Fabiano Silveira (http://migre.me/vwo4O), “o requerido não possuía elementos suficientes para identificar eventuais interesses patrocinados pelo escritório de advocacia de seus familiares, pois tais dados não constavam do cabeçalho do processo”. Simples assim. Bastou para a maioria acompanha-lo.
Obviamente por coincidência, dias após Zveiter se livrar do CNJ, uma operação de guerra prendeu o ex-governador Anthony Garotinho – o político que mais enfrentou a Globo – por conta de inquéritos que caminharam no TRE do Rio, presidido por Zveiter. E a Globo exerceu a crueldade com toda a força, expondo um Garotinho coberto apenas com um lençol, sendo transportado pela polícia de um hospital para outro. Afinal, inimigo não é gente.
Na última sessão do CNJ (http://migre.me/vwoMt), Carmen Lúcia anunciou a composição do conselho consultivo do DPJ (Departamento de Pesquisas Judiciárias), com dois militantes políticos claramente vinculados ao PSDB, o ator Milton Gonçalves, que participou da campanha de Aécio Neves (http://migre.me/vwoKI) e a jornalista Mirian Leitão. Tanto no DPF como no próprio CNJ, Carmen tem matado qualquer veleidade de diversidade de pensamento, partidarizando ambas as instituições de uma forma inédita e aprofundando a ditadura da maioria.
Para todas suas reuniões, com presidentes de tribunais e autoridades de outras esferas, Carmen se faz acompanhar por Gilmar e por Yves Gandra Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, e membro ativo da Opus Dei.

Na Procuradoria Geral da República

Na entrevista em que mencionou que a Lava Jato “envergou a vara da corrupção sistêmica do país”, após garantir que “pau que bate em Chico bate também em Francisco”, Janot respondeu aos questionamentos sobre o fato de não haver nenhuma denúncia no Supremo contra o PSDB. A resposta foi que “as operações são complexas”, por isso demoram.
É o  PGR quem define a fila e é evidente que seus aliados esperarão a perder de vista.
Tivesse um mínimo de isonomia, a esta altura pelo menos UM cacique do PSDB teria sido alvo de condução coercitiva.

Jogada 2 – a disputa Congresso x Lava Jato

Com o PSDB tendo fortes aliados no sistema jurisdicional, fica aguardando o desfecho das disputas entre o MPF e a Lava Jato contra o Senado, cuja resistência vem sendo liderada pelo presidente Renan Calheiros.
Não se tenha dúvida de que a prisão do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, foi a resposta da Lava Jato à resistência imposta pelo Congresso às tais Dez Medidas, assim como as ameaças de levantar os salários do Judiciário acima do teto constitucional.
Não que Cabral não merecesse. As festas de que participou em Paris são um clássico desses tempos de dissipação.
Mas a escolha do momento, o show completo, com policiais armados, cobertura integral da Globo, em um momento em que a Assembleia Legislativa planeja jogar a conta sobre os mais fracos, e o Senado endurece com o Judiciário, abre a garrafa completamente e deixa escapar o gênio da rebelião popular.
Daqui até a votação das Dez Medidas, o MPF vai manobrar politicamente a Lava Jato, como tem feito até agora. Ontem, o PGR Rodrigo Janot criou um imenso grupo de trabalho destinado a pressionar politicamente o Congresso. Perdeu-se totalmente o pudor e os limites de atuação dos poderes.
E o juiz Sérgio Moro tratou de politizar a prisão de Sérgio Cabral Filho, atribuindo à corrupção os problemas enfrentados hoje em dia pelo Rio de Janeiro.
Montaram em um barril de pólvora, com a criminalização final da classe política.

Jogada 3 – a mídia, de Napoleão a Temer

No Alvorada, a mídia produz a última entrevista da Ilha Fiscal, cujo retrato definitivo foi o vídeo-selfie de um jornalista embasbacado por se ver no centro do poder e saber que Michel Temer é personagem de carne e osso, e não um anti-herói da família Marvel. E toca a apertar o braço de Temer, fazendo a colunista, frequentadora dos insondáveis encontros no solar do jornalista Jorge Bastos Moreno, exibir um sorriso malicioso para sugerir os dotes de conquistador de Temer - que certamente não foram exercitados com o anfitrião, apesar da sua paixão pública pelo presidente conquistador.
Seguramente, um dos momentos mais degradantes da história da imprensa brasileira.


Na Tribuna da Bahia, antes desse episódio, Victor Hugo Soares sintetizou magistralmente o quadro atual da mídia no artigo “De Napoleão a Trump: a grande (e pequena) imprensa em xeque”( http://migre.me/vw8MR).
“Na grande (e pequena) mídia – nos Estados Unidos, na Europa e pelas bandas de cá do Atlântico Sul – parece se caracterizar um quadro semelhante ao de uma história clássica, deliciosa, mas implacável na crítica da imprensa europeia. Conto neste espaço, outra vez, antes do ponto final, para os de memória mais curta.
Quando Napoleão fugiu da ilha de Elba e desembarcou no Golfo Juan, o jornal mais importante da França escreveu em sua manchete principal:
“O bandido corso tenta voltar à França”.
Quando o bandido corso alcançou o meio do caminho para Paris, o mesmo periódico escrevia:
“O general Bonaparte continua a sua marcha rumo a Paris”.
Quando o general Bonaparte se encontrava a um dia de Paris, o jornal dizia:
“Napoleão segue a sua marcha triunfal”.
Quando Napoleão entrou na capital de seu império perdido, o periódico arrematou o processo de sua informação com esta manchete:
“Sua Majestade o Imperador entrou em Paris, sendo entusiasticamente recebido pelo povo”.
Não se sabe se alguém perguntou a Napoleão como ele conheceu Josefina. Mas como o artigo foi republicado no Blog do Noblat, dias antes da entrevista no Alvorada, ganhou um cunho premonitório.
Não é apenas a perda da noção de ridículo que caracteriza esses tempos bicudos, mas um esfacelamento total da República.
No caso da midia com Temer se trata de amor por interesse.
Do lado da Globo, há o exercício desmedido do poder, uma imprudência de quem não consegue enxergar o futuro – do mesmo modo que Rodrigo Janot, criando ameaças para o MPF que atravessarão gerações. Mas o que fazer? São meramente homens de seu tempo, pequenos poderosos, sem um pingo de perspectiva da história.
Do lado dos demais veículos, uma situação econômica que os levou a uma rendição humilhante ao lado mais corrupto da política. Tornaram-se os soldados do MInistro Eliseu Padilha.
Da mídia, não se espere nenhuma luz, nesse oceano de informações em curto-circuito que caracteriza o atual estágio da política e das instituições brasileiras.

E no mercado – que tem na mídia seu principal porta-voz – há uma insensibilidade geral. Estão lançando o país em uma crise econômica e política sem precedentes, da qual pode sair de tudo: até um governo autocrático que, mais à frente, imponha restrições severas a esse mercadismo de meia pataca.

Jogada 4 – os vencedores sem projeto

Praticaram um golpe de Estado sem a menor noção sobre as consequências futuras. Através da mídia, criaram um mundo imaginário, uma orquestração, cujo único ponto de convergência era a derrubada do governo e a eliminação do inimigo comum, o PT, e o único ponto de mobilização o exercício continuado do ódio. E, tal como vendedores de xaropes do Velho Oeste, venderam ilusões de que a queda de Dilma produziria crescimento, prosperidade, o fim do mal-estar geral.
Esse quadro se desenrola em um país institucional e politicamente desmontado, e com uma política fiscal-monetária que ampliará o desconforto geral.
Na malta que confunde a bandeira do Japão com a bandeira do Brasil comunista, há pequenos empresários destruídos pela crise, desempregados, funcionários públicos sem receber, alguns expondo justa indignação, e a massa de manobra de sempre, estimulando a radicalização, todos eles querendo um bode expiatório. E o bode que está sendo apresentado é o da democracia.
E agora?
Consumado o golpe, com o inimigo saindo de cena, há uma anarquia institucional inédita, uma subversão ampla, com disputas entre poderes.
Trata-se de um caso clássico de marcha da insensatez na qual o país se meteu.
Nos próximos meses, aumentará o mal-estar com a crise e com a falta de perspectivas de recuperação da economia. As brigas intestinas entre Legislativo e Judiciário comprometerão a ambas. A vergonhosa blindagem do MPF aos seus aliados tucanos ajudará a erodir a ideia de pureza da Lava Jato.
Bato três vezes na madeira, mas temo que os chamamentos às Forças Armadas não se restringirão a malucos querendo proibir a bandeira do Japão.

TESOURO FALA DA DÍVIDA PÚBLICA, MAS NÃO CITA AS RESERVAS INTERNACIONAIS.

Mauro Santayana

O Tesouro anuncia, a Agência Brasil copia, e a imprensa espalha estrondosamente aos quatro ventos, que a dívida pública chegou a 2.716 trilhões em Novembro, aumentando pouco mais de 2% com relação ao Outubro.

Mas nem o Tesouro, nem a Agência Brasil, nem o Governo, explicam que o Brasil tem quase 370 bilhões de dólares em reservas internacionais, ou o equivalente a 1.45 trilhões de reais, em dólares,  guardados.

Se esse dado - assim como o relacionado à dívida líquida pública, de aproximadamente 35% do PIB - não é considerado relevante para o Palácio do Planalto, mesmo assim deveria ser divulgado, porque implica fortemente na real situação do país e nas expectativas econômicas e de investimento.


Como brasileiros, pregando no deserto pela milionésima vez, seria o caso de nos perguntarmos: o governo federal tem vergonha das reservas internacionais do país, e da condição do Brasil de terceiro maior credor internacional externo dos EUA, ou é só - para não usar outra palavra mais forte - incompetência estratégica mesmo?

Levy mostrou como teria sido trágica a vitória de Aécio.


Agora só falta tirar o Bendine da PETROBRÁS!
                                                                                                                                                Paulo Morani 

Do DCM
Demorou pra sair o Levy
 A saída de Joaquim Levy do ministério da Fazenda encerra uma semana extraordinária para o governo e para os rumos que o país pode e deve tomar daqui para a frente. Não poderia haver um fechamento melhor.

Levy, que desde o primeiro momento foi recebido como um remédio amargo e ineficaz para os desafios que o país tinha e ainda tem por enfrentar, se confirmou como uma aposta equivocada e sem sentido.

Oriundo do insaciável mercado financeiro e expoente valoroso de uma das mais ortodoxas vertentes de uma política econômica recessiva e antidesenvolvimentista, o ministro tinha como missão primária acalmar os mercados sempre desejosos de mais juros e lucros.

Não só não acalmou como ainda trouxe prejuízos consideráveis à economia brasileira. As sucessivas propostas de “arrochos fiscais” só não foram mais desastrosas do que a sua própria vocação para negociação junto ao congresso.

Mais do que os inúmeros constrangimentos que causou entre as demais pastas ministeriais, provavelmente foi o ministro que mais contribuiu para um distanciamento entre as medidas econômicas do governo Dilma e as posições historicamente defendidas pelo Partido dos Trabalhadores nessa área.

Forjado no capitalismo violento e predatório, não conseguiu entender que os interesses de um governo democrático com forte inclinação para o bem-estar social, vão muito além das metas de superávit primário.

O resultado é o que todos sabemos. Pelo primeiro ano em mais de uma década voltamos a nos preocupar com as taxas de desemprego e inflação que foram controladas justamente com políticas econômicas completamente opostas às adotadas por Levy.

Em contraponto, no seu lugar toma posse Nelson Barbosa, economista com um perfil infinitamente mais progressista do que Joaquim e extremamente mais habilidoso na arte de unificar interesses difusos.

Barbosa participou da equipe que formulou a política econômica do primeiro mandato do ex-presidente Lula. Os avanços nos fundamentos econômicos do Brasil decorrentes desse plano nos levaram a adquirir pela primeira vez o grau de investimento que sob o comando de Levy estamos perdendo.

Se por um lado Barbosa defende a inquestionável necessidade de equilíbrio nas contas públicas, por outro não tem dúvidas que o melhor caminho para esse equilíbrio é pavimentado com o incentivo às cadeias produtivas com a consequente geração de emprego e renda.

Por tudo isso, essa é uma troca que caracteriza uma mudança estrutural que faz o governo Dilma, nesse segundo mandato, voltar novamente as suas atenções aos brasileiros que mais necessitam do Estado. 

Joaquim Levy demorou a ser demitido do cargo, mas o tempo em que esteve à frente da economia foi fundamental para que pudéssemos ter uma ideia do que seria o Brasil se Aécio Neves tivesse ganho as eleições.
Por Carlos Fernandes
Sobre o Autor
Economista com MBA na PUC-Rio, Carlos Fernandes trabalha na direção geral de uma das maiores instituições financeiras da América Latina