Mostrando postagens com marcador CACHOEIRA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CACHOEIRA. Mostrar todas as postagens

Cachoeira e suas digitais em Sampa


Os técnicos da CPI do Cachoeira acabam de concluir um levantamento completo de todos os contratos firmados em São Paulo, governo estadual e prefeitura da capital, com a Delta Construções, ligada ao esquema criminoso comandado pelo bicheiro. É coisa de 1,2 bilhão de reais. O resultado, além de revelador sobre as relações dos governos do PSDB com a empresa-mãe da quadrilha de Cachoeira, trouxe à tona uma suspeita sobre os bastidores dos negócios milionários fechados na gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD), sob a influência do senador cassado Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.

Uma interceptação telefônica realizada pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo captou um diálogo entre Cachoeira e Cláudio Abreu, diretor da Delta na Região Centro-Oeste, onde ambos discutem contratos da empreiteira com a prefeitura de São Paulo. No grampo, de 31 de janeiro deste ano, o bicheiro pergunta a Abreu o resultado de uma conversa do ex-presidente da Delta Fernando Cavendish com Kassab sobre um contrato ainda não identificado. O diretor da construtora faz uma revelação: em consideração ao então senador Demóstenes Torres, o prefeito de São Paulo teria triplicado os valores do tal contrato. A conversa é a seguinte, retirado do áudio ao qual CartaCapital teve acesso:

Carlinhos Cachoeira: Outra coisa, Cláudio, você falou pro Fernando (Cavendish) do negócio lá do Kassab?
Cláudio Abreu: Ih, cara… Eu vou encontrar com ele mais tarde, eu vou voltar lá pra dar um retorno pra ele. Mas fala aí, o que é o negócio lá? Do contrato, né? Ele fez as coisas lá, né? Até pelo professor (Demóstenes Torres), né?
Cachoeira: Ele (Kassab) falou que triplicou o contrato por ele (Demóstenes).

De acordo com o levantamento feito pela CPI, a prefeitura de São Paulo tem três contratos com a Delta, firmados entre 2004 e 2012, num valor total de 307,6 milhões de reais. Um da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb), de 93,7 milhões de reais. Um de urbanização da favela de Paraisópolis, via Secretaria de Habitação, de 15,4 milhões de reais. E um da São Paulo Transporte S.A. (SPTrans), de 12,2 milhões de reais. Pela data do grampo da PF, não é possível detectar exatamente qual dos contratos teria sido triplicado, pois todos abarcam também o ano fiscal de 2012. Segundo Emerson Figueiredo, assessor de imprensa da prefeitura, Kassab “desconhece o diálogo, seus supostos autores e considera improcedente o seu conteúdo”.

As relações entre a Delta e o governo estadual tratam de cifras maiores, cerca de 943 milhões de reais, em valores corrigidos, referentes a contratos firmados durante os governos tucanos de José Serra (765 milhões de reais) e Geraldo Alckmin (178 milhões de reais), entre 2002 e 2012. Os negócios foram firmados a partir de demandas de cinco estatais: Desenvolvimento Rodoviário (Dersa), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A principal obra contratada pelo governo estadual à Delta, na gestão de Alckmin, é o chamado Consórcio Nova Tietê, de ampliação da avenida marginal ao Rio Tietê, no valor de 149,9 milhões de reais. O contrato valeu de 22 de junho de 2009 a 10 de abril de 2012. Ao analisar a transferência de recursos do consórcio para a conta da Delta, os técnicos da CPI concluíram que as empresas envolvidas na obra não possuem controle de compensação de créditos e débitos. Dessa forma, uma empresa pode ter subcontratado a outra e pago o valor total pelo serviço. Por esse artifício, a diferença de eventual desvio de dinheiro público, por meio de superfaturamento ou pela falsa notificação de entrega real do serviço, é devolvida ao subcontratante, sem fiscalização alguma.

A Delta pode ter acertado um esquema de lavagem de dinheiro por meio de subterfúgios burocráticos. Além disso, segundo a avaliação da CPI, as empresas subcontratadas pela construtora possuem entre si contratos mútuos de diferentes obras, serviços ou negócios (lícitos ou ilícitos) e fazem pagamentos entre si sem compensar valores por meio de controle contábil (oficial ou não).
As informações da CPI a respeito dos contratos estaduais coincidem com um levantamento anterior feito pela repórter Conceição Lemes, do site Viomundo, com base em dados do blog Transparência São Paulo, especializado em análise de contas públicas. A partir dessas informações, foi possível detectar que o contrato da Dersa, referente às obras no Tietê (415 milhões de reais) foi assinado por Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor de Engenharia do órgão até abril de 2010, e pelo presidente da estatal, Delson Amador, que acumulava a superintendência do DER.

Intimamente ligado aos tucanos, Paulo Preto foi apontado como arrecadador de campanha do PSDB e chegou a ser acusado de sumir com 4 milhões de reais supostamente destinados à campanha presidencial de Serra em 2010. Os nomes dele e de Amador aparecem ainda em outra investigação da Polícia Federal, a Operação Castelo de Areia, na qual executivos da construtora Camargo Corrêa foram acusados de comandar um esquema de propinas em obras públicas.
Em 1997, durante a presidência do tucano Andrea Matarazzo, Delson Amador virou diretor da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), depois privatizada. Era responsável pela fiscalização de obras tocadas pela Camargo Corrêa, como a Usina de Porto Primavera e a Ponte Pauliceia, construída sobre o Rio Paraná para ligar os municípios de Pauliceia, em São Paulo, e Brasilândia, em Mato Grosso do Sul. Amador foi chefe de gabinete de Matarazzo na subprefeitura da Sé, na capital paulista.

Uma certidão emitida pela Junta Comercial de São Paulo revela que Heraldo Puccini Neto, diretor da Delta para São Paulo e o Sul do Brasil, aparece como representante legal do Consórcio Nova Tietê. Escutas realizadas pela PF demonstram que Puccini é um dos interlocutores mais próximos de Carlinhos Cachoeira. Documentos da Operação Monte Carlo o apontam como um dos elementos da quadrilha que preparavam editais para ganhar licitações públicas.

Quer saber de Policarpo! Veja aqui!

Lá estão os dois celulares do diretor de Veja em Brasília e os telefones também do seu escritório. Apesar da estreita ligação entre o jornalista e o contraventor preso na Operação Monte Carlo, o PT, que assiste à condenação de suas lideranças e ao ataque explícito ao ex-presidente Lula, não conseguiu convocá-lo a depor na CPI do caso Cachoeira

247 – (061) 9982-7631 e (061) 8226-9904. São esses os dois celulares do jornalista Policarpo Júnior, que fazem parte da agenda pessoal do contraventor Carlos Cachoeira. Lá estão também os telefones (061) 3315-7502 e (061) 3315-7575, do escritório de Veja em Brasília, dirigido por Policarpo.
Como se sabe, Policarpo e Cachoeira têm relações estreitas, que vêm de longa data. Foi o bicheiro quem providenciou a fita sobre Maurício Marinho, que deu origem a uma cadeia de acontecimentos que levou ao escândalo do Mensalão. Foi também Cachoeira quem obteve as imagens do Hotel Naoum, em Brasília, que mereceram uma capa recente de Veja sobre José Dirceu. E foi também Cachoeira quem tramou a queda do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, com denúncias em Veja, para favorecer a construtora Delta.
Na direção contrária, Policarpo pediu ao bicheiro que providenciasse ligações sobre Jovair Arantes, atual candidato a prefeitura de Goiânia pelo PTB  - tarefa que foi repassada pelo contraventor ao araponga Dadá. E não se deve esquecer que Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, quase foi presa quando ameaçou um juiz, em Goiânia, com um dossiê que seria publicado em Veja, pelas mãos de Policarpo. Só não passou uma temporada na prisão porque pagou fiança de R$ 100 mil.
O bicheiro e o jornalista são íntimos e é, portanto, natural que a agenda de Cachoeira tenha os dois celulares de Policarpo Júnior.
O que não é natural, no entanto, é que o PT não tenha tido força política para convocar o jornalista na CPI que investiga os desdobramentos da Operação Monte Carlo –uma CPI, aliás, adiada para depois das eleições. Na Inglaterra, que ao que se sabe é um dos berços da democracia, Rupert Murdoch foi convocado e, além de depor, se viu forçado a fechar um jornal centenário envolvido em grampos ilegais.

Gerente de Cachoeira tenta se livrar de imóveis para fugir do país

 Acusado de ser um dos operadores do esquema do bicheiro, José Olímpio Queiroga Neto aciona corretores para vender propriedades no DF e no Entorno que, segundo a polícia, foram compradas com dinheiro do crime. Seu objetivo seria fugir para os Estados Unidos

João Valadares


Cachoeira está preso na Papuda: quadrilha tenta movimentar recursos (Bruno Peres/CB/D.A Press - 1/8/12)
Cachoeira está preso na Papuda: quadrilha tenta movimentar recursos
O patrimônio da quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está sendo vendido às pressas e pela metade do preço nas regiões administrativas do Distrito Federal e cidades do Entorno. Temendo uma possível ação da Justiça, o grupo criminoso articulou uma rede de vários corretores para “fazer dinheiro” o mais rápido possível e se livrar dos bens adquiridos a partir de atividades ilícitas. Durante a semana, o Correio visitou, acompanhado de alguns corretores, terrenos da organização criminosa em Santa Maria e em Valparaíso (GO). A constatação é de que a operação do grupo para “queimar” todas as propriedades compradas com dinheiro sujo está a pleno vapor. “Tá mais barato (os imóveis) porque o cara tá precisando de dinheiro. Acabaram com a fonte de lucro dele”, resume um dos vendedores.

Os terrenos, de tamanhos variados, estão sendo comercializados por José Olímpio Queiroga Neto, um dos presos pela Operação Monte Carlo e apontado pela investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal como um dos principais braços de Cachoeira no DF e responsável por gerenciar as casas de jogo. Ele ganhou a liberdade, por força de habeas corpus, em 14 de junho e estaria juntando dinheiro para fugir para os Estados Unidos.

Recurso da AGU favorece investigação proposta por Collor contra Gurgel no CNMP

Caso no STF
A AGU entrou com um recurso no STF para garantir que o CNMP possa investigar Roberto Gurgel.
O caso teve início em junho, quando Fernando Collor, em sua onda de vingança, entrou com duas representações contra Gurgel no CNMP.
Nelas, acusou Gurgel de segurar a operação Monte Carlo e de, junto de sua esposa, Cláudia Sampaio, concentrar muito poder dentro do Ministério Público.
As representações chegaram a andar no CNMP, mas foram interrompidas em agosto, após Gurgel recorrer ao STF.
Na ocasião, Rosa Weber acatou os argumentos de Gurgel. Ele sustentou que, tal como não é possível que o CNJ investigue ou puna ministros do STF, não cabe ao CNMP tratar do procurador-geral da República.
O caso, agora, terá que ser reavaliado. A AGU, em seu recurso, afirma que não há equiparação entre o Ministério Público e o Judiciário. Por isso, não é possível se comparar a relação do CNJ e dos ministros do STF com a do CNMP e do procurador-geral da República.
O recurso deve ser julgado nos próximos dias.
Por Lauro Jardim

Na retomada dos trabalhos, CPI terá quase 300 requerimentos para analisar

Anderson Vieira
Depois de passar o mês de setembro dedicando-se à análise de documentos e ao cruzamento de dados, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira terá que examinar 289 requerimentos quando as reuniões administrativas forem retomadas em outubro.
Os requerimentos tratam de novas convocações, requisições de informações e dezenas de pedidos de quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico, inclusive de 12 empresas consideradas “fantasmas” e suspeitas de tem sido beneficiadas com dinheiro público vindo da empreiteira Delta.
Segundo a assessoria técnica do PPS, na primeira semana de setembro, o montante apurado de repasse de verbas públicas para essas empresas somava R$ 260 milhões. Entre as empresas que teriam sido beneficiadas pelos desvios de recursos provenientes de contratos com o governo estão SP Terreplenagem, Power Engenharia, JSM Terreplenagem, Soterra Terreplenagem, SM Terraplenagem, MB Serviços e Legend Engenheiros. Todas elas são alvos de requerimentos de quebra de sigilo a serem analisados por deputados e senadores.
Convocações
A lista de solicitações de convocação também é extensa. O ex-ministro das Comunicações e ex-candidato ao governo de Minas Gerais pelo PMDB, em 2010, Hélio Costa, é um dos nomes nesta relação. O pedido partiu do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) e é baseado na denúncia feita à comissão pelo ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, que disse ter sido ameaçado quando o candidato foi lhe pedir indicações de empreiteiras para doação durante a campanha eleitoral de 2010.
O relator Odair Cunha (PT-MG), por sua vez, quer ouvir Antônio Pires Perillo, irmão do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Segundo Odair, a Polícia Federal (PF) informou à CPI que Antônio, também conhecido como Toninho, teria recebido um rádio Nextel de Carlos Cachoeira na tentativa de evitar grampos policiais.
Outro que pode ser convocado é o deputado e ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, José de Filippi Júnior (PT-SP), que teria ido ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) pedir relação de empreiteiras, possíveis doadoras à campanha petista em 2010.
Alguns dos requerimentos aguardando votação:
Dos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Mendonça Prado (DEM-SE): pede a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Fernando Cavendish, dono da Delta Construções S/A. A empresa é apontada pela Polícia Federal como irrigadora de empresas de fachada envolvidas no esquema de corrupção e desvio de dinheiro público do qual fazia parte Carlinhos Cachoeira;
Do senador Fernando Collor (PTB-AL): requer a convocação e a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do jornalista da Veja Policarpo Júnior. Para o senador, ele teria relações com Carlos Cachoeira que iam além de interesses jornalísticos, incluindo troca de favores, tráfico de influências entre o Grupo Abril e a organização criminosa.
Do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF): reivindica a criação de um grupo de parlamentares para conversar com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, para tratar das sucessivas decisões da Corte garantindo o direito dos convocados a permanecer em silêncio;
Do deputado Paulo Teixeira (PT-SP): solicita a convocação da prefeita de Valparaíso de Goiás, Leda Borges, citada em conversas telefônicas entre pessoas tidas como arapongas de Cachoeira;
Do senador Alvaro Dias (PSDB-PR): pede para ouvir Pedro Duailibi, cunhado do prefeito de Palmas, Raul Filho, e ex-secretário de governo, acusado de atuar pelos interesses da Delta dentro da Prefeitura da capital tocantinense;
Do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP): requer a convocação de Valdeir Fernandes Cardoso, acusado pelo contador Gilmar Carvalho de Moraes de ter usado o nome dele indevidamente para abertura de empresas fantasmas. Gilmar e a ex-mulher dele, Sueli Pantoja, já prestaram depoimento à CPI. Sueli, que acabou virando sócia da Alberto & Pantoja Construções, tida como de fachada, também se disse vítima de golpe;
Do deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL): pede o depoimento do vereador Elias Vaz, presidente do PSol em Goiânia, que foi flagrado pela Polícia Federal em conversas com Carlos Cachoeira. À imprensa, o vereador reconheceu ser amigo de Cachoeira, mas disse nunca ter atendido os interesses do contraventor goiano;
Do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP): solicita a convocação do deputado Valdemar Costa Neto, acusado pelo ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, de ser um defensor dos interesses da empreiteira Delta na autarquia.
A lista completa dos requerimentos está na página do Senado na internet.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Desembargador suspende um dos processos envolvendo Cachoeira !

Brasília - O desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, determinou a suspensão do processo que envolve o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, referente às investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF).
O tribunal informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o desembargador determinou a suspensão do processo até que as companhias telefônicas, responsáveis por linhas que foram grampeadas pela PF para a investigação, forneçam informações solicitadas por Tourinho Neto.
Ainda de acordo com o tribunal, as companhias devem fornecer extratos telefônicos e identificação de quando e quais dados foram acessados a partir da senha fornecida aos policiais federais para o grampeamento das chamadas.
Enquanto essas informações não forem incluídas nos autos, o processo ficará suspenso, ou seja, nenhuma outra decisão pode ser tomada por parte do juiz responsável pelo caso, Alderico Santos.
Carlos Cachoeira é acusado de comandar uma quadrilha que explorava jogos ilegais no estado de Goiás e de ser dono de diversas empresas fantasmas que fraudavam licitações públicas e lavavam dinheiro proveniente de corrupção. Ele está preso desde 29 de fevereiro quando foi deflagrada a Operação Monte Carlo e já teve diversos habeas corpus negados pela Justiça.

Saiba quem é Tourinho Neto, o desembargador que deu habeas corpus a Cachoeira

Por Leitor, via Advivo

Na Operação Diamante, de 2002, o nome de Tourinho Neto (…)  num grampo da PF, que investigava a rede do supertraficante de cocaína Leonardo Dias Mendonça, parceiro de Fernandinho Beira Mar. Tourinho tornou-se suspeito de ( …) habeas corpus aos criminosos (ele relatou decisão que libertou o traficante Leonardo), numa (…) que envolvia o ministro Vicente Leal de Araújo (STJ, afastado), o desembargador do TRF Eustáquio Silveira (colega de Tourinho, afastado) e o ex-deputado Pinheiro Landim (que renunciou ao mandato)…

Serra entre os diálogos de Cachoeira

Exclusivo: Serra entre os diálogos de Cachoeira

Exclusivo: Serra entre os diálogos de Cachoeira
Foto: Edição/247
  Pela primeira vez, o nome do ex-governador de São Paulo e candidato à Prefeitura, José Serra, aparece na boca do contraventor Carlos Cachoeira, numa conversa com o já cassado Demóstenes Torres. "Ocê vai tá com o Serra aí hoje?", pergunta o bicheiro. "Marca uma audiência com ele", insiste. "Vou marcar com ele e venho aqui", atende o ex-senador. Negócios da Delta com São Paulo são o próximo alvo da CPI
247 – 14 de maio de 2009. José Serra era governador de São Paulo. Executava, no Estado, obras bilionárias, como a construção do trecho Sul Rodoanel e as ampliações das marginais – algumas, com a participação da construtora Delta, de Fernando Cavendish. Amanhã, o empreiteiro estará na CPI, que investiga as atividades do bicheiro Carlos Cachoeira. Assim como Cavendish, também irá depor o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que era o homem forte da Dersa, empresa de desenvolvimento rodoviário de São Paulo, e já disse que Serra era sua "bússola" na estatal.
Um diálogo, obtido com exclusividade pelo Brasil 247, aponta agora, pela primeira vez, o nome de José Serra nas conversas de Cachoeira. É num telefionem dela ao ex-senador Demóstenes Torres. Cachoeira quer uma audiência do governador para um personagem chamado Dino. E Demóstenes promete marcá-la.
"Ocê vai tá com o Serra aí hoje?", pergunta Cachoeira. Com naturalidade, Demóstenes diz que não. Afirma ter estado na Companhia Siderúrgica Nacional, do empresário Benjamin Steinbruch. Cachoeira faz então uma brincadeira dizendo que quem gosta muito de Steinbruch é o atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
E, depois, insiste para que Demóstenes, que foi cassado por ser uma espécie de despachante de luxo do bicheiro, marque uma audiência com Serra. "Vou marcar com ele e venho aqui", atende o ex-senador.
Escute aqui o primeiro diálogo entre Demóstenes e Cachoeira.
Numa outra conversa, de 26 de abril de 2009, Cachoeira também liga a Demóstenes para tratar de negócios em São Paulo. O ex-senador estava no apartamento 1.105 do Hotel Meliá, no bairro do Itaim-Bibi de São Paulo. O bicheiro, que representava interesses da Delta em São Paulo, pede para o senador se encontrar com um espanhol chamado Carlos Sanchez. Trata-se do chefe do Departamento de Engenharia do Metrô de Madri – o modelo usado é o mesmo usado em São Paulo.
Escute aqui o segundo diálogo entre Cachoeira e Demóstenes.
Na terceira conversa, Cachoeira fala com o próprio Sanchez sobre o encontro no Hotel Meliá. Onde? Na rua João Cachoeira, em São Paulo.
Escute aqui o diálogo entre Cachoeira e Sanchez
Neste diálogo, Cachoeira sugere a Sanchez que entre na página da internet do Senado para reconhecer a face de Demóstenes Torres. O espanhol, pelo tom de voz, já festeja um negócio que será "muy bueno".
Há ainda um último diálogo em que um homem não identificado conversa com um certo Geovane, ligado ao grupo de Cachoeira, sobre um encontro com Serra.
Brasil 247 entrou em contato, via telefone e e-mail, com o assessor de imprensa da campanha de José Serra à Prefeitura para conhecer a opinião do candidato sobre as revelações. Ele tem memória sobre a audiência que o senador Demóstenes Torres iria pedir? Ocorreu? O que foi tratado? Sem dúvida, a palavra de Serra sobre o assunto pode ser esclarecedora. Até 14h..., o retorno ainda não havia ocorrido.

Collor sugere quebra de sigilos e cogita CPIs para Gurgel e Veja

Collor sugere quebra de sigilos e cogita CPIs para Gurgel e Veja
Foto: José Cruz/Agência Senado

O senador refez suas críticas ao procurador-geral da República e à publicação; desta vez, ele acusou Gurgel de ter chantageado o então senador Demóstenes Torres na época em que recebeu a Operação Vegas, da PF; Collor quer Gurgel e toda sucursal de Brasília da Veja na CPI do Cachoeira



Agência Senado - Primeiro a discursar em Plenário nesta segunda-feira (27), o senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a dirigir críticas ao desempenho de Roberto Gurgel no cargo de procurador-geral da República. O senador acusou o chefe do Ministério Público da União de cometer diversos crimes e irregularidades: prevaricação, improbidade administrativa, crime de responsabilidade e chantagem.
Segundo Collor, Roberto Gurgel prevaricou por ter demorado mais de dois anos para adotar qualquer medida em relação à operação Vegas, da Polícia Federal, anterior à operação Monte Carlo e também voltada às ações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Para o senador, a falta de ação de Gurgel favoreceu a organização criminosa comandada por Cachoeira, que continuou em ação, e influenciou o resultado das eleições gerais de 2010 no estado de Goiás, nas quais Marconi Perillo (PSDB) foi reeleito governador.
- Conforme reconheceu, em depoimento na CPI no dia 12 de junho deste ano, o próprio governador Marconi Perillo, ao ser questionado exatamente sobre essa possibilidade. Ele disse: "Sim, se essa operação tivesse sido desvelada antes das eleições, o resultado em Goiás das eleições em 2010 teriam sido diferentes" – relatou Collor.
O parlamentar afirmou ser imperiosa a convocação de Gurgel para prestar depoimento à CPI do Cachoeira, para explicar "todos os fatos, atos e os não atos que estão vindo à luz e que dizem respeito à sua conduta como chefe maior do Ministério Público".
Collor informou ainda ter protocolado seis representações contra o procurador geral e contra a subprocuradora Cláudia Sampaio Marques, esposa de Gurgel. Segundo ela, disse Collor, a decisão de sobrestar o inquérito da operação Vegas teria sido tomada por ela e pelo procurador-geral em conjunto com o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques de Souza, responsável pela operação.
- É lamentável ter que afirmar isto da tribuna do Senado, mas a subprocuradora-geral da República, doutora Claudia Sampaio Marques, igualmente ao seu marido, mentiu quando fez essa afirmação – declarou o senador ao lembrar que o próprio delgado desmentiu essa afirmação em depoimento à CPI.
Collor afirmou que, depois de receber o inquérito da Vegas, a obrigação de Gurgel era a arquivar o processo ou pedir novas diligências ou apresentar denúncia à Justiça. Entretanto, disse o senador, o procurador não tomou nenhuma dessas atitudes em tempo hábil. Collor ainda acusou Gurgel de ter chegado a chantagear o então senador Demóstenes Torres (GO), que acabou cassado por envolvimento com as atividades de Cachoeira.
Revista Veja
Collor também afirmou que, em depoimento recente à CPI do Cachoeira, dois procuradores deixaram claro haver indícios do envolvimento de jornalistas da revista Veja com a organização criminosa de Cachoeira.
- Como atestaram os dois procuradores, essa organização criminosa, que atua 'armada' e é 'altamente sofisticada, complexa e ousada', vem atuando à margem da lei há mais de uma década e, vejam, coincidentemente, o mesmo período de convivência e troca de favores entre o jornalista da Veja, Policarpo Júnior, e o senhor Carlinhos Cachoeira, com o claro conhecimento do editor e presidente do Conselho Editorial da Editora Abril, Roberto Civita – afirmou.
O senador chegou a ler trechos de interceptação telefônica que comprovaria a troca de favores entre o jornalista Policarpo Júnior e Cachoeira. Collor defendeu a criação de duas novas CPIs para investigar essas suspeitas.
- Por tudo isso, tenho certeza: quando o senhor Roberto Gurgel Santos, sua esposa, Cláudia Sampaio Marques, o senhor Roberto Civita, o senhor Policarpo Júnior, além dos demais servidores da revista Veja, como o borrador Lauro Jardim e os rabiscadores Hugo Marques, Rodrigo Rangel e Gustavo Ribeiro, quando todos eles vierem depor na CPI e tiverem seus sigilos telefônicos e de mensagens quebrados, teremos, então, provas mais do que suficientes para, quem sabe até, criarmos novas CPIs: a CPI do Gurgel e a CPI da Veja – concluiu Collor.

Fernando Fero - o criador do termo PIG!

Petista critica proteção a 'delinquência jornalística' na CPI do Cachoeira

Apesar das evidências envolvendo a revista Veja no esquema do contraventor, maioria na comissão se recusa a convocar diretor da sucursal em Brasília
Por: Vermelho
 
Brasília - O deputado Fernando Ferro (PT-PE) manifestou, no Plenário da Câmara, seu “estranhamento” com o “pacto de silêncio” na CPMI do Cachoeira para convocar representantes do Grupo Abril e o jornalista Policarpo Júnior. “Sob o discurso de liberdade de imprensa, vemos uma proteção a uma delinquência jornalística, em parceria com o crime organizado. Não há outro nome”, disse o deputado.
Fernando Ferro enfatizou que as recentes informações dando conta de que a namorada de Cachoeira ameaçou um juiz com um dossiê produzido pelo jornalista Policarpo “revelam a extensão desse problema e a ousadia desse grupo mafioso”. Para o deputado, “essas são práticas da máfia, de grupos criminosos, perigosos e altamente articulados: dossiês para chantagear juízes, produzidos por jornalistas a serviço de criminosos, como o sr. Carlos Cachoeira”, enfatizou.
O deputado considerou ainda que esse silêncio deixa outra dúvida: “Será que existem deputados ou senadores da CPMI ameaçados por dossiês do Cachoeira?”. Para Fernando Ferro, ao se recusarem a convocar o jornalista, “eles estão dando claramente sinais de que ou têm medo ou são cúmplices desses delinquentes”.
Na avaliação de Ferro, isso é extremamente preocupante. “Sugiro ao presidente da CPMI que inquira, que pergunte se está havendo alguma chantagem contra algum desses parlamentares”, completou .
Fernando Ferro lembrou que, por muito menos, na Inglaterra foi aberto um processo que culminou no fechamento de um jornal de grande expressão daquela nação devido a problemas de espionagem política patrocinada por esquemas que utilizaram jornalistas. 
“Apelamos aos parlamentares que participam da CPMI para que convoquem o jornalista Policarpo, o Grupo Abril, para que falem sobre suas relações com Carlos Cachoeira. Isso é bom para a democracia e para desmascarar certo tipo de jornalismo que faz associação com o crime organizado para promover dossiês, ameaças e escândalos, como temos visto neste País”, finalizou o deputado.

“Código de Silêncio”

O silêncio do ex-tesoureiro da campanha do tucano Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás Jayme Eduardo Rincón e do ex-corregedor da Polícia Civil Aredes Correia Pires, convocados para depoimento à CPMI do Cachoeira na quarta-feira (22), reforça a tese sustentada pela procuradora Léa Batista da existência de um “código de silêncio” que protege a organização. 
“A quadrilha age de forma articulada e unitária, onde ninguém entrega ninguém e todos são protegidos pelo chefe Carlos Cachoeira”, enfatizou o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG).
Ambos compareceram à comissão protegidos por Habeas Corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecerem em silêncio. Em depoimento na terça-feira (21) à comissão a procuradora disse que “o silêncio é um direito de todos, mas o código de silêncio adotado nos depoimentos à CPMI e à Justiça Federal é típico de organizações mafiosas”, declarou.
De acordo com o relator, os depoentes perderam a oportunidade de esclarecer as denúncias que pesam sobre eles. No caso do Jaime Rincón, presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), áudios da Polícia Federal apontam denúncias graves de “acerto” de licitações.
“Os áudios evidenciam que há interesse da Delta Construções na Agetop. Esse interesse foi materializado quando dois lotes de empresas que concorriam com a Delta foram desclassificados. Essa desclassificação ocorreu seis dias após pedido do Vladimir Garcez, braço político da organização criminosa”, denunciou Odair Cunha.
Além disso, as investigações da PF revelam um depósito do grupo de Cachoeira no valor de R$ 600 mil na conta da empresa Rental Frota Ltda, que tem Rincón como um dos sócios.

Cerra corre perigo!

Um recado mafioso de Paulo Preto para Serra
Foto: Divulgação

Um recado mafioso de Paulo Preto para Serra. Arrecadador do PSDB dirá que “sua ética é a ética do Serra” na CPI do caso Cachoeira

247 – O poderoso Paulo Vieira de Souza, que foi diretor da Dersa, responsável pelas obras do Rodoanel e arrecadou recursos para a campanha do PSDB em 2010, já ensaiou seu discurso para o depoimento na CPI do caso Cachoeira, que investigará contratos da Delta em São Paulo. “Minha ética é a ética do Serra”, é o que ele tem dito a amigos, segundo relato do jornalista Claudio Humberto. Leia:

PAULO PRETO DIRÁ NA CPI QUE SUA ÉTICA 
É A DO SERRA
O engenheiro Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto”, revelou, ontem, a amigos que somente vai “elogiar” o ex-governador José Serra (PSDB), durante seu depoimento na CPI do Cachoeira, dia 29. “Afinal de contas, somos como irmãos siameses”, diz, em tom enigmático. Homem de confiança dos esquemas de arrecadação de dinheiro para o tucanato, Paulo Preto antecipa que dirá na CPI: “Minha ética é a ética do Serra”.

QUEM?

José Serra chegou a negar ser amigo de Paulo Preto, que reagiu lembrando que o ex-governador o conhece “muito bem”. 

FONTE

Paulo Preto foi diretor da Dersa, empresa pública paulista que cuida da infraestrutura de transporte e logística no governo de São Paulo.

CONEXÃO 

A Delta estaria por trás do Consórcio Nova Tietê, contratado pela Dersa para ampliação da Marginal Tietê, daí a convocação a depor na CPI.

DESVIO

O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) acha que, na CPI, Paulo Preto poderá lançar luz sobre o suposto desvio de dinheiro público para o PSDB.

Procuradores reconhecem limitação na investigação de braço financeiro da ‘máfia’ de Cachoeira

O grupo chefiado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem características tipicamente mafiosas de uma quadrilha montada para a prática de crimes graves, ainda em atuação, e mais lucrativa que uma grande empresa. A descrição foi feita nesta terça-feira (21) pela procuradora da República Léa Batista de Oliveira, que ao lado do colega Daniel de Resende Salgado falou à CPI mista que investiga as relações de Cachoeira com agentes públicos e privados.
Anderson Vieira
Os dois integrantes do Ministério Público Federal participaram das investigações relacionadas às operações Vegas e Monte Carlo – a segunda resultou na prisão do contraventor goiano em 29 de fevereiro passado. Os procuradores falaram por mais de quatro horas a deputados e senadores.
Daniel Salgado disse que as investigações se restringiram à cooptação de agentes públicos e admitiu que o caminho do dinheiro movimentado pela organização criminosa de Carlinhos Cachoeira ainda precisa ser investigado.
– Não conseguimos completar a investigação em relação ao esquema empresarial e financeira do grupo criminoso – lamentou.
Para a procuradora Léa Batista, o “silêncio orquestrado” pelos integrantes do bando diante da Justiça Federal, em Goiás, e diante da própria CPI revela o grau de organização da quadrilha, classificada por ela de “sofisticada, armada, complexa e ousada”. Segundo ela, se o grupo não for “sufocado financeiramente”, vai continuar atuando, esteja o líder preso ou não.
– Ficou clara a estrutura hierárquica com distribuição de renda entre os membros e a lealdade ao chefe, que cooptou agentes do Estado, responsáveis por eliminar a concorrência num claro controle territorial – descreveu a procuradora.
Léa Batista também relatou aos parlamentares as formas de intimidação utilizadas pelo grupo, como dois e-mails com ameaças, ambos identificados com origem em Anápolis (GO), cidade usada como base por Cachoeira. A procuradora também contou que uma mulher tentou invadir sua residência, em Goiânia, durante a madrugada.
Delta
Os procuradores informaram que as investigações feitas até o momento não aprofundaram as relações da construtora Delta com o esquema de Carlinhos Cachoeira. Eles identificaram “sinais de aproximação” entre o contraventor e Claudio Abreu, representante da construtora Delta no Centro-Oeste, e também suspeitas de envolvimento da Delta com empresas  de fachada.
A procuradora Léa Batista traçou um histórico da atuação recente do Ministério Público no combate à exploração de jogos de azar e informou que o embrião da operação Monte Carlo está em denúncias anônimas relativas a casas de jogos clandestinas feitas em Valparaíso de Goiás em 2006.
A operação foi iniciada efetivamente em novembro de 2010, quando a Polícia Federal iniciou o monitoramento telefônico, identificou outras pessoas envolvidas e a utilização de aparelhos Nextel habilitados no exterior. Em março de 2011, o caso foi transferido para a Justiça Federal, em razão do envolvimento de um policial rodoviário federal.
A Operação Monte Carlo culminou na prisão de Carlinhos Cachoeira em 29 de fevereiro. Atualmente, o processo judicial resultante do inquérito tramita na Justiça Federal de Goiás. Audiências de instrução foram realizadas em julho, e o Ministério Público apresentou alegações finais no último dia 8 de agosto. Atualmente corre o prazo para a defesa fazer o mesmo.
A próxima reunião da CPI ocorrerá já nesta quarta-feira (22). Foram convocados para depor Jayme Rincón, ex-tesoureiro da campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); e Aredes Correia Pires, ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás.
VEJA MAIS
Investigações sobre a Delta têm de ser ampliadas, afirmam parlamentares
Parlamentares criticam acusações a procuradores
Taques quer responsabilizar bancos que não enviarem dados solicitados em investigação
A Operação Monte Carlo em números

Deu no 247 - Em agradecimento, Veja presta tributo a Miro

Em agradecimento, Veja presta tributo a Miro
Foto: Edição/247
 

Deputado que subiu à tribuna para evitar a convocação de Policarpo Júnior pela CPI do caso Cachoeira mereceu espaço de destaque na revista deste fim de semana: foi retratado como um dos principais defensores da liberdade de expressão no País; isso é que é gratidão

247 – No cálculo político do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), deve ter valido a pena. Na terça-feira passada, quando a CPI do caso Cachoeira discutia se deveria convocar ou não o jornalista Policarpo Júnior, editor de Veja, ele subiu à tribuna e foi o único a condenar o requerimento apresentado pelo deputado Doutor Rosinha (PT-PR) – amparado na evidência de que o jornalista solicitara ao bicheiro Carlos Cachoeira, especialista em grampos ilegais, que levantasse ligações do deputado Jovair Arantes (PTB/GO).
Os que pretendiam ver Policarpo na CPI perderam. Miro, além de ter ganho a disputa, também recebeu uma retribuição da revista Veja neste fim de semana. Na seção de frases da publicação, as três com maior destaque, com direito a foto bem editada no alto de página, são do deputado carioca. A elas:
“Quando vejo o líder do PT assumindo um discurso de restrição, de coação ao exercício da profissão de jornalista, me sinto no dever de falar. Estamos falando de um grande partido. É assim que começam os estados policiais.”
“É assim que começa um movimento, não é uma questão pessoal. Esse seria o primeiro, e outros virão atrás. A intimidação, a coação poderá ir até o plano estadual, ao plano municipal. A imprensa é a única entidade que investiga o poder. O resto é tudo chapa-branca.”
“O Brasil está se preparando para ser um estado policial como a Argentina. Querem correr atrás de quem grita ´pega ladrão´ao invés de pegar o ladrão”.
Miro Teixeira, que já era amigo das Organizações Globo, como foi na época em que esteve ministro das Comunicações, agora é também amici da Editora Abril.
O Brasil, na sua visão, estava prestes a se transformar numa ditadura apenas porque um jornalista, que mantinha relações íntimas com um contraventor especializado em grampos ilegais, falaria diante de uma CPI. Na Inglaterra, berço da liberdade, a editora Rebekah Brooks, uma das principais jornalistas do país, se tornou ré porque seu jornal, o já fechado News of the World, se envolveu em grampos ilegais. O dono, Rupert Murdoch, foi convocado e não escalou lobistas para evitar seu depoimento.
Lá, o parlamentar carioca não teria vez.
No Brasil, a imprensa deve ser livre até para grampear deputados como Miro Teixeira. (leia aqui reportagem anterior do 247 a respeito do caso)

Miro não quer! Permanece indefinida convocação de Gurgel, jornalista da ‘Veja’ e presidente da Abril,

  Miro teixeira virou "vejete". Defende com unhas e dentes a não convocação de Policarpo Quresma
Ricardo Koiti Koshimizu e Anderson Vieira
Ao final da reunião da CPI do Cachoeira, nesta terça-feira, senadores e deputados lamentaram o fato de não ter sido levado à votação requerimento para convocação do jornalista da revista Veja Policarpo Júnior. Autor do primeiro pedido de convocação do jornalista, o senador Fernando Collor (PTB-AL) disse que sai frustrado da reunião.
Collor também requer a convocação do editor e presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, responsável pela revista, Roberto Civita, e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), autor de um requerimento para a convocação de Policarpo Júnior apresentado na segunda-feira (13) também criticou o adiamento da votação da proposta. Segundo ele, é necessário o esclarecimento de eventuais ligações e troca de informações do jornalista com Cachoeira e sua organização.
- Será que jornalista é protegido constitucionalmente de não poder depor em lugar nenhum mesmo quando há suspeita de ter cometido crime? – questionou o deputado.
Já o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) disse que a convocação reflete coação à liberdade de imprensa.
- Querem correr atrás de quem grita “pega ladrão” em vez de pegar ladrão – criticou o parlamentar.
No início da reunião desta terça-feira, o senador Fernando Collor pediu também a convocação do procurador Alexandre Camanho de Assis, o qual, segundo ele, teria sido um dos que levaram a jornalistas da Veja a íntegra dos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, apesar do segredo de Justiça.
- Isto é um crime inominável. Foi entregue numa sexta-feira, 2 de março, por volta de meio-dia, no antigo Hotel Meliá, num encontro que durou duas horas e meia, com anuência do procurador-geral Roberto Gurgel - denunciou o parlamentar.
De acordo com o senador, os documentos foram entregues a Policarpo Júnior e aos jornalistas Gustavo Ribeiro e a Rodrigo Rangel. Também teriam participado do encontro os procuradores que atuaram nas operações da Polícia Federal Léa Batista de Oliveira e Daniel Rezende Salgado.
Ambos foram convidados para falarem à CPI na próxima terça-feira.

CPI reconvoca Cachoeira, quebra sigilo de sua mulher, e marca depoimento de Cavendish

Anderson Vieira
Na primeira reunião administrativa realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira em agosto, os parlamentares decidiram reconvocar o contraventor Carlos Augusto Ramos. O convite ao deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) também foi aprovado entre os 155 requerimentos colocados na pauta desta terça-feira (14). O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), marcou ainda para 28 de agosto o depoimento do ex-dono da empreiteira Delta, Fernando Cavendish.
Carlos Cachoeira já esteve na CPI no dia 22 de março quando, amparado por um habeas corpus, usou o direito de ficar calado e limitou-se a informar que só falaria depois que prestasse depoimento na Justiça. Em juízo, no entanto, Cachoeira praticamente não respondeu a nenhuma pergunta.
Já a atual mulher dele, Andressa Mendonça, terá que disponibilizar seus dados bancário, fiscal, telefônico e telemático (SMS e MMS). A quebra desses sigilos também foi aprovada pela CPI, a pedido do relator Odair Cunha (PT-MG).
– Está claro que Andressa não tinha só relação pessoal com Carlos Augusto Ramos, mas também mantinha vínculos econômicos com ele. O objetivo da quebra dos sigilos é identificar tais vínculos com a organização criminosa – justificou o relator.
Andressa Mendonça também é acusada de chantagear o juiz federal Alderico Rocha Santos na tentativa de beneficiar o contraventor, que está preso desde 29 de fevereiro.
Deputados
Os requerimentos para a convocação dos deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) provocaram debates entre os parlamentares.
A princípio, os dois seriam convocados, mas um acordo possibilitou a retirada do pedido de convocação de Sandes Júnior, substituindo-o por um pedido de informações. O deputado deve ter que explicar doações feitas pelo laboratório Midway para sua campanha nas eleições de 2010. O dinheiro, conforme investigação da Polícia Federal, teria origem em empresas fantasmas ligadas a Cachoeira.
Carlos Leréia, por sua vez, não será mais convocado, mas convidado a depor. Um dos argumentos para a mudança da condição é de que ele já se dispôs a prestar esclarecimentos à CPI. Atualmente, o deputado responde a processo administrativo no Conselho de Ética da Câmara.
O deputado Sílvio Costa (PTB-PE) protestou contra as alterações aprovadas:
– Estamos tratando iguais de forma desigual. Ou convocamos os dois ou não convocamos ninguém – afirmou.
Sub-relatorias
A proposta de criação de sub-relatorias foi rejeitada por 16 votos a 4. Os parlamentares da oposição foram os principais defensores da mudança, na tentativa, sem sucesso, de descentralizar as ações, atualmente conduzidas por apenas um relator.
– Diante da complexidade deste esquema criminoso, seria mais ágil, prático e racional a criação de sub-relatorias – argumentou o deputado Rubens Bueno (PPS-PR).
Mais de 250 requerimentos não foram colocados em votação e continuam aguardando deliberação dos parlamentares. Entre eles, o da convocação do jornalista da Veja Policarpo Júnior, o que provocou protestos do senador Fernando Collor (PTB-AL) e um debate sobre liberdade da imprensa no fim da reunião.
Alguns dos requerimentos aprovados nesta terça-feira:
Convocação de Fábio Passaglia, denunciado pela revista Veja como suposto laranja da Construtora Delta;
Convocação do empresário Conrado Caiado Viana, que teria, segundo a Polícia Federal, desenvolvido um site hospedado na Argentina para o grupo de Cachoeira;
Convocação de Marcus Teixeira Barbosa, acusado pelo contador Rubmaier Ferreira de Carvalho de ter usado o nome dele indevidamente para abertura de empresas de fachada;
Convocação da delegada-geral da Polícia Civil de Goiás, Adriana Sauthier Accorsi, diante da influência exercida pelo grupo de Cachoeira na instituição;
Convocação do comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, Edson Costa Araújo, com argumento semelhante em relação à delegada-geral;
Convocação de Fábio Passaglia, proprietário da empresa Terra Pneus e Lubrificantes, que, segundo denúncia da imprensa, seria patrão de Alcino de Souza, dono de uma empresa de fachada beneficiada com R$ 6 milhões da construtora Delta;
Quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Frederico Aurélio Bispo, acusado de exercer tráfico de influência junto a autoridades de Goiás;
Quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Rossinie Aires Guimarães, suposto sócio oculto de Cachoeira;
Quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Marcelo Henrique Limírio Gonçalves, sócio do ex-senador Demóstenes Torres no Instituto de Nova Educação Ltda. e sócio de Cachoeira no Instituto de Ciências Farmacêuticas.
A íntegra dos requerimentos está na página no Senado na internet: http://www.senado.gov.br/atividade/comissoes/comissao.asp?origem=CN&com=1589

Convocação de jornalista esclarecerá esquema Veja/Cachoeira, diz deputado

São Paulo – A pressão para que o jornalista Policarpo Júnior, diretor da revista Veja em Brasília, compareça à CPMI do Cachoeira se amplia no Congresso Nacional. Hoje (14), o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) deve apresentar um novo pedido de convocação, assunto que será debatido entre os parlamentares. 
Segundo o deputado, as denúncias publicadas no fim de semana pela revista Carta Capital, com base em levantamento que ele mesmo havia feito, justificam a convocação. Escutas da PF nas operações Vegas e Monte Carlo mostram que a quadrilha liderada por Cachoeira, além de servir como fonte jornalística, recebia de Policarpo encomenda de trabalhos que pudessem embasar suas matérias.
Os fatos são confirmados, de acordo com Dr. Rosinha, por estudo feito pela assessoria técnica da CPMI, que envolve equipe multidisciplinar e diferentes setores do poder público. “É uma organização criminosa utilizando o jornalista Policarpo Júnior para buscar informação ou ele faz parte da organização? São questões que devem ser levantadas, porque, se ele faz parte da organização, ele é um criminoso”, disse Dr. Rosinha.
De acordo com o deputado, dois fatos revelam mais claramente a ligação entre Policarpo e Carlinhos Cachoeira. Um se refere à invasão do quarto de hotel do ex-ministro José Dirceu, no ano passado, e outro a um pedido de dossiê ou gravações sobre o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO).
“O primeiro caso demonstra um envolvimento da organização criminosa na busca de informação, no grampo ilegal e emblemático, porque o próprio ministro à época fez ocorrência denunciando invasão de privacidade. O segundo caso, quando Policarpo pede ao grupo qualquer tipo de dossiê sobre o deputado Jovair, eu entendo – na interceptação telefônica feita – que o pedido foi de grampo. Mas existem alguns que não interpretam assim. Por isso também é importante a presença do jornalista para explicar como se deu essa relação”, afirmou Dr. Rosinha.

Cartas marcadas

A denúncia de corrupção nos Correios feita em 2005 pela mesma Veja e pelo mesmo Policarpo - origem da crise política que levou o então deputado Roberto Jefferson a denunciar o suposto "mensalão", que ele agora nega - também aparece como indícios das atividades ilícitas entre o bicheiro e o jornalista. 
“Se hoje houver uma profunda investigação daquela questão que originou a CMPI dos Correios, eu creio que haverá uma grande possibilidade de se provar que foram cartas marcadas entre Policarpo e a organização criminosa”, afirmou.

Liberdade de imprensa 

Dr. Rosinha esclarece que a chamada de Policarpo à CPMI não representa nenhum atentado à liberdade de imprensa, conforme apontado por alguns setores da mídia conservadora. Para ele, a imprensa no Brasil é livre, porém, a revista Veja se incrimina ao permitir que uma organização criminosa indique parte de sua pauta.
“Setores da direta e alguns jornalistas - que talvez temam por uma investigação futura - começam a dizer que não querem que o Policarpo Júnior vá até a CPMI, porque é um atentado à liberdade de imprensa. Penso que qualquer cidadão, independente de sua profissão, tenha suspeita de ter cometido algum crime, precisa ser investigado”, afirmou o deputado.
Hoje (14) será também debatida pelos parlamentares na comissão mista, a criação de sub-relatorias, devido ao grande volume de informações que chegam à CMPI do Cachoeira.