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Reeleição comprada: reportagem do DCM

Exclusivo: entrevistamos no Acre o ‘Senhor X’ da reeleição de FHC. Por Joaquim de Carvalho



Postado em 19 jan 2016
Narciso Mendes, o Senhor X: a imprensa não o procurou
Narciso Mendes, o Senhor X: a imprensa não o procurou
Por Joaquim de Carvalho, do Acre
Em maio de 1997, a Folha de S. Paulo publicou trechos de gravações em que dois deputados confessavam ter vendido o voto para aprovar a emenda à Constituição que permitiu a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. 


A autoria das gravações era atribuída ao Senhor X, e a identidade dele permaneceu sigilosa até que o jornalista e escritor Palmério Dória revelou, no livro O Príncipe da Privataria, que se tratava de Narciso Mendes, empresário e político do Acre. 

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Mesmo com essa revelação, Narciso continuou tocando sua vida em Rio Branco sem ser procurado pela imprensa. É dono do jornal O Rio Branco e de uma afiliada do SBT, entre outras empresas. “Nunca interessou ao sistema que eu fosse ouvido. 

Nem naquela época, nem agora”, disse o empresário em uma das duas rodadas de entrevistas que já realizamos para nossa série sobre a reeleição de FHC, que será financiada por nossos leitores. 


(Aqui, o link para os interessados em contribuir.)


Narciso é um homem magro, que se veste de maneira simples e fuma escondido da esposa, a ex-deputada federal Célia Mendes, preocupada com o infarte que ele sofreu no ano passado. Sobre sua mesa, livros que tratam de política, assunto a que se dedica na teoria, como estudioso da obra de Maquiavel, e na prática. 


Somando seus dois mandados – um deles como Constituinte –, e os dois de Célia Mendes, passou dezesseis anos no Congresso Nacional. “Aquilo é um balcão de negócios. 

Houve compra de votos naquela época e continua havendo hoje. Só uma reforma política para valer impediria que isso ocorresse. Mas ninguém quer reforma política, porque os que estão no jogo ganham com esse sistema”, afirmou.


O que mudou? “Antes o rei era mais protegido”, afirmou. Não fosse protegido, diz ele, teria sido chamado para depor em alguma investigação sobre a compra de votos da reeleição. 


Investigação até houve, como a realizada por uma comissão especial da Câmara, “mas não era para valer”. “Todos sabiam quem estava por trás Senhor X, aquilo era um segredo de Polichinelo. Eu nunca neguei. 

Mas acho que pensaram: deixa o Narciso para lá, quem sabe não temiam o que eu pudesse falar: centenas venderam o voto, não foi só o pessoal do Norte como, preconceituosa e espertamente, o Fernando Henrique Cardoso disse”.


Durante uma das entrevistas, entrou na sala um jovem senador, Gladson Cameli, que havia dado entrevista para o SBT. Gladson combinou um café com Narciso e, depois que ele saiu, Narciso comentou: “O Fernando Henrique disse que até pode ter havido compra de votos, mas, se isso ocorreu, é porque a reeleição interessava aos governadores do Norte. 

O tio desse senador era na época o governador do Acre (Orleir Cameli, que intermediou a compra do voto de deputados do Estado), mas ele não se candidatou à reeleição. Então, por que fez? Tinha um acordo para entregar ao Fernando Henrique os votos de que ele precisava”.
(Este é um aperitivo para a série de reportagens de Joaquim sobre a emenda da reeleição de FHC.)
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Sobre o Autor
Jornalista, com passagem pela Veja, Jornal Nacional, entre outros. joaquim.gil@ig.com.br

Inflação RECUA em agosto. Ué cadê a crise?

IPCA fica em 0,22% em agosto

Período TAXA
AGOSTO de 2015
0,22%
Julho de 2015
0,62%
Agosto de 2014
0,25%
No ano 2015
7,06%
Acumulado nos 12 meses
9,53%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto variou 0,22% e ficou 0,40 ponto percentual (p.p.) abaixo do 0,62% registrado em julho e 0,03 p.p., aquém do 0,25% de agosto de 2014. 

É o menor IPCA para os meses de agosto desde 2010, quando registrou 0,04%. 

Com isto o resultado do ano foi para 7,06%, bem mais do que os 4,02% de igual período de 2014. 

Em relação ao acumulado de janeiro a agosto, foi a taxa mais elevada desde 2003 (7,22%). Nos últimos 12 meses, o índice situou-se em 9,53%, próximo aos 9,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. 

Clique aqui para acessar a publicação completa.

Os 7 tipos de reacionários! Analise!

Duda Renovatio, via Pensador Anônimo
Se você já perdeu tempo tentando discutir política com reacionários, deve ter percebido que existem tipos diferentes desses indivíduos, cada um com um estilo particular de “argumentação”. Nesse artigo bem humorado tentaremos desvendar os sete tipos de reacionário, o que há de errado com eles e como devemos agir.
Começaremos pelos mais inteligentes e depois seguiremos em direção aos de comunicação mais difícil.
REACIONÁRIOS EDUCADOS
Esses são os mais raros. Eventualmente você esbarra em um em público ou num fórum on-line. Podem ser os mais difíceis de lidar. Eles aprenderam tudo o que há pra se aprender sobre suas posições (de uma perspectiva reacionária). Educaram-se sobre todas as razões que justificam seus posicionamentos como corretos, mas não estão interessados em nada que contradiga suas crenças.
O problema: Qualquer um com internet e cinco minutos livres consegue encontrar algo que descredite completamente sua versão dos “fatos”. Mesmo quando rebatidos, continuam a voltar aos argumentos iniciais, tentam mudar o assunto para algo onde se sintam mais confortáveis ou começam a expressar opiniões sem mérito factual.
Debatendo: Mantenha-os no assunto. Não deixe que ignorem seus contrapontos e mudem o assunto para você. São mestres nisso, mas se você conseguir mantê-los no assunto, começarão a expressar opiniões para as quais você poderá dizer “você tem fatos ou estatísticas que sustentem essa opinião?”.
REACIONÁRIOS “GLOBAIS”
Estes estão entre os mais raivosos. Assistem aos jornais da Globo ou outras mídias de massa burguesas, leem a Veja e acreditam que isso os faz especialistas em política (do mesmo modo que acreditam que assistir ao jogo os faz técnicos e assistir à missa os faz santos). O único conhecimento político que apresentam é uma papagaiada sem base. Quando você os contrapõe, te chamam de “esquerdopata”, “comuna”, “socialista” etc. Eles acham que todo revolucionário é um socialista que quer tirar seu dinheiro e entregar para pessoas que não merecem.
O problema: Eles não têm ideia do que estão falando. Geralmente estão repetindo coisas ditas pelo Arnaldo Jabor ou, com mais azar, pelo Olavo de Carvalho. Eles acreditam que movimentos anticapitalistas querem roubar sua liberdade (toda a liberdade que o dinheiro possa comprar), mas não compreendem o conceito de capitalismo, nem reconhecem como esses movimentos foram cruciais para que ele tivesse os direitos que têm hoje. Eles acham que o PT é comunista, e se você discorda dizem que você é um leitor da Carta Capital. Dizem que você é uma ovelha, mas esperam que você aceite cegamente tudo o que dizem, sem questionar.
Debatendo: Mantenha-se pedindo fatos e comprovações para as afirmações que fazem até que se desesperem e te chamem dos nomes já citados. Peça-os para enumerar quais os direitos que os movimentos anticapitalistas já o roubaram (talvez eles digam que perderam o “direito de proibir a união homossexual” ou coisa do tipo, mantenha-se cobrando fatos). Eles tendem a ser violentos, então se estiver cara-a-cara, fique de olho em suas mãos.
REACIONÁRIOS CRISTÃOS
Estes reacionários são hipócritas. Eles fazem tudo em nome de Jesus, enquanto simultaneamente agem da maneira mais anticristã humanamente possível. Defendem armamento da população, são pró-militares, contrários à igualdade de direitos entre os sexos e à emancipação feminina e, principalmente, ignoram todos os trechos da bíblia que demonstram que Jesus era um personagem revolucionário (e libertário). As partes que mais esquecem são as de “amar o próximo como a si”, “não julgar” e a em que joga filhos contra pais e pais contra filhos. Porque o patriarcado não pode ser agredido, não é mesmo? Eles também acreditam que países em guerra estão assim por falta de Deus no coração, mesmo que quase a totalidade desses países seja de religião abraâmica e siga essencialmente o mesmo deus (com mais rigor!). E eles odeiam os gays, claro.
O problema: Eles fazem coisas horríveis em nome do Senhor. Eles acham que aqueles que discordam estão condenados ao inferno, porque são pessoas más. Eles acreditam que somos uma nação cristã, mesmo com uma influência inegável de cultos indígenas e afro-brasileiros em nossa cultura. E eles dizem defender a liberdade religiosa, mas condenam tudo o que não é cristão como “demoníaco”. Ah, eles também negam a evolução…
Debatendo: Insista na mensagem de “amor” cristão. Jesus os orientou a amar incondicionalmente e não julgar. Pergunte como eles acreditam que Cristo agiria no mundo de hoje frente à desigualdade social, e o que ele pensaria do dízimo que se paga às igrejas caça-níqueis. De qualquer forma, eles responderão com citações aleatórias e mostrarão que esse debate em específico é uma perda de tempo.
REACIONÁRIOS “CONTRA A CORRUPÇÃO”
Aqui estão os coleguinhas que vão aos protestos de branco, com a cara pintada de verde e amarelo, cantando o Hino Nacional ou a clássica do Geraldo Vandré. Eles querem um movimento bonito, higiênico, pacífico e, principalmente, passivo. Querem ir às ruas pra protestar por seus direitos, mas não conhecem seus direitos e menos ainda seus deveres. Acham que a polícia tem que sentar a borracha nos “vândalos” do Black Bloc, que eles nem sabem o que é. Dizem que a culpa do tráfico é do usuário, gostam de filmes como Tropa de Elite (alguns até citam Capitão Nascimento). O mais importante: defendem o fim da corrupção. Que corrupção? Não sabem. Mas quando dá preguiça de “vem pra rua”, eles ficam de “luto”.
O problema: Esses indivíduos defendem pautas vazias. Aliás, eles querem enfiar essas pautas em qualquer lugar onde estejam, dizendo que as pessoas precisam ter foco (nas pautas vazias). São a pior praga dentro da Anonymous. Reproduzem-se como coelhos. Vão tentar levar qualquer debate para o eixo PT/PSDB, vão criminalizar movimentos sociais populares, mas vão defender reforma tributária (ignorando a transferência do poder do estado para o setor privado) e a reforma política (mesmo sem especificar o que é isso, significando, na prática, nada).
Debatendo: Peça que ele defina os conceitos que apresenta. Pergunte a que corrupção se refere, que reforma pretende. A melhor arma contra estes é a história. Tudo aquilo que eles almejam, na prática, até hoje foi conquistado com as práticas que eles condenam. Quando ironizarem o assistencialismo, traga estudos acadêmicos sobre seus resultados e deixe claro que esse é um pilar do capitalismo, para que ele mesmo não desabe em crise. Quando ele disser que o usuário financia o tráfico, pergunte se ele concorda que quem usa gasolina não é igualmente culpado pela guerra por petróleo no Oriente Médio.
REACIONÁRIOS XENÓFOBOS
Nessa categoria, incluem-se os que pensam que São Paulo é a locomotiva do Brasil, que defendem que o Sul se separe para formar um país de melhor IDH, que chamam tudo o que vive nas regiões Norte e Nordeste de “baiano” e os culpam pela crise urbana no Sudeste e, claro, as patricinhas e os mauricinhos que vão a aeroportos vaiar médicos cubanos. Esse tipo é complicado, porque é do tipo que tem medo de perder o pouquinho que tem pra “esses pobres”.
O problema: Eles vão defender a superioridade de suas categorias. São meritocratas quando lhes convém, acham que um diploma te faz uma pessoa mais íntegra, mas colam em provas e compram carteiras de motorista. Eles acreditam que o êxodo rural encheu a cidade de gente “vagabunda”, mas dependem do serviço desses “vagabundos” até pra fazer um almoço. Quando você os contrariar, vão tentar te associar ao crime organizado ou ao terrorismo. E também vão dizer que “se usa chinelo não é índio”.
Debatendo: Desse grau pra baixo vai ficar difícil debater, já avisamos. Felizmente, as estatísticas atuam contra esses reacionários, assim como a política internacional, mas essas são esferas que eles não compreendem. E como eles também nunca “sentiram na pele” os problemas sociais, você vai ter que usar metáforas. Só não faça ironias com “Playstation” e “iPhone”, porque isso os deixa fora de controle.
REACIONÁRIOS RACISTAS E SEXISTAS
Esses vêm quase por último por uma razão. Sabemos que racismo e sexismo não são exclusividade de reacionários. Sofremos muito com isso mesmo dentro dos grupos que se afirmam revolucionários. Mas essa junção funesta gera um dos piores tipos: o fascistoide. Eles não odeiam a Dilma pelas contradições de seu governo, mas essencialmente porque ela é mulher. Eles acreditam que liberdade de expressão é poder praticar ódio e discriminação sem sofrer consequências. Eles acreditam numa diferença “natural” fantasiosa entre homens e mulheres, entre brancos e negros, e entre heterossexuais e homossexuais que está muito distante da realidade científica. E por conta disso eles são máquinas de agressão e opressão, ainda que alguns de modo inconsciente.
O problema: Eles são preconceituosos e discriminadores, mas quando você apontar isso, alegarão perseguição. Eles vão dizer que o dia da consciência negra e as cotas nas universidades é que são racistas, porque desprezam a história e a cultura do país, se pautando num silogismo pobre. Eles não sabem diferenciar a violência do opressor e a resistência do oprimido. Acima de tudo, eles não conseguem compreender porque as pessoas os chamam de machistas, racistas ou homofóbicos quando eles abriram um discurso com “eu tenho vários amigos gays, mas…” ou “eu respeito muito minha mulher e minhas filhas, mas…”. Pra finalizar, eles não entendem que democracia é o governo do povo. Todo o povo, e não só a maioria do povo.
Debatendo: Não se debate com fascistoides. Se os expurga. Você teria mais trabalho tentando convencer algum desses xucros sem educação do que são direitos humanos do que se tentasse convencer uma macieira a dar laranjas.
REACIONÁRIOS MAL EDUCADOS
Esses reacionários são reacionários porque eles acham descolado. Eles têm amigos economistas, ou assistiram a uma meia dúzia de vídeos do Olavinho ou do Daniel Fraga, então eles pensam que sabem do que estão falando. Eles têm uma gramática horrível, ignoram pontuações e têm uma tendência a escrever tudo em caixa alta (caps lock) e com vários pontos de exclamação, ASSIM!!! ACORDA BRASIL!!! ESSE É O PAÍS QUE VAI SEDIAR A COPA!!!???!!!. Irritante, não? Eles também esperam que você acredite em tudo o que eles dizem, só porque estão dizendo. E também citam vídeos de opinião quando você pede fontes que comprovem o que eles dizem.
O problema: É difícil categorizar problemas num debate de ogros que não sabem se comunicar. Eles mal compreendem qual é seu posicionamento político, só repetem o que ouviram de um amigo ou viram num vídeo. Eventualmente, publicarão essas correntes mentirosas, com casos de um “famoso professor” que nunca existiu, ou do “grande economista” que nunca disse aquilo. Eles são 100% cegos aos fatos e só dão atenção ao que reforça suas crenças irracionais.
Debatendo: Não há lógica ou fatos que os vá convencer de nada. Você pode ser doutor na área, eles vão inventar uma desculpa do tipo “seu professor de história mentiu pra você” ou “esquerda e direita é coisa do passado”. No lugar de discutir com eles, tente explicar álgebra ao seu animal de estimação. Há mais chances de sucesso.
Esperamos que esse informativo lhes seja útil, ou ao menos que tenha servido como um desabafo coletivo. Lembrem-se disso antes de entrar em debates incansáveis nas redes sociais, pois nem sempre vale a pena. E saiba que esses grupos de reacionários reproduzem entre si e evoluem, como pokémons, então você poderá encontrar híbridos ou formas muito extremas de qualquer um deles.
***
O texto acima foi inspirado no artigo “The 7 types of republicans and how to debate with them”, de Matthew Desmond, na AddictingInfo.

Nelson Mota, O BOSTA!

Quem é Nelson Mota? UM BOSTA!
Como diziam Tim Maia "o nelsonmota é UM quase nada" (ele falava assim, como se fosse um nome só).
Um bosta!
Que agora se deu ao desplante de falar de ....politica!
O que? Política?
Isso mesmo, é o mais novo "pensador político" do BLOBO.
A que ponto chegou a família Marinho.
É o Jabour na TV e esse bosta no jornal.
Não diz coisa com coisa.
BOSTEJA o tempo todo. 
E não dá para falar de outro jeito. 
Desculpem.
Um cara sem a menor expressão. 
Um oportunista que se meteu a jornalista (deve até ter a carteira do sindicato, que se nega a me conceder, pois não tenho "faculdade")
E esse bosta tem?
Que jornalismo é esse que fala MENTIRAS o tempo todo. 
Leiam a última pérola dele. 
Faço questão de postar para que vocês leiam. 
Um bosta que se mete a falar de LULA, e de política como se entendesse de alguma coisa.
É o mais novo ÓDIOTA, a prestar favor a quem lhe dá emprego.
UM BOSTA!

Peça dá detalhes de suborno a ex-braço direito de Covas

Robson Marinho, porém, não foi denunciado porque tem foro privilegiado por ser conselheiro de tribunal de contas; seu caso é analisado pelo STJ


Peça dá detalhes de suborno a ex-braço direito de Covas
"Robson Marinho é suspeito de receber US$ 1 mi"

Documentos citados na primeira denúncia contra o cartel da energia revelam intenso fluxo de depósitos que somaram US$ 953,69 mil na conta 17321, alojada no Credit Lyonnais Suísse - Credit Agricole, em Genebra, controlada pelo conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado, ex-chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB).

Os depósitos foram realizados entre 1998 e 2005 pelo empresário Sabino Indelicato, denunciado pelo Ministério Público Federal no caso Alstom por corrupção ativa. A Procuradoria atribui a ele o papel de pagador de propinas.

Robson Marinho é alvo de investigação criminal perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque detém foro privilegiado como conselheiro de contas. Por este motivo, não podia ser incluído na denúncia do caso Alstom.

Em trechos da denúncia há menção ao ex-braço direito de Covas. Autoridades suíças comunicaram o rastreamento de 8 transferências da conta 17322-9, controlada por Indelicato, em favor do tucano. 

A primeira delas em 19 de junho de 1998, no valor de US$ 326,13 mil. Em 2005, dois depósitos, um no dia 28 de fevereiro (US$ 242,96 mil) e outro em 15 de março (US$ 121,52 mil).

Há uma correspondência de Indelicato, por fax, para o banco suíço, em 21 de maio de 2005. "Solicito transferir da minha conta para a conta do sr. Robson Marinho a quantia de US$ 36 mil. Obrigado. Sabino Indelicato, c/c 17322-9."

Outro dado revelador mostra relações de Marinho com a MCA Uruguay, offshore constituída em Tortola, Ilhas Virgens Britânicas, para executar o fluxo de pagamento de propinas da multinacional francesa.

O mapeamento das autoridades suíças indica que a MCA repassou US$ 146,46 mil para o conselheiro que tem a missão de julgar contas de 644 municípios paulistas e do governo estadual. 

A transferência da MCA foi efetuada em 17 de março de 1998. Segundo a investigação, o dinheiro foi transferido da conta da offshore no Banco Audi, em Nova York, para a conta 17321, de Marinho, em Genebra.

No mesmo dia em que fez o depósito na conta de Marinho, a MCA Uruguay transferiu US$ 73,23 mil para a conta 17322, de Indelicato, no Credit Agricole.

A MCA recebeu R$ 40,11 milhões da Alstom, entre 2000 e 2007, por serviços de consultoria que não foram prestados – a offshore só manteve um funcionário naquele período.

Empresário de São José dos Campos (SP), Indelicato é o dono da Acqua Lux Engenharia e Empreendimentos e amigo de Marinho há quase 30 anos. Indelicato foi secretário de Obras do tucano na Prefeitura local, anos 80, antes de Marinho chegar à Casa Civil de Covas.

A empresa do amigo de Marinho foi o artífice do trânsito do dinheiro da corrupção, afirma a Procuradoria. "O Grupo Alstom, visando internalizar dinheiro que seria utilizado para o pagamento de vantagem indevida, depositava valores na conta desta empresa (Acqualux)."

Por meio da Acqua Lux, Indelicato recebeu R$ 2,21 milhões do Grupo Alstom, entre 1999 e 2001, "em falsos contratos de consultoria". "Sabino recebeu transferências da Cegelec (Grupo Alstom) no Brasil para pagamento de subornos."

Debruçado na documentação enviada pela Suíça, o procurador Rodrigo De Grandis não perdeu tempo. Ele constatou que parte dos valores que a Alston repassou para a Acqualux caiu em contas de Indelicato, em Genebra – depois, o dinheiro seguiu para a conta do conselheiro. 

O procurador aponta "vultosos depósitos na Suíça, em contas em nome de Indelicato, as quais foram utilizadas para a movimentação e ocultação dos valores ilícitos".

A documentação que a Suíça enviou ao Brasil sobre as transações financeiras de Robson Marinho mostra que, em 1.º de fevereiro de 2001, ele transferiu US$ 65 mil para a conta 17323-7, no banco Credit Lyonnais, de responsabilidade de José Adailson Vieira Pinto – ex-secretário municipal de São José dos Campos (SP) e presidente da Urbanizadora Municipal (Urban), entre 1984 e 1988, parte da gestão Marinho, que foi prefeito da cidade entre 1983 e 1986. Adailson já faleceu.

Os investigadores apontam que o conselheiro do TCE foi contemplado com quantia superior a US$ 1 milhão para agilizar a aprovação de garantia dos equipamentos adquiridos no âmbito do contrato Gisel 10.

"Restou apurado o pagamento de vantagens ilícitas para que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo aprovasse a inexigibilidade de licitação", apontam os procuradores da República Rodrigo De Grandis e Andrey Borges de Mendonça, detentores de ampla experiência em ações sobre crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

"Em 27 de novembro de 2001 houve o julgamento pelo TCE, em que apenas três meses depois fora aprovada a inexigibilidade de licitação para a prorrogação da garantia", aponta a Procuradoria. "Importa destacar a rapidez com que o contrato foi aprovado pelo TCE. Segundo se apurou, a análise mencionada ganhou fama de ser uma das mais rápidas, por que ocorreu em apenas três meses, quando a média seria de 5 anos."

O procurador Rodrigo De Grandis repassou imediatamente ao STJ todas as informações relativas a Marinho. Ele manteve sob sua alçada apenas papéis sobre alvos que respondem na Justiça de primeiro grau.

Marinho não julgou projeto Gisel, reage advogado de defesa
O criminalista Celso Vilardi, que defende Robson Marinho, disse que está de posse de certidão do Tribunal de Contas do Estado que mostra que "a única participação (do conselheiro) foi com relação a uma extensão de garantia de equipamentos".

 Vilardi destaca que Marinho "jamais julgou ou participou de qualquer julgamento do projeto Gisel". O criminalista reiterou que Marinho "só se manifestou sobre a garantia, o que ocorreu anos depois (do contrato do projeto Gisel), ele não tem nada a ver com isso". 

"A única participação de Robson foi em 2001, quando estava na pauta a extensão da garantia. O projeto Gisel foi aprovado, tinha que entregar as máquinas e a obra demorou mais que o tempo determinado. A garantia vencia em 2001.

" Sobre os depósitos na Suíça, Vilardi observou: "Eu não tenho conhecimento de nenhuma documentação que tenha sido obtida por canais oficiais."
Direto do portal MSN

Quero ver protestos no Carnaval! Cadê os "black blocs" da Globo!

Ainda não vi movimento de "queremos hospitais padrão desfile de Escolas de Samba. 
Onde está a tchurma indignada com a Copa. Carnaval são 4 dias direto de desperdício de dinheiro público. 
Os coxinhas vão ficar quietinhos. 
Não pode. 
Tem que impedir o Cacique de Ramos e o Bafo da Onça de gastarem subsídios públicos. 
Comoéquié, ninguém vai se mexer. 
Portela, Salgueiro, Mangueira. 
Quero ver cartazes na rua e black blocs dando porrada (no Carnaval). 
Cambada de bundões. 
 Cadê vcs nas "redes sociais". 
Vamo lá putada. 
Bota pra quebrar. 
Interditar a Marques de Sapucaí. 
É dinheiro público a beça. 
Aí vai chegar a Copa, a Globo vai insuflar vcs. 
E um bando de otários vai pra rua. 
Alô Miriam Leitão, Azevedo, Mainardi; não vão convocar "o gigante adormecido" no Carnaval. 
O mundo inteiro vai estar de olho. 
Cuméquié macacada! 
Vão arregar!

Imagina se o José fosse o Dirceu!


Paulo Nogueira, via Diário do Centro do Mundo
Troque um José por outro. Em vez de Serra, Dirceu.
Imagine agora: um homem de Dirceu – um daqueles que acompanham alguém por toda parte, de Brasília a São Paulo – ignora uma denúncia de corrupção que pode chegar a meio bilhão de reais.
São cinco “mensalões”, para você ter uma ideia da magnitude da ladroeira.

Continuemos. O homem de Dirceu confirma que recebeu a denúncia. E afirma que desistiu de levar adiante qualquer investigação depois que os acusados disseram que não estavam roubando nada. Diz que ficou surpreso ao saber que estavam sim roubando. Pausa para rir. Surpresa mesmo seria se sujeitos acusados de roubar admitissem. Enfim.

Você imagina o que aconteceria se o José fosse o Dirceu: capas sobre capas da Veja pontificando sobre o mar de lama. Reportagens histéricas do Jornal Nacional repercutindo cada “descoberta” nova da Veja. Editoriais do Estadão dando lições de decência. Colunistas como Jabor, Merval e derivados disputando quem usa mais vezes a palavra corrupção.

Mas como o José é Serra não acontece nada. O homem de Serra – Mauro Ricardo – é apresentado como “secretário de Kassab”. Até quando Serra vai escapar da obrigação de prestar contas em casos de corrupção como o do Metrô e, agora, o das propinas na Prefeitura de São Paulo para liberar prédios?
Para saber quanto são ligados Serra e Ricardo pego uma reportagem de 2010 do Valor Econômico e reproduzo algumas palavras. O título era: “O implacável braço direito de Serra”.

Ricardo trabalhava então fazia 15 anos com Serra. E era “um nome certo para compor um eventual ministério do candidato tucano à Presidência”.

Mauro Ricardo é um dos raros elos entre Serra e Aécio. Em janeiro de 2003, então governador de Minas, Aécio pediu a Serra alguém para a presidência da Copasa, a estatal mineira de saneamento. Serra indicou Mauro Ricardo.

Mais recentemente, ele foi contratado para ser secretário das Finanças do prefeito de Salvador ACM Neto. O site Bahia Notícias, em março passado, publicou uma reportagem que trazia documentos com problemas judiciais que Ricardo vem enfrentando.

O título: “Secretário ‘importado’ de SP por ACM Neto já foi condenado e responde por supostos desvios”. Um dos casos listados pelo site se refere ao tempo em que Ricardo, por indicação de Serra, comandava a Suframa, Superintendência da Zona Franca de Manaus.

Disse o site Bahia Notícias:
“O Ministério Público Federal o responsabilizou pelo superfaturamento de uma obra de melhoramento e pavimentação de um trecho de 34 km da BR 319, entre o Amazonas e o Acre. Para a Procuradoria da República, a obra, que custou R$11,3 milhões aos cofres da União, era “superfaturada” e “desnecessária”, pois a conservação da rodovia estava sob supervisão do Exército.”
Mais uma vez. Troque de José. Imagine se Mauro Ricardo fosse ligado a Dirceu, e não a Serra. As manchetes, as colunas, as denúncias. Mas, em vez disso, um silêncio camarada, como se nada estivesse ocorrendo.

Palmas para a mídia brasileira, aspas, e seu cinicamente seletivo conceito de moralidade.

Trensalão tucano: Segundo PF, consultoria fantasma levou R$52 milhões


by bloglimpinhoecheiroso
O dinheiro pago pela Alstom e mais duas empresas do cartel – Bombardier e Tejofran – por consultorias fictícias em São Paulo foi redistribuído como propina por quatro empresas, de acordo com a Polícia Federal.

Flávio Ferreira, Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credendio, via Portal UOL

Empresas acusadas de fraude em licitações de trens no Estado de São Paulo pagaram R$52 milhões a firmas de consultoria investigadas pela Polícia Federal sob a suspeita de repassar propina a políticos e funcionários públicos desde o fim da década de 1990.

Algumas dessas consultorias foram identificadas pela primeira vez em inquérito aberto pela PF em 2008 para investigar negócios da multinacional francesa Alstom com empresas do setor elétrico e de transporte, controladas pelo governo estadual.

Neste ano, a PF ampliou o foco das investigações para empresas denunciadas pela alemã Siemens ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) como participantes de um cartel que combinou o resultado de várias concorrências do Metrô e da CPTM entre 1998 e 2008.
De acordo com a PF, que examinou a movimentação financeira de quatro consultorias sob suspeita, elas receberam repasses da Alstom e de duas outras empresas acusadas de participar do cartel, a canadense Bombardier e a brasileira Tejofran.

 Propina

A polícia trabalha com a hipótese de que essas consultorias simulavam a prestação de serviços e eram usadas para distribuir propina a políticos e funcionários ligados ao PSDB, que governa o Estado de São Paulo desde 1995.

A Siemens também é alvo de investigações da polícia. Em 2008, um executivo da empresa apresentou anonimamente uma denúncia à direção da companhia na Alemanha e afirmou que ela também usou consultorias brasileiras para repassar propina a políticos e funcionários.

Segundo a PF, a Alstom pagou R$45,7 milhões à consultoria MCA, do empresário Romeu Pinto Jr. na época dos repasses.

O dinheiro foi depositado em contas controladas por ele no Brasil e na Suíça.

Em depoimentos à PF e ao Ministério Público, em 2009 e 2012, o consultor disse que não prestou os serviços indicados nos recibos entregues à Alstom e que foi usado para distribuir propina. Pinto Júnior afirmou que entregava o dinheiro a motoboys de doleiros e não sabe a quem ele foi repassado depois.

De acordo com os relatórios da PF sobre a movimentação financeira dessas empresas, a Alstom também transferiu R$4,8 milhões à ENV, pertencente ao consultor Geraldo Villas Boas, e à Acqua-Lux, controlada por Sabino Indelicato, ligado a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Marinho foi chefe da Casa Civil no governo de Mário Covas, entre 1995 e 1997, e é investigado em outro inquérito por ter foro privilegiado.

A atual diretoria da Alstom diz desconhecer as investigações da PF. Em depoimento à polícia, Villas Boas e Indelicato negaram que o dinheiro fosse destinado a políticos.

A Bombardier e a Tejofran pagaram R$1,5 milhão entre 2005 e 2009 à consultoria BJG, controlada pelo ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos José Fagali Neto, que começou a ser investigado pela PF em 2008, quando foram descobertos depósitos da Alstom em seu nome na Suíça.

A Justiça da Suíça bloqueou US$6,5 milhões depositados no exterior após encontrar o nome de Fagali Neto em papéis da Alstom que faziam referência ao pagamento de propina no Brasil.

A Bombardier diz que contratou a BJG para assessorá-la em concorrências, fazendo pagamentos “absolutamente lícitos”. A Tejofran diz que os valores pagos são compatíveis com as consultorias.

Como a Folha revelou no último dia 23, Fagali Neto recebia informações sobre planos do governo estadual de um alto funcionário da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Pedro Benvenuto, que pediu demissão após a revelação.

O delegado Milton Fornazari, responsável pelas investigações da PF, indiciou Fagali Neto e os outros três consultores por suspeita de corrupção ativa. Fagali Neto diz que pode provar que suas consultorias existiram.

A PF entregou relatório sobre os negócios da Alstom em São Paulo em agosto de 2012, mas o procurador Rodrigo de Grandis considerou que a investigação era insuficiente para levar o caso à Justiça e pediu novas apurações. Ele demorou mais de um ano para chegar a essa conclusão.

Sérgio Cabral: a crônica de um tombo anunciado

'Carta Maior' começa hoje a publicar uma série de reportagens de balanço sobre o governo Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro. Este primeiro texto discute a própria figura do governador. Entre o desenvolto Cabral que foi reconduzido ao cargo ao conquistar impressionantes 5,2 milhões de votos, no primeiro turno das eleições de 2010, e o acuado governante que vem sendo, nas últimas semanas, o principal alvo de manifestações de rua, o tempo expôs um roteiro de pecados. Por Maurício Thuswohl, do Rio de Janeiro

 
 



Rio de Janeiro – Poucas vezes na história brasileira um governador de um estado tão importante, democraticamente eleito e reeleito e com bons resultados na economia e em outros setores de grande apelo como segurança pública, despencou de tão alto e em tão pouco tempo em termos de popularidade e prestígio político. Entre o desenvolto Sérgio Cabral que foi reconduzido ao governo do Rio de Janeiro ao conquistar impressionantes 5,2 milhões de votos no primeiro turno das eleições de 2010 e o acuado governante que vem sendo, nas últimas semanas, o principal alvo de manifestações de rua que já extrapolaram as fronteiras fluminenses, o tempo expôs um roteiro de pecados. Este inclui, entre outras coisas, as denúncias de envolvimento com a empreiteira Delta, os atritos provocados pelo processo de concessão do Maracanã à iniciativa privada, a ausência em momentos de tragédia que afetaram a população e o desgaste da principal bandeira do governo: a política de instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em áreas da capital antes controladas pelo tráfico de drogas.

O tamanho do tombo político de Cabral pode ser medido. Os eleitores do Rio de Janeiro, em outubro de 2010, lhe deram 5.217.972 votos no primeiro turno, o equivalente a 66,08% da preferência do eleitorado, naquela que foi a mais esmagadora vitória eleitoral da história da disputa pelo governo estadual. Menos de três anos depois, em pesquisa de opinião realizada pelo Ibope após as grandes manifestações de rua de junho, o índice de aprovação de Cabral, de apenas 12%, foi o pior entre onze governadores avaliados pelo instituto a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O governador do Rio também foi o que obteve menor índice de aprovação dos eleitores nos quesitos “confiança”, com 25%, e “maneira de governar”, com 29%. Tal resultado reflete o atual estado de fragilidade política de Cabral, simbolizado pelas manifestações diárias que se transformaram em cerco à sua residência no bairro do Leblon.

Embora tenha se acentuado após as manifestações, a queda na popularidade de Cabral não aconteceu da noite para o dia. Dois episódios ocorridos em seu segundo mandato foram considerados pela maioria da população do Rio de Janeiro como particularmente desgastantes para seu governador, segundo o assinalado por pesquisas de opinião. O primeiro deles foi a ausência de Cabral após a tragédia das chuvas que provocou a morte de 900 pessoas na Região Serrana do estado em janeiro de 2011. Em viagem de férias para o réveillon, o governador só apareceu na região dois dias após a tragédia – ele também já estivera ausente no ano anterior, em situação semelhante ocorrida em Angra dos Reis – e viu o que era apenas motivo de piada (suas constantes idas a Paris) se tornar motivo de rejeição.

A capital francesa foi também cenário de outro episódio desgastante para Cabral: a evidenciação de sua ligação com o empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta Construções que, segundo investigações da Polícia Federal e da CPMI instalada no Congresso Nacional, atuou como financiadora de empresas fantasmas criadas pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A divulgação, em abril de 2012, de fotos, tiradas dois anos e meio antes, nas quais Cabral e alguns de seus secretários aparecem ao lado de Cavendish em um restaurante de Paris com guardanapos na cabeça, em um momento de evidente descontração, aliada à informação de que a empreiteira recebera R$ 1,5 bilhão em contratos do governo estadual durante sua gestão, deram mais um empurrãozinho ladeira abaixo na popularidade do governador do Rio.

Helicópteros
Um deslocamento em helicóptero para uma festa de aniversário de Cavendish realizada em Trancoso, na Bahia, em junho de 2011, provocou a morte de sete pessoas, incluindo a namorada do filho de Cabral. O governador, que embarcaria no voo seguinte, escapou da tragédia por pouco, mas não da exposição pública de sua relação com o empresário, justamente em meio a um momento de dor. Curiosamente, a revelação, em julho deste ano, dos detalhes da rotina de utilização dos helicópteros oficias pelo governador foram o estopim das mobilizações que cercaram sua residência no Leblon.

Agora investigada pelo Ministério Público, essa rotina teria custado R$ 3,8 milhões anuais aos cofres do Estado e era feita por idas diárias de casa até o Palácio Guanabara – em um percurso que poderia ser percorrido de carro em 15 minutos - e incluía idas e voltas nos fins de semana para a cidade litorânea de Mangaratiba, onde Cabral tem uma sofisticada casa de praia, com direito ao transporte de toda a família, amigos, babás, médicos, cabeleireiros e o cachorro de estimação Juquinha, simpático animal que já entrou para o folclore político carioca. Em 5 de agosto, o governador baixou um decreto determinando que integrantes do primeiro escalão do governo somente poderiam utilizar os helicópteros em “atividades próprias do serviço público”. Três das sete aeronaves que serviam a esse grupo foram cedidas ao Corpo de Bombeiros, à Polícia Civil e à Polícia Militar, respectivamente.

Efeito Maracanã
Em meio a esse calendário de eventos que corroeram a popularidade de Cabral, nenhum outro teve efeito tão contundente quanto o processo de concessão do Maracanã a um consórcio privado constituído pelas empresas brasileiras Odebrecht (que já havia sido responsável pela reforma do estádio) e IMX (do empresário Eike Batista) em parceria com a norte-americana AEG. Após uma demorada reconstrução, com custos que, após a última correção, são estimados em R$ 1,2 bilhão, a população recebeu de volta um belíssimo estádio, é verdade, mas com preços de ingressos e serviços muito acima da média historicamente praticada no outrora maior do mundo. Ao longo dos últimos meses, o clima de insatisfação foi reforçado ainda pela desaprovação da população à decisão, prevista originalmente no projeto de concessão do Maracanã, de demolir outras jóias do complexo esportivo, como o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare, para dar lugar a lojas e estacionamentos.

Pois justamente o Célio de Barros e o Júlio Delamare, que acabam de ter suas demolições canceladas, se tornam agora símbolos do recuo político protagonizado por Cabral, que parece em busca de pisar novamente terra firme após o persistente momento de turbulência. Reverter a pressão social e a queda na popularidade e voltar a trabalhar na imprensa uma agenda positiva de governo que inclui investimentos de R$ 211,5 bilhões até 2014 em setores nevrálgicos da economia estadual, como construção naval, siderurgia e petroquímico, entre outros, é uma prioridade do governo. Para que o governador volte a ter o prestígio e a desenvoltura política de tempos atrás, a recuperação junto à opinião pública, se possível, deverá acontecer a tempo de não atrapalhar sua provável candidatura ao Senado no ano que vem, assim como o candidato do PMDB à sua sucessão, o vice-governador Luiz Fernando Pezão.

Nas poucas entrevistas que concedeu após as manifestações de junho, um cabisbaixo Cabral pediu aos manifestantes que cercavam seu prédio que pensassem no susto que estavam causando aos seus filhos de seis e onze anos, revelou a humildade que o convívio com o Papa Francisco havia lhe incutido e disse que seu principal objetivo agora é defender o legado de seu governo e eleger Pezão em 2014. Ainda na retaguarda, evita falar sobre si próprio: “Neste momento, meu futuro político não é prioridade. Prioridade é o futuro do Rio de Janeiro”, tem dito aos interlocutores.

Tudo é política, estúpido!


Jornalistas sabem que há profecias que se autorrealizam. Há um interesse explícito em convencer o leitor, em especial aquele que toma decisões em empresas e outras instituições, de que o país está mergulhado numa crise

 
Postagem da foto - O Broguero

Por Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa
O leitor ou leitora atenta de jornais e revistas pode achar que as notícias são uma espécie de carrossel que gira continuamente, trazendo a cada ciclo novas informações sobre indicadores econômicos, competições esportivas, dados sobre saúde e educação e declarações de políticos.

Tudo parece seguir um curso fiel à realidade objetiva. No entanto, quando essa observação é respaldada por pesquisas sobre jornalismo, o olhar pode ir mais longe e a compreensão dos processos midiáticos tradicionais se torna mais acurada.

Note-se, por exemplo, o que se pode apurar com a leitura do livro intitulado Liberalismo autoritário, publicado em 2011 pelo cientista social e historiador Francisco Fonseca, professor da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Com base em amplo estudo, que em sua forma final comporta mais de 300 páginas, Fonseca demonstra como a imprensa brasileira contribuiu ativamente para a criação do atual sistema político-partidário, que agora procura demonizar.

Ele destrincha o discurso homogêneo e manipulador da mídia tradicional, mostrando como um conceito especial de moralidade pública é usado pelo jornalismo brasileiro para influenciar as instituições da República.

Embora seja tarefa difícil e sujeita a riscos resumir as conclusões de um trabalho acadêmico que envolveu consultas a milhares de páginas de jornais e revistas durante anos, pode-se afirmar que o livro demonstra com fartura de provas como a imprensa se move continuamente numa mesma direção, mesmo que eventualmente esse trajeto aponte num sentido contrário ao interesse da sociedade.

Essa visão é sempre pautada por um complexo de ideias e convicções que repetem os valores definidos como “liberalismo”. Tudo que se opõe a esse conjunto de crenças passa a ser demonizado. A construção desse discurso pode ser percebida em qualquer edição de qualquer um dos principais jornais brasileiros.

Na quinta-feira (25/7), por exemplo, os três diários de circulação nacional destacam em suas seções de economia o aumento de 5,9% para 6% no índice de desemprego no Brasil, no mês de junho passado, em relação ao mesmo mês de 2012.

Títulos de reportagens e colunas tentam convencer o leitor de que ingressamos numa crise de desemprego. O Globo faz blague: “Jovens na rua. No olho da rua”. O Estado de S.Paulo destaca em página inteira: “Desemprego sobe para 6% em junho”. A Folha de S.Paulo publica infográfico para afirmar que “mercado de trabalho perde fôlego”.

Trata-se, observe, de uma variação de 0,1 ponto porcentual em um ano, num contexto considerado de pleno emprego.

Distorcendo os fatos

No mesmo dia, o principal jornal de economia e negócios do País, o Valor Econômico, traz como manchete: “Multinacionais elevam captação via empréstimo”. Na análise de conjuntura, que é onde a informação sobre desemprego pode ser contextualizada, observa-se que a oferta de emprego caiu porque a indústria reduziu o número de postos de trabalho.

Em outras fontes se observa que a indústria cortou postos, em parte, por causa do clima de pessimismo (criado pela imprensa). A questão inclui ainda o aumento da população ativa, ou seja, do número de brasileiros que, completando os estudos, passam a aparecer nas estatísticas dos que procuram trabalho. Além disso, não há estudos atualizados sobre o verdadeiro potencial do mercado de trabalho no Brasil.

Mas os jornais que pautam a agenda institucional do Brasil desprezam o contexto quando um dado isolado vem a calhar para sua versão da realidade.

Jornalistas sabem que há profecias que se autorrealizam. Há um interesse explícito em convencer o leitor, e em especial aquele leitor que toma decisões importantes em empresas e outras instituições, de que o país está mergulhado numa crise.

Para esse interesse específico, é importante convencer a sociedade de que os principais trunfos da política econômica inaugurada há dez anos, a oferta de emprego e o aumento da renda do trabalhador, estão se esgotando.

Martelar continuamente a tese de que vivemos uma crise é uma forma sempre eficiente de produzir alguma crise. No entanto, embora pareça que a imprensa tradicional atua como partido político de oposição ao atual governo, essa não é uma afirmação que vale para todas as circunstâncias: na verdade, conforme se pode apreender da leitura dos jornais e com respaldo no trabalho do professor Francisco Fonseca, o que se conclui é que a imprensa atua sempre em favor da ideologia com a qual ela se identifica. Seja qual for o partido no governo.

Torna-se oposição a qualquer governo que ouse sair dos dogmas do chamado liberalismo econômico e da visão de mundo segundo a qual a sociedade deve ser dirigida por uma elite econômica e intelectual de perfil conservador. Portanto, é preciso rever a famosa frase do consultor James Carville, que serviu ao ex-presidente americano Bill Clinton. Ao explicar a vitória de Clinton, nas eleições de 1992, ele escreveu num quadro de avisos: “É a economia, estúpido!”

No caso brasileiro, é preciso corrigir:
 “Na imprensa tudo é política, estúpido!”.

Vamos ver se realmente é para mudar, ou só jogo de cena!

Câmara é provocada por petistas a examinar imposto sobre grandes fortunas

  Por Redação - de Brasília

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José Guimarães quer retomar discussão sobre o imposto sobre grandes fortunas

A Câmara dos Deputados receberá, nas próximas horas, a proposta aprovada pela direção da bancada petista de acelerar a discussão sobre a cobrança de impostos maiores sobre as grandes fortunas no país. Segundo o líder dos parlamentares da legenda, deputado José Guimarães (PT-CE), o debate recolocado na pauta pela presidenta Dilma Rousseff, “convida o Congresso a se debruçar sobre o assunto”.

– Independentemente se é constituinte exclusiva ou especifica, o importante é que a presidenta pautou o debate da reforma política. O Congresso Nacional tem o dever de tratar desse tema – afirmou Guimarães.

A partir daí, o deputado entende que todos os projetos ligados ao assunto, em tramitação na Casa, precisam ser repensados na forma e na velocidade com que tramitam no Congresso. O imposto sobre grandes fortunas é um deles.

Prevista no artigo 153 da Constituição, a medida foi um dos itens estabelecidos pela bancada petista como prioridade. Segundo Guimarães, o financiamento do pacto da mobilidade urbana requer a retomada do debate sobre a taxação das grandes fortunas.

– Como financiar a melhoria desses serviços se não fizermos isso? Não tem como. O empresariado também tem que ajudar. Por que só os cofres públicos? – questiona.

Guimarães lembra, ainda, que tramitam na Casa mais de dez projetos sobre a matéria. Entre eles, propostas de parlamentares do PT. O líder se referiu aos projetos de lei apresentados por um conjunto de parlamentares liderados pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), no âmbito da reforma tributária. 

A ideia central das propostas é fazer com que o sistema tributário brasileiro abandone a característica regressiva – quem ganha menos paga mais e adote um caráter progressivo, ou seja, quem ganha mais paga mais.

O líder da bancada propõe a construção de um entendimento com os demais partidos com representação na Câmara, sobre a forma de votar a matéria.

– Podemos votar a proposta nas duas Casas ou aguardamos o plebiscito. A discussão sobre a forma é o caminho mais curto para inviabilizar esse debate. Vamos discutir o conteúdo – disse.

Tanto Guimarães quanto o presidente nacional do PT, Rui Falcão que participou da reunião da bancada, lembraram que desde que a Câmara deixou de votar a reforma política, o partido iniciou uma campanha coletando assinaturas para viabilizar um projeto de lei de iniciativa popular que trata da reforma.

– Já coletamos cerca de 300 mil assinaturas. A nossa proposta tem sido muito bem recebida pela população. Acredito que a iniciativa da presidenta Dilma de pedir ao Congresso que examine a possibilidade de uma consulta popular, reforça a luta em defesa da reforma política – concluiu Falcão.
Deu no Correio do Brasil