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Por que os condenados em regime semi-aberto estão em regime fechado?



A pergunta parece complicada mas não o é!
Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso, o Rei do Brasil, assim está determinando por alguns motivos a seguir e em ordem de importância:
1) Em março ele sai da Presidência do STF, que será ocupada por Lewandowsky. Com isso O Rei, perde a coroa, a majestade e o cetro. E o cetro.......bem, deixa prá lá. 
Por isso ele se coloca acima da lei - como fez o tempo todo - e deixa para o seu substituo o peso de "apanhar" da mídia por "afrouxar" a pena. 
Ainda por cima sai como o bastião da justiça. Só no Brasil. Em qualquer país civilizado, com uma mídia imparcial e livre, ele já estaria sendo processado. (aliás é o que já propôs a OAB, mas isso nem é noticia).
2) Deverá sair candidato a qualquer coisa. Além de não se submeter a Lewandowsky, tentará aproveitar a exposição que obteve e os favores da Globo, que empregou seu filho, e vai fazer um "especial" com a senhora sua mãe (dele) para se candidatar. Na minha opinião a Senador pelo Rio e pelo PSDB. Tomara! Vai apanhar que nem boi ladrão!
3) Mantê-los em regime fechado - uma arbitrariedade - está lhe dando status de PALADINO DA JUSTIÇA. Neste fim de semana O Globo mostrou até a casa onde Genoino se mudou, entrevistando os vizinhos. Só faltou botar no Faustão.
4) Vai a forra do massacre que a internet faz com ele. Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso, se julga o Rei do Brasil. Tenta TODO dia apagar o verdadeiro motivo pelo qual ele está lá: A COR DA PELE. 
Isso ele não aceita. 
Teve que ir pedir a Dirceu para lhe aceitar. 
Foi de porta em porta a pedir esmolas de votos a seu favor. 
MAS SÓ ESTÁ NO STF PORQUE É NEGRO E NÃO PORQUE É COMPETENTE. 
Erro de LULA - tem direito de errar, acertou quase tudo -.
Portanto, são esses os motivos da covardia e da pusilanimidade que está perpetrando, contra os petistas.
Mas o troco virá na hora certa!
Aqui se faz, aqui se paga!

Miruna Genoíno: “Condenaram meu pai à pena de morte.”‏

Genoino38_Familia

A filha de José Genoíno, Miruna Genoíno, publicou um texto na internet em que acusa: 
“Condenaram meu pai à pena de morte.”

Leia abaixo:

Deve ser muito chato me conhecer nesse momento. Porque é muito chato ser eu mesma nesse momento. E porque sempre é melhor olhar para o lado do que parar e pensar no que fazer quando algo muito grave está acontecendo. Com a minha família, claro.

Finalmente o Joaquim Barbosa tem o que queria, um laudo médico, feito com meu pai já alimentado corretamente e medicado, e ao lado da família, dizendo que não, ele não tem nada grave. Ele quase morreu em julho, venceu os 10% de chances de sobreviver, teve uma dor que só o fazia pensar em morrer com tal de que ela se fosse e não, ele não tem nada grave. Meu pai teve vários episódios de pressão alta na prisão, comeu lixo e voltou com o sangue quase se esvaindo em uma hemorragia, mas sim, na prisão é possível que seja bem cuidado.

Agora eu me pergunto: senhores médicos, os senhor estiveram na Papuda? Com que autoridade os senhores sentem-se no direito de dizer que meu pai pode voltar para lá? Viram as condições oferecidas? Comeram a comida de lá? Foram ao banheiro de lá? Viram o ambulatório? Equipamentos de lá? Não precisam me responder. Hoje eu estou aqui, longe do meu pai, com o coração sangrando, no fundo do poço, e os senhores estarão entrando em seus consultórios certamente com a consciência muito tranquila.

No entanto, apesar de ser difícil, eu acredito que a justiça, não a dos homens, não falha jamais, e que vocês um dia sentirão na pele o que é agir com falta de humanidade e sem um mínimo de vergonha na cara.

Tenho vergonha do meu País, que deixa que se condene uma pessoa à pena de morte enquanto seu único erro foi não ter medo de lutar pelos demais.

Nota da AJD chama Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso - às falas!

O ministro Joaquim Barbosa está com a palavra


A Associação Juízes para a Democracia ,  entidade não governamental, cujos objetivos estatutários, dentre outros, são: o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito; a  realização substancial, não apenas formal, dos valores, direitos e liberdades do Estado Democrático de Direito; a defesa da independência do Poder Judiciário não só perante os demais poderes como também perante grupos de qualquer natureza, internos ou externos à Magistratura vem à público para:

a) manifestar sua preocupação com noticias  que veiculam que o Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, estaria fazendo pressão para a troca de juízes de execução criminal e

b) requerer que  ele dê os imprescindíveis esclarecimentos.

A acusação é uma das mais sérias que podem pesar sob um magistrado que ocupa o grau máximo do Poder Judiciário e que acumula a presidência do CNJ ( Conselho Nacional de Justiça), na medida que vulnera o Estado Democrático de Direito.

Inaceitável a subtração de jurisdição depositada em um magistrado  ou a realização de qualquer manobra para que um processo seja julgado por este ou aquele juiz.

O povo não aceita mais o coronelismo no Judiciário.

A Constituição Federal e documentos internacionais  garantem a independência judicial, que não é atributo para os juízes, mas para os cidadãos.

Neste tema sempre bom relembrar a primorosa lição de Eugenio Raúl Zaffaroni: “A independência do juiz … é a que importa a garantia de que o magistrado não esta submetido às pressões do poderes externos à própria magistratura, mas também implica a segurança de que o juiz não sofrerá ás pressões dos órgãos colegiados da própria judicatura” ( Poder Judiciário, Crise, Acertos e Desacertos, Editora Revista dos Tribunais).

Não por outro motivo existem e devem existir regras claras e transparentes para a designação de juízes,  modos de acesso ao cargo, que não podem ser alterados por pressão das partes ou pelo Tribunal.

O presidente do STF tem a obrigação de prestar imediato esclarecimento à população sobre o ocorrido, negando o fato, espera-se, sob pena de estar sujeito à sanção equivalente ao abuso que tal ação representa.

A Associação Juizes para a Democracia aguarda serenamente  a manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal.

Kenarik Boujikian
Presidenta da Associação Juízes para a Democracia


copiado do Site Conversa Afiada
Clique aqui para ler “Associação de juízes denunciam canetaço de Barbosa”

O inico do fim da farsa do "mentirão". O Rei vai ficar nu!

O Rei está ficando nu!
Manchete do jornal O Globo de hoje, mostra o que, para mim, é o fim da farsa do AP 470. 

Ao solicitar a devolução do dinheiro do suposto "mensalão". Na matéria o jornalão desmente a manchete, pois tem que dizer a verdade:" 

A diretoria de Marketing do Banco do Brasil, comandada à época por Henrique Pizzolato, repassou recursos do Fundo Visanet, para a agência de publicidade DNA, de Marcos Valério, para  prestar serviços de publicidade ao banco. 

O fundo Visanet é composto por vários bancos que operam a bandeira Visa no cartão de crédito".

Ora se "vários bancos operam" como era DINHEIRO PÚBLICO?
E se repassou "a DNA por serviços prestados" ( e Pizzolato tem TODOS os comprovantes de que repassou) como foi para o bolso dele.?

Onde está a "propina" que ele levou?

Nada disso foi provado. 
Não há a menor chance desse dinheiro ser devolvido, pois será provado que além de não ser público, há comprovantes nos autos - que Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso - não trouxe a tona nem seus "pares" leram, vão provar que TODO o dinheiro foi pago.

Além do mais, no blog O Cafezinho (clique aqui e leia)desnuda mais uma mentira, uma omissão criminosa de Dom Joaquim. Ele em enenhum momento cita que a Globo Comunicações e participações "levou" o seu, também. Está lá nos autos do "mentirão".

Portanto começa a ruir a tese do "dinheiro público".

Isso vai ficar claro agora.

Vamos ver até onde vai a canalhice da midia e a atitude pusilânime de Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso

Los presos políticos de la democracia



Con transmisión en directo por televisión, se intensificó el atropello de principios elementales de la Justicia, se abrió espacio para magistrados histriónicos y se llegó a sentencias propias de un tribunal de excepción.

 Por Eric Nepomuceno
Desde Río de Janeiro
Dirceu se transformó en blanco nacional de
la ira antipetista y antiizquierda.
Imagen: AFP
Poco antes de las seis de la tarde del sábado, un avión de la Policía Federal aterrizó en el aeropuerto de Brasilia llevando a los condenados por el Supremo Tribunal Federal a empezar de inmediato a cumplir las sentencias recibidas. Tres horas más tarde, fueron conducidos a la Penitenciaria da Papuda. Entre los presos estaba la heredera de un banco privado y un publicitario dado a prácticas heterodoxas, para decirlo de alguna manera, a la hora de levantar fondos para campañas electorales. Pero la imagen que importa era otra: la de José Dirceu, quizás el más consistente cuadro de la izquierda brasileña, y José Genoino, un ex guerrillero que llegó a presidir el PT de Lula da Silva, llegando a la cárcel.

Termina así la etapa más estruendosa de un proceso que empezó, se desarrolló y vivió todo el tiempo bajo intensa presión mediática. A lo largo de meses, y con transmisión en directo por televisión, se intensificó el atropello de principios elementales de la justicia, se abrió espacio para que varios de los magistrados máximos del país hicieran gala de su histrionismo singular, y se llegó a sentencias propias de un tribunal de excepción.

Jamás se presentaron pruebas sólidas de que existió el mensalao, o sea, la distribución mensual de dinero a parlamentarios de la base del gobierno de Lula da Silva, para que aprobasen proyectos de interés del Poder Ejecutivo. Lo que sí hubo –y de eso sobran pruebas, evidencias e indicios– fue el repase de recursos para cubrir gastos y deudas de campañas de aliados. Es lo que llaman en Brasil de “caja dos” –una contabilidad irregular, al margen de la oficial–, y que es parte intrínseca de todos los partidos, sin excepción, en cada elección. Es, por supuesto, crimen previsto y pasible de sanciones legales, pero en el ámbito del Código Electoral, y no en el del Código Penal.

La denuncia surgió en 2005, a raíz de una entrevista del entonces diputado federal Roberto Jefferson, del PTB, aliado del primer gobierno de Lula da Silva (2003-2007). Jefferson, poco o nada adicto a las normas elementales de la moral y de la ética, quiso avanzar en recursos públicos más allá de lo admisible por las elásticas y nunca escritas reglas del juego político brasileño. José Dirceu, entonces todopoderoso jefe de Gabinete de Lula, lo frenó. En represalia, Jefferson lanzó la denuncia.

Ha sido el combustible perfecto para una maniobra espectacular de los grandes conglomerados mediáticos brasileños, que desataron una campaña casi sin precedentes. Resultado: la caída de Dirceu, y por rebote, de otra figura emblemática del PT, su presidente nacional, José Genoino.

Todo lo demás fue accesorio. Fulminar a Dirceu, devastar la base de Lula, intentar destrozar su popularidad e impedir su reelección en 2006 eran, en verdad, el objetivo central.

Lula se reeligió en 2006 y eligió a su sucesora, Dilma Rousseff, en 2010. Pero Dirceu se transformó en blanco nacional de la ira antipetista en particular y antiizquierda en general. Estaba condenado, por los medios, desde el primer minuto de la primera sesión del juicio en la Corte Suprema brasileña. Los magistrados lo condenaron por una innovación jurídica: en lugar de ser responsabilidad de la acusación comprobar la culpa del denunciado, en el caso del mensalao le tocó a Dirceu comprobar que no tenía la culpa de algo que no ocurrió.

Curiosamente, el primer denunciante, Roberto Jefferson, tuvo su escaño suspendido por sus pares en la Cámara de Diputados precisamente por no haber logrado comprobar lo que denunció. Anestesiada y conducida a ciegas por un bombardeo inclemente y sin tregua de los medios de comunicación, la conservadora clase media brasileña aplaudió el juicio de excepción y las sentencias dictadas como si con eso se terminara la corrupción endémica que atraviesa a todos –todos, sin excepción– los gobiernos desde hace siglos.

Se pretendió –y se logró– transformar el juicio en una medida ejemplarizadora de la Justicia. Ha sido la victoria de la gran hipocresía. Dominado por magistrados cuya hipertrofia de sus respectivos egos alcanza el estado terminal, a empezar por su presidente, Joaquim Barbosa, el Supremo Tribunal Federal no se hizo tímido a la hora de imponer innovaciones. La primera de ellas fue traer a su cargo un juicio que, de respetarse la legislación y la misma Constitución, debería darse en instancias inferiores, asegurando a los denunciados el derecho de recurrir a las superiores. Algunos condenados, como Dirceu y Genoino, pudieron, es verdad, presentar recursos en el mismo Supremo Tribunal. Pero solamente para que se revisen parte de sus condenas, lo que podrá asegurarles el derecho a cumplir sus penas en régimen llamado semiabierto.

Nada de eso, en todo caso, importa: lo que importa es la imagen de Dirceu y Genoino siendo llevados presos. Para el conservadurismo brasileño, un regalo extraordinario. Basta con leer los titulares de la prensa y ver lo que se exhibió en la televisión.

Ambos fueron presos políticos en la dictadura. Ambos son los dos primeros presos políticos en la democracia recuperada.
Colaborou Petrodinho e Kaiser

O REI e os prisioneiros de sua corte



Mandar prender o réus do AP 470 - chamado de "mentirão" - por Hilde Angel - em pleno feriado e mandá-los à Brasília, mostrou mais uma vez a postura despótica de Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso. Toda a mídia dando cobertura, mostrando o avião, falando em algemá-los dentro do avião, tudo o que ele queria. Muito barulho, muita noticia e seu nome falado o tempo todo.
Tal qual um Rei - faz o que quer no STF e NINGUÉM DIZ NADA - mostra todo o seu recalque por ser negro.
Sim, ele por várias vezes fala de sua cor e de sua condição.
Tem alimentado o ódio dos negros contra os outros, como se isso fosse resolver o seu problema. 
Ele SÓ FOI INDICADO AO STF POR SER NEGRO. 
NADA MAIS!
Isso o deixa apoplético e quer porque quer mostrar que sabe mais e que pode mais.
Não é um magistrado, nem um juiz.
É um Rei despótico e soberano.
Agora mesmo corre solto em Brasília a conversa de que vai deixar o STF ao sair de seu "reinado" para não ser comandado por mais ninguém - principalmente por que ao sair será o Juiz Lewandowski quem vai assumir.
Mas até sair em 2014, terá ainda que prestar contas.
Terá que solicitar que o dinheiro "público" do AP 470 seja devolvido.
Ai, seu reinado cairá de uma vez.
Não há dinheiro público no processo.
Todos sabem disso.
A mídia, ele e os demais. 
Por isso não tocam no assunto.
Mas, essa verdade mostrará que ele, na verdade, é um REI DE PAPEL!

STF tem chance de salvar sua própria dignidade"

by bloglimpinhoecheiroso   


Decreto de prisão assinado por Joaquim Barbosa contra parte dos condenados na AP 470 estará em debate na quarta-feira, dia 20, no plenário do STF. A tendência é ser detonado pelos juízes, pois a ordem do presidente distorceu decisão da maioria. As prisões em regime semiaberto se transformaram em fechadas; transferências caras e ilegais a Brasília expuseram condenados à execração; seleção entre os que foram presos e os que permanecerem livres denotou parcialidade política. A justificativa técnica é opaca. Os magistrados deixarão claro que Barbosa integra um colegiado, não é plenipotenciário da Justiça e precisa ser o primeiro a respeitar a mais alta corte do País ou vai ficar por isso mesmo?
Marco Damiani, via Brasil 247
Em sessão plenária na quarta-feira, dia 20, o Supremo Tribunal Federal terá uma chance de ouro, por motivos de chumbo, de justificar a imponência de um colegiado sobre um único magistrado – mesmo que este ocupe, como Joaquim Barbosa, a presidência da corte. E a decisão será tomada sob o impacto de um manifesto assinado por juristas e intelectuais que questionam, a um só tempo, o preparo e também a boa-fé de seu presidente (leia mais aqui)
Estará em discussão, sem dúvida, o decreto de Barbosa que determinou, inicialmente, a transferência a Brasília e a prisão em regime fechado de parte dos condenados na Ação Penal 470. Ao mesmo tempo, ele poderá ser questionado porque, em pleno feriado da República, escolheu determinar as prisões imediatas de líderes petistas como José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares e deixar de fora, àquela altura, nomes como os dos deputados Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, e Valdemar Costa Neto, do PR.
Ainda que tenha sido corrigido parcialmente em Brasília, pela Justiça local, o decreto de prisão expedido pelo presidente do STF no feriado de 15 de novembro ficou em desatino com a verdadeira sentença da mais alta corte do País. Há muito por consertar até que a vontade dos juízes seja respeitada.
O plenário determinou o regime semiaberto de prisão para Dirceu, Genoíno e Delúbio mas, na prática, mesmo após a transferência deles para o Centro de Internamento e Reeducação (CRI), também no Complexo da Papuda, continuam em regime fechado. Nas regras que regulam a vida de presos na capital federal, o regime semiaberto significa, no máximo, direito a banho de sol seis horas por dia.
Em São Paulo, onde os dois primeiros têm endereços reconhecidos, o regime semiaberto permitiria que deixassem suas celas para trabalhar, sendo obrigados a retornar para dormir. Uma diferença e tanto, que pode significar, para Genoíno, a continuação de seu tratamento de saúde, e, para Dirceu, o prosseguimento de suas atividades como advogado e militante político.
Talvez tenha sido por diferenças desse porte que Barbosa tenha determinado a transferência de Dirceu e Genoíno da capital paulista para o Distrito Federal. Além de promover a chamada espetacularização das prisões, não se encontra justificativa jurídica para que toda a agitação tenha sido feita.
Ao menos um integrante do Supremo já manifestou sua oposição à tradução feita pelo presidente do STF sobre a decisão da corte. “Pra quê?”, perguntou o ministro Marco Aurélio Mello, em entrevista ao jornalista Josias de Souza, sobre a determinação de envio deles à Brasília. “Para depois eles retornarem à origem?”, encerrou. Também não fez sentido, para ele, a decisão ter sido expedida em pleno feriado nacional. “Não havia motivo para o açodamento”, declarou. “Eu teria aguardado a segunda-feira, sem dúvida alguma”.
Assim como adiantou Marco Aurélio, os demais ministros têm todos os motivos técnicos para manifestarem, em plenário, sua incredulidade em relação ao decreto de Barbosa. O presidente do STF corre o risco de, por ter levado a efeito a sua vontade acima da decisão da corte, tomar um troco que pode ser juridicamente humilhante. Muito vai depender da disposição dos juízes para enquadrar o presidente à maioria democrática do plenário – o que parece ser necessário. Como bem lembrou o criminalista José Roberto Batochio, em entrevista ao 247, o “vértice do Poder Judiciário não é o presidente do Supremo Tribunal Federal, mas o STF em si, ou seja, seu próprio colegiado”.
Nas próximas horas, o STF decidirá se ainda merece um mínimo de confiança da sociedade brasileira. “Os ministros devem agir para restaurar a dignidade do Supremo”, lembrou o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. A Joaquim Barbosa, talvez reste a alternativa de reconhecer o erro ou de aceitar o convite formulado pelo ex-jogador Romário, presidente do PSB/RJ (leia aqui), confirmando o que sempre se suspeitou: sempre foi mais político do que juiz.

O Rei está nu!




Cai a máscara de Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso. 
Era isso que ele queria. 
Ver os petista humilhados, num canto, sem forças de reagir. 
Um papel covarde e pusilânime, que lhe cabe muito bem. 
E agora trata de caçar a Pizzolato, pois a justiça Italiana irá desnudar a farsa do "mentirão", como disse Hildegard Hangel.
Vai ficar nu, pois vai ter que pedir a restituição do "dinheiro público" que ele afirmou e os outros de sua "corte" embarcaram.
TEM QUE PEDIR A DEVOLUÇÃO DO DINHEIRO PÚBLICO.
Ai ficará provada, definitivamente a farsa.
Não era dinheiro público nem houve desvio.
Por isso o medo de Pizzolato ser julgado na Itália.
Ele já está nu.
Um Rei
A sua corte
E o Bôbo!

Cagaço do MP leva a CENSURA PRÉVIA a José Dirceu

Filme sobre José Dirceu leva procurador a ressuscitar censura prévia

by bloglimpinhoecheiroso
Tata Amaral é a diretora do filme sobre José Dirceu.
A produção de filme sobre José Dirceu é vigiada de perto pelo Ministério Público. O vilão da República não pode ter “apologia ou culto à personalidade” do ex-ministro e réu da AP 470, avisa procurador Marinus Marsico à Agência Nacional de Cinema. A cineasta Tata Amaral já tem 20 horas de gravações e a fita captou R$1,5 milhão pela Lei Rouanet, de incentivos fiscais. É de se perguntar: se o filme acabar de arrebentar com a imagem de Dirceu, está liberado?

Mais uma saia justa na vida do ex-ministro José Dirceu. Agora, do mundo real para as telas dos cinemas, passando pela Lei Rouanet e o Ministério Público.

O filme O vilão da República, da cineasta Tata Amaral, está sendo vigiado de perto pelo procurador Marinus Marsico, que enviou recomendação à Ancine (Agência Nacional de Cinema) para que não permita que a obra se torne apologia e culto à personalidade de Dirceu.

Na prática, goste-se do personagem principal da trama ou não, Marsico estabeleceu uma nova espécie de censura prévia – talvez a pior de todas. Procura controlar, antes da finalização e durante a realização, a obra cultural.
Aprovado nos critérios da Lei Rouanet, que transforma investimentos culturais de empresas em renúncia fiscal, o filme foi autorizado a captar R$1,53 milhão. À medida em que vai se valer de um dinheiro que deixou de entrar nos cofres do Estado e, portanto, torna-se público, o filme chamou a atenção do Ministério Público.

Ou, melhor dizendo, chamou a atenção porque tem como personagem central o polêmico José Dirceu. Se tivesse outro tema, a produção não teria despertado o interesse do procurador Marsico. Ele próprio admite a fonte do zelo. Trata-se, afinal, de um político que está vivo, como ele frisou em sua recomendação à Ancine.
O vilão mostra o período da vida de Dirceu que vai da chefia da Casa Civil do governo Lula ao julgamento da Ação Penal 470, no Supremo Tribunal Federal.
No frigir dos ovos, o que o procurador Marsico não quer é um filme a favor de Dirceu. Seria isso o que ele quer dizer com a recomendação de que se evite a apologia e o culto à personalidade? Parece que sim. Porém, qual é a medida universal para se saber quando a fronteira da imparcialidade que cobra o procurador é quebrada? Um filme nitidamente contra Dirceu pode? Se for ainda pior, pode mais ainda? Ou, para outros, quanto mais a favor, melhor?
O que soa mais alto, neste momento, é que o procurador perdeu uma chance de permanecer anônimo. Se o filme de Tata Amaral – de resto uma diretora consagrada, com participação em diferentes festivais e público formado – foi aprovado normalmente para a Lei Rouanet, e seus produtores foram diligentes o suficiente para fazer a captação dos recursos, qual é o problema?

 O filme que vier será apreciado, criticado e aplaudido – ou não. O procurador não tem nada a ver com isso. A não ser que se restabeleça a censura no Brasil.

FODA-SE A PSEUDO-ÉTICA PEQUENO BURGUESA!

 
Sinceramente, eu fico pasmo de ver gente inteligente e com acesso a tudo que há de bom e melhor no mundo ainda acreditando nessa farsa chamada "mensalão". 

Qualquer pessoa minimamente bem informada sabe que isso aí não passou de um caso de "caixa 2" e de compra de apoio dos partidos de aluguel, sem qualquer desvio de dinheiro público.

Sim, TODOS fazem isso no Brasil. TODOS. Sabem por quê? Porque se não fizer isso NÃO GANHA ELEIÇÃO. Simples assim. 

Aí vão dizer: "Ah, mas o PT sempre pregou a ética na política, então não poderia ter feito isso". Pois eu digo: "Foda-se a pseudo-ética pequeno-burguesa! 

Imoral pra mim é ver crianças morrendo de fome ou pedindo dinheiro em semáforos! É ver gente morando em favelas bebendo água de esgoto! 

O PT, graças ao Zé Dirceu (por isso o ódio mortal que a direita tem dele), entrou no jogo para ganhar e FEZ O QUE DEVIA SER FEITO para eleger Lula. O resto é história: os governos Lula e Dilma tiraram 35 MILHÕES DE BRASILEIROS DA MISÉRIA! Nem vou citar todas as outras coisas boas que vieram com o PT no poder, senão vou ter que encher essa página até o fim.

Enquanto o PT se deixava prender pela pseudo-ética pequeno burguesa, a mesma que pregam os patéticos do PSOL e PSTU (a esquerda que a direita adora), não ganhava a presidência e a direita deitava e rolava enquanto ria da "ingenuidade" dos petistas.

Por isso repito em alto e bom som para quem quiser ouvir: FODA-SE A PSEUDO-ÉTICA PEQUENO BURGUESA, dessa gente que faz bravatas contra a corrupção, mas vive sonegando impostos, subornando policiais, comprando DVDs piratas, explorando trabalho semi-escravo, baixando música de forma ilegal pela internet, tratando a esposa como a “santa do lar” enquanto realiza suas fantasias em puteiros e saunas gay ou dando golpe do baú em velhos ricos enquanto vai para o motel com seu personal trainner...  

Essa gente que acha que "pobre é tudo vagabundo", que "preto é tudo ladrão", que "bandido bom é bandido morto", que é "contra o aborto" mas acha que governo "não tem que dar bolsa esmola pra vagabundo" (mesmo sabendo que o Bolsa Família reduziu a mortalidade infantil no Brasil em 17%), que dizem "para os amigos tudo, para os inimigos a lei" e outras coisas impublicáveis, mas que todos nós já os ouvimos dizer em alto e bom som. 

E digo mais: FODAM-SE TODOS HIPÓCRITAS E FALSOS MORALISTAS DE PLANTÃO que vivem praticando atos corruptos no dia a dia enquanto posam de vestais da ética! E tenho dito. 

E mando mais um recado aos hipócritas de plantão: quem realmente quer acabar (ou pelo menos diminuir consideravelmente) com a corrupção na política tem que NECESSARIAMENTE apoiar uma reforma política que acabe com o financiamento privado de campanhas, que é a porta de entrada da corrupção em um sistema feito pela e para a corrupção. 

Caso contrário, é apenas bravata sem consequência, como foram os protestos dos coxinhas.

Fux, por dever de honra, deveria recusar relatoria!


Vamos ver se ainda sobra um resto de dignidade ao "peruquento" juiz!


Durante o julgamento do "mentirão", várias vezes Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso - passou por cima de seus pares, com um trator de grosserias e leviandades.
Uma delas foi sugerir que, os Ministros que absolveram os réus não poderiam participar da dosimetria. Seria uma incoerência, na concepção despótica dele.
O mesmo deveria ser aplicado agora.
Os Ministros que votaram contra os Embargos Infringentes, não deveriam participar do sorteio da relatoria dessa nova fase.
Mas, esperar coerência nesse STF de Dom Joaquim, é querer demais.
Fux, em nome da lisura e da compostura, deveria recusar essa relatoria.
A prova disso é um artigo hoje no Goebbels - aquele que repete uma mentira até virar uma verdade (falsa) - já chama de "gosto amargo" a escolha de Fux.
Vamos ver se ainda sobra um resto de dignidade ao "peruquento" juiz!

Chico Buarque telefona para Genoino e endossa carta de apoio

Nome do compositor, que está em Paris, apareceu hoje pela manhã na lista virtual de apoiadores do manifesto em defesa do deputado. Chico telefonou para confirmar a adesão
por Redação RBA 


Chico
Daniel Marenco/Folhapress (28/2/2012)

Compositor ligou de Paris para ratificar nome na lista

São Paulo – O manifesto de apoio a José Genoino ganhou hoje (16) o endosso de Chico Buarque. O nome do compositor apareceu pela manhã na lista intitulada “Nós estamos aqui”, que recebe adesões pela internet. À tarde, Chico, que está em Paris, telefonou para o deputado e confirmou a adesão.
O manifesto começou a circular no dia 6 de setembro e alcançava, quando esta nota era fechada, quase 5.500 assinaturas. As adesões são feitas pela internet

O texto foi formulado às voltas da retomada do julgamento do chamado mensalão, que no ano passado rendeu a Genoino condenação a 6 anos e 11 meses de prisão. A peça jurídica vem sendo considerada por especialistas e acadêmicos uma decisão política, que deixa de levar em conta princípios como a existência de provas e o amplo direito de defesa.

Diz a carta: “Somos um grupo grande de brasileiros iguais a você, que deseja um país melhor. Estamos aqui para dizer em alto e bom som que José Genoino é um homem honesto, digno, no qual confiamos. Estamos aqui porque José Genoino traduz a história de toda uma geração que ousa sonhar com liberdade, justiça e pão. Estamos aqui, mostrando nossa cara, porque nos orgulhamos de pessoas como ele, que dedicam sua vida para construir a democracia. Genoino personifica um sonho. O sonho de que um dia teremos uma sociedade em que haja fraternidade e todos sejam, de fato, iguais perante a lei”.

O texto foi enviado pela defesa de Genoino ao STF quando ainda continha 4 mil assinaturas. Na sexta-feira (13), o parlamentar recebeu apoio do ex-ministro Nelson Jobim – que já presidiu o Supremo e foi ministro nos governos Fernando Henrique (Justiça) e Lula (Defesa).

Multidão protesta no STF!

Link permanente da imagem incorporada
Essa tchurma vai vencer!

Viva José Dirceu!



Para desgosto de Ataulfo Merval, Miriam Porquinho et caterva, os embargos infringentes estarão sendo aceitos nesse momento pelo Ministro Celso de Melo. 
Acabou o mentirão!
Agora sim haverá justiça.
Novo relator será escolhido e novas votações.
Dom Joaquim Barbosa I - O Possesso, deverá ir aos EUA, quem sabe, ver seu novo apartamento comprado de forma LEGAL mais IMORAL.
O que posso dizer?

Viva José Dirceu!

Veja o video em que Celso Melo defende os Embargos Infrigentes!


A disputa pelo voto de Celso de Mello

Em coletiva à imprensa, o ministro Celso de Mello indicou que aceitará os embargos infringentes, recurso que já defendia como direito inequívoco dos réus desde o primeiro dia do julgamento do mensalão. Só que da sessão de ontem até a apresentação do seu voto, na próxima quarta (18), muitas manchetes irão rolar. Sucumbirá ele à pressão? Confira com que argumentos cada lado disputa seu voto e quais os cenários possíveis após sua decisão.

 



Brasília - Só o tempo dirá se o ministro Celso de Mello sucumbirá à intensa pressão midiática que recai sobre ele desde o final da sessão desta quinta (12), quando a votação pela admissibilidade ou não dos embargos infringentes na ação penal 470 fechou o placar em 5X5 e o presidente da corte, Joaquim Barbosa, encerrou a sessão. Em coletiva à imprensa, indicou que irá manter a posição expressa no primeiro dia de julgamento, pela validade do recurso. Será?

Normalmente discreto, Celso de Mello fez questão de conceder coletiva à imprensa. Difícil saber se foi uma fala espontânea ou um recado às redações do país. Mas o fato é que ele deixou claro que não se curvará às pressões da mídia, muitas vezes travestidas de sentimento geral da população. “É preciso decidir, e é preciso decidir com independência do que pensa a opinião pública”, disparou. 

O ministro não adiantou o teor do voto que, segundo ele, já está pronto. Mas falou em coerência e lembrou aos jornalistas que já se manifestou duas vezes sobre os embargos infringentes, uma delas na própria ação penal do mensalão.

Foi no dia 2 de agosto de 2012, no primeiro dia do julgamento (ver vídeo), quando rebateu o argumento dos advogados de que os réus sem direito a foro privilegiado deveriam ser julgados nas instâncias inferiores para terem direito ao duplo grau de jurisdição, como prevê o Pacto de São José da Costa Rica, convenção internacional ratificada pelo Brasil.

“O Supremo Tribunal Federal, em normas que não foram revogadas e ainda vigem, reconhece a impugnação de decisões emanadas do plenário desta corte em sede penal, não apenas em embargos de declaração como aqui se falou, mas também em embargos infringentes do julgado, que se qualificam como um recurso ordinário dentro do STF, na medida em que permitem a rediscussão de matéria de fato e a reavaliação da própria prova penal”, afirmou na ocasião.

Na ocasião, nenhum dos ministros, nem mesmo o relator da ação, Joaquim Barbosa, contestou a posição de Mello sobre a pertinência dos infringentes. Os advogados dos réus deixaram o tribunal convictos de que teriam, pelo menos, direito de recorrer à própria corte das decisões mais polêmicas, que obtivessem pelo menos quatro votos contrários, como prevê o artigo 333 do Regimento da Corte. Para os advogados, tudo indicava que a regra fora acertada no início do jogo. E combinado não sai caro.

As ‘deslealdades’ do processo

Foi também nesta mesma sessão que Barbosa e o ministro revisor, Ricardo Lewandowski, protagonizaram sua primeira discussão acalorado. Ao votar favorável ao desmembramento do processo, o revisor foi acusado pelo relator de “deslealdade” por não ter apresentado sua posição anteriormente. “Dialogamos nesses últimos 2,5 anos em que Vossa Excelência é revisor. Me causa espécie que vossa excelência não tenha se manifestado sobre isso há 6, 8 meses, antes que preparássemos toda essa... É deslealdade, ora”.

Lewandowski reivindicou seu direito à posicionamento contrário. “Eu, como revisor, ao longo deste julgamento, farei valer o meu direito de manifestar-me sempre que entender que isso seja necessário. Eu acho que é um termo muito forte o que Vossa Excelência está usando, e que já está prenunciando que este julgamento será muito tumultuado”, profetizou.

Só em maio deste ano, já como presidente da corte, Barbosa revelou sua inenção de suprimir a possibilidade do recurso, ao negar, em decisão individual, os embargos infringentes requeridos precipitadamente pela defesa do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Teria cometido a sua “deslealdade”, já que jamais falara antecipadamente sobre o assunto?

Para o criminalista Marcelo Leonardo, que representa o publicitário Marcos Valério, se a defesa de Delúbio não tivesse violado o devido processo legal e entrado prematuramente com os infringentes, essa discussão sequer ocorreria. “Antes de maio, nenhum dos advogados seria capaz de supor essa polêmica”, afirmou. Alçado ao posto de vilão da advocacia, o advogado que represente Delubio, Antônio Malheiros, tem se mantido longe do plenário do STF.

O segundo precedente de Mello

Na coletiva de ontem, Celso de Mello disse que a segunda vez que se manifestou sobre os infringentes foi em dezembro do ano passado, quando foi designado relator de embargos de declaração da ação penal 409, como já havia lembrado Lewandowski em seu voto. 

Mello não acolheu o recurso, mas porque os votos divergentes não somavam o mínimo de quatro, e não porque o considerasse inadmissível. Ele não aventou a hipótese dos infringentes terem sido revogados pela Lei 8038/90, como agora alegam os contrários ao recurso.

Na coletiva, Celso de Mello não comentou as possíveis pressões que estaria sofrendo em função da responsabilidade de dar o voto de minerva. “Essa responsabilidade é inerente ao desempenho no caso e à função”, se limitou a dizer, acrescentando que empates acontecem muitas vezes, independentemente da natureza da matéria. “As decisões que emanam do Supremo não são individuais, mas revertidas de coletividade”, acrescentou.

O decano, entretanto, será submetido a uma semana de manchetes incisivas sobre seu papel neste imbróglio. E sua história, inclusive no curso da própria ação penal do mensalão, demonstra que ele não é dos mais afeitos a desagradar às forças conservadoras. No curso do julgamento do mensalão foi um dos que condenaram com mãos mais pesadas, como fez questão de recordar o ministro Gilmar Mendes, também durante o seu voto.

O juiz que largou o apito

Se o julgamento do mensalão fosse um jogo de futebol, seria impossível não observar que o ministro Gilmar Mendes abandou de vez o apito e decidiu cavar o gol junto ao time que ele representa. Deixou de ser ministro para se travestir de Ministério Público. Atacou os réus com fúria descomunal. 

Alterou a voz, fez discurso político. Tal como Barbosa, começou criticando a duração do julgamento, que já consumiu mais de 50ª sessões e, de tão longo, assistiu à aposentadoria de dois ministros. “Talvez não estejamos mais aqui quando os embargos vierem a ser julgados”, apelou.

Mendes fez questão de recordar o que Celso de Mello falou no seu voto sobre o crime de quadrilha, que ajudou a dar maioria para a decisão mais polêmica do caso e, por isso, a mais suscetível aos embargos infringentes. 

“Este processo revela um dos episódios mais vergonhosos da história política de nosso país, pois os elementos probatórios que foram produzidos pelo Ministério Público expõem aos olhos de uma nação estarrecida, perplexa e envergonhada, um grupo de delinquentes que degradou a atividade política, transformando-a em plataforma de ação criminosa”, afirmou, citando as palavras do ministro que, estrategicamente, será o responsável pelo desempate.

Fez jus à fama de “o mais aliado com a direita dentre os 11 homens da corte”, ao dar voz ao fantasma do medo do comunismo e atacar ferozmente o que definiu como “o pensamento de que o partido é o Estado”. 

Ele lembrou que o mensalão, pelo que se apurou até o momento, desviou R$ 170 milhões dos cofres públicos. “Perto disso, o crime de Donadon, que envolve fraude de R$ 8 milhões, deveria ser tratado em juizado de pequenas causas”, atacou.

O ministro discordou do argumento apresentado pelos favoráveis aos infringentes de que a Lei 8038 não revogou o revogou o Regimento Interno do STF, que prevê o recurso. Citou artigo da ex-ministra Ellen Gracie, em que ela afirma o contrário. 

Jogou por terra seus pareceres anteriores que destacavam que a legislação internacional se sobrepor a nacional, ao desconsiderar o direito ao duplo grau de jurisdição previsto no Pacto de São José da Costa rica, convenção da qual o Brasil é signatário.

Ao final do voto, jornalistas que assistiam à sessão na sala contígua ao plenário aplaudiram e deram vivas. Estava garantida sua prevalência no noticiário de ontem, de hoje e dos próximos dias.

Com direito a puxão de orelha

Sem ter preparado um voto por escrito, o ministro Marco Aurélio, que empatou o placar em 5X5 fechando a sessão, também insistiu na tecla da celeridade, lembrando que mais de 400 ações penais aguardam julgamento na corte. 

“Eu mesmo tenho processo – e isso é uma frustração para o julgador – que liberei há 10 anos para julgamento”, argumentou. Não respondeu à provocação de Lewandowski, que sugeriu o aumento do número das sessões.

Ele também lembrou que “a sociedade pede o fim do processo do mensalão”. Acabou interrompido pelo ministro Luiz Roberto Barroso: “Eu sou um juiz constitucional. Não estou pleiteando ser manchete favorável no dia seguinte”. 

Barroso também recordou que o papel do juiz é servir à Constituição. "A opinião pública é muito importante em uma democracia e fico muito feliz quando coincide com a decisão do tribunal constitucional. 

Agora, se o que considero certo não bate com a opinião pública, eu cumpro meu papel. A multidão quer o fim desse julgamento, e eu também. Mas nós não julgamos para a multidão, nós julgamos pessoas”.

O ministro acrescentou que uma pessoa que tivesse um pai, filho ou irmão na reta final de um julgamento em que as regras fossem mudadas no último minuto, jamais concordaria com isso. “Não estou aqui subordinado à multidão. 

Não tenho o monopólio da certeza, mas tenho o monopólio íntimo de fazer o que acho certo. O que sair no jornal do dia seguinte não faz diferença pra mim se não for o certo", disse Barroso.

Irritado, Marco Aurélio insistiu que dá, sim, importância ao noticiário, “porque é servidor público e, por isso, deve prestar contas à sociedade”. E desqualificou o colega que,desde que entrou no julgamento, no último mês, vem desabonando as decisões tomadas pela maioria do STF:

 “Vejam que o ‘novato’ parte para a critica ao próprio colegiado, como partiu em votos anteriores. No que chegou a apontar que não decidiria da forma na qual nós decidimos. Não respondi à critica, não foi uma crítica velada, foi uma crítica direta, porque não achei que era bom para o tribunal a autofagia".

Carmem Lúcia na defensiva

Primeira a votar na sessão desta quinta, quando o placar ainda estava em 4X2 em favor dos réus, Carmem Lúcia decepcionou pelos argumentos tacanhos. Já começou na defensiva, esclarecendo que, nas oportunidades anteriores em que se pronunciou sobre embargos infringentes, foi para dizer que eles não eram cabíveis em habeas corpos e, portanto, não fizera análise da sua admissibilidade. “Digo isso para não ficar a impressão de que houve mudança de tendência ou um comportamento inovador”, justificou.

Segundo a ministra, cabe ao Congresso legislar sobre as leis nacionais, como é o caso da legislação penal - e não há lei de autoria do Congresso que preveja os embargos. Ela desconsiderou que, por decisão do próprio poder constituinte, o Regimento Interno do STF foi acolhido com força de lei pela Constituição de 1988. E revelou que decidiu pela inadmissibilidade dos infringentes ao observar que esses recursos não são cabíveis no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Para ela, dois réus hipoteticamente acusados pelo mesmo crime que, por questões de prerrogativas de foro, fossem ser julgados no STF e STJ, teriam tratamento diferenciado, o que fere o princípio da isonomia. “Não posso tratar desigualmente os desiguais neste caso, porque aqui são iguais”, observou. A ministra também não considerou que o réu condenado originariamente pelo STJ, colegiado de 2ª instância, tem como recorrer ao STF, enquanto o condenado pelo STF, não.

Além disso, preferiu esquecer que, na própria ação do mensalão, esse princípio já foi ferido, tendo em vista que réus sem direito a foro privilegiado foram condenados no STF, enquanto outros ainda estão sendo julgados nas instâncias inferiores. Caso, por exemplo, de quatro executivos do Banco do Brasil que, junto com Henrique Pizzolatto, assinaram a autorização de repasse dos recursos do Visanet para a agência de publicidade de Marcos Valério. Apenas Pizzolatto foi julgado – e condenado - pela corte máxima.

Ele respondeu ao questionamento de que os embargos infringentes seriam uma forma de garantir o duplo grau de jurisdição, alegando que este direito tem seus limites dentro do sistema jurídico brasileiro. Arrepio geral na ala do plenário destinada ao assento dos advogados.

Princípio da vedação do retrocesso

O ministro Ricardo Lewandowsk, como esperado, votou a favor dos infringentes. Para ele, a aceitação do recurso “permite a derradeira oportunidade de corrigir erros de fato e de direito, sobretudo porque encontra-se em jogo o bem mais precioso da pessoa depois da vida, que é seu status libertatis”. Ao fazer um histórico sobre a legislação que rege a corte, ele disse que todos os regimentos anteriores da casa previam alguma forma de embargabilidade das decisões, sobretudo se em única instância. “Portanto, essa possibilidade de embargar decisões não unânimes é da história do STF”, defendeu.

Em resposta ao argumento central da ministra Carmem Lúcia, Lewandowski lembrou que o Superior Tribunal de Justiça foi criado pós Constituição de 1988. Portanto, não tinha norma anterior recepcionada como lei, como é o caso do STF, prevendo embargos infringentes. E criticou a postura dos colegas que rejeitam o recurso, para ele, de forma casuística.

 “Embora a Lei 8038 tenha criado os embargos de divergência, o recurso em habeas corpus e o recurso em mandato de segurança apenas no âmbito do STJ, nunca se cogitou a não interposição desses recursos no âmbito dessa corte. Igualmente, a intervenção federal (...) só foi prevista na lei em relação ao STJ. Não obstante, ninguém jamais competência do STF para decretá-la”.

O ministro também ressaltou que, nas inúmeras vezes que o STF os embargos infringentes, nunca observou que estivessem revogados. E defendeu o princípio jurídico da vedação do retrocesso, segundo qual nem o administrador, nem o legislador e nem o julgador podem atuar para restringir os direitos que a constituição assegura. “Não se pode retirar casuisticamente nesse julgamento um recurso com o qual os réus contavam e com relação ao qual não havia qualquer contestação nesta Corte".

Cenários possíveis

Com os votos na mesa, a corte ficou dividida do seguinte modo: Barbosa, Luiz Fux, Carmem Lúcia, Gilmar Mendes e Marco Aurélio contra o recurso, e Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Dias Toffoli e Lewandowski a favor. A sessão será retomada na próxima quarta (18), quando Celso de Mello proferirá o seu.

Se os embargos infringentes forem acolhidos, após a publicação do acórdão final, as defesas dos réus terá prazo de 10 dias para apresentar recursos. Um único e novo relator será designado para o caso. “Para a defesa, isso é positivo porque significa que não será mais o Joaquim Barbosa, que já deixou suas posições muito claras no processo, e que são amplamente desfavoráveis aos réus”, explica Marcelo Leonardo.

Não haverá um novo e longo julgamento, como vem sendo repetido como mantra pela imprensa. O próprio ministro Marco Aurélio, desfavorável aos infringentes, disse que serão julgadas apenas questões muito específicas de réus específicos: os oito condenados por formação de quadrilha, outros três por lavagem de dinheiro e um por evasão de divisas. 

Ele também rebateu a “ameaça” de Gilmar Mendes de que o julgamento se perca indefinidamente em uma sucessão de recursos. “Isso não é possível. O processo é dinâmico, não pode retornar”, retrucou.

O ministro garantiu aos jornalistas - ávidos pela informação - que não haverá prescrição de penas. “Com os embargos infringentes, suspende-se a contagem. Não há este perigo”, rebateu. Marco Aurélio lembrou ainda que, mesmo com o recurso, o resultado final pode nem sofrer alterações. 

Uma possibilidade concreta seria Celso de Mello votar pelo recurso, para manter sua coerência, e depois voltar a pesar a mão na reavaliação. Se os dois novos ministros seguirem a tendência mais favorável aos réus, o fiel da balança deverá ser o ministro Marco Aurélio, que ora acompanha um grupo e ora outro.

Caso os infringentes sejam indeferidos, a procuradora-geral da República em exercício, Helenita Acioli, já pedirá, na mesma sessão, a prisão dos condenados. E o presidente da corte, Joaquim Barbosa, decidirá se elas serão feitas imediatamente ou só após a publicação dos embargos. 

A mídia, de qualquer forma, estará mais perto de obter as tão esperadas imagens com que tentará pautar as eleições de 2014: as das prisões dos “mensaleiros”, especialmente do ex-ministro José Dirceu e do deputado José Genoino (PT-SP).

Ministro do STF denuncia superestimação de penas

O ministro Ricardo Lewandowski afirma que, para garantir cadeia para réus como José Dirceu e José Genoino, o STF superestimou as penas impostas aos condenados por formação de quadrilha. Enquanto em crimes como corrupção ativa as penas foram majoradas de 15% a 20%, no de formação de quadrilha chegaram a inusitados 75%. “É uma desproporção inaceitável”, apontou o revisor.

 
 



Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou a análise dos embargos declaratórios da ação penal 470, nesta quinta (5), da mesma forma que deu início ao julgamento do mensalão, em agosto do ano passado: cercado por contradições e incongruências que, por muitos anos, ainda irão assombrar a credibilidade da mais alta corte do país.

Uma das mais graves, sem dúvida, foi a denunciada pelo ministro revisor da ação, Ricardo Lewandowski: para garantir cadeia para os principais condenados, os ministros superestimaram as penas para o crime de formação de quadrilha, criando uma desproporcionalidade que avilta qualquer princípio de justiça.

Enquanto as penas para o crime de corrupção ativa foram majoradas de 15% a 20%, as aplicadas ao de formação de quadrilha variaram de 63% (caso do ex-presidente do PT, José Genoino) a 75% (no do ex-ministro José Dirceu). “É claro que isso ocorreu para superar a prescrição e impor regime fechado a determinados réus. (...) É uma desproporção inaceitável”, denunciou Lewandowski.

A majoração excessiva prejudicou também o ex-tesoureiro do PT, Delúblio Soares (63%), os três sócios da agência de publicidade identificada como operadora do esquema: Marcos Valério (75%), Ramon Hollerbach (63%) e Cristiano Paz (63%), e os diretores do Banco Rural, apontado como braço financeiro da quadrilha: Kátia Rabello (63%) e José Roberto Salgado (63%).

Por meio de tabelas distribuídas aos ministros, Lewandowski justificou a necessidade de revisão nos votos. Teori Zavascki, que havia apontado o problema na sessão da quarta (4), acompanhou o voto proposto pelo revisor. Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello também. Os outros sete ministros mantiveram os votos originais e, portanto, o resultado não foi alterado.

Embargos infringentes
Embora a tese de Lewandowski tenha sido derrotada por 7 votos a 4 na sessão desta quinta, conseguiu quórum suficiente para reabrir a discussão do problema, caso a corte decida pela admissibilidade dos embargos infringentes, recurso que permite novo julgamento aos réus condenados com pelo menos 4 votos contrários. A decisão sobre os infringentes, entretanto, foi adiada para a próxima sessão, na quarta-feira (11).









Roberto Messias vs. Henrique Pizzolato:

Roberto Messias vs. Henrique Pizzolato: 

Uma visita aos bastidores 

dos governos Lula e Dilma




por Conceição Lemes
Em recente entrevista com a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom-PR), a jornalista Helena Chagas, perguntei:
No julgamento do chamado mensalão, o STF julgou irregular, crime, o BV (Bonificação por Volume) da Visanet. Embora já esteja demonstrado que o dinheiro é privado e não público, Henrique Pizzolato corre o risco de ir para a cadeia. Em função dessa decisão, a Secom vai buscar de volta o dinheiro do BV da Globo?
Mal acabara de dizer Pizzolato corre o risco de ir para a cadeia, Roberto Messias, também presente, me cortou:
Roberto Messias — Demorou.
Viomundo – Por quê?
Roberto Messias – Sou o cidadão agora falando. Eu trabalhava com ele…
Viomundo – Por que demorou para ele ir pra cadeia?
Roberto Messias – Ué, porque eu acho que tem um…
Messias é o secretário-executivo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Cuida da publicidade do governo federal: ministérios, órgãos relacionados e estatais. Onde e quanto investir estão principalmente em suas mãos.
Para não desviar o foco, não insisti naquele momento. Testemunharam-no Helena Chagas, que se manteve em silêncio, assim como Fabrício Costa, secretário de Comunicação Integrada da Secom.
Após a entrevista, já fora do gabinete da ministra, voltei a falar com Messias:
-- Você acha mesmo que o Pizzolato tem que ser preso? 
– Acho.
– Por quê?
– Porque sim.
– Vocês trabalharam no Banco do Brasil (BB)?
Movimenta a cabeça afirmativamente.
– Mas por que ele tem de ser preso?
– Porque sim…
Como o segundo da Secom-PR do governo Dilma, de forma intempestiva, comete essa indiscrição?!
“Declaração gratuita, só pode ser rivalidade partidária”, avaliou o próprio Henrique Pizzolato, após ler a reportagem do Viomundo. “Mais do que tudo, ele conhece os documentos, sabe que a utilização do dinheiro do Fundo Visanet não era de minha área de responsabilidade e que estou sendo condenado injustamente.”
PIZZOLATO, AS NOTAS TÉCNICAS CONDENATÓRIAS  E O LAUDO DO PF
Até aqui, nunca havíamos entrevistado Pizzolato. A reação disparatada de Messias nos levou a ir além da repercussão da sua fala, em busca de algum nexo que a justificasse.
De saída, foi necessário pesquisar a Ação Penal 470, o chamado mensalão.  Aí, ficou claro que para se entender a indiscrição de Messias seria indispensável mergulhar um pouco no inquérito.
Henrique Pizzolato, funcionário de carreira do Banco do Brasil (BB), é um dos condenados. De 2003 a 2005, foi seu diretor de Marketing. Atualmente, está aposentado.
Essa denúncia, relembramos, surgiu em 2005 na CPI dos Correios, que teve dois relatórios.
O preliminar, divulgado em 20 de março de 2006, pedia o indiciamento de 126 pessoas, sendo sete executivos do Banco do Brasil. E o relatório final, publicizado em 6 de abril de 2006, que recomendava investigar quatro desses sete executivos:
* O próprio Henrique Pizzolato
* Cláudio de Castro Vasconcelos, gerente-executivo de Propaganda e Marketing
* Fernando Barbosa de Oliveira, diretor de Varejo; concomitantemente, fazia parte do Conselho de Administração da Visanet
* Douglas Macedo, gerente-executivo da Diretoria de Varejo, que também integrava o Conselho de Administração da Visanet
O então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, não esperou o relatório final ficar pronto para fazer a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 30 de março — portanto, dez dias após a divulgação do relatório preliminar –, Antonio Fernando concluiu que 40 indiciados eram culpados – número provavelmente escolhido para associar o “mensalão” à  fábula de Ali Babá  , e denunciou-os ao STF, entre os quais Pizzolato.
O procurador-geral deixou de fora os executivos Cláudio Vasconcelos, Fernando Barbosa e Douglas Macedo, que também assinaram as notas técnicas usadas para incriminar Pizzolato. Além disso, Macedo e Barbosa integravam o Conselho da Visanet, empresa que era  alvo das acusações.

Explico. A denúncia e condenação de Pizzolato basearam-se em quatro “notas técnicas” (três da quais ele assinou), que propunham campanhas publicitárias dos cartões Visa/BB a serem feitas pela DNA, uma das agências de propaganda que, desde 1994, prestavam serviços ao BB.
No banco, como em outras grandes empresas, para levar adiante ou dar continuidade a ações envolvendo mais de uma gerência ou diretoria, é preciso que elas atuem em conjunto. Nessas horas, frequentemente é feito um documento entre essas áreas.
No BB, esses documentos chamam-se notas técnicas. São de uso interno. Têm o objetivo de formalizar acordos de trabalho entre diversos setores do banco. Não são uma ordem de serviço para a empresa a oub executar o serviço x ou y.

Mas, como tinham valores referentes ao Fundo Visanet e à DNA, elas se transformaram na peça de acusação contra Pizzolato. O ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470 no STF, classificou as notas técnicas de “antecipações fraudulentas”, “valor desviado”, “autorização de pagamento ilícito”, entre outros delitos.
O exame das notas técnicas condenatórias revela, no entanto, que Pizzolato não era o único signatário.

Por norma do BB, dois diretores e dois gerentes têm de chancelá-las. No caso em questão,  assinaram também Cláudio Vasconcelos, Fernando Barbosa e Douglas Macedo. Cláudio é o único que assina as quatro notas. Guarde bem o nome dele. Mais adiante vai entender por quê.


Abaixo, as quatro notas, num único documento. Levam os números: 1141/2003; 3281/2003; 0251/2004; 1410/2004. Ao final de cada uma, os signatários. Confira você mesmo.

Outros documentos, aos quais o Viomundo teve acesso, revelam:
1. Apenas Pizzolato era novo no cargo. Assumiu a diretoria de Marketing em 17 fevereiro de 2003, primeiro ano do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Cláudio Vasconcelos, Fernando Barbosa e Douglas Macedo foram nomeados para esses postos no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e permaneceram durante o de Lula.
2. O destino de Vasconcelos, Barbosa e Macedo está na nota de rodapé 99 (veja abaixo), página 60, da denúncia que o procurador-geral da República fez ao STF.




Ou seja, o procurador-geral decidiu que Pizzolato tinha foro privilegiado, portanto seria julgado pelo STF. Os demais, não; iriam para instância inferior. Juridicamente, porém, nenhum tinha – nem tem – direito a foro privilegiado.
3. Pizzolato não tomou parte da decisão que deliberou a prorrogação do contrato com a DNA, de Marcos Valério.
Por uma simples razão: a reunião foi no dia 4 de fevereiro de 2003; em 11 de fevereiro o Conselho Diretor do BB deu o “de acordo”; e Pizzolato só assumiu a diretoria de Marketing do banco em 17 de fevereiro de 2003.
Atente aos signatários da decisão. Cláudio Vasconcelos assina duas vezes.

 
4. Todos os signatários da prorrogação ocorrida em 4 de fevereiro de 2003  eram remanescentes do governo do PSDB.

5. A prorrogação de  4 de fevereiro de 2003 foi a terceira  entre o Banco do Brasil e as agências DNA, Grotterra e Lowe.  Em 20 de março de 2000, como pode-se comprovar no documento abaixo, foi firmado contrato entre as partes e já previa a possibilidade de três renovações, o que acabou acontecendo. O orçamento de publicidade do BB previsto para 2003: R$ 162.998.000,00.

6. Para embasar a prorrogação do contrato, o Banco do Brasil fez em 2002 fez uma análise das três agências. O avaliador: Cláudio Vasconcelos. E a DNA, de Marcos Valério, foi a que recebeu a maior nota.
7. Em agosto de 2012, a Procuradoria Geral encaminhou à primeira instância da Justiça de Brasília o caso do gerente Cláudio Vasconcelos, determinando segredo de Justiça.
O inquérito, desconhecido até dos advogados dos réus do “mensalão”, só veio a público em 31 de outubro de 2012, em matéria dos repórteres Matheus Leitão e Flávio Ferreira, da Folha de S. Paulo.
8. Em outubro de 2006, o ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470, pediu à Polícia Federal uma avaliação das relações comerciais e procedimentos contábeis envolvendo a DNA, o Fundo Visanet e o Banco do Brasil.
O laudo, feito pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal e concluído em 20 de dezembro de 2006 (a investigação teve início em dezembro de 2005), recebeu o número 2828/2006.
Essa e outras provas colhidas depois de 30 de março de 2006, quando foi feita a denúncia ao STF, foram colocadas por Antônio Fernando e Joaquim Barbosa num inquérito paralelo, o 2474, sob segredo de Justiça,revelou a jornalista Maria Inês Nassif, em reportagem publicada no GGN e em Carta Maior e que reproduzimos. “Pelo menos uma delas, o laudo de número 2828, do Instituto de Criminalística da Polícia Federal, teria o poder de inocentar Pizzolato”, observa Maria Inês.

MIGRAÇÃO:  PARTIDA DO  CCBB-RJ, ESCALA NO BB-BSB,  POUSO NA  SECOM-PR
Antes que alguém pergunte, antecipamos.  Messias não tem nada a ver com o mensalão.
Ao se pesquisar na denúncia do procurador-geral da República ao ministro Joaquim Barbosa, Messias não é mencionado uma vez sequer.

A essa altura muitos devem estar perguntando: Por que Messias quer a prisão de Pizzolato? E por que pedimos lá atrás para guardar o nome de Cláudio de Castro Vasconcelos?
Juntando os dados mostrados acima sobre o inquérito do mensalão com as informações  fornecidas por colegas e ex-colegas de trabalho de Messias, as razões para a reação inoportuna do secretário-executivo da Secom-PR aparecem:

* Assim como Pizzolato, Roberto Messias e Fabrício Costa são funcionários de carreira do Banco do Brasil.
* Pizzolato sempre foi estimado pelos colegas. Tanto que, em 1998, os servidores do BB o elegeram para o cargo de diretor de Seguridade da Previ, a Caixa de Previdência dos Funcionários do banco.
* Pizzolato é PT de carteirinha, não esconde isso de ninguém.
* Messias e Fabrício são originários do governo do PSDB. E PT e PSDB, todos nós sabemos, são adversários ferrenhos.

“Messias nunca trabalhou diretamente com Pizzolato, apenas indiretamente”, abriu o jogo a esta repórter um veteraníssimo do Banco do Brasil, ainda na ativa. “Na época em que Pizzolato ocupou a diretoria de Marketing, o Cláudio Vasconcelos era o gerente-executivo de Propaganda e Marketing e o Messias, gerente de Mídia, subordinado a Cláudio. Foi o Cláudio quem trouxe o Messias do Rio para Brasília. Os dois são amigos e oriundos do Centro Cultural Banco do Brasil — Rio de Janeiro.”
O Centro Cultural Banco do Brasil — Rio de Janeiro (CCBB-RJ) é um dos postos muito cobiçados da máquina pública federal, uma das joias da coroa.

Cláudio de Castro Vasconcelos, Roberto Messias e Fabrício Costa trabalharam juntos lá em fins da década de 1990. Cláudio era o gerente do CCBB-RJ.

Em 1999, Cláudio foi para Brasília ser o gerente-executivo de Propaganda e Marketing do BB, então presidido por Paolo Zaghen, muito ligado a José Serra, do PSDB. O ministro da Fazenda era Pedro Malan. Messias e Fabrício Costa permaneceram no CCBB-RJ.

Para o lugar de Cláudio foi a jornalista Yole de Mendonça, até então gerente de Comunicação da Previ na gestão Jair Bilaqui – envolvido com as privatizações.
Em 2003, mudaram os presidentes do Brasil e do Banco do Brasil, mas Cláudio continuou firme e forte no cargo.

Foi nessa época que Cláudio levou Messias para ser o gerente de mídia do Banco do Brasil, em Brasília. Messias passou a cuidar das verbas de publicidade do banco para TVs e rádios, com os quais mantinha contato permanente.

Algum tempo depois Messias carregou para lá Fabrício Costa.
Em 2005, após as denúncias do mensalão, Cláudio Vasconcelos saiu do BB, para montar a Pax Consultoria em Marketing e Promoções de Eventos Ltda.

Yole  de Mendonça mais uma vez foi para o lugar de Cláudio. Deixou a gerência do CCBB-RJ e foi para Brasília, assumindo o cargo de gerente-executiva de Propaganda e Marketing do BB.

Em 2007, Yole foi para a Secom-PR. O ministro era o jornalista Franklin Martins. Ela assumiu o cargo de secretária de Comunicação Integrada, atualmente ocupado por Fabrício Costa.
Com mudança de Yole para a Secom-PR, Messias ocupou o lugar dela no BB.  Ou seja, tornou-se o gerente-executivo de Propaganda e Marketing.

Algum tempo depois, Yole levou Messias para a Secom. Em seguida, Fabrício foi também.
“Desde o primeiro governo de Fernando Henrique, quando foi recriada a área de Marketing, a Secom sempre teve vários funcionários cedidos do Banco do Brasil”, observa o veteraníssimo do BB. “É um reduto histórico.”

Em 2011, com a posse da presidenta Dilma Rousseff, houve nova dança de cadeiras na Secretaria de Comunicação Social da Presidência República.

Helena Chagas assumiu o posto de ministra-chefe em substituição a Franklin Martins.

Yole de Mendonça, até então secretária de Comunicação Integrada, tornou-se secretária-executiva, no lugar de Ottoni Fernandes Filho, que deixou a Secom junto com Franklin, no final do governo Lula.
Roberto Messias passou a ser secretário de Comunicação Integrada.

Em julho de 2012, Yole aposentou-se, deixando a Secom-PR. Desde abril de 2013, é diretora vice-presidente de Gestão e Relacionamento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A EBC é a gestora dos canais TV Brasil, TV Brasil Internacional, Agência Brasil, Radioagência Nacional e do sistema público de Rádio – composto por oito emissoras.

Messias foi escolhido pela presidenta Dilma Rousseff como o novo secretário-executivo. Fabrício virou secretário de Comunicação Integrada.

“Eu chamo essas pessoas de ‘aves migratórias’”, observa outro profundo conhecedor do serviço público brasiliense, leitor contumaz de Diário Oficial. “Pulando de galho em galho, elas estão sempre muito bem empregadas, em cargos de poder.”

“As aves migratórias têm uma cartilha bem mastigada de argumentos técnicos”, prossegue. “Como a pessoa que assume um cargo político, normalmente não tem conhecimento da máquina, ela se encanta. No início, as aves fazem de conta que entram na da chefia. Mas dois ou três meses depois passam a dar as cartas.”
“É COMO SE INSTALASSEM UMA CÉLULA DA KGB NO ESCRITÓRIO DA CIA, OU VICE-VERSA” 
“Na verdade, isso é um modelo de negócio, para beneficiar uma ação entre amigos”, afirma a blogueira NaMaria, do NaMaria News. “Esse sistema, que funciona como uma teia, começou a ser implantado no primeiro ano do governo Fernando Henrique pelo então ministro Paulo Renato de Souza no Ministério da Educação. E, aí, virou praga no serviço público federal, alastrando-se por estados, municípios, secretarias, fundações, órgãos, etc., administrados pelo PSDB.”
Messias era o preferido da ministra Helena Chagas para o posto de Yole. Concorreu com um petista, que teria sido preterido por “ser petista demais”.
Prevaleceu a solução técnica, tão a gosto de Dilma. Só que essa função, vendida como técnica, é, na verdade, política.
Assim, possivelmente sem saber, a presidenta colocou em mãos de gente “herdada” do governo do PSDB a distribuição de R$ 1,8 bilhão de verbas publicitárias do governo federal.
“É como se instalassem uma célula da KGB no escritório da CIA, ou vice-versa”, dispara um atento observador palaciano.
E PSDB e Globo, sabemos, têm tudo a ver.
Será por isso que a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República se recusou a fornecer ao Viomundo o total das verbas publicitárias que  as Organizações Globo, incluindo todos os meios de comunicação, recebeu do governo federal em 2012?
Será por isso que até hoje a Secom-PR não conseguiu implementar uma política de comunicação competente para atingir realmente a população brasileira?
Mas, afinal de contas, por que  mesmo Roberto Messias quer ver Henrique Pizzolato preso?
Na primeira conversa que tivemos, Pizzolato disse que a razão era político-partidária.  Hoje, depois de conhecer um pouco mais os bastidores dessa história, diria que vai bem além. É ideológica. 
Questão de DNA.

A ascensão de Messias foi por meio de indicações. A de Pizzolato  foi sempre pelo voto direto dos funcionários do BB. Em 1993, Pizzolato foi eleito o primeiro diretor por votação direta. Recebeu mais de 60 mil votos. Depois, foi também eleito o primeiro diretor da Previ. De modo que, durante os governos FHC,  Pizzolato era oposição dentro da diretoria do banco e questionava várias de suas políticas.

“Nos centros culturais do BB, nós criamos programas para as populações de baixa renda. No Rio de Janeiro, nós abrimos as segundas-feiras para os quilombolas e a população de favelas, como a da Rocinha. Foi um escândalo. Assim como foi um escândalo quando levei o João Pedro Stedile e outros dirigentes do MST para almoçar no banco”, exemplificou-me há pouco um Pizzolato mais descontraído do que na nossa primeira conversa. “Para a elite do banco era um absurdo completo eu levar gente não cheirosinha para as nossas atividades.”

“Quando o Lula assumiu, dos 28 diretores do Banco do Brasil, apenas três declaravam-se petistas. Os demais eram tucanos.  Logo, eu continuava sendo a oposição na direção do banco”, atenta Pizzolato. “De maneira que os membros do status quo do banco daquele período não querem me ver apenas preso. Eles gostariam que eu virasse pó. Sou um arquivo vivo de tudo o que aconteceu nas gestões de FHC e começo da de Lula.”

Messias certamente não quer a prisão de Cláudio de Castro Vasconcelos, embora a assinatura do ex-chefe esteja em todos os documentos que condenaram Pizzolato e em muitos outros. Afinal, Cláudio, além de amigo, foi quem possibilitou a Messias alçar vôos mais altos na máquina pública de Brasília, a ponto de hoje ser o segundo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.